Gálatas 6:6-10: Semeie o Bem e Colha a Vida
- Pastor Alex Daher
- há 1 minuto
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Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 21 de Setembro de 2025 – IBJM
John Newton, o autor do maravilhoso hino Maravilhosa Graça, resumiu em 5 frases como ele se via. Veja se você se identifica com o que ele disse:
1. Eu não sou o que eu devia ser.
2. Eu não sou o que eu quero ser.
3. Eu não sou o que eu espero ser.
4. Mas eu não sou o que eu costumava ser.
5. Pela graça de Deus, eu sou o que eu sou.
Você diria essas 5 frases sobre você mesmo—sobre a sua santidade?
1. Eu não sou o que eu devia ser – nós estamos longe do que nós deveríamos ser por causa do pecado que ainda habita em nós.
2. Eu não sou o que eu quero ser – você tem um desejo por ser mais parecido com Cristo?
3. Eu não sou o que eu espero ser – você ainda não é o que você será no céu.
4. Mas eu não sou o que eu costumava ser – você tem visto mudança no seu coração ao longo do tempo?
5. Pela graça de Deus, eu sou o que eu sou – sim, John Newton está certo. Todo o que nós somos de bom e tudo o que nós fazemos de bem, é por causa da graça de Deus agindo em nós.
Eu estou citando esse resumo sobre santidade do John Newton porque esse é o assunto que Paulo continua lidando: como eu ando no Espírito Santo?
Não é interessante que em uma carta que Paulo está defendendo o evangelho da graça e combatendo a ideia de que nós não somos justificados pelo que nós fazemos, ele termina a carta falando tanto sobre como nós vivemos?
Você pode imaginar uma conversa entre Paulo e os falsos mestres que se infiltraram nas igrejas da Galácia. A conversa poderia ser mais ou menos assim:
PAULO E OS FALSOS
O Falso Mestre diz: Paulo, você está dizendo que a salvação é só por causa da graça e não por causa das nossas obras?
Paulo responde: “Sim, exatamente”.
O Falso Mestre diz: Então nós não precisamos fazer mais nada (nada!) para sermos declarados justos por Deus—a única coisa que nós precisamos é crer em Cristo morto na cruz pelos nossos pecados?
Paulo responde: “Sim, exatamente”.
O Falso Mestre diz: “Espera aí! Você está dizendo que não precisamos obedecer a lei de Moisés para fazer parte do povo de Deus?”
Paulo responde: “Sim, exatamente!”
O Falso Mestre diz: “Então nós podemos viver de qualquer maneira porque a salvação é só pela graça mesmo!”
Paulo responde: “Não. Não, de modo nenhum! Pela fé em Cristo, nós não estamos livres para pecar. Por causa de Cristo e do Espírito em nós, agora nós estamos livres para amar”. Livres para sermos santos.
A passagem de hoje é sobre como andar no Espírito Santo. Paulo continua explicando o versículo 25:
Capítulo 5, versículo 25: Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
Como nós andamos no Espírito? Paulo vai colocar mais carne e osso nessa vida espiritual—a sua vida no Espírito.
Deus, como o nosso Pai, nos dá nessa passagem 3 princípios sobre como nós devemos viver dentro da família dele. Toda família tem seus princípios, regras e rotinas. Coisas que são fundamentais para a família funcionar bem. Nessa passagem, nosso Pai Celeste está nos dando mais 3 princípios sobre como viver na família da fé.
1. PRIMEIRO PRINCÍPIO: “O TRABALHADOR É DIGNO DO SEU SALÁRIO” (V. 6)
[6] Mas aquele que está sendo instruído na palavra [nós todos, membros da igreja] compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui [pastores e líderes que ensinam].
Cuidem daqueles que lideram e ensinam vocês. Paulo está falando sobre generosidade. Nós devemos cuidar das necessidades daqueles que tem a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus—de pregar o evangelho.
Foi Jesus quem nos ensinou esse princípio de cuidar daqueles que ensinam. Quando ele enviou seus discípulos para pregar, ele disse:
Lucas 10:7—Fiquem na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque o trabalhador é digno do seu salário.
