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Gálatas 1:1-5: A Primeira Carta do Maior Líder

Foto do escritor: Pastor Alex DaherPastor Alex Daher

Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 09 de fevereiro de 2025 – IBJM



500 anos atrás, Deus sacudiu o mundo com muita força. O nome dado a esse terremoto foi “Reforma Protestante”. A Reforma Protestante não foi um evento—foi um movimento. Um movimento de Deus para trazer avivamento à igreja. E trouxe.

 

Os frutos que Deus trouxe a partir da Reforma são impossíveis de contar—pessoas salvas, igrejas plantadas—são mais numerosos que as estrelas do céu.

 

Nós somos um desses frutos. Nós estamos aqui hoje, em uma igreja batista (protestante) com a Bíblia aberta (em nossa língua!) por causa desse terremoto espiritual que fez a terra tremer 500 anos atrás. Quando Deus sacode o mundo, ele desperta a igreja.

 

O lema desse movimento foi resumido em 5 Solas. Ou, traduzindo do latim para o português: 5 Somentes: Somente a Escritura, Somente pela Graça, Somente por meio da Fé, Somente Cristo e Somente para a Glória de Deus.

 

Se existe uma carta na Bíblia que deveria receber o título de carta da Reforma, essa carta é Gálatas. Eu tenho duas razões para dizer isso: uma razão bíblica e uma razão histórica.

 

RAZÃO BÍBLICA: JUSTIFICAÇÃO

 A razão bíblica é porque Gálatas é uma exposição do coração do evangelho—que é eixo central que conecta os 5 Solas. Paulo está defendendo a mensagem do evangelho contra falsos mestres que se infiltraram nas igrejas da Galácia para desviar os crentes da verdade.

 

Os falsos mestres querem derrubar o que Paulo construiu. E para derrubar a igreja, o alvo deles é destruir o fundamento—quebrar a doutrina que mantém a igreja de pé. A doutrina da justificação pela fé.

 

Enquanto Paulo pregava o evangelho da justificação pela fé, os adversários de Paulo entraram na igreja dizendo que Paulo estava errado. Eles diziam que para sermos justificados—para sermos aceitos por Deus, nós precisamos também obedecer a lei de Moisés.

 

Gálatas é a defesa do apóstolo Paulo da doutrina da justificação pela fé em Cristo somente, a doutrina central da Reforma Protestante.

 

RAZÃO HISTÓRICA: LUTERO 

A razão histórica para Gálatas ser eleita a carta da Reforma se chama Martinho Lutero, o Pai do Movimento Protestante. Ele mesmo disse que a doutrina da justificação é o que faz a igreja permanecer em pé ou cair. Aparentemente os falsos mestres sabiam disso e por isso vieram com suas picaretas malignas para quebrar o fundamento do evangelho e fazer a igreja desmoronar.

 

No jeito intenso de falar, Lutero chamava a carta de Gálatas de “a minha Catarina Von Bora”. Catarina Von Bora era o nome da esposa dele. Lutero se via casado com Gálatas, de tão próximo que ele se sentia dessa carta.

 

Que o nosso Deus se agrade em chacoalhar o mundo de novo com a mensagem da cruz—o evangelho da justificação pela fé, e que o tremor faça os mortos ressuscitarem, os cativos serem libertados das algemas do pecado e Deus seja glorificado como único que tem poder para nos salvar.

 

Como era a prática da época, a saudação inicial de Paulo se divide em 3 partes: AUTOR, RECEPTOR e ORAÇÃO. Quem escreveu, para quem ele escreveu, e uma breve oração pelos leitores.

 

Eu vou usar essa introdução à carta para dar também o contexto de Gálatas.

 

1.     O AUTOR: PAULO

 

[1] Paulo, apóstolo...

 

Se Lutero foi o maior líder da Reforma Protestante, 500 anos atrás, o apóstolo Paulo é, depois do Senhor Jesus, o maior líder na história da igreja dos últimos 2.000 anos.

 

John MacArthur disse: “Se você quer um modelo humano de liderança, eu não acho que você encontrará um modelo melhor do que Paulo. Ele é o meu herói como líder”.

