Gálatas 5:25-6:1-5: Como Andar no Espírito
- Pastor Alex Daher
- 15 de set.
- 16 min de leitura
Atualizado: 16 de set.
Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 14 de Setembro de 2025 – IBJM
A leitura que ouvimos no culto—Ezequiel 37—é uma das minhas passagens preferidas na Bíblia. Ezequiel 37—o vale dos ossos secos—é uma descrição da nossa ressurreição, do que o Senhor fez quando ele nos salvou. E, eu vejo também, retrata a história da nossa igreja. Ezequiel 37 é uma ilustração individual e coletiva para nós.
O Senhor leva o profeta Ezequiel até um vale cheio de ossos. Deus faz Ezequiel andar ao redor dos ossos para que ele veja que eles estão secos como a morte. Não existe nenhuma esperança. Esse é um retrato tanto do povo de Israel quando eles estavam exilados na Babilônia quanto um retrato do nosso estado espiritual sem Cristo: sem vida, sem esperança.
Deus faz uma pergunta para ajudar Ezequiel a colocar para fora o que ele já sabe lá dentro: “Ezequiel, esses ossos podem reviver?” Ezequiel não sabe o que dizer. Ele responde: “Senhor Deus, tu o sabes”.
Deus, então, ordena o profeta profetizar. Ezequiel, diga o seguinte:
— Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: “Eis que farei entrar em vocês o espírito, e vocês viverão. Porei tendões sobre vocês, farei crescer carne sobre vocês e os cobrirei de pele. Porei em vocês o espírito, e vocês viverão. Então vocês saberão que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 37:5-6).
Ezequiel abre a boca e fala com os ossos. E enquanto Ezequiel está falando, os ossos começam a se mexer. Eles começam a bater um no outro e formar esqueletos. Ezequiel continua olhando, e começam a aparecer tendões e carne e pele. Mas ainda não havia o espírito de Deus neles. Eles ainda estão mortos no chão.
Deus fala de novo com Ezequiel e manda ele pedir ao Espírito Santo:
“Venha dos quatro ventos, ó espírito, e sopre sobre estes mortos, para que vivam” (Ezequiel 37:9).
Ezequiel obedece. Ele ora para o Espírito ressuscitar aqueles mortos, e o Espírito entra neles, eles se colocam de pé. E o texto diz:
Formavam um exército, um enorme exército (Ezequiel 37:10).
Povo de Deus, foi o que Deus fez com cada um de nós quando nós estávamos mortos em nossos pecados. Pelo Espírito de Deus, pela Palavra de Deus, ele soprou vida quando nós éramos ossos secos.
Nós nos levantamos, olhamos para Cristo crucificado no nosso lugar, e agora nós estamos vivos. Vivendo no Espírito. E Deus continua formando um exército aqui na IBJM e em igrejas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
EZEQUIEL EM GÁLATAS
Essa profecia está se cumprindo na igreja. E essa passagem de Ezequiel casa perfeitamente com o que está acontecendo em Gálatas 5.
[25] Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
Esse é o versículo central dessa passagem. Todo o restante da passagem são maneiras de praticar esse chamado para “andarmos no Espírito”.
Se agora nós fomos ressuscitados, se a carne não é mais o poder dominador do seu ser, se o Espírito é o poder dominador, então vamos andar no Espírito.
Mas aqui vem mais uma peça importante do porquê essas passagens se encaixam tão bem—Ezequiel 37 e Gálatas 5.
MARCHEM NO ESPÍRITO!
A palavra que Paulo usa no versículo 25 para andar—“andemos no Espírito”—tem a ideia original de marchar. É como se Deus estivesse dizendo: “Agora que eu ressuscitei vocês, agora que vocês vivem no Espírito, então marchem seguindo a direção do Espírito”.
A imagem é de cada um de nós—o exército que Deus formou e está formando—andando enfileirado e no ritmo certo, como soldados marchando de acordo com a ordem do nosso Comandante: o Espírito Santo que fala em nome de Deus.
Nós acabamos de passar por duas listas em Gálatas 5. Nós vimos a lista das obras da carne e no domingo passado a lista do fruto do Espírito. Marchar, então, envolve duas atividades espirituais: crucificar a carne e frutificar no Espírito.