Ou, usando as palavras de Paulo em uma outra carta—1 Coríntios:
1Coríntios 9:14—Assim também o Senhor ordenou aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho.
Isso sempre foi o que a igreja cristã acreditou e praticou nos últimos 2.000 anos.
Eu quero dizer publicamente que vocês cuidam muito bem de mim e da minha família e, eu creio, dos pastores e daqueles que tem a responsabilidade de ensinar publicamente. Mas Gálatas 6:6 não está aqui por acaso. Esse é um assunto importante. Nós precisamos cuidar daquele que cuidam do ensino público.
Por que é importante cuidarmos das necessidades—físicas e financeiras—dos pastores e líderes da nossa igreja?
Porque cuidando bem daqueles que ensinam, nós estamos, por trás, cuidando bem daquilo que é ensinado na igreja também. Cuidando as necessidades daqueles que pregam, a igreja está dando o tempo necessário para eles se dedicarem à oração e ao ministério da Palavra—tempo para se prepararem para ensinar e pregar.
Patriarca contou a história de um homem que era pastor em uma igreja, mas ele trabalhava também no açougue de um mercado. Quando era dia de desossar o boi, ele chegava no mercado às 4h da manhã. Trabalhava o dia inteiro em pé, se trocava no banheiro do mercado e ia à noite para a igreja ensinar.
Como um homem desse, feito como nós—do pó da terra—pode se preparar devidamente para ensinar a Palavra de Deus? Trabalhar o dia inteiro, cuidar da família, ter tempo para comer e dormir E se preparar para ensinar e cuidar da igreja é uma lista longa para um dia com 24 horas.
Inevitavelmente, ele não terá o tempo necessário para cuidar de tudo. Algumas áreas vão sofrer: ou a família ou a igreja ou a saúde dele... ou as três juntas.
Algumas igrejas são pequenas e não tem recursos para sustentar um pastor, mas quando uma igreja tem condições financeiras de sustentar um pastor (ou alguns pastores), a própria igreja é abençoada, porque assim os líderes podem se dedicar a orar e estudar e não precisam dividir o tempo com outras responsabilidades.
Assim como Deus colocou policiais para nos proteger de ladrões, Deus colocou também pastores como os principais responsáveis—não os únicos, mas os principais responsáveis—para prover ensino verdadeiro e proteger a igreja de ensino falso. Nós queremos nos certificar que os nossos líderes estão em condição de ficar na linha de frente da batalha—que eles têm água, alimento, as armas e os recursos suficientes para lutar.
A característica mais importante de uma igreja é aquilo que ela crê. Aquilo que é ensinado.
• Se as cadeiras são confortáveis é secundário.
• Se o ar-condicionado está funcionando bem é secundário—a menos que seja verão.
• Se o sistema de som é de última geração é secundário.
• Se a igreja se reúne em uma casa de palha, embaixo de uma árvore ou em um prédio moderno de 3 andares com vitrais lindos, essas coisas são absolutamente secundárias!
O primário—o mais importante na vida de uma igreja—é o ensino da igreja: a exposição da Palavra de Deus.
Essa nossa prioridade deve ser refletida em nosso cuidado com aqueles que nos instruem.
Assim como um soldado não vai à guerra pagando pelas próprias armas e aquele que planta uma vinha também come do seu fruto e quem apascenta um rebanho toma o leite da vaca, o trabalhador é digno do seu salário. Esse é o princípio que nosso Pai está nos dando para vivermos na casa de Deus.
Continuem cuidando bem daqueles que instruem vocês, povo de Deus da IBJM.
2. SEGUNDO PRINCÍPIO: “NÓS COLHEMOS O QUE NÓS SEMEAMOS” (VV. 7-8)
Conhecido também como a lei da semeadura.
[7] Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. [8] Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna.
Deus implantou esse mecanismo no mundo. Nós colhemos o que nós plantamos (ou semeamos). Se eu lançar sementes de feijão no solo, vai crescer um pé de feijão e eu vou colher feijão. Ninguém lança uma semente de milho e nasce uma árvore com as tâmaras doces dos desertos da Arábia.