 

John Piper disse: “Além de Jesus, ninguém me guardou do desespero ou me levou mais fundo nos mistérios do evangelho do que o apóstolo Paulo”.

 

Esses são só 2 exemplos de 2 milhões que nós poderíamos dar.

 

Ninguém exerceu mais influência na fé cristã do que Paulo. Mateus, Marcos, Lucas, João, Tiago, o autor de Hebreus, Pedro e Judas escreveram metade dos livros do Novo Testamento. A outra metade, quem escreveu foi Paulo. Dos 27 livros, ele escreveu 13.

 

Paulo passou a vida plantando igrejas entre os gentios—aqueles que não eram judeus. A palavra “apóstolo” significa “enviado”. Paulo foi enviado por Cristo para proclamar o evangelho e fazer discípulos. Ele foi enviado para pregar a Palavra e plantar igrejas. E foi o que Paulo fez até o fim da vida.

 

Paulo foi convertido quando ele tinha por volta de 30 anos de idade, pouco tempo depois que Jesus ressuscitou, e ele morreu com 60 anos, decapitado por ordem do Imperador Romano Nero, no ano 62 DC.

 

Nós vamos ouvir mais sobre a história de Paulo quando ele contar o testemunho de conversão dele mais para frente no capítulo 1.

 

As cartas começavam com o nome do autor. O costume era, logo em seguida, colocar o nome do receptor—para quem a carta estava sendo escrita. Mas crentes fazem coisas diferentes. Paulo quebra o padrão e estica a saudação para incluir a autoridade do autor.

 

A AUTORIDADE do AUTOR

 

[1] Paulo, apóstolo — não da parte de pessoas, nem por meio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos —,

 

Parece estranho começar uma carta dizendo: “Eu sou apóstolo, não porque algum homem quis, mas porque Jesus Cristo e Deus Pai me escolheram”.

 

Mas existe uma boa razão. Uma das principais acusações dos adversários de Paulo era que ele não tinha a mesma autoridade dos apóstolos de Jerusalém. Pedro, Tiago, João e todo o grupo dos 12 apóstolos eram, segundo eles, os “apóstolos de verdade”. Mas os falsos mestres estavam dizendo que Paulo era um falso apóstolo. Ele acusavam Paulo de ser fake. E por isso a mensagem dele também era falsa.

 

É por isso que Paulo começa estabelecendo que não foi ele que se escolheu para ser apóstolo. Nem homem algum disse: “A partir de hoje você é o ungido do Senhor”. Ele também não foi eleito pela votação de um comitê de busca apostólica. Quem escolheu Paulo para ser apóstolo foi Jesus, pessoalmente.

 

Paulo tem autoridade porque ele recebeu essa autoridade do céu, não da terra; de Deus, não do homem. Isso significa que receber as palavras de Paulo é receber as palavras de Deus. Não porque Paulo é divino, mas porque Deus usou Paulo para falar o que Deus queria falar.

 

Não existem homens hoje com a mesma autoridade que Paulo porque não existem mais apóstolos. Mas a autoridade apostólica que Paulo recebeu está registrada no que Paulo escreveu—no Novo Testamento.

 

Por isso ouvir Gálatas é ouvir o próprio apóstolo Paulo. E ouvir o apóstolo Paulo é ouvir o próprio Jesus falando para nós. A autoridade da Palavra de Deus continua sendo a mesma.

 

SOMENTE DUAS OPÇÕES

 A questão diante das igrejas da Galácia é a mesma questão diante das igrejas de Sumaré e de cada um de nós:

 

Quem tem autoridade sobre você? Em quem você vai acreditar? Na mensagem do mundo ou a mensagem da Bíblia? Quem está certo: Paulo ou os adversários da fé cristã que estão atacando a Palavra de Deus até hoje?

 

Nós temos que escolher quem nós vamos ouvir. Ou Paulo está mentindo, e nós podemos ignorá-lo. Ou Paulo está falando a verdade, e o que ele está falando define como nós nos relacionamos com Deus. Nós temos que escolher quem nós vamos ouvir.

