Série: Domínio e Esperança
10 de novembro de 2024 – IBJM
Depois de 40 dias e 40 noites, nós estamos voltamos para o livro de Daniel. Hoje nós entramos na segunda metade do livro. E como vocês vão perceber, a segunda metade é bem diferente da primeira.
Nos 6 primeiros capítulos de Daniel, nós temos uma série de narrativas:
• No capítulo 1, Daniel e seus 3 amigos são levados de Jerusalém para o exílio, na Babilônia. Daniel e seus amigos são fiéis, apesar de viverem em um ambiente pagão.
• No capítulo 2, Daniel interpreta o sonho que Nabucodonosor teve, de uma estatura gigante que é destruída por uma pedra.
• No capítulo 3, Nabucodonosor constrói uma estátua gigante e ordena que o mundo inteiro adore a estátua. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se recusam porque eles são fiéis. Eles são jogando na fornalha ardente. Jesus entra no fogo com eles e os protege, e eles são salvos. Porque Deus salva os seus.
• No capítulo 4, Nabucodonosor tem outro sonho. O sonho agora é com uma árvore gigante que é arrancada. Daniel interpreta o sonho. A árvore arrancada é o rei Nabucodonosor por causa do orgulho dele. Deus humilha o rei, o rei se humilha diante de Deus e confessa que só Deus é Deus.
• No capítulo 5, Belsazar, o neto de Nabucodonosor prepara um banquete pagão. Ele usa os objetos do templo de Jerusalém para blasfemar o Senhor. Deus escreve na parede, Daniel desvenda o significado, e o rei Belsazar é julgado e humilhado e morto porque ele não se arrependem e se humilhou diante de Deus. Porque Deus humilha quem se exalta, e exalta quem se humilha. Daniel continua sendo fiel.
• No capítulo 6 é a Persa e não mais a Babilônia que domina. Mas Daniel continua servindo em um mundo pagão. E ele continua sendo fiel a Deus. O rei publica uma lei anti-oração, mas Daniel continua orando ao Deus dele. Daniel é preso e jogado na cova dos leões. Jesus entra na cova, fecha a boca dos leões. Porque Deus salva os seus.
Todas essas narrativas mostram que não há ninguém como o nosso Deus. Ele é incomparável. Indestrutível. Invencível. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Ele salva aqueles que confiam nele.
APOCALIPSE DE DANIEL
Agora, na segunda metade, o estilo em que Daniel escreve—o gênero literário—muda. Até o final do livro, Daniel registra 4 visões que ele teve enquanto ele estava no exílio. E essas visões são escritas com uma linguagem apocalíptica. A segunda metade de Daniel é o Apocalipse do Antigo Testamento.
Daniel fala de um urso com 3 costelas na boca, um leão com asas de águia, um rio de fogo fluindo de um trono, feras com vários chifres e chifres com olhos e boca.
VOLTA NO TEMPO
Uma segunda observação sobre essa segunda metade. Nós estamos voltando no tempo. Do capítulo 1 ou 6, as narrativas aconteceram na ordem e elas passam por todo o tempo em que Daniel viveu no exílio.
No capítulo 1, Daniel tinha 14 anos quando foi tirado do seu país e foi levado para a Babilônia. O capítulo 6 terminou no final do período do exílio, quase 70 anos depois, quando Daniel tinha uns 80 anos.
Nessa segunda metade do livro, nós voltamos no tempo. Cronologicamente, nós estamos antes do capítulo 5.
[1] No primeiro ano do reinado de Belsazar, rei da Babilônia, [antes da Pérsia] Daniel teve um sonho, e visões passaram diante de seus olhos, quando ele estava deitado em sua cama. Logo depois ele escreveu o sonho, fazendo um resumo de todas as coisas.
Daniel aqui não tem 80 anos ainda. Ele está com 67. Os cabelos já estão brancos. A pele mais enrugada. Faz mais de 50 anos que ele vive longe da Terra Prometida. E Deus traz uma mensagem para Daniel enquanto ele está dormindo.
O nosso Deus é um Deus que fala com seu povo. E a mensagem que Daniel precisava ouvir e repassar foi tão necessária na época dele quanto é necessária na nossa época.