Mas esse princípio que Deus criou não fica restrito ao mundo das plantações. Deus o espalhou para várias áreas da nossa vida. Se vocês, crianças, semearem estudar bem a matéria, vocês colherão boas notas. Se eu comer muito e gastar pouca energia, eu colho ganho de peso. Se eu gastar mais dinheiro do que eu recebo, eu colho dívida financeira. Se eu dirigir de forma imprudente—correndo, eu colho uma multa ou um acidente.
Nós colhemos o que nós plantamos. Paulo aplica essa princípio de plantação para falar da nossa salvação (ou perdição). O versículo 8 explica o princípio do versículo 7.
Final do v.[7] (...) Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. [8] Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna.
Dois modos de semear levam a duas colheitas diferentes. Paulo volta a falar dos dois rivais mortais: a carne e o Espírito.
Semear para a carne é viver praticando obras da carne. Isso nos levará ao que ele chama no versículo 8 de “corrupção”. Ele está falando da condenação eterna daqueles que não confiam em Cristo.
A palavra corrupção funciona como o contrário de vida. Corrupção é o que acontece com o nosso corpo quando ele morre. Ele vai se decompondo. Que é o contrário de semear no Espírito—que nos leva a vida eterna: a ressurreição cheia de glória e vida na presença de Deus.
Semear para o Espírito é andar no Espírito—não é uma vida sem pecado, mas é uma vida crescentemente caraterizada pelo fruto do Espírito.
Só existem dois tipo de plantações espirituais: semear para a carne—viver no pecado, ou semear para o Espírito—andar no Espírito.
Para quem você está semeando: para a carne ou para o Espírito?
No versículo 4, no trecho anterior, o Senhor nos chamou a nos examinarmos:
Gálatas 6:4—Mas que cada um examine o seu próprio modo de agir.
Se você examinar o seu modo de agir—o que marca a sua vida? As obras da carne: imoralidade, idolatria, ira, inveja ou o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, mansidão, domínio próprio?
Para quem você tem semeado? Para a carne ou para o Espírito? Se alguém chegar perto de você para sentir o cheiro da sua alma—o que essa pessoa irá sentir: o cheiro de carne podre estragada ou aquele aroma do Espírito—aquele cheiro de terra molhada, que vem de um coração regado pela água da graça de Deus?
As pessoas que estão mais perto de você—o que elas veem? Uma vida dominada pela carne ou dominada pelo Espírito.
Se alguém tiver acesso a sua conta bancária, nós veremos um coração nas coisas desse mundo ou nas coisas do Reino de Deus?
E se alguém tiver acesso ao seu celular: essa pessoa verá o celular de alguém que é semeia para a carne ou alguém que semeia para o Espírito?
Dois tipos de estilo de vida que levam a duas colheitas eternas.
O Espírito Santo está nos chamando: “Semeiem para mim e vocês colherão vida!”
Mas como o meu destino eterno pode depender do que eu faço? A salvação não é pela graça? A resposta da Bíblia é: a salvação é e sempre foi pela graça. O seu destino eterno não é definido pelo que você faz, ele é definido pela sua fé no que Cristo fez.
Mas, aqui vem a questão chave para nós entendermos a relação entre a nossa fé e as nossas obras: o seu destino eterno não é determinado pelo que você faz, mas ele é comprovado pelo que você faz—pela maneira como você vive.
A maneira como você vive—sua generosidade, seu amor, suas orações e vir ao culto—nenhuma dessas coisas podem pagar pelos seus pecados.
Só existe uma forma de Deus perdoar você e você ir para o céu: confiando que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus que morreu na cruz pelos seus pecados. Crer que quando Jesus foi crucificado, ele estava sendo julgado no seu lugar—pelos seus pecados e você se arrepende por ter pecado contra Deus. Essa é a única forma.
Mas… mas a partir do momento em que você crê em Jesus e você tem o Espírito Santo, sua vida muda. Você é uma nova criatura. O que você faz (o que você semeia: para carne ou para Espírito) não salva você, mas prova que Jesus salvou você.
É nesse sentido que Paulo está usando o princípio da semeadura: “Nós colhemos o que nós semeamos”.
Viver semeando para a carne e pensar que irá colher vida eterna é um engano. Um grande engano. O maior de todos os enganos. Foi assim que Paulo começou esse assunto:
[7] Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá.