A passagem de hoje, Paulo, pelo Espírito Santo, está colocando carne e osso nessa vida no Espírito. O que é andar (marchar) no Espírito de forma concreta na vida da igreja? Crucificar e frutificar são o esqueleto. Agora nós vamos ver como essas duas atividades espirituais se manifestam na vida da nossa igreja.
A vida de santificação é uma vida em comunhão. Nós vamos ver o caráter coletivo da santificação. O contexto em que nós produzimos o fruto do Espírito é na igreja. Junto com outros pecadores como eu. Que irão pecar contra mim e eu preciso perdoar. E que irão sofrer com o meu pecado e precisam me perdoar.
Se a igreja é uma casa espiritual, como Pedro diz, o que nós vamos fazer agora é entrar nessa casa espiritual e ver a vida acontecendo lá dentro—na sala, nos quartos na cozinha. Como é o dia a dia dos soldados de Deus? O que os soldados ressuscitados do exército de Deus fazem e deixam de fazer?
1. EXPULSE (5:26)
Expulse o orgulho (a vanglória).
[26] Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.
Spurgeon disse uma vez: “Aquele demônio do orgulho nasceu conosco e não irá morrer nem uma hora antes de nós”. Ele tem razão.
O orgulho é uma obra da carne que nós vamos crucificar e mortificar até o dia em que nós deixamos esse corpo. Quando nós morreremos, o orgulho morre também. Ele não tem permissão para entrar no céu. Mas enquanto nós estamos vivos, ele vai insistir em viver dentro de nós também.
O orgulho—ou a van-glória—é uma glória vã. É uma glória no lugar errado: em um lugar vão—que é no eu em vez de em Deus.
Vanglória é o contrário da humildade. Vanglória é ter uma visão exagerada de si mesmo. Enquanto andar no Espírito nos deixa com um ego pequeno e batendo no peito — “Senhor, tem misericórdia de mim, pecador”, a vanglória me faz andar na carne, de nariz empinado e peito estufado, como se eu fosse o rei da cocada preta.
A grande causa do conflito nas igrejas da Galácia (e em todas as igrejas do mundo em toda a história) é a vanglória. Para o bem da igreja, para o bem da casa espiritual que é casa de Deus, nós precisamos expulsar o orgulho do nosso coração—todo os dias—para que ele não cause tremores internos dentro do povo de Deus.
Paulo lista duas manifestações da vanglória: provocando e invejando.
[26] Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.
PROVOCANDO
Provocar não é amar. O Senhor Jesus nos chama a sermos pacificadores, não provocadores. Provocar é fazer algo intencional para irritar as pessoas.
“Você nunca faz nada certo! Eu não acredito que você fez isso de novo!”. Xingar e gritar é provocar.
Quando eu uso o tom de voz errado, eu estou provocando.
Quando eu ataco a reputação de alguém, eu estou provocando.
Quando eu me isolo de propósito, quando eu não falo a verdade, quando eu fico de mau-humor, quando eu não considero o que a outra pessoa tem a dizer e estou mais preocupado em responder e me defender, isso é provocar.
E provocar é o contrário de amar. Com a ajuda do Espírito, vamos expulsar a vanglória do nosso coração e da nossa igreja.
A segunda manifestação do orgulho é a inveja, uma das obras da carne que Paulo listou no versículo 22.
[26] (...) provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.
INVEJANDO
A inveja é um pecado particularmente vergonhoso de confessar, mas que todos nós precisamos lidar e crucificar porque, se ele não for mortificado, ele será manifestado na vida da igreja e quebrar nossa unidade e represar o nosso amor.
Nós podemos reconhecer a inveja no nosso coração quando alguém é convidado para algum evento e eu não: “Eu deveria ter ido!” ou quando alguém sofre e existe um senso de prazer por ver o outro se dando mal. Um tipo de “bem-feito” silencioso.
Nós podemos reconhecer a inveja no nosso coração quando nós ficamos tristes com a alegria dos outros ou quando nós ficamos alegres com a tristeza dos outros.
Mas o Senhor nos chama a chorarmos com os que choram e nos alegrarmos com aqueles que se alegram (Romanos 12:15).
É tão bonito ver quando cristãos estão se alegrando uns com os outros, mesmo quando o outro ganha um carro, ou viaja ou recebe algo do Senhor e eu não. E eu abraço e celebro e me alegro pelo outro. Eu já vi isso acontecendo aqui na igreja. E é lindo de se ver.