Esse capítulo também se divide em duas partes. A primeira metade que o Hendrew leu (versículos 1 a 14) nós temos a VISÃO. A segunda metade (do versículo 15 ao 28), nós temos a INTERPRETAÇÃO da visão:
[15] — Eu, Daniel, fiquei alarmado, e as visões que passaram diante dos meus olhos me perturbaram. [16] Então me dirigi a um dos que estavam ali perto [um anjo] e lhe pedi a verdade a respeito de tudo isso. Ele falou comigo e me fez saber a interpretação das coisas: [17] “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. [18] Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade a eternidade.”
Segundo o anjo que ajudou Daniel a interpretar, os 4 animais da visão são 4 reis. Mas no final, o povo de Deus vence. O anjo não está preocupado em dar um spoiler. Vocês, santos do Altíssimo, vão possuir o reino por toda a eternidade.
Mas vamos voltar para a visão para interpretarmos com mais detalhes e aplicarmos a mensagem de Daniel 7 para nós hoje.
Eu quero nos lembrar que esse texto não está aqui para decifrarmos uma mensagem misteriosa. O propósito de Daniel 7 é injetar fé no nosso coração—tanto na Babilônia quanto em Sumaré.
A VISÃO (PARTE 1): AS QUATRO BESTAS
[2] Daniel disse: — Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o grande mar. [3] Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.
4 ventos porque os ventos vem de 4 lados: norte, sul, leste e o oeste. Ou seja, a agitação (a revolta) está em todo o mundo. Os grandes animais são do grande mar. Na Bíblia, muitas vezes, grandes águas são um símbolo de caos e rebelião. Em Apocalipse 13, que nós ouvimos no culto, a besta surge do mar.
E como o anjo disse para Daniel, os quatro grandes animais são 4 reis. Esse capítulo tem um paralelo com a estátua que Nabucodonosor viu em sonho no capítulo 2, que também tinha 4 partes: cabeça de ouro, peito e braços de prata, quadril de bronze, e as pernas de ferro.
As 4 bestas são 4 reis que representam 4 reinos: a Babilônia, a Pérsia, a Grécia e a Roma.
PRIMEIRO ANIMAL: O LEÃO É A BABILÔNIA
[4] — O primeiro era como um leão e tinha asas de águia. Enquanto eu olhava, as suas asas foram arrancadas, ele foi levantado da terra e posto em pé, para que andasse como homem; e foi dada a ele uma mente humana.
As asas arrancadas e depois posto em pé e dado uma mente humana é claramente uma alusão a humilhação de Nabucodonosor, quando ele viveu por anos comendo pasto com os animais do campo e depois o Senhor devolveu a mente humana quando ele se humilhou.
Esse é o único evento que já tinha acontecido na época do sonho de Daniel. A partir de agora, para Daniel, tudo é futuro:
SEGUNDO ANIMAL: O URSO É A PÉRSIA
[5] — A seguir, apareceu o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus lados. Na boca, entre os dentes, trazia três costelas. E lhe diziam: “Levante-se e devore muita carne.”
Ele não fala explicitamente aqui o nome da Pérsia, mas nos capítulos 8 e 9 a Pérsia é citada explicitamente. E a Grécia, o reino seguinte, também.
O urso se levantou sobre um dos lados porque o Império Persa era composto por uma coalisão no início: Os Medos e os Persas. Mas o lado do Império Medo ficou para baixo. Quem se levantou mesmo foi a Pérsia. E antes de isso acontecer, Deus disse que um dos lados se levantaria sobre o outro. A Palavra de Deus se cumpriu porque o nosso Deus é o Senhor da História.
O versículo 5 fala que o urso tinha 3 costelas na boca, porque foram 3 reinos principais que a Pérsia derrotou. Cada costela na boca do urso representa um reino destruído (ou devorado): Lídia (546 AC), Babilônia (539 AC) e Egito (525 AC).
E antes de acontecer, Deus disse o que aconteceria. A Palavra de Deus se cumpriu porque o nosso Deus é o Senhor da História.
TERCEIRO ANIMAL: O LEOPARDO É A GRÉCIA
[6] — Depois disto, continuei olhando, e eis que apareceu outro animal, semelhante a um leopardo. Tinha nas costas quatro asas de ave. Este animal tinha também quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.
