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Foto do escritorPastor Alex Daher

Daniel 9:20-27: A Profecia das Setenta Semanas

Série: Domínio e Esperança

08 de dezembro de 2024 – IBJM



GEORGE MULLER

Essa passagem me fez lembrar de um homem chamado George Muller.

George Muller nasceu em 1805, na Alemanha. Ele descreve a juventude como ele sendo um jovem mentiroso e imoral. Ele chegava até a roubar dinheiro do pai na casa dele. Mas ainda jovem, ele começou a frequentar um estudo bíblico. Ele ficou admirado com o homem que estava liderando o estudo. Ele pensou: “Eu não sou capaz de orar como esse homem, apesar de ter estudado muito mais do que ele”.

Com o tempo, George Muller ficou admirado não só com aquele homem. Ele começou a ficar admirado com Jesus. Ele disse que começou a ficar constrangido pelo amor de Jesus durante esse tempo. Mas a medida que ele crescia na fé, ele começou a ficar incomodado com a falta de fé que as pessoas tinham, mesmo dentro da igreja. Ele queria viver de uma maneira em que desse “provas visíveis que o nosso Deus e Pai é o mesmo criador fiel que sempre foi”.

George Muller acabou se mudando da Alemanha para a Inglaterra. Ele ficou incomodando também com a quantidade de crianças nas ruas, órfãs e sem ninguém para cuidar delas. Ele decidiu lidar com essa necessidade criando um orfanato para elas já que não existia nenhuma instituição fazendo alguma coisa por essas crianças.

Ele tinha alguns desejos no coração com o orfanato. Ele tinha o desejo de cuidar das  necessidades físicas dos órfãos, o que é uma causa maravilhosa. Ele desejava também que esses órfãos fossem treinados no temor do Senhor, o que certamente era uma causa maravilhosa. Mas ele disse também o seguinte:

O primeiro e maior objetivo dessa obra—os orfanatos—era que Deus fosse magnificado pelo fato dos órfãos debaixo do meu cuidado recebessem tudo o que eles precisavam somente através da oração e fé, sem que eu ou alguém que trabalhasse comigo pedisse a alguém, de forma que assim fosse visto que Deus ainda é fiel e que ele ainda ouve orações.

E foi o que ele fez. De 1836, quando ele fundou a primeira casa para abrigar órfãos, até o dia em que ele morreu, 1898, ele nunca pediu dinheiro para nenhuma uma pessoa. George Muller fundou 5 orfanatos e cuidou de mais de 10 mil crianças. E durante esses 62 anos, o Senhor proveu para todas as necessidades dele e dos órfãos somente através de oração.

Ele registrou no diário dele 50 mil respostas de oração. Dessas 50 mil, 30 mil o Senhor respondeu em menos de 1 hora.

Ele conta que um dia ele não tinha nada para oferecer para as crianças de café da manhã no orfanato. Ele se sentou na mesa com eles e começou a orar e agradecer o Senhor. Logo depois, ele ouviu alguém batendo na porta. Um padeiro disse que acordou 2 horas da manhã, incomodado e entendeu que deveria preparar alguns pães e levar para o orfanato. Logo em seguida, outra batida na porta. Um homem aparece na porta e diz: “O meu caminhão de leite quebrou aqui em frente, eu quero dar essas garrafas de leite para vocês. E Deus proveu, naquela hora, em resposta à oração, o leite e o pão que eles precisavam.

Essa é só uma de muitas e muitas respostas de Deus à oração. Milhares de respostas. Eu lembrei de George Muller porque a passagem de hoje também é a resposta (rápida!) de Deus à oração de um homem.

No trecho anterior do capítulo 9 (até o versículo 19), Daniel está orando: pedindo a Deus para perdoar os pecados do povo e acabar com o exílio e levá-los de volta para de Israel.

[19] Ó Senhor, ouve! Ó Senhor, perdoa! Ó Senhor, atende-nos e age! Não te demores, por amor de ti mesmo, ó meu Deus, porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.

Agora, Deus vai responder.

Nós vimos como é maravilhoso podermos orar—podermos falar com Deus. Orar é um dos maiores privilégios que nós podemos experimentar nessa vida. Mas nossa comunhão com Deus é ainda mais maravilhosa.