Deus é glorificado quando você quer algo e não tem, mas se alegra porque o outro recebeu. Deus é glorificado porque você está mostrando, com a sua vida, que Deus é muito valioso para você. Tão valioso que você não precisa de mais coisas para ter alegria e paz. Você já tem Deus.
O Espírito Santo está nos chamando: Expulsem a vanglória do coração de vocês. E você sabe qual é a maneira mais eficiente de expulsar a vanglória? É o mesmo princípio para retirar o ar de um recipiente.
Qual é a melhor maneira de retirar o ar de um vaso? Você pode usar uma máquina de sucção para que ela puxe o ar e deixa o vaso como um vácuo. Mas assim que você desligar a máquina, o ar vai voltar. Existe um forma melhor: você pode simplesmente encher o vaso de água. E a água expulsa o ar para fora.
A melhor maneira de expulsarmos a vanglória é nos enchendo do Espírito—nos enchendo do contentamento em Cristo. Como você já tem um Salvador suficiente, sua entrada no céu foi comprada com o sangue dele, você já sabe como vai terminar sua história, você não precisa daquilo que os outros têm para ficar bem.
Nós expulsamos o ar de vanglória do nosso coração enchendo-o com a água do contentamento em Cristo.
E uma igreja com membros contentes no Senhor é uma igreja que expulsa pela porta a vanglória e tranca para ele não voltar. Mas isso não é um evento. É uma marcha que, nessa vida, nunca acaba.
Povo de Deus, além de expulsar, nós devemos restaurar.
2. RESTAURE (6:1)
[1] Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta [pecado], vocês, que são espirituais, restaurem essa pessoa com espírito de brandura.
Essa é a reação contrária (e correta) da atitude anterior. Em vez de provocar e invejar uns aos outros, nós cuidamos e restauramos uns aos outros. Em vez de dureza, gentileza. Em vez de provocação, mansidão.
Os espirituais — “vocês que são espirituais” — não são uma classe especial de cristãos. Como se existissem os crentes carnais e os crentes espirituais. Os espirituais são aqueles que tem o Espírito—os crentes.
Vocês que vivem no Espírito (v. 15), vocês que são guiados pelo Espírito (v. 18), vocês que andam (marcham) no Espírito (v. 26), vocês, espirituais que tem o Espírito, restaurem.
Quando outros pecadores comprados pelo sangue do Cordeiro estão escorregando no pecado, nós não empurramos eles com nossas atitudes e palavras para eles caírem de vez. O Senhor quer nos usar como instrumentos de restauração. Você estende sua mão para ajudá-los a levantar e voltar para a corrida da fé.
Restaurar é o que Tiago e João estavam fazendo com a rede de pesca quando Jesus os chamou. Eles estavam restaurando (consertando) a rede (Mateus 4:21). Fazendo a rede ser como ela deve ser. O pecado rasga a alma dos nossos irmãos. Você é um costurador de alma. Que privilégio! Ser usado pelo Médico dos médicos, o Senhor Jesus, para costurar a alma rasgada de irmãos seus.
Restaurar era também um termo médico. O significado literal de restaurar (no versículo 1) é “colocar no lugar”. [BDAG, p. 3rd ed., (University of Chicago Press: 2000), 526].
JUNTANDO AS PARTES DA ALMA
É o que o médico faz quando um osso é deslocado ou quebrado.
Como aconteceu com nossa irmã Melissa, esposa do André. Ela estava andando na rua, pisou em falso e, 1 segundo pois, múltiplas fraturas no tornozelo. Ela contou que o barulho do osso quebrando foi tão alto que todas as pessoas em volta ouviram e foram até ela.
Melissa foi levada para o hospital, uma primeira cirurgia de 5 horas, pinos e placas foram presos nos ossos para que os ossos “voltassem para o lugar certo”. O médico precisa ser cuidadoso e manso. Ele está lidando com ossos partidos. É um procedimento delicado.
Essa restauração de um irmão também deve ser um procedimento espiritual com um certo espírito:
[1] (...) Restaurem essa pessoa com espírito de brandura.
Brandura ou gentileza ou mansidão. Esse espírito de brandura é um fruto do Espírito. É o penúltimo pedaço do fruto: mansidão.