O leopardo representa a Grécia porque ele é o mais rápido dos animais aqui e o Alexandre, o Grande, Imperador da Grécia, conquistou todos os reinos com a velocidade de um leopardo. Em somente 10 anos, dos 23 anos de idade até o morte dele, com 32 anos, Alexandre, o Grande passou engolindo os outros reinos. Ele foi um fenômeno militar.
O leopardo tinha 4 cabeças porque depois que Alexandre morreu, o Império foi dividido em 4 partes no ano de 323 AC. E 230 anos antes de acontecer, Deus disse que isso aconteceria. A Palavra de Deus se cumpriu porque o nosso Deus é o Senhor da História.
QUARTO ANIMAL É O IMPÉRIO ROMANO:
Esse é o pior de todos. Ele é tão violento que ele não é comparado com nenhum outro animal.
[7] — Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e apareceu o quarto animal, terrível, espantoso e muito forte. Tinha grandes dentes de ferro. Ele devorava, fazia em pedaços e pisava com os pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.
O Império Romano foi maior que os anteriores, tanto em poder quanto em duração. Os chifres representam reis. Chifre, na linguagem apocalíptica, simboliza força e poder. É assim que o anjo interpreta.
[24] Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele reino.
Algumas pessoas entendem o número 10 de forma literal. Me parece mais provável entender o número 10 na linguagem apocalítica como representando um número completo.
Esses 10 chifres então que se levantam do quarto animal representam os vários reinos que surgirão depois de Roma. É uma segunda fase da história mundial. É a etapa que nós estamos vivendo agora.
Deus está mostrando para Daniel o que vai acontecer no mundo:
• Na primeira etapa, Deus fala de 4 reinos representados por animais: BABILÔNIA, PÉRSIA, GRÉCIA e ROMA.
• Em uma segunda etapa, depois do Império Romano, Deus fala de 10 chifres para representar os vários poderes que surgirão ao longo de muito tempo.
Agora ele fala de uma terceira era da História Mundial—representada por um décimo-primeiro chifre. Um chifre que tem olhos e fala palavras arrogantes [Olyott, Ouse ser Firme, p. 118-120].
[8] — Enquanto eu observava os chifres [os 10 chifres], eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados. E eis que neste chifre havia olhos, como olhos de ser humano, e uma boca que falava com arrogância.
O DÉCIMO PRIMEIRO CHIFRE
Quem é esse chifre com olhos humanos e boca que fala arrogância? Existe uma enorme especulação sobre quem é esse 11º chifre. Mas vamos ouvir o que o anjo que está explicando a visão para Daniel diz sobre esse chifre.
Volte para o versículo 24:
[24] Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele reino.
Essa é a segunda etapa: os vários reinos que surgem depois do Império Romano.
O anjo a partir de agora fala desse 11º chifre que inaugura uma terceira etapa da História Mundial. O anjo dá uma série de informações sobre esse chifre:
• Ele é diferente dos outros reinos e ele vai destruir três reinos:
Continuação do v.[24] (...) Depois deles, se levantará outro rei [o 11º chifre], que será diferente dos primeiros, e derrotará três reis.
[25] Ele falará contra o Altíssimo,
Será um reino anti-Deus.
[25] (...) oprimirá os santos do Altíssimo
Ele que irá perseguir os cristãos. Será um reino anti-Cristãos.
[25] (...) e tentará mudar os tempos e a lei;
Ele irá tentar perverter a adoração a Deus e a Palavra de Deus. Será uma reino anti-Bíblia.
[25] (...) e os santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e metade de um tempo.
Duas informações aqui nessa profecia: primeiro, esse rei terá algum sucesso na perseguição aos cristãos. Segundo, essa expressão “tempo, tempos e metade de um tempo” é uma maneira apocalíptica de falar 3 anos de meio. Se você substitui pela palavra ano, fica: 1 tempo = 1 ano; 2 tempos = 2 anos; meio tempo = meio ano. Você soma: 1+2+0,5=3,5 ano. É assim também que João interpreta essa expressão no livro de Apocalipse.
Por que esse número 3,5 é importante? Esse número não é o número 7, o número que simboliza a eternidade. Ele é um número menor: metade de 7 (3,5) significa que é um tempo relativamente logo, mas é um tempo fixado por Deus e que irá acabar.
[26] Mas, depois, será instalada a sessão do tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até o fim.