Como se não bastasse podermos falar com Deus, quando você ora, Deus ouve. Jesus não só conquistou o direito de falarmos com Deus. Jesus conquistou a atenção dos ouvidos de Deus. Você fala. E Deus ouve!

Mas nossa comunhão com Deus é ainda mais maravilhosa e completa. Não só você fala com Deus. E não só Deus ouve. Deus ainda responde. George Muller tem razão: “Deus ainda é fiel e ele ainda ouve orações”... e responde!

Mas antes de chegar na profecia, o texto nos dá duas motivações para irmos até o Senhor em oração.

INTRODUÇÃO À ORAÇÃO (VV. 24-27)

1. DEUS ESTÁ DISPOSTO A NOS AJUDAR

Existe uma disposição—uma inclinação—no ser de Deus para nos ajudar e nos perdoar e agir em nosso favor. Essa é uma motivação para nós orarmos.

Daniel fez questão de enfatizar que ele ainda estava orando, ele ainda estava chorando pelos pecados, e Deus estava respondendo. Ele enviou Gabriel, e Gabriel foi voando, rápido, para levar a resposta para Daniel.

[20] Enquanto eu ainda falava, orava, confessava o meu pecado e o pecado do meu povo de Israel e lançava a minha súplica diante do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, [agora ele repete!] [21] sim, enquanto eu assim orava, Gabriel, o homem que eu tinha visto na minha visão anterior, veio rapidamente, voando, e tocou em mim; era hora do sacrifício da tarde.

Isso foi o que Daniel viu na terra. O que Gabriel experimentou no céu confirma essa disposição divina em nos ajudar e agir em nosso favor.

[22] Ele queria instruir-me, falou comigo e disse: — Daniel, agora eu vim para dar a você inteligência e discernimento. [23] Quando você começou a fazer as suas súplicas, foi dada uma ordem, e eu vim para explicar tudo a você...

Daniel começou a fazer súplicas, ele nem terminou ainda, e Deus já deu ordem para Gabriel ir falar com Daniel e responder a oração. Esse é o nosso Deus e Pai. Daniel fez questão de enfatizar essa disposição de Deus de nos ouvir e agir para nós incentivar a confessar e orar.

“SUAS ORAÇÕES JÁ FORAM ATENDIDAS”

Semana passada eu li uma história do professor Russell Shedd—um homem de Deus que serviu no Brasil por muitos anos. Ele recebeu uma oferta em dinheiro que ele não estava esperando. Em vez de gastar o dinheiro rápido, ele disse para a esposa: “Vamos pedir sabedoria para ver como o Senhor quer que nós gastemos esse valor”.

Depois de alguns dias, ele chegou mais cedo na sala de aula e tinha um aluno, sozinho, ajoelhado e chorando. O professor Shedd chegou perto e perguntou para ele: “Qual é o problema?”

O aluno disse que um dos filhos tinha morrido de leucemia e agora o segundo filho estava tendo os mesmos sintomas. O médico falou para ele levar o filho para fazer um exame, mas ele não tinha condições de pagar o exame do filho.

Russell Shedd sorriu e disse: “Suas orações já foram atendidas. Deus colocou o dinheiro na minha conta justamente para sua necessidade”. Ele se sentou, fez o cheque na hora e deu para aquele homem.

Você vê o que pode acontecer quando duas pessoas, um pai desesperado e um professor piedoso, pedem ajuda a um Deus que ouve orações. O resultado são pessoas abençoadas e Deus glorificado.

Deus é assim. Quando você começa a orar, Deus já começa a responder.

Às vezes, ele responde com “sim”. Às vezes, ele responde com “não”. Às vezes, ele responde com “espera, meu filho”, “espera, minha filha”. Mas para você que está unido a Cristo pela fé, Deus sempre ouve e sempre responde. E ele sempre sabe o que é melhor para os seus filhos.

Deus não está de braços cruzados, de mau-humor, precisando de 500 razões para finalmente aceitar fazer alguma coisa por você. Existe uma disposição divina em ajudar os filhos dele.

Vocês que têm filhos, vocês já experimentaram uma faísca dessa disposição santa. Seu filho pede alguma coisa para você, e no momento em que ele fala, esse impulso acorda em você e, se você pudesse, você compraria o mundo para eles.

