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Salmo 32 | A bênção do perdão

  • Foto do escritor: James Taylor
    James Taylor
  • 15 de jul.
  • 12 min de leitura

13 de Julho de 2025 – IBJM

                    O Salmo 32 é um salmo maravilhoso, um dos favoritos por muitos na história da igreja, incluindo o próprio Agostinho.

—Comentando sobre esse salmo, ele disse que “o começo do conhecimento é reconhecer que você é um pecador.”

 

Eu sei que isso não é uma boa notícia. De fato, é uma péssima notícia. O pecado é como ter um terrível peso esmagador como de uma pedra de 300 kg sobre nós.

 

Kell  Morris, de 61 anos, caminhava numa trilha no Alaska com a sua esposa. O chão sob Morris desabou repentinamente, fazendo-o cair de 6 metros de altura e ele caiu na água congelada. Momentos depois, uma pedra de 300 kg caiu e o prendeu no lugar por mais de 3 horas. O peso esmagador da pedra prendia suas pernas e costas.

Ele sabia que não tinha muito tempo para sobreviver. Sua esposa manteve sua cabeça for d’água, enquanto esperava socorro.

 

Qual deve ter sido o alívio e a alegria quando a equipe de resgate chegou e levantou todo aquele peso de cima do Kell.

 

Esta imagem da alegria de ter um peso esmagador sendo retirado comunica muito bem a alegria que o salmista descreve em relação à experiência de ser perdoado por Deus.

 

      Davi diz, “Bem-aventurado, feliz é aquele cuja transgressão é perdoada”, literalmente levantada.

 As pessoas mais felizes do mundo são aquelas que experimentaram o perdão de Deus.

 

Os salmos nos dão uma imagem da vida bem vivida de acordo com os caminhos estabelecidos por Deus

—E o perdão faz parte deste caminho.

O perdão é bênção das bênçãos—as outras bênçãos de Deus dependem desta bênção.

 

E esta bênção é recebida por meio da confissão.

 

     GRANDE IDEIA: O salmista vai nos mostrar aqui que: a pessoa abençoada é aquela que experimenta o perdão de Deus quando confessa o seu pecado.

 

Se você olhar no começo deste salmo, irá ver que ele é um salmo didático, um salmo de ensino, de instrução.

Nós vamos ver 4 instruções que Davi nos dá em relação ao perdão e confissão de pecados.

 

     1.  A Primeira instrução: A bênção do perdão.

Davi começa este salmo nos instruindo sobre a bênção do perdão nos versos 1-2.

 

Ele usa 3 palavras para descrever o pecado e 3 palavras para falar sobre o perdão.

 

      A primeira palavra para o pecado, a transgressão”, significa rebelião contra Deus, escolhendo a nossa própria vontade e indo contra a sua vontade revelada na Sua palavra.

 

      A segunda palavra, a própria palavra pecado, tem a ver com se afastar do caminho de Deus

 

      E a terceira palavra, iniquidade”,  indica distorção, perversão daquilo que Deus decretou para nós e dos dons que Ele nos concedeu.

 

Davi também descreve de 3 maneiras o que Deus faz quando perdoa o pecador:

       Primeiro, ele diz que Deus “perdoa” a transgressão, que significa levantar, carregar ou remover.

 

      Segundo, ele fala do pecado sendo “coberto”, que comunica a ideia de esconder de vista.

 

      E terceiro, ele fala de como o Senhor “não atribui” iniquidade, onde ele não pensa em alguém ou conta alguém como tendo iniquidade quando Ele perdoa. É um termo de contabilidade. Ele limpa a ficha do criminoso pecador! 

 

Esta é a bênção do perdão de Deus—em que ele levanta o peso esmagador da transgressão, esconde de sua vista o pecado, e não atribui a culpa da iniquidade para aquele indivíduo.

 

      Mas, como Deus pode perdoar assim? O fato é que Deus não tem que perdoar. Ele não é obrigado a fazê-lo.

 

Mas Deus, na sua graça, decidiu providenciar um perdão para pecadores.

Resumindo, o nosso pecado é coberto com o sangue de Seu Filho.

 

Paulo, em Romanos 4, cita o Salmo 32. Veja comigo Romanos 4.5-8.

Paulo nos diz que Deus justifica (declara justo) o ímpio por meio da fé.  Ele explica que Davi declara ser bem-aventurado aquele a quem Deus atribui justiça (declara justo), independentemente de obras.