Deus irá instalar uma “sessão do tribunal”. Deus irá se sentar na sua cadeira de Juiz—que também é um trono—e Deus irá tirar o domínio dele e julgá-lo e destruí-lo. Por mais poderoso que esse 11º rei seja, no final, ele não é tão poderoso quanto o Deus Todo-Poderoso.
O único reino que dura para sempre—por todos os tempos—é o reino de Deus. O reino que você, crente, entrou quando você confiou em Cristo—o Filho do Deus Altíssimo.
[27] O reino, o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.
Mas quem é esse 11º chifre de Daniel 7?
Quem é então esse rei—o 11º chifre? Ele é o anticristo. Esse é o anticristo que João fala na primeira carta de João, que é também a mesma pessoa que Paulo chama de “o homem da iniquidade e filho da perdição”.
2Tessalonicenses 2:3-4—Ninguém, de modo nenhum, os engane, porque isto não acontecerá [“isto” é a volta de Jesus] sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, apresentando-se como se fosse o próprio Deus.
A Bíblia diz que antes da vinda de Cristo, haverá um homem muito poderoso e maligno, uma pessoa usada por Satanás, que irá perseguir ferozmente a igreja e se portar como se ele fosse o próprio Deus. Paula fala ainda:
Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira (2 Tessalonicenses 2:9).
Esse iníquo é o Anticristo que, na profecia de Daniel, é o chifre com olhos humanos e boca que fala arrogância. Ele virá em um tempo de grande apostasia—muitas pessoas abandonando a fé e a perseguição aos cristãos será feroz.
Mas povo de Deus, ouça isso. Esse não é o final da História do Mundo. Essa é a primeira parte da visão. Nós paramos no versículo 8, quando Daniel está tendo uma visão do que vai acontecer na terra.
Agora nós vamos para a segunda parte da visão. A parte mais importante!
A visão que Deus dá a Daniel se move dos reinos da terra para o reino do céu. O foco agora não está nas 4 bestas e no chifre que fala com arrogância.
A VISÃO (PARTE 2): NO CÉU (VV. 9-14)
Na segunda parte da visão, Daniel vê duas Pessoas.
A Primeira Pessoa que ele vê é:
1. O ANCIÃO DE DIAS
[9] “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou. Sua roupa era branca como a neve, e os cabelos da cabeça eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono eram fogo ardente. [10] Um rio de fogo manava e saía de diante dele. Milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele. Foi instalada a sessão do tribunal e foram abertos os livros.”
A cena aqui é de um julgamento: “Foi instalada a sessão do tribunal”, Daniel disse. Mais especificamente, a cena é do Dia do Grande Julgamento. Os livros abertos são os livros que contém as obras de todas as pessoas. João teve uma visão da mesma cena em Apocalipse.
O Ancião de Dias é, claramente, Deus. Ele está sendo adorado por uma multidão—“milhares de milhares”. A roupa branca como a neve simboliza a SANTIDADE dele. Os cabelos brancos como a lã pura simboliza a SABEDORIA. O trono de chamas de fogo simboliza o PODER—poder para julgar seus inimigos.
A imagem que Daniel tem é cheia de glória e majestade. Deus é absolutamente maior que todos os reinos desse mundo. Ele está acima. Cheio de autoridade e poder. Ninguém tem o trono como o de Deus.
Deus, o Juiz de Toda a Terra, o Ancião de Dias, está assentado no trono de fogo com o martelo de juiz na mão. Ele bate na mesa, a sessão do tribunal é instalada e a vida das pessoas—registrada nos livros—é aberta.
Os governantes desse mundo se acham tão grandes e tão poderosos. Perto do nosso Deus, eles não são nada.
ACIMA DE TODOS
Imagine a injeção de coragem e ânimo que Daniel teve com essa visão. Ele estava debaixo do governo de Belsazar, na Babilônia. Um homem ímpio e poderoso. Que oprimia o povo de Deus. Mas Deus aparece para ele em uma visão e mostra: “Daniel, olha a minha glória. Olha o meu trono. Olha o meu poder e a minha sabedoria e a minha santidade. Quem governa a história sou eu!”.