Nem sempre é sábio dar o que eles pedem. E nem sempre você tem dinheiro para comprar o que eles querem. Mas a sua disposição é dar.

Jesus disse:

Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11).

Deus é o Pai mais generoso desse mundo. E ele tem o mundo todo a dispor dele. Essa é uma motivação maravilhosa para nós orarmos.

A segunda motivação é que não só Deus está disposto a nos ajudar.

2. DEUS ESTÁ TAMBÉM DECIDIDO A NOS AMAR. E MUITO.

Olha a razão que Gabriel dá para Daniel para Deus ter respondido.

[23] Quando você começou a fazer as suas súplicas, foi dada uma ordem, e eu vim para explicar tudo a você, porque Deus o ama muito. Portanto, preste atenção à mensagem e entenda a visão.

Nós amamos a Deus. Nós que estamos em Cristo, o Espírito colocou essa fé e esse amor a Deus em nós. Você poder dizer, cristão—mesmo com todos os pecados que ainda restam em você—você pode dizer sinceramente: “Meu Deus, eu amo o Senhor”.


Mas sabe o que é ainda mais maravilhoso do que falar que você ama a Deus. É ouvir Deus falar que ama você.

Cristão, você precisa acreditar que, se você está em Cristo, o amor que Deus tem por Daniel é o mesmo amor que ele tem por você. Se nós acreditarmos nisso, nós vamos orar mais e com mais fé.

Nós precisamos acreditar que Gabriel diria a mesma coisa para você:

“Alex, Deus o ama muito”. E Deus confirma o amor dele por nós hoje. Ele faz isso, não enviando o anjo Gabriel. Ele faz algo ainda maior. Ele mesmo vem através do Espírito dele para selar esse amor em nós.


Romanos 8:16—O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus.


E essa confirmação do amor de Deus—de que somos filhos amados—nós faz orar.

Daniel não escreveu essa “introdução” à profecia que ele recebeu por acaso. Ele está colocando diante de nós a disposição de Deus de nos ajudar e a decisão de Deus de nos amar para nos fazer orar durante o exílio. Para nos levar a buscar o Senhor até chegar a hora de irmos para a casa. Para mostrar que “Deus ainda é fiel e que ele ainda ouve orações”.


Agora, se você está aqui e você ainda não confia em Cristo, então Deus ainda não é o seu Pai e ele não ouve as suas orações.


Tentar se aproximar de Deus sozinho, sem que seja por meio de Cristo, é uma afronta a santidade de Deus. Nenhum pecador pode entrar na presença de Deus sem ser fulminado pelo calor da santidade dele.

Quem rejeita o Filho, o rejeita o Pai. Isso significa que você ainda está debaixo de culpa e da condenação de Deus. Você ainda está debaixo da ira de Deus. E por causa da sua rejeição, a força divina que estaria disponível para ajudar você irá na direção de julgar você.


Mas Deus proveu uma maneira segura de se aproximar dele. Deus proveu uma maneira de se tornar um filho amado dele. E só uma maneira. Não é através do que você faz. É confiando no que Cristo já fez. Crendo que, quando ele morreu naquela cruz, ele estava carregando os seus pecados.

E quando você crê, Cristo veste você com o manto da justiça dele. E vestido da justiça de Cristo, você pode entrar na sala do trono e falar com o Rei. E ele vai ouvir você, ele vai sorrir para você, e ele vai agir em seu favor.


Que hoje seja um dia de salvação. Pare de confiar nos seus bons atos. Para de confiar em você mesmo. Pare de fugir de Deus. Confesse seus pecados.

E creia no Senhor Jesus.


E você será salvo. E você terá para sempre ao seu lado um Deus que ouve, que perdoa, que atende, que age e que ama você.


A PROFECIA DAS SETENTA SEMANAS (VV. 24-27)

Agora nós chegamos na resposta de Deus. E Deus responde com a profecia da 70 semanas:


[24] — Setenta semanas estão determinadas para o seu povo e para a sua santa cidade, para acabar com a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos.


Essa é uma das passagens mais difíceis da Bíblia. Sem exagero, existem 70 interpretações diferentes para a profecia das 70 semanas, mesmo entre os cristãos que creem que a Bíblia é a Palavra de Deus e não tem erro.