 

Não é possível ficar com um pé em cada barco. Não é possível ficar com um pé no barco do mundo e um pé no barco de Jesus. Esses dois barcos navegam em direções opostas. Quem fizer isso vai acabar caindo na água e morrendo afogado.

 

Para você atravessar essa vida e chegar do outro lado, você precisa colocar os dois pés—e todo o seu ser—na embarcação que carrega o tesouro do evangelho. É o único meio de transporte seguro para levar você para Deus.

 

E Paulo não acredita no que ele acredita sozinho. Ele tem companhia.

 

PAULO TEM COMPANHIA

 

[2] e todos os irmãos que estão comigo...

 

Foi Paulo que escreveu Gálatas, mas ele não é o único que crê na mensagem que ele prega. Paulo não inventou um evangelho. Paulo não é um louco em carreira solo falando o que só ele acredita. Ele tem irmãos que creem no que ele crê.

 

Isso deveria ajudar os Gálatas a perceberem que quem se desviou da verdade não foi Paulo e seus irmãos, mas esses outros pregadores perturbadores da paz.

 

Esse princípio da companhia é essencial para entendermos o evangelho e vivermos o evangelho. IBJM, nós não podemos nos isolar dos nossos irmãos. Existem dois tipos de isolamentos que nós precisamos evitar a qualquer custo.

 

ISOLAMENTO X RELACIONAMENTO

1.     HISTÓRICO

 O primeiro é o isolamento histórico—ignorarmos o que já aconteceu na história da igreja nos últimos 2 mil anos. C. S. Lewis chamou esse isolamento de “Esnobismo Cronológico”. Seria uma grande arrogância—um esnobismo—de nossa parte deixarmos de aprender com aqueles que vieram antes de nós.

 

O Espírito Santo sustentou a igreja na verdade por séculos. Por dois milênios! Nós vamos enxergar mais longe se nós subirmos nos ombros dos gigantes que viveram antes de nós. Eles não são infalíveis. Só a Palavra de Deus é. Mas existe uma sabedoria coletiva na igreja que nós devemos ouvir.

 

Isso significa também que se alguém vem com alguma doutrina nova, algo que os cristãos nunca creram por 2 mil anos, nós devemos ficar não só com um pé, mas com os dois pés atrás. Não entre em um barco desse.

 

Essa “nova doutrina” deve ser uma “falsa doutrina”. Nossa teologia deve ser construída com a Bíblia aberta, conversando e ouvindo aquilo que nossos irmãos do passado sempre creram.

 

2.     GEOGRÁFICO

Além do isolamento histórico, nós precisamos evitar também o isolamento geográfico. Nós devemos olhar para além das paredes desse galpão e nos envolvermos com irmãos de outras igrejas que têm trabalhado fielmente pelo Reino de Deus.

 

Eu louvo a Deus porque eu não vejo nessa igreja nenhum desses dois isolamentos. Pelo contrário, eu vejo relacionamentos: tanto ouvindo nossos irmãos do passado: como a série de biografias que tivemos na EBD e os livros que nós amamos, quanto se relacionando com nossos irmãos do presente—ofertando para outras igrejas, em viagens missionárias e viagens de ministério, orando quinta-feira pelos nossos irmãos ao redor do mundo e outros tipos de parceria no evangelho que o Senhor tem nos dado o privilégio de participar.

 

Pela graça de Deus, vamos continuar crescendo e aprendendo juntos com nossos irmãos em Cristo—do passado e do presente, de perto e de longe, até o dia em que nosso Rei voltar e nós estivermos todos juntos reunidos em volta de mesa do Banquete do Cordeiro.

 

A primeira parte da saudação terminou: o autor. Agora vem o receptor.

 

2.     RECEPTOR: AS IGREJAS

 

Final do v.[2] (...) às igrejas da Galácia.

 

Reparem que essa carta foi escrita não para uma única igreja, mas para às igrejas (no plural). Essas igrejas foram plantadas por Paulo na primeira viagem missionária que ele fez, no ano 46 e 47 DC. Paulo tinha 13 anos de convertido.