Muitas vezes isso é tudo o que nós precisamos lembrar para levantar da tribulação e continua andando com esperança: levantar os olhos para o céu e ver que existe um Trono do Universo. E esse trono é ocupado pelo nosso Deus. O nosso Pai.
A História do Mundo e a história da nossa vida é governada pelo Ancião de Dias—absolutamente santo e por isso ele não pode pecar; completamente sábio e por isso ele não faz nada errado; totalmente poderoso e por isso ele pode fazer o que ele quiser.
A visão de Daniel continua:
O CHIFRE MORTO E QUEIMADO
[11] — Continuei olhando, por causa do som das palavras arrogantes que o chifre proferia. Fiquei olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e entregue para ser queimado.
O 11º chifre, o rei que parecia tão poderoso, que atacava a Deus, que atacava a Palavra de Deus, que atacava o povo de Deus, agora virou pó: uma palavra, e Deus mata, destrói e entrega a besta para ser queimada. Sem derramar nenhuma gota de suor, Deus acaba com seus inimigos.
Esse mundo pode parecer um caos. E nossa vida, às vezes, parece um caos. Deus está mostrando para Daniel (e para nós) o final da história. No final, o mal perde.
O próximo versículo funciona como um parêntesis para explicar o que aconteceu com os reinos anteriores:
[12] Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio, mas foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.
Como Daniel não tinha falado dos impérios anteriores, ele faz esse comentário: a Babilônia, a Pérsia e a Grécia (os outros animais) também perderam o domínio, mas esses reinos ainda tiveram uma influência no mundo por um tempo. Diferente do Anticristo que foi destruído para sempre quando ele foi julgado.
A visão de Daniel continua. E agora, além do Ancião de Dias, Daniel vê uma outra Pessoa:
2. O FILHO DO HOMEM
[13] “Eu estava olhando nas minhas visões da noite. E eis que vinha com as nuvens do céu alguém como um filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. [14] Foi-lhe dado o domínio, a glória e o reino, para que as pessoas de todos os povos, nações e línguas o servissem. O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”
Esse Filho do Homem é o nosso Senhor Jesus Cristo. Nenhuma outra pessoa se encaixa nessa descrição. Esse filho do homem da visão de Daniel tem tanto características humanas quanto divinas.
Ele carrega a nossa humanidade no nome dele. Ele é um filho do homem. Enquanto os outros reis são descritos como animais, bestas selvagens e violentas, esse rei está no céu com Deus é como um homem. Humano. Ele se identifica conosco.
Mas além de completamente homem, ele é também descrito como um ser divino:
• Ele vem com as nuvens, como se as nuvens transportassem a ele. E nos Salmos, Deus é quem “toma as nuvens por carruagem e voas nas asas do vento” (104:3).
• Ele é adorado por pessoas de todos os povos, nações e língua. Que ser humano pode ocupar um lugar desse?
• Ele recebe de Deus domínio, glória e o reino. E o final do v. 14 diz—(...) O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.
O Filho do Homem que tem a mesma glória e majestade de Deus e vai reinar por toda a eternidade com Deus.
Que homem pode ter esse reino eterno? Só um. Um homem que seja também Deus. E só existe um: o nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o Filho do Homem.
Esse foi o título que Jesus mais usou para ele mesmo. Mais de 70 vezes nos evangelhos.
Em um dos momentos mais importantes da vida dele, um pouco antes de ser morto, Jesus estava na casa do Sumo-Sacerdote sendo julgado. Ele estava cercado pelos escribas e os líderes de Israel. Várias pessoas vinham acusar Jesus de pecado e blasfêmia, mas Jesus ficou quieto.
Até que o sumo-sacerdote—a maior autoridade em Israel—diz para Jesus:
— Eu exijo que nos diga, tendo o Deus vivo por testemunha, se você é o Cristo, o Filho de Deus (Mateus 26:63).
No momento em que Jesus estava sendo perseguido, oprimido, atacado, cercado pelas forças do mal, o que Jesus fez? Jesus proclamou com confiança perfeita diante dos seus adversários a visão de Daniel 7:
Jesus respondeu:
— É o senhor mesmo quem está dizendo isso. Mas eu lhes digo que, desde agora, vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu (Mateus 26:64).