Que nós devemos restaurar (corrigir) as pessoas com gentileza e mansidão é claro para todos nós. Se você fez alguma coisa errada: se você pecou, se você derrubou um prato no chão (sem querer) e quebrou ou se você agiu com orgulho e cometeu um pecado grave. Como você gostaria ser corrigido?
Em 1 Coríntios, Paulo pergunta para a igreja:
O que vocês preferem? Que eu vá até aí com um chicote ou com amor e espírito de mansidão? (1Coríntios 4:21).
A pergunta é retórica. Ele sabe a resposta: ninguém quer ser chicoteado. Não preferirmos ser corrigidos com amor e espírito de mansidão.
Se já é difícil para mim ouvir alguém me dizendo que eu estava errado, fica ainda mais difícil quando a pessoa fala da maneira errada.
UMA CIRURGIA DELICADA
E nós falamos com mansidão só da primeira vez, mas na segunda, terceira e quarta vez também. Porque geralmente—normalmente—o processo de restauração para colocar a alma quebrada pelo pecado de volta no lugar é uma cirurgia longa. Geralmente, mais de uma cirurgia é necessária—mais de uma conversa.
Como foi o caso da Melissa: os ossos começaram a colocar no lugar errado. E ela teve que voltar para o hospital, abrir o pé e fazer outra cirurgia. Esse é geralmente o nosso caso com a restauração espiritual.
Nós precisamos abrir a alma mais de uma vez para um irmão para que o Senhor nos remende, restaure—para que ele coloque as partes da nossa alma no lugar certo. E depois disso, nós precisamos fazer fisioterapia. Por meses. Anos.
Melissa disse que durante esse tempo de restauração do tornozelo, ela foi ajudada por muitas pessoas com refeições, limpando a casa para ela, caronas, palavras de encorajamento, orações. Ela disse que se sentiu “carregada” quando seu tornozelo estava partido.
IBJM, vamos carregar uns aos outros também. Os pedaços da nossa alma ainda não estão perfeitamente no lugar. Nós precisamos de ajuda.
Esse espírito de brandura se manifesta não só na maneira como eu olho para o outro, mas na maneira em que eu olho para mim.
EU TAMBÉM
Continuação do v.[1] (…) E que cada um tenha cuidado para que não seja também tentado.
Esse é mais um aspecto da brandura (da humildade). Se eu acho que eu estou acima e jamais cometeria esse pecado, eu vou abordar a pessoa com um espírito de vanglória, não brandura.
Mas se prego para mim mesmo: “Hoje eu estou restaurando a ele. Amanhã sou eu quem pode precisar ser restaurado” [Schreiner, Galatians (Zondervan: 2010) 358]. Assim nós podemos restaurar uns aos outros olhando no mesmo nível, e não de cima para baixo.
Uma igreja assim (um ambiente assim) é o que permite vivermos em graça e verdade. Nós concordamos que o pecado é mau e precisamos lutar contra ele. O pecado ofende a Deus. Mas nós concordamos também que todos nós somos cheios de fraquezas e pecados e precisamos da ajuda um dos outros para chegar até o fim.
Jonathan Edwards escreveu uma série de resoluções de vida. Uma delas tem a ver como esse espírito de brandura e humildade. Ele escreveu:
Resolvi agir, em todos os aspectos, tanto no falar quanto no agir, como se ninguém fosse tão vil [pecador] quanto eu, e como se eu tivesse cometido os mesmos pecados, ou tivesse as mesmas fraquezas ou falhas dos outros; e que eu deixarei que o conhecimento de suas falhas não promova outra coisa senão vergonha em mim mesmo, aproveitarei esta ocasião para confessar meus próprios pecados e miséria a Deus.
Esse é um homem espiritual falando. Um homem que tem o Espírito. Como todos nós, crentes, temos. Jonathan Edwards tinha 19 anos quando ele escreveu essa resolução.
Com a ajuda do Senhor, nós podemos marchar no Espírito e restaurar uns aos outros com espírito de brandura.
Terceiro cômodo da casa espiritual, mais uma maneira em que viver no Espírito acontece na vida da igreja:
3. CARREGUE (6:2-3)
Expulse (a vanglória). Restaure (com brandura). Carregue (a carga).
[2] Levem as cargas uns dos outros e, assim, estarão cumprindo a lei de Cristo.