 

Galácia era uma Província do Império Romano, como se fosse um estado no Brasil, com várias cidades. Paulo plantou igrejas nas cidades de Antioquia, Icônio, Listra e Derbe. No nosso mapa hoje, essa região está na Turquia, no Oriente Médio.

 

Nós ouvimos no culto um trecho de Atos 13, um dos sermões que Paulo pregou durante essa primeira viagem missionária. A mensagem que Paulo pregou dividiu as pessoas em dois grupos, como acontece hoje toda a vez que o evangelho é pregado.

 

UMA MENSAGEM E DOIS GRUPOS

Um primeiro grupo foi até Paulo no final da pregação e disse: “Você pode voltar semana que vem para pregar de novo?” E, o texto diz: “Paulo e Barnabé, falando com eles, os persuadiram a continuar firmes na graça de Deus”. Esse é o primeiro grupo. O grupo dos crentes na graça de Deus.

 

O segundo grupo era a oposição. Ele sempre existiu e sempre vai existir até Jesus voltar. Atos diz que “os judeus... ficaram com muita inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava” (Atos 13:45).

 

Mas a luz da Palavra de Deus continuou perfurando a oposição das trevas, como acontece até hoje, e salvando os perdidos que estavam na escuridão. Uma igreja foi plantada em Antioquia, com gentios “cheios de alegria e do Espírito Santo” (Atos 13:52).

 

Esse tipo de oposição não terminou quando Paulo foi embora. No ano 48 DC, 1 ou 2 anos depois que essas igrejas foram plantadas, Paulo precisou escrever Gálatas—a primeira carta dele—para pastorear os crentes que antes estavam cheios de alegria, mas agora estão cheios de confusão.

 

3.     A ORAÇÃO: GRAÇA E PAZ

 

[3] Que a graça e a paz estejam com vocês, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo,

 

Ver essa oração de Paulo para que Deus derrame graça e paz é prova de que essa carta não é simples debate teológico para ver quem tem os melhores argumentos. Paulo não está interessado em disputas intelectuais.

 

A motivação de Paulo é pastoral. Paulo está defendendo a mensagem do evangelho porque ele ama aquelas pessoas. Paulo escreve Gálatas por causa do amor.

 

Abandonar o evangelho da graça não é perder algumas recompensas no céu. A salvação por obras não é um segundo caminho para Deus, só um pouco mais difícil. Salvação por obras é um caminho que leva para outro lugar: para a destruição eterna.

 

Abandonar o evangelho verdadeiro é abandonar a Deus. É perder o céu. É perder Cristo. É jogar fora a graça e a paz que só ele pode dar.

 

Gálatas não é um tratado acadêmico para satisfazer os intelectuais. Deus deu Gálatas para os aflitos, os angustiados, os deprimidos, os confusos, para aqueles que estão sendo tentados, aqueles que estão com a consciência pesada por causa dos seus pecados.

 

O que nós mais precisamos nessa vida é da graça e da paz que a mensagem de Gálatas pode nos dar. A mensagem da salvação, não pelas nossas obras, mas pela fé em Cristo.

 

ORE ESSA ORAÇÃO

Quando você não souber o que orar por outras pessoas, você sempre pode orar por graça e paz. Todos nós precisamos de graça para sermos amorosos uns com os outros, graça para ouvirmos críticas e não ficarmos na defensiva, graça para não nos orgulharmos nas coisas que nós fazemos, graça para perseverar quando a vida está difícil.

[Schreiner, Galatians, p. 79].

 

Todos nós somos pecadores. E o que pecadores mais precisam é de graça—a maravilhosa e poderosa graça de Deus em Cristo Jesus.

  

UMA FONTE DIVINA

Eu tenho mais uma observação sobre essa oração: em toda a Bíblia, nenhuma vez um anjo ou um homem são fonte de graça e paz. A fonte é sempre divina. Só Deus pode dar a graça que nos perdoa e nos purifica. E só Deus pode dar a paz que a nossa inimizade natural contra Deus quebrou por causa do nosso pecado.