• Nós sabemos que Jesus foi zombado. Os soldados romanos colocaram um manto vermelho nele, uma coroa de espinhos, um caniço na mão, se ajoelharam e ficaram zombando de Jesus: “— Salve, rei dos judeus”.
• Eles zombaram de Jesus, cuspindo no rosto dele, batendo na cabeça dele com o caniço e dando tapas no rosto dele.
• Os sacerdotes judeus também zombaram de Jesus. Quando o Senhor Jesus estava pregado naquela cruz, eles se aproximaram de Jesus só para dizer:
— Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar. É rei de Israel! Que ele desça da cruz, e então creremos nele. Confiou em Deus; pois que Deus venha livrá-lo agora... (Mateus 27:42-43).
Jesus foi tratado com desprezo. Humilhado, ridicularizado, zombado. Sim, é verdade. Mas de Deus não se zomba. Pensar que alguém pode viver segundo a carne—viver pecando contra Deus sem se arrepender e confiar no Filho dele—e ainda colher vida eterna, isso é um grande engano.
Nós vamos colher o que nós plantamos—para quem nós semeamos: para a carne ou para o Espírito.
Deus é um Deus de amor. Deus é amor. Deus é cheio de misericórdia e bondade. Deus é um Deus perdoador. Veja quem Deus é na atitude do pai do Filho pródigo. Nós estamos andando na direção de Deus para pedir perdão, e ele vem correndo em nossa direção para nos perdoar, nos abraçar, nos amar. Ele é:
O Senhor Deus compassivo e bondoso, tardio em irar-se e grande em misericórdia e fidelidade… (Êxodo 34:6-7).
Se você está semeando para a carne, se você está vivendo em pecado sem se arrepender, vá até o Senhor, peça perdão para ele. Ele perdoa—ele perdoa a maldade, a transgressão e o pecado.
Peça para ele olhar para o Filho dele morto no seu lugar e perdoar você, e ele perdoa. Por que você vai se atirar no inferno, quando Deus promete perdoar você se você se arrepender e crer em Cristo?
Mas todos aqueles que continuarem semeando para a carne colherão corrupção: condenação eterna. O Deus que é amor é também fogo consumidor. Hebreus, capítulo 12, versículo 29: “Porque o nosso Deus é fogo consumidor”. De Deus não se zomba.
O Jesus que foi zombado quando ele veio conquistar a nossa salvação voltará a esse mundo para ser exaltado. Ele sofreu como um cordeiro em silêncio, mas quando ele voltar, ele virá rugindo como um leão—e seus inimigos não vão suportar a vinda dele.
O povo dele estará chorando e cantando de alegria. Aqueles que permanecem se rebelando, vão chorar e gritar de desespero. Um desespero como se nunca viu na história.
Deus deu ao apóstolo João uma visão sobre a volta do Rei. E ele não viu um carpinteiro em fraqueza. Ele viu um guerreiro invencível. Eu vou ler para vocês:
Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e combate com justiça [Esse é Jesus!]. Os seus olhos são como chama de fogo; na cabeça dele há muitos diademas... Está vestido com um manto encharcado de sangue, e o seu nome é “Verbo de Deus”.
Os exércitos do céu o seguiam, montados em cavalos brancos e vestidos de linho finíssimo, branco e puro. Da sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações. Ele mesmo as regerá com cetro de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
No seu manto e na sua coxa está escrito um nome: “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19:11-16).
Você que está aqui hoje e ainda está semeando para a carne. Por favor, pare! Você não quer enfrentar a fúria desse Rei. Como um único golpe, ele irá enviar Satanás, os demônios e todos os que não se arrependeram para o logo de fogo, de onde eles nunca vão sair.
Mas você pode ir para a glória do céu: o mundo de perfeito amor, o lugar de eterna paz a terra de alegria sem fim.
Arrependa-se dos pecados e creia nesse Rei que foi morto como um Cordeiro na cruz no seu lugar, e você colherá vida eterna.
“O que uma pessoa semear, isso ela colherá”.
Nosso Pai Celeste está nos dando 3 princípios sobre como ele espera que vivamos na casa dele com nossos irmãos—a família da fé.