O Senhor Jesus carregou a carga mais pesada do Universo. Ele levou, sozinho, as bilhões de toneladas dos nossos pecados até a cruz. Agora, na força dele, na força do Espírito, ele nos chama a carregar a carga dos nossos irmãos.
Não carregar para salvá-los, como ele fez. Mas levar o peso com eles para eles conseguirem continuar marchando até eles chegarem no destino final.
A carga do seu irmão (da sua irmã) que você deve levar pode ser uma dificuldade com saúde ou uma dificuldade com dinheiro ou uma dificuldade com o relacionamento no casamento ou com os filhos ou uma dificuldade com um pecado ou uma dificuldade com muitas dificuldades ao mesmo tempo. E fica muito pesado.
O problema (a carga) dos outros, em vez de nos distanciar, deve nos aproximar, como o Senhor Jesus sujou as mãos para limpar o problema dos pés sujos dos discípulos (em vez de ficar longe deles) e, ainda mais, como ele sangrou na cruz para nos lavar do nosso pecado e se unir a nós—para sempre!
Vários de nós já passamos por momentos assim. Alguns em nossa igreja estão passando por momentos assim. E todos nós passaremos por momentos assim. O peso parece maior do que nós conseguimos carregar. Sozinho, nós não conseguimos sair do lugar.
Ninguém levanta uma mesa grande de mármore e a muda de lugar sozinho. Mas 4 homens juntos conseguem. O peso é distribuído. Nossa alma é mais pesada que uma mesa de mármore de 20 lugares. Nós precisamos da força do Espírito através de homens e mulheres de Deus.
Povo de Deus, eu vejo isso acontecendo em nossa igreja. Vamos continuar. Leve a carga do seu irmão: orando junto com ele, sendo generoso com seus recursos, aconselhando, chorando junto.
O CUMPRIMENTO DA LEI—DE CRISTO!
Quando você carrega a carga de um irmão, (veja o texto):
Final do v.[2] (...) e, assim, estarão cumprindo a lei de Cristo.
A lei de Cristo é a lei do amor. Nós não estamos mais debaixo da lei de Moisés. A Antiga Aliança ficou antiga. Ficou para trás. Como o autor de Hebreus diz: “Ficou obsoleta”. Agora nós vivemos na Nova Aliança, nós vivemos no Espírito, mas nós também temos uma lei. Não a Lei de Moisés nos proibindo de comer porco, mas a lei de Cristo nos chamando a amar e não pecar.
Nós cumprimos a lei de Cristo quando nós amamos as pessoas, obedecendo a Palavra do Senhor na Palavra de Deus. Se você quer saber o que é a lei de Cristo, olhe para Jesus: ele é o exemplo e a explicação da lei. Ele é o modelo e a manifestação da lei.
Se nós queremos entender o que é o amor e amar as pessoas, nós precisamos olhar para Cristo. Nós estamos obedecendo a lei de Cristo quando nós estamos vivendo como ele—amando.
Essa é a lei que rege a IBJM. Essa é a nossa constituição: a lei do nosso Rei.
CONTRA ESTAS COISAS NÃO HÁ LEI
No sermão passado eu acabei pulando uma frase. No final do versículo 23, depois de listar os pedaços do fruto do Espírito, Paulo diz:
[23] (...) Contra estas coisas não há lei.
Invertendo a ordem das palavras para facilitar: “Não há lei contra estas coisas—contra o fruto do Espírito”. Não há lei contra o amor, a alegria, a paz. É isso que eu entendo que Paulo está dizendo.
A razão por que ele está dizendo isso é porque os falsos mestres estão tão aficionados com a lei de Moisés e lei, e lei, e lei—que Paulo está dizendo: você me atacam tanto porque eu digo que nós não estamos mais debaixo da lei de Moisés, muito bem: contra o que eu estou defendendo, não existe nada contra na lei de vocês.
O último cômodo—o último quarto—da casa espiritual que nós vamos entrar para observar a vida cristã acontecendo, é o exame. O exame de nós mesmos.
Cristão, você anda (marcha) no Espírito expulsando o orgulho, restaurando seu irmão, carregando a carga dele, e se examinando.
4. EXAMINE (6:3-5)
O foco agora muda de olhar para os outros para olhar para si mesmo, mas o propósito continua sendo o amor aos outros e a glória de Deus.