 

A justificação que Deus faz inclui o ato dEle perdoar—remover a culpa do pecado—e declarar justo—atribuir uma pessoa como justa.

Esta justificação acontece por meio da , independentemente de obras. (v.6)

 

A base desta justificação é Cristo.

Veja Romanos 3.24: sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé.

 

“O perdão, total e gratuito, é escrito em cada gota de sangue que se vê, é proclamado em todo gemido que se ouve”— Octavius Winslow

 

Isaías 53.12 diz que Cristo levou sobre si o pecado de muitos.   E Hebreus 9.28 fala que Cristo tirou os pecados.

Quando alguém é perdoado, o peso do seu pecado é levantado de cima dele e é colocado sobre Cristo na cruz.

 

Deus pode perdoar somente por meio de Cristo quando alguém crer em Cristo. “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi atribuído para justiça” (Gn 15.6; Rm 4.3).

 

—Tem uma parte na história do Peregrino, em ele experimenta o alívio do perdão: “seu fardo se soltou de seus ombros e caiu de suas costas e começou a rolar, e assim continuou, até chegar à boca do sepulcro, onde caiu e nunca mais foi visto.”

 

Irmãos, imagine se o perdão de Deus não fosse disponível para nós pecadores!

“Se tu, Senhor, observares iniquidades, quem, Senhor, poderá escapar? Mas contigo está o perdão, para que sejas temido” (Sl 130.4)

 

     2.  A Segunda instrução: o meio para experimentar esta bênção: a confissão.

Davi continua instruindo sobre o único meio para receber o perdão de Deus, a confissão. Versos 3-5.

 

No final do verso 3 ele diz que esta bênção é para aqueles “cuja o espírito não há engano.

 

Isso descreve aquele que é honesto e confessa o seu pecado.

Seria o oposto daquele que sabe de um pecado na sua vida mas não lida com ele, por meio da confissão, e vive fingindo (enganando).

Talvez ele minimiza o pecado ou vive disfarçando que anda com o Senhor

 

Um espírito sem engano se refere a alguém que anda na luz, alguém que confessa o seu pecado, como 1 João 1 descreve.

 

Davi vai explicar nos próximos versos porque é uma bênção ser perdoado, descrevendo o que experimentou quando não confessou e se calou.

 

      Nos versos 3-4 ele fala do que ele sofreu quando ficou calado. Ele sofreu angustia da alma e do corpo.

 

É parecido com o que ele descreve em Salmo 31.9-10: “Compadece-te de mim, Senhor, porque estou angustiado; de tristeza se consomem os meus olhos, a minha alma e o meu corpo. Gasta-se a minha vida na tristeza, e os meus anos, em gemidos; debilita-se a minha força, por causa da minha iniquidade, e os meus ossos se consomem.”

 

O seu silêncio afetou seus ossos e seu vigor—seu corpo e sua alma, o espiritual e o físico,

Dia e noite o dia todo com gemidos (altos gritos de dor e angústia)

 

“Enquanto calei”.

O silêncio de Davi comunica o não arrependimento.

Era um silêncio ativo e intencional, não passivo.

E ele sofreu devido a mão pesada de Deus sobre ele (v.4)

 

Provérbios 3.11-12 nos diz que “o Senhor repreende a quem ama, assim como um pai repreende o filho a quem quer bem.”

 

P. Porque ficamos calados em relação ao nosso pecado?

Por causa do nosso orgulho? Indiferença? Ou medo que Deus não vai perdoar? Ou ainda pretendemos pecar um pouco mais?

 

O silêncio é uma rejeição da maior bênção imaginável—da maior felicidade possível.

Pensamos que ficar calado no nosso pecado nos fará felizes, mas isso é um pensamento enganoso!

O silêncio é uma rejeição de Deus e de sua graça. 

 

Mais o falar (em vez do calar), o confessar, é um ato de fé em Deus—em quem Ele é (gracioso) 

E em concordar com Ele sobre quem nós somos (pecadores).

 

A confissão é um ato de fé que o perdão é uma bênção incomparável com o prazer do pecado.

 

      Ao confessar, não permanecer calado, experimentamos o alívio de trazer o pecado para a luz.

Davi diz no verso 5: não mais ocultei.”

 

Tim Keller disse: “A libertação do perdão começa com a honestidade. É somente quando deixamos de cobrir e admitimos nosso pecado que Deus está disposto a cobri-lo.”