O primeiro princípio é: “o trabalho é digno do seu salário”.
O segundo princípio é: “cada um colherá o que semear”.
O terceiro princípio:
3. NÃO SE CANSE DE FAZER O BEM (VV. 9-10)
[9] E não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos. [10] Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.
Paulo continua falando do fim dos tempos. No versículo 9, ele fala que “no tempo certo faremos a colheita”. Ele continua no mundo da plantação. Ele acabou de definir essa colheita no final do versículo 8.
A colheita que nós faremos se fizermos o bem (se semearmos para o Espírito) é a vida eterna.
A motivação para não desanimarmos e continuarmos amando as pessoas—fazendo o bem—é a eternidade. A colheita futura no céu: estar com o Senhor.
A MOTIVAÇÃO: ETERNIDADE
Olhar para a colheita vai dar força para você continuar fazendo o bem. No final das contas, você serve e ama as pessoas por causa daquele dia final, quando você estará com o seu Salvador, e você quer ouvir da boca dele:
Mateus 25:21—“Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor.”
Servo do Senhor, serva do Senhor, continue sendo fiel e fazendo o bem.
Nós precisamos ser incentivamos a perseverar em fazer o bem porque muitas vezes nós desanimamos. O Senhor precisa nos chamar a não nos cansamos de fazer o bem porque muitas vezes nós cansamos. Nós cansamos às vezes porque as pessoas não respondem bem ao nosso fazer bem a elas. Elas não são gratas como deveriam, como nós também às vezes não agradecemos porque nem percebemos os atos de bondade das pessoas.
Nós assumimos que nossa roupa é magicamente lavada e dobrada e entra na gaveta sozinha e não agradecemos quem fez. Nós assumimos que a comida quentinha veio parar na mesa e nos esquecemos que alguém trabalhou e nos serviu e nos fez bem.
Uma tentação nossa é nos cansarmos de fazer o bem e desanimarmos. Mas o Senhor quer que você se levante, arregasse as mangas, coloque o avental, e faça o bem. De novo. E de novo. E depois de ter feito o bem, fazer de novo.
FAÇA O BEM: TUDO E GENEROSIDADE
Fazer o bem nos versículo 9 e 10 inclui todas as manifestações de amor—desde trocar uma fralda e preparar refeições e receber pessoas na sua casa e animar as pessoas com as suas palavras de ânimo e aconselhar as pessoas com conselhos bíblicos e atos de generosidade, como essa passagem enfatiza.
Paulo usou o mesmo princípio da semeadura—que nós colhemos o que nós semeamos—com a igreja de Corinto, como nós ouvimos a leitura bíblica no culto em 2 Coríntios 9.
E isto afirmo: aquele que semeia pouco também colherá pouco; e o que semeia com fartura também colherá com fartura. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama quem dá com alegria (2Coríntios 9:6-7).
Aqui vem uma outra razão para sermos generosos. A primeira razão é para colhermos a vida eterna com o Senhor. A segunda razão do porquê você pode ser generoso é que Deus está cuidando de você, ele é o seu Bom Pastor e nada lhe faltará.
Na continuação dessa passagem de 2 Coríntios, Paulo diz:
2 Coríntios 9:8—Deus pode tornar abundante em vocês toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, vocês sejam abundantes em toda boa obra.
Porque Deus irá suprir suas necessidades, sua segurança não está na quantidade de provisão guardada no banco ou na dispensa, mas no Provedor—seu Pai Celeste—que não deixará faltar nada para você.
Não espere ter muito sobrando para ser generoso. Não espere o seu copo transbordar para compartilhar sua água com outros que estão com sede. Não espere ter dinheiro de sobra, tempo de sobra, tranquilidade de sobra—para ser usado pelo Senhor para suprir as necessidades das pessoas a sua volta.
Veja o exemplo dos irmãos das igrejas da Macedônia. O Senhor agiu poderosamente no meio deles e mesmo sendo muito pobres, eles foram alegremente muito generosos:
2Coríntios 8:2-4—Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles transbordou em grande riqueza de generosidade. Porque posso testemunhar que, na medida de suas posses e mesmo acima delas, eles contribuíram de forma voluntária, pedindo-nos, com insistência, a graça de participarem dessa assistência aos santos.