E para provar o meu amor por vocês, eu não vou tentar explicar as 70 interpretações diferentes. Eu vou falar para vocês só a interpretação certa.


Sinceramente, eu vou tentar explicar o que eu entendo que a profecia está dizendo. Algumas coisas são mais simples, outras são mais difíceis de entender. Mas aqui vai a boa notícia: os fatos mais importantes sobre a profecia são claros. E são neles em que nós devemos nos agarrar com mais força.


SETENTA SETES

A primeira decisão que nós precisamos tomar é o que significam essas “Setenta Semanas”.


[24] — Setenta semanas estão determinadas para o seu povo [Israel] e para a sua santa cidade [Jerusalém]...


Nós precisamos lembrar que Deus está respondendo a uma oração de Daniel. Daniel leu que o profeta Jeremias disse que o exílio duraria 70 anos.

O tempo chegou. Daniel vai até o Senhor e pede: “Ó Senhor fiel e misericordioso, nos leva de volta para a terra que o Senhor nos deu. Acaba com o nosso exílio”.

Deus responde que o exílio vai acabar, mas não em 70 anos, mas em 70 semanas. A palavra “semana” não pode ser entendida como uma semana de dias—7 dias. A linguagem aqui é mais enigmática. Eu diria, mais simbólica.


A palavra “semana”, em Hebraico, a língua dos judeus, é a mesma palavra para o número 7. A resposta de Deus é: “Daniel, o exílio vai acabar em 70 setes”. Vamos interpretar, por enquanto, a profecia como 70 semanas simbólicas—70 períodos de tempo.


O PROPÓSITO DA PROFECIA

O propósito da profecia é mais direto. Deus dá 6 propósitos ou 6 coisas que o Senhor irá fazer. Os 3 primeiros estão relacionados ao pagamento dos pecados:


[24] — Setenta semanas estão determinadas para o seu povo e para a sua santa cidade, para (1) acabar com a transgressão, (2) para dar fim aos pecados, (3) para expiar a iniquidade, Daniel estava com uma angústia santa por causa dos pecados de Israel.


Deus está dizendo: “Em setenta semanas, eu vou dar fim aos pecados e pagar por eles. A iniquidade de vocês será expiada”.

O próximo propósito é a parte positiva do evangelho:


[24] (...) (4) para trazer a justiça eterna, Foi o que Jesus veio fazer. Jesus não veio nos dar uma justiça temporária.


Quando nós cremos no evangelho, nós somos declarados justos—por toda a eternidade.


“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus” (Romanos 5:1).


[24] (...) (5) para selar a visão e a profecia...


Uma profecia é selada quando ele é cumprida. O rolo é aberto, a profecia é lida, Deus executa, e agora o rolo pode ser fechado e selado. Seu propósito já foi consumado.

E por último, sexta promessa de Deus:


Final do v.[24] (...) e (6) para ungir o Santo dos Santos.


O Santo dos santos era o lugar dentro do Templo onde Deus manifesta a presença dele com o povo. Ungir o Santo dos Santos é uma promessa para restaurar o lugar onde Deus habita. Em outras palavras, Deus está dizendo:


“Eu vou habitar com vocês novamente”.


A chave para entender o que Deus está dizendo é entender que existem dois tipos de exílio. Existe um exílio físico—o povo está geograficamente longe da terra, mas existe também um exílio espiritual—o povo está espiritualmente longe de Deus, por causa dos pecados.


A resposta de Deus lida com os dois exílios—o físico e o espiritual (e mais importante!).

Deus está dizendo para Daniel: “Daniel, o exílio na Babilônia vai acabar depois de 70 anos. Mas eu determinei 70 semanas para acabar com o exílio espiritual—para pagar pelos pecados e trazer justiça eterna para o meu povo. Continue confiando em mim”.


Nos próximos versículos, Gabriel dá mais detalhes sobre esse período de 70 semanas. Ele divide esse período em 3 partes:

[Gentry & Wellum, Kingdom through Covenant, p. 531s; Ollyot, Ouse Ser Firme, p. 152s]

O primeiro período será de 7 semanas, o segundo de 62 semanas e o último período de 1 semana: 7, 62, 1. Crianças, vocês percebem por que vocês precisam continuar estudando matemática. Matemática é importante. 3 períodos: 7 + 62 + 1. O total é:70. 70 semanas.