[3] Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, engana a si mesmo.
Paulo não está dizendo que os seres humanos não têm nenhum valor. Nós fomos criados à imagem de Deus. O ser humano é a coroa da criação.
É por isso que nós somos absolutamente contra o aborto e a eutanásia. Porque nós não assassinamos seres humanos, não importa o tamanho que eles têm ou a capacidade que eles têm de fazer alguma coisa. O valor do ser humano não está no que ele faz, mas no que ele é—imagem e semelhança de Deus.
O ponto de Paulo aqui é não nos orgulharmos pelo que nós fazemos como se nós tivéssemos a capacidade de fazer alguma coisa sem a ajuda do Senhor. Como se nós pudéssemos receber o louvor por ter feito alguma coisa sem nossa completa dependência do Espírito de Deus e da graça de Deus. Isso é enganar a si mesmo.
O que nós devemos fazer é o que nós cantamos antes do sermão:
Tudo o que alcançamos vem de Tuas mãos
E os frutos que colhemos são presentes dos céus
Somos meros vasos Teus, portando teu tesouro
E existimos pra Tua glória, ó Deus
Não a nós, só ao Teu nome
Seja toda a glória, a glória, pra sempre
Como o Salmo 115 também diz.
Em vez de nos gloriarmos nas coisas que fazemos, Paulo nos chama a nos examinarmos:
[4] Mas que cada um examine o seu próprio modo de agir...
Existe uma maneira de se examinar que é ruim. Existe uma forma de se viver em que você está pensando no que você está fazendo e olhando para os seus pecados sem levantar os olhos e ver Cristo na cruz morto pelos seus pecados.
Mas o autoexame é um excelente exercício espiritual: eu estou vivendo de acordo com o Espírito? Em estou mortificando o meu pecado? Eu estou sendo dominado por algum pecado—impureza, raiva, ganância, vaidade. Eu estou sendo amoroso com as pessoas à minha volta—em casa, na igreja.
A continuação do versículo 4 e o versículo 5 deixam mais claro que tipo de autoexame está falando:
[4] Mas que cada um examine o seu próprio modo de agir e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. [5] Porque cada um levará o seu próprio fardo.
Esses versículos não são muito fáceis de entender. Uma chave para entender o que Paulo está dizendo é repararmos no tempo que ele está usando. Ele está falando do futuro: “terá motivo de gloriar-se”. Versículo 5: “Cada um levará (futuro) o seu próprio fardo”. Paulo está falando do julgamento final.
Em outras palavras: quando você se examinar, não fique se comparando com os outros e aplaudindo a você mesmo: veja como eu faço mais que os outros, veja como eu sou mais maduro. Não fique se achando se comparando com os outros.
Cada um de nós levará o próprio fardo—ou seja, nós somos responsáveis pelo que nós fazemos, não os outros. Nós seremos julgados, não de acordo com o que os outros fizeram, mas de acordo com o que eu fiz.
Você serve outras pessoas, mas no final das contas, o seu serviço é ao Senhor. Você serve o seu Senhor servindo seus irmãos. Amando a eles.
Repare como o nosso amor pelos outros é centrado no amor a Deus.
A ideia central desses versos é: não fique se comparando com os outros. Viva para a glória de Deus com os dons que ele deu a você. Ame as pessoas. O seu padrão de comparação é Cristo, não os outros.
Ande humildemente com o seu Deus. Ande no Espírito e cresça na semelhança com ele. Seus irmãos não são seus competidores. Eles são seus cooperadores na obra do Senhor.
Uma igreja assim é uma igreja centrada em Deus, focada em Cristo, dependente do Espírito e cheia de amor. Se nós marcharmos assim, nós vamos chegar até o fim.
CONCLUSÃO
• Uma marcha que você sabe COMO vai terminar: irá terminar em VITÓRIA.
• Uma marcha que você sabe ONDE vai terminar: irá terminar na GLÓRIA.
• Uma marcha que você sabe com QUEM vai terminar: irá terminar com CRISTO.
Continue marchando no Espírito: expulsando a vanglória, restaurando seus irmãos, carregando o carga deles, enquanto examinamos o nosso coração.
[25] Se vivemos no Espírito, marchemos também no Espírito.
Igreja Batista Jardim Minesota
Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144
Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré - São Paulo
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