DOIS LADOS DOCES
Os dois lados do fruto da generosidade são doces de se experimentar. Tanto dar quando receber. Quando você é generoso—você experimenta o Espírito Santo em você. É Deus dando graça no seu coração. E ele abençoa você com bençãos espirituais. Mas receber a generosidade dos irmãos é doce também.
Para Deus, é uma oferta de aroma agradável. Para nós, é um sacrifício que nós recebemos e nos faz louvar a Deus. A generosidade é um fruto doce dos dois lados que você experimentar.
Mas o Senhor Jesus disse: Mais bem-aventurado (feliz) é dar do que receber” (Atos 20:35).
Que o Senhor nos dê fé para crer que é verdade! Que ele continue fazendo a obra dele—como eu tenho visto nessa igreja—de nos dar a graça de sermos generosos uns com os outros.
Depois de fazermos o bem, nenhum de nós irá pensar: “Eu fui amoroso demais. Eu fui generoso demais. Eu deveria ter vivido mais para mim”.
Ninguém que está no céu colhendo a vida eterna pensa assim. Nenhum de nós chegará, no leito de morte, vai pensar dessa maneira. Nós nunca vamos nos arrepender de termos sido generosos demais.
Povo de Deus da IBJM, não se cansem de fazer o bem. Não desanimem.
Ore por mais oportunidades de fazer o bem. Peça ao Espírito Santo para dar sensibilidade para você: e na próxima vez que você ouvir sobre uma necessidade, aproveite a oportunidade. Como um professor meu disse uma vez sobre evangelismo: oportunidades não faltam. O que nos falta é muitas vezes sensibilidade.
Que o Espírito nos dê um coração sensível.
Em breve nós desfrutaremos da colheita da vida eterna com o Senhor.
Nós precisamos lidar como uma última questão. Nós precisamos lidar com essa palavra “principalmente” no versículo 10:
A ORDEM DO AMOR
[10] Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé.
Nós devemos amar todas as pessoas. O Senhor Jesus nos chama a amar os inimigos. A amarmos o próximo como a nós mesmos. Paulo concorda com o Senhor Jesus. Ele está dizendo: “Façamos o bem a todos”.
Mas nós somos limitados. Nós temos tempo limitado, dinheiro limitado, dons limitados. Na prática, nós precisamos fazer escolhas. É por isso que Paulo usa o “principalmente” no versículo 10. Nós devemos fazer o bem a todos, mas a família da fé—nossos irmãos em Cristo na igreja—são a nossa prioridade: eles são o nosso “principalmente” em relação ao “todos”.
Imagine que eu tenho R$ 50 sobrando. O Israel me liga e diz que está morrendo de fome e não tem dinheiro para comer. Só tinha comida para a Rafa e as meninas e ele está com o estômago roncando. Eu passo na casa dele, pego ele e nós vamos para um restaurante. Na porta, na hora de entrar, tem um homem me para e diz: “Eu estou morrendo de fome, você pode comprar comida para mim?”
Eu preciso tomar uma decisão: para quem eu vou comprar comida. Eu só tenho aquele dinheiro. Um princípio bíblico que eu devo usar para nesse momentos é o princípio da “ordem do amor”.
A primeira pessoa que desenvolveu esse princípio mais detalhadamente foi Agostinho no século 4. O princípio ficou sendo conhecido como “ordo amoris” no latim. No português: “a ordem do amor”.
Alguns de vocês podem estar pensando: “Você poderia ter gastado R$ 25 com o Israel para matar a fome dele e R$ 25 com aquele homem de rua”. Tudo bem. Ou eu poderia ter dado a minha comida para o homem de rua. Sim, às vezes existem alternativas para fazer o bem a todos e você não precisa escolher. Mas muitas vezes não tem como fugir.
Se nesse mês eu consigo dar R$ 100 de oferta extra, o que eu vou fazer? Eu vou dar para um irmão na igreja que eu sei que precisa, eu vou dar para um amigo de um primo que quebrou a moto, ou eu vou cobrar um tênis para o meu filho porque o dele rasgou a sola? Nossos recursos são limitados—não tem como fugir dessas decisões.