PRIMEIRO PERÍODO: 7 SEMANAS

O primeiro período começa com a ordem para restaurar Jerusalém.


[25] Saiba e entenda isto: desde que foi dada a ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até a vinda do Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas. As ruas e as muralhas serão reconstruídas, mas será um tempo de muita angústia.


Nessa última frase, Gabriel está claramente falando do tempo em que Esdras e Neemias voltaram para Jerusalém para reconstruir as muralhas e o templo.


Essa parte da profecia já se cumpriu. A Bíblia tem dois livros chamados “Esdras e Neemias” que narram em detalhes a reconstrução das muralhas e o do Templo em Jerusalém e a enorme oposição que o povo teve que enfrentar. Foi “um tempo de muita angústia”.


SEGUNDO PERÍODO: 62 SEMANAS

O segundo período é o tempo de 62 semanas. Gabriel não dá detalhes doque vai acontecer durante esse período. É um período mais longo que o primeiro (62 semanas é maior que 7 semanas), mas ele não fala de nenhum evento específico durante essas 62 semanas.

Existe uma razão para isso. Esse segundo período de 62 semanas termina com o evento mais importante da história: a vinda do Ungido.


[25] Saiba e entenda isto: desde que foi dada a ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até a vinda do Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas.


A palavra Ungido é a mesma palavra para “Cristo”. A chegada do Ungido—de Cristo—vai acontecer depois desses dois períodos.

Resumo: no primeiro período, de 7 semanas, Jerusalém será reconstruída.


E depois de mais 62 semanas, vem o Ungido. A profecia está falando do Messias—o Rei prometido que iria salvar o povo de Deus. Os próximos versículos vão deixar ainda mais claro quem é esse Ungido.

Até aqui, então, já se passaram 7 semanas mais 62 semanas, que dão 69 semanas. Só falta uma semana para completar o período das 70 semanas.


TERCEIRO (E ÚLTIMO) PERÍODO: A ÚLTIMA SEMANA


[26] Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto e não terá nada.


Gabriel está claramente falando de Jesus. Ungido significa Cristo. Cristo, o Ungido, será morto. Isaías tinha profetizado que Cristo seria “cortado da terra dos viventes” (Isaías 53:8). E ele foi.

Essa profecia se cumpriu 2 mil anos atrás, quando Jesus de Nazaré foi pregado naquela cruz romana e morreu—pelos nossos pecados, para expiar a nossa iniquidade, para nos dar justiça eterna.

Olhe novamente para o versículo 26. O texto está dizendo que:


[26] Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto e não terá nada.


“Não terá nada” é uma tradução possível, mas aqui eu estou convencido que seria melhor traduzir como “o Ungido será morto, mas não por ele”.


A mensagem é: a morte do Messias não será pelos pecados dele, mas será pelos pecados do povo. Será uma morte substitutiva, uma morte “não por ele”, mas por nós.

Isso casa com a profecia de Isaías 53 sobre o Salvador, quando Isaías diz que:


[Ele] foi ferido por causa da transgressão do meu povo (Isaías 53:8).

E que ele levará sobre ele mesmo as nossas iniquidades (Isaías 53:11).


Deus revela mais eventos da última semana—a semana 70:


[26] (...) O povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário. O seu fim virá como uma inundação. Até o fim haverá guerra, e desolações foram determinadas.


Esse povo que irá destruir a cidade de Jerusalém e o santuário é o povo de Roma—o Império Romano. Essa profecia também já se cumpriu. No ano 70, o general romano Tito avançou contra Jerusalém e destruiu o templo. Colocou fogo em tudo e não ficou pedra sobre pedra, como Jesus também profetizou antes de ele morrer.

Gabriel tem ainda 3 revelações sobre a última semana—a semana que nós estamos vivendo.


1. A ÍNÍCIO DE UMA ALIANÇA


[27] Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana. Muitas pessoas entendem que esse versículo está falando do Anticristo que fará aliança com muitos judeus antes da volta de Cristo. Faz mais sentido entender esse texto como a aliança que Jesus fez conosco.


Na Ceia, o Senhor Jesus disse:


Mateus 26:28—Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.


Jesus fez uma firme aliança com muitos. Ele fez essa aliança com o sangue dele.