Quando Jesus precisa de força para continuar indo em direção a cruz, Jesus usou Daniel 7. Ele usou a promessa do reino eterno que ele receberia. Jesus sabia o final da história. Ele sabia que poderia confiar no Pai dele, o Deus que se assenta no trono do Universo.
Era como se Jesus estivesse dizendo:
“Vocês não têm poder sobre mim. Eu vou me sentar à direita do meu Pai e ele irá me dar um reino eterno. Vocês estão me condenando, mas no final o Juiz de toda a Terra irá me exaltar. E isso me basta”.
Jesus carregou Daniel 7 no coração para enfrentar com fé os reinos desse mundo. O futuro prometido por Deus para ele teve poder suficiente para sustentar Jesus diante dos seus inimigos.
No final da história, o mal perde e o bem vence. O Rei vence. Um dia todos os reinos desse mundo serão destruídos. Todo o mal será expulso. O pecado deixará de existir. Nosso Rei virá das nuvens com grande poder e glória e irá estabelecer o reino dele para sempre.
Aqueles que se mantiverem rebeldes a ele, aqueles que não entregam sua vida a Cristo e recebem a Cristo como Senhor, esses terão o mesmo fim do pequeno chifre, do anticristo. Eles serão condenados a um inferno eterno—ao lago de fogo, de onde eles nunca sairão.
Mas você, crente, você que recebeu a Cristo—você que crê que Jesus é o Filho do Homem, que ele é o Rei dos reis que virá e que morreu pelos seus pecados naquela cruz, você irá participar do reino de Deus com seu Salvador.
Seu sofrimento e lutas nesse mundo podem durar alguns anos. Mas sua vida no reino quando Jesus voltar vai durar para sempre.
Vale a pena ser fiel a Deus até o fim. Vale a pena buscar o reino de Deus e a sua justiça. Vale a pena rejeitar as ofertas do mundo e de Satanás.
Vale a pena buscar a santidade.
Vale a pena, mesmo que todas as forças do mal se juntem contra nós.
Porque você sabe como a história termina:
[18] Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade a eternidade.
Ovelha do Senhor Jesus, você ouviu isso. O Reino eterno que Deus deu para Jesus por causa da vitória dele na cruz, ele vai dar para você. Ele é o Rei desse reino, mas você que ama o Senhor e confia nele e recebeu o evangelho da graça com fé, você vai reinar juntos. É o que está escrito. Jesus repetiu essa promessas para os seus discípulos.
Lucas 12:32—Não tenha medo, ó pequeninho rebanho; porque o Pai de vocês se agradou em dar-lhes o seu Reino.
Essa mensagem era o que Daniel precisava para permanecer fiel na Babilônia.
[28] — Aqui termina a explicação. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu. Mas guardei estas coisas em meu coração.
CONCLUSÃO
Ele ficou perturbado diante da majestade de Deus e da violência dos reinos desse mundo contra o povo de Deus. Ele ficou perturbado. Ele ficou pálido. As imagens foram muito fortes.
Deus deixou claro para Daniel que o meio da história seria de muito dor. E perto da volta de Cristo, seria ainda pior, com a vinda do pequeno chifre, o anticristo.
Povo de Deus, não devemos esperar muito desse mundo. Seja um cristão fiel onde você estuda, seja um cristão fiel onde você trabalha, seja um cristão fiel na sua casa, seja um cristão fiel na igreja, mas espere a oposição dos reinos desse mundo e de Satanás.
Mas ainda mais importante, espere a volta de Cristo. Espere a volta vitoriosa do Filho de Deus. Mais importante que o meio da história é o fim da história.
Nosso Rei voltará em triunfo e em glória. Todo o mal será destruído, e Cristo receberá um reino eterno. Todo joelho se dobrará diante dele—nos céus, na terra e debaixo da terra. Toda língua confessará que o nosso Rei Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai, o Ancião de Dias. E você irá reinar com ele. Esse é o final da história.
Daniel guardou estas coisas no coração. Guarde estas coisas no seu coração também.
Não há ninguém como o nosso Rei. Ele é incomparável. Indestrutível. Invencível. E ele salva aqueles que confiam nele.
Santos do Altíssimo, pequeninho rebanho do Senhor, vale a pena seguir a Cristo. Sempre vale a pena. Nós sabemos o final da nossa história.
Igreja Batista Jardim Minesota
Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144
Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré - São Paulo
Comments