O princípio da “ordem do amor” que Paulo está usando em Gálatas é útil. Você pode pensar em diferentes círculos de proximidade e, quanto mais próxima uma pessoa, maior a sua responsabilidade em ajudá-la.
O primeiro círculo—que Paulo não está lidando aqui—é a sua família. Em 1 Timóteo 5, Paulo diz que aquele que não cuida dos da sua própria casa é pior do que um descrente e negou a própria fé (v. 8).
Minha esposa e meus filhos são minha prioridade. É minha responsabilidade cuidar das necessidades deles. Se eu tenho condição de dar só um prato de comida para alguém—se minha filha está com fome e meu vizinho está com fome—eu devo dar a minha filha.
O segundo círculo é a igreja—a “família da fé” (v. 10). A igreja deve ser minha segunda prioridade. Nós devemos contribuir para as necessidades da igreja com RPG: regularidade, proporcionalidade e generosidade.
Nós fazemos bem separando uma porção do que nós recebermos para sustentar os ministérios e as necessidades da igreja—da família da fé. Nossa igreja local. E em seguida, podemos considerar outros ministérios e irmãos fora da IBJM.
Por exemplo, imagine que uma família da nossa igreja foi assaltada e levaram o carro que não tinha seguro. E nós ficamos sabendo que uma família da Primeira Igreja Batista de Rondonópolis, Mato Grosso, também perdeu o carro. Nossa responsabilidade com uma irmão aqui é maior do que nossa responsabilidade com nossos irmãos em Rondonópolis, ainda que seria maravilhoso poder ajudá-los também.
O terceiro círculo, mais externo, é o círculo do “todos” do versículo 10. Aqueles que não são da minha família nem da igreja nem irmãos em Cristo. Os cristãos devem amar a todos e ser generosos com todos e fazer o bem a todos, mas principalmente as da família—a família de sangue e a família da fé.
Vocês repararam que eu pulei um alvo do nosso amor nessa “ordem do amor”? O principal, o primeiro e mais importante é o nosso amor a Deus. É do nosso amor a Deus que flui nosso amor às pessoas. Deus não tem nenhuma necessidade, como todos nós temos, mas você demonstra seu amor a Deus confiando em Cristo, andando na dependência do Espírito Santo, e obedecendo a Palavra dele pela fé.
Como nós vimos, quanto mais seguro você está no amor de Deus, mas livre você será para ser generoso com aquilo que Deus colocou na sua mão para fazer o bem às pessoas.
Tudo pertence ao Senhor. Nós não somos donos de nada. Nós somos simplesmente administradores dos bens dele. E ele quer que nós usemos tudo para a glória dele e o bem das pessoas.
CONCLUSÃO
Quando a fé toca o coração, ela toca no nosso bolso também. A fé afeta todo o nosso ser—todas as áreas da nossa vida, incluindo nossa relação com o dinheiro e nossos bens.
O Senhor Jesus disse:
— Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam. Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração (Mateus 6:19-21).
Jesus está dizendo que a maneira como nós usamos nosso dinheiro e nossos bens são um termômetro da nossa vida espiritual.
Nós somos salvos só pela fé em Cristo, mas a fé em Cristo não fica só. Ela sempre produz amor, o fruto do Espírito, boas obras e atos de generosidade.
Nós podemos fazer o bem e ser generosos porque nós podemos confiar em um Deus que foi generoso conosco e nos entregou o que ele tem de mais precioso: o filho dele.
Cristão,
1. Você não é o que você deveria ser.
2. Você não é o que você quer ser.
3. Você não é ainda o que você espera ser.
4. Mas você não é o que você costumava ser.
5. Pela graça de Deus, você é o que você é.
Com a ajuda do Senhor, semeie para o Espírito e assim você colherá vida eterna com o Rei eterno que nunca deixará você.
Nossa maior motivação para sermos generoso é porque nós temos um Deus generoso que prometeu cuidar bem de nós:
Hebreus 13:5—Que a vida de vocês seja isenta de avareza. Contentem-se com as coisas que vocês têm, porque Deus disse: “De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei.”
Igreja Batista Jardim Minesota
Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144
Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré - São Paulo
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