O versículo 26 e 27 estão falando da mesma semana—a última semana.

É como se o versículo 27 desse mais detalhes do que ele já falou no versículo 26.


A Bíblia faz muito isso. Primeiro ele fala de uma maneira mais geral, e depois fala do mesmo evento, mas sendo ainda mais específico. A Bíblia começa assim: Gênesis 1 fala de toda a criação, e Gênesis 2 volta e dá mais detalhes sobre a criação do homem e da mulher. Aqui em Daniel 9 está acontecendo a mesma coisa.


No versículo 26, Gabriel disse que o Ungido seria morto. Agora ele está voltando para dar mais informações sobre o que a morte do Ungido irá conquistar: uma aliança com muitos.


Uma confirmação dessa interpretação vem quando nós trazemos novamente a profecia de Isaías 53 para nos ajudar. Duas vezes, Isaías usa a palavra “muitos” no contexto da morte do Messias pagando pelos nossos pecados.


O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si... [Ele] levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu (Isaías 53:11-12).


Jesus fez firme aliança com muitos. É só nós olharmos para a história da igreja. Alguns desses muitos estão aqui na IBJM e muitos mais espalhados pelas tribos, línguas, povos e nações desse mundo.


E Jesus tem poder para salvar ainda muitos. E é por isso que nós precisamos evangelizar nossos vizinhos e nossos parentes e colegas de trabalho. É por isso que nós precisamos enviar missionários pelo Brasil e pelo mundo. Jesus já comprou muitos. Ele vai trazer as ovelhas dele para o céu. Nosso papel é chamá-los para crer no Ungido que morreu e ressuscitou e vai voltar. Nosso papel e nosso privilégio.

Além do início de uma nova aliança, Gabriel revela o fim da antiga aliança.


2. O FIM DOS SACRIFÍCIOS


Continuação do v.[27] (...) Na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais.


Ou seja, durante essa última semana, na metade da semana, o sacrifício e as ofertas vão acabar. E acabaram mesmo. Primeiro, porque o templo de Jerusalém foi destruído. Mas segundo e mais importante, porque o sacrifício de Jesus colocou um fim em todo o sistema de sacrifícios do Antigo Testamento—porque ele é o Cordeiro de Deus para o qual todos os outros cordeiros apontavam.


Os bilhões de litros de sangue que foram derramados apontavam para ele. Jesus ungiu o Santo dos santos. Não com óleo, mas com sangue dele.


Ele nos deu acesso a presença de Deus. Não reconstruindo o templo, mas rasgando o véu.

A última revelação do anjo Gabriel sobre os últimos dias mantém o espírito das profecias do livro de Daniel.


3. A VINDA E A DESTRUIÇÃO DO ANTICRISTO


[27] (...) Sobre a asa das abominações virá aquele que causa desolação, até que a destruição, que está determinada, seja derramada sobre ele.


O Anticristo virá para destruir o povo. Mas vai chegar o dia em que ele será destruído. A destruição determinada será derramada.

Essa interpretação casa com o restante da Bíblia. A vinda de Jesus inaugura a última semana, os últimos dias, os últimos tempos.

O que nós podemos esperar agora são guerra e desolação do lado do mal.

O que nós também podemos esperar agora é paz e salvação do lado do bem—do lado do Ungido (Cristo) que morreu e ressuscitou e continua fazendo uma firma aliança com muitos e salvando pessoas de todas as nações.


O que nós podemos esperar também desses últimos dias é que nenhuma palavra do Senhor deixará de ser cumprida. Tudo o que Deus diz que vai acontecer, acontece.

É por isso que você tem todas das razões do mundo para perseverar e continuar esperando a volta do seu Rei.


Deus profetizou que ele nasceria em Belém, e a profecia se cumpriu.

Deus profetizou que ele entraria em Jerusalém em um jumentinho, e a profecia se cumpriu.

Deus profetizou que ele seria morto no madeiro, e a profecia se cumpriu.

Deus profetizou que ele ressuscitaria no terceiro dia, e a profecia se cumpriu.

E por isso também, povo de Deus, nenhum detalhe da profecia das setenta semanas deixará de se cumprir.