 

 Quando paramos de tentar cobrir nosso pecado (v.5), Deus então a cobre! (v.1)

É bem provável que Davi está descrevendo a época em que ele se calou depois de ter pecado com Bateseba, cometendo adultério e planejando a morte do marido dela.

Ele ficou calado vários meses.

 

Ele descreve então o que ele fez depois de ter se calado e sofrido no verso 5. 

E esta é a chave para experimentar a bênção do perdão de Deus

Confessei-te o meu pecado, minha iniquidade, minhas transgressões…. E tu perdoaste a iniquidade do pecado!”

 

Tu perdoaste a iniquidade do pecado!

Deus não cobra nenhuma penitência, promessa ou purgatório

Ele estende perdão imediato, e completo!

Quando confessamos o nosso pecado a Ele!

 

1 João 1.9 nos diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”

 

A razão que temos no nosso culto cada domingo dedicado um tempo para confissão de pecados é porque sabemos que somos pecadores e precisamos do perdão de Deus.

Este tempo em oração é um ótimo momento para você confessar os seus pecados específicos.

 

Então a culpa é levantada, como um peso esmagador.

Caim sentiu este peso quando disse: “Meu castigo é tão grande, que não poderei suportá-lo.” E, de fato, não podemos.

 

Provérbios 28.13 diz: Quem encobre as suas transgressões

jamais prosperará; mas o que as confessa e abandona

alcançará misericórdia.

 

P. Você está encobrindo o seu pecado, permanecendo calado?

Porque não quebrar este silêncio, confessar este pecado hoje, experimentando a bênção do perdão—de ter o peso esmagador do pecador sendo retirado? (Salmo 51—um exemplo)

 

Talvez seja o “pecadinho” de reclamação, ou mau uso do tempo, ou até contemplando um pecado

 

Talvez você esteja aqui, e você nunca reconheceu o seu pecado e confessou ele a Deus. Você ainda não experimentou a bênção do perdão e da justificação.

 

Se arrependa e creia, confie em Cristo como aquele que morreu em seu lugar, para tirar o peso do pecado de cima de você e colocar nele.

 

     3. A Terceira instrução: Corra para o esconderijo.

Com base na sua experiência de confissão e perdão, Davi os instrui a correr para Deus, seu esconderijo nos versos 6-7.

 

Davi apela para que todos os piedosos façam também súplicas, confessando seus pecados regularmente.

 

      Enquanto há tempo—“em tempo de poder te encontrar” (v.6)

Isaías 55.6-7: “Busquem o Senhor enquanto ele pode ser encontrado; invoquem-no enquanto ele está perto. Que o ímpio abandone o seu mau caminho, e o homem mau, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.”

 

Busque ao Senhor, suplique a ele, confessando o seu pecado antes que as águas do julgamento venham, como aconteceu no grande dilúvio com Noé e as portas da arca eventualmente fecharam e não havia mais tempo para arrependimento.

 

Aqueles que buscarem refúgio no Senhor, estas águas do julgamento de Deus não atingirão (v.6)

 

      Irmãos, não se esconda dEle, mas se esconda nEle (v.7)

É comum querer se esconder quando pecamos (como em Gn 3)

Incrivelmente, aquele contra quem pecamos também pode ser o nosso refúgio que nos preserva e nos cerca de alegres cantos de livramento” (como um guerreiro que ganhou a guerra e nos socorreu).

 

Corra para Deus, seu esconderijo, confessando seu pecado.

E…

 

     4.  A Quarta instrução: Não seja uma mula.

Depois de Davi ter falado sobre sua experiencia de perdão e exortado outros a suplicarem a Deus por perdão e acharem esconderijo em Deus, agora Deus fala. 

 

Ele diz para nós, “não seja uma mula.” Veja os versos 8-10.

 

      No verso 8, Deus nos exorta a seguir a ele, o maravilhoso Conselheiro.

Ele quer nos instruir, nos ensinar o melhor caminho para trilhar, o caminho da bênção.

E isso envolve a instrução sobre confessar continuamente o nosso pecado.

 

De fato, as instruções que temos visto aqui são de Deus através de Davi.

 

Ele quer nos dar conselho. Sob as minhas vistas, lhe darei conselho.

Isso indica a vigilância e o cuidado íntimo de Deus.

Esta instrução, ensino, e conselho tem a ver com a vida