 

Em toda a Bíblia, só existe uma fonte de graça e paz: Deus. Mas vejam o que Paulo faz:

 

[3] (...) da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

 

Paulo pode fazer isso porque o Senhor Jesus Cristo também é Deus. Porque Jesus de Nazaré é a Segunda Pessoa da Trindade, o Deus Filho, o grande EU SOU.

 

Geralmente, as saudações terminavam aqui: autor, receptor e uma breve oração. Mas Gálatas é diferente. Paulo estica a saudação, de novo, para incluir a mensagem que ele vai defender por toda a carta—a mensagem da cruz.

 

Logo depois que ele cita o nome do Senhor Jesus, ele diz:

 

4.     A MENSAGEM DA CRUZ

 

[4] o qual entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos livrar deste mundo perverso [desta era perversa], segundo a vontade de nosso Deus e Pai,

 

A saudação de Paulo é uma saudação evangélica. Ele expande o número de palavras da introdução para incluir o evangelho. Em uma frase, o que é o evangelho?

 

ELE SE ENTREGOU

 

[4] [Jesus] entregou a si mesmo pelos nossos pecados.

 

Isso aconteceu na cruz. Jesus não foi morto contra a vontade dele. Ele entregou a si mesmo. Ele quis morrer por nós—por amor. Jesus disse me João 10:

 

Ninguém tira a minha vida; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para entregá-la e para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai (João 10:18).

 

Jesus veio se entregar “pelos nossos pecados”. Quando ele morreu naquela cruz, ele sofreu o que nós merecíamos: ele foi condenado por Deus no nosso lugar. Ele se entregou para morrer.

 

É da cruz dele que nós recebemos graça e paz. Não das nossas obras. Não de outros homens. E de nenhum outro lugar. Só dele, só pela cruz.

 

No capítulo 2, Paulo vai dizer:

 

E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gálatas 2:20).

 

Essa é a nossa graça. Essa é a nossa paz. Essa é a nossa mensagem e a nossa vida: ele se entregou por mim.

 

O que você precisa fazer para ser um cristão? O que você precisa fazer para Deus perdoar você de todos os seus pecados? Você precisa dizer com a fé de uma criança que não tem nada a oferecer a Deus: “O Filho de Deus me amou e se entregou por mim”.

 

Com Deus nós não nos relacionamos oferecendo coisas para ele. Ele já tem tudo. Ele não tem nenhuma necessidade. Com Deus nós nos relacionamos recebendo—confiando e recebendo.

 

E NOS LIBERTOU

Na frase seguinte, Paulo fala da libertação que Jesus conquistou para nós na cruz. Ele foi preso para nós sermos libertos.

 

[4] o qual entregou a si mesmo pelos nossos pecados, [para quê?] para nos livrar deste mundo perverso.

 

“Livrar” é a linguagem do Êxodo. “Livrar” foi o que Deus fez com os Israelitas no Egito quando ele os tirou da escravidão e os levou para a Terra Prometida:

 

Êxodo 3:8—Deus disse: Conheço o sofrimento do meu povo. Por isso, desci a fim de livrá-lo.

 

Êxodo 18:10—Bendito seja o Senhor, que libertou vocês das mãos dos egípcios e da mão de Faraó.

 

Não é absolutamente glorioso Deus abrindo o mar para o povo passar para ir habitar com ele? Mas Deus abrindo o Mar Vermelho é só o anúncio. A libertação que Jesus veio nos dar é maior. Bem maior! Moisés abriu o Mar. Jesus abriu o Céu.

 

Com a morte dele, Jesus abriu o céu e nos deu acesso a Deus.

 A morte de Jesus é um tipo de resgate como o que aconteceu no Egito. Só que maior. Bem maior!

 

Jesus veio para nos livrar deste mundo perverso—desta era perversa. Este mundo é marcado pelo pecado, pelo morte, pelo mal e pelo Maligno. A Bíblia diz que Satanás é o deus deste século (2 Coríntios 4:4). Os não-crentes andam sendo o curso deste mundo (Efésios 2:2).