SETENTA SEMANAS, DE ANOS

Agora, ouça isso: eu disse que, quando Daniel recebeu a profecia das 70 semanas, ou 70 setes, ele deve ter entendido de forma simbólica. O número 7 carrega o símbolo de plenitude, de completo.


Quando Daniel recebeu essa profecia, não estava explicitamente claro se as semanas deveriam ser entendidas como um símbolo de período de tempo ou se deveria ser entendido de forma mais literal.

Mas conforme o tempo avançou e Jesus veio inaugurar a nova aliança, nós ganhamos mais clareza para interpretar essa profecia. Assim como nós temos mais clareza para ler o Antigo Testamento com o Novo Testamento já revelado a nós.


Quando Jesus vem, é como se os raios da glória dele iluminassem os textos do Antigo Testamento e, o que antes já estava lá e não dava para ver, agora fica mais aparente.


Por que eu estou falando tudo isso? Porque eu entendo que nós podemos, hoje, olhar para a profecia das 70 semanas e ver mais claramente que Deus estava falando também de 70 semanas de anos—ou 70 períodos de 7 anos, literalmente.


Ouça isso: em 458 AC, um rei persa chamado Artaxerxes deu uma ordem para restaurar Jerusalém, como no versículo 25—“dada a ordem para restaurar e edificar Jerusalém”.


A profecia fala que essa restauração levaria 7 semanas, ou 7 x 7 anos, o que dá 49 anos. Sabe quanto tempo levou para a restauração de Jerusalém—desde a ordem dada por Artaxerxes até as muralhes serem completadas? 49 anos.


Depois disso, a profecia fala de um segundo período de 62 semanas, quando apareceria o Ungido, Cristo. Muito bem, 62 semanas de anos (62 x 7 anos) dá um total de 434 anos. Sabe onde essa data cai? 434 anos depois das muralhas de Jerusalém reconstruídas cai no ano de 27 DC. Sabe quem foi batizado e começou seu ministério público nesse ano? Jesus de Nazaré, o Ungido.


A profecia das 70 semanas diz ainda que na metade dessa última semana, na metade de 7 anos—ou seja, depois de 3 anos e meio, o Ungido seria morto para fazer aliança com muitos. Você sabe depois de quanto tempo de ministério público o Senhor Jesus foi morto em uma cruz? 3 anos e meio, metade de 7 anos.


É muito difícil imaginar que tudo isso foi coincidência. Faz muito mais sentido entender como providência. Faz muito mais sentido entender que existe um Deus que governa a história e o mundo e vai salvar o povo dele, como ele prometeu, do jeito que ele prometeu.


Não estava claro na época de Daniel, mas olhando agora para trás, iluminados pelos raios da glória da vinda de Cristo, a profecia das 70 semanas é uma profecia de 70 semanas de anos, 70 x 7 anos, o que dá 490 anos.

Se os 70 anos do exílio profetizados por Jeremias se cumpriram literalmente, faz sentido a profecia das 70 semanas de anos se cumprir literalmente também.


CONCLUSÃO

Povo de Deus, eu pergunto para vocês: nós não temos todas as razões do mundo para confiar no nosso Deus? O Deus soberano e fiel. O Deus que declara o futuro e cumpre o que ele prometeu.


Deus acabou com a transgressão, como ele prometeu.

Deus deu fim aos pecados e expiou a nossa iniquidade, como ele prometeu.

Deus trouxe justiça eterna, ele selou a profecia e ele ungiu o Santo dos santos com o sangue da cruz do Ungido, o nosso Senhor Jesus.

Nós estamos vivendo nos últimos dias, nos últimos tempos, na última semana. Quando Jesus voltou para o céu para assumir o trono dele:


• Ele prometeu que ele voltaria entre as nuvens com grande poder e glória.

• Ele prometeu enxugar todas as nossas lágrimas.

• Ele prometeu que nós vamos reinar com ele por toda a eternidade. Ele vai cumprir.


George Muller e Daniel são prova de que Deus ainda é fiel e ele ainda ouve orações.

O que você faz, então, enquanto você espera Jesus voltar?


Você ora. E você confia no Ungido que foi morto—não por ele, mas por você—e que ressuscitou e em breve voltará com poder e glória, para enxugar nossas lágrimas e reinar conosco.


 

Igreja Batista Jardim Minesota

Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144

Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré - São Paulo

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