 

Esse mundo é marcado pelo pecado e pela morte.

 

Mas Jesus nos libertou. A morte e a ressurreição de Jesus inauguraram uma nova era e um novo mundo. O reino de Deus será consumado quando Jesus voltar, mas o reino dele já foi inaugurado. A nova criação já começou.

 

Jesus invadiu esse mundo com a cruz dele e causou um terremoto de proporções cósmicas. Ele sacudiu o Universo. Quando a cruz de Cristo foi fincada na terra e Jesus foi levantado, Jesus causou um tipo de abalo nesse planeta que nós estamos sentindo as vibrações até hoje, 2 mil anos depois.

 

A Reforma Protestante foi um tremor secundário. Foi muito forte, mas foi secundário. O primeiro terremoto, o terremoto primário que originou todos os outros, foi um terremoto que começou em Jerusalém, no Calvário, quando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado e no terceiro dia saiu da sepultura vencendo a morte.

 

Você ainda está nesse mundo, crente, mas você não pertence mais a esse mundo. Nós ainda estamos na velha criação, mas nós já somos parte da nova criação.

 

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura [nova criação!]; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2Coríntios 5:17).

 

Cristão, você foi crucificado com Cristo, logo já não é você quem vive, mas Cristo vive em você. Esse viver que agora você tem na carne, viva pela fé no Filho de Deus que amou você e se entregou por você.

 

Então, enquanto o Senhor Jesus não voltar para consumar o reino dele—viva pela fé nele. Lute contra o pecado, resista a Satanás, e não se conforme aos padrões desse mundo, mas renove sua mente para que experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (cf. Romanos 12:2).

 

Você foi libertado pela cruz.

 

Diante de tão grande salvação, Paulo estica a saudação uma última vez para dar glória a quem é devido glória.

 

5.     A GLÓRIA DE DEUS

Eu vou ler a partir do versículo 4 de novo:

 

[4] o qual entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos livrar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai,

[5] a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!

 

A gloriosa e grandiosa obra de salvação de Deus através de Cristo tem um propósito final: dar glória a Deus. Nós somos libertados e Deus é glorificado.

 

Dar glória a Deus é reconhecer a majestade e a beleza e o poder de um Deus que é capaz de salvar pecadores e libertá-los da morte—morrendo ele mesmo através da Pessoa do Senhor Jesus.

 

Os céus proclamam a glória de Deus. Para onde você olhar nesse mundo, você verá a glória de Deus—a majestade e a beleza e o poder de Deus. Mas em nenhum outro lugar a glória de Deus brilha tão forte e tão clara quanto na cruz do Senhor Jesus Cristo.

 

O Filho de Deus vencendo sozinho o pecado e Satanás e a morte para nos libertar deve redundar em glória a Deus e a Deus somente. Soli Deo Gloria é o 5º Sola: Glória somente a Deus.

 

É errado dar glória a um profeta ou a um pastor. É errado dar glória a Paulo ou a Lutero ou quem quer que seja. A salvação é pela graça somente por meio da fé somente em Cristo somente para a glória de Deus somente.

 

CONCLUSÃO

Quando perguntaram para Lutero como ele pode fazer tantas durante a Reforma, a resposta dele foi cheia de glória—para Deus. Ele disse:

 

“Eu simplesmente ensinei, preguei, escrevi a Palavra de Deus; fora isso, eu não fiz nada. A Palavra fez tudo”. [George, Theology of the Reformers, p. 53]

 

É a Palavra de Deus—o evangelho da justificação pela fé—que tem poder para salvar. É a Palavra que faz tudo.

 

Que Deus cause um tremor santo no nosso coração por causa daquela cruz, onde o nosso Senhor se entregou pelos nossos pecados para nos libertar desse mundo mal. E que terremotos de salvação e avivamento sejam sentidos em Sumaré, no Brasil e nos confins da Terra.

 

E para cada um que for ressuscitado para vida eterna, que a glória seja dada a ele somente. Para todo o sempre. Amém!

 

Igreja Batista Jardim Minesota

Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144

Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré - São Paulo

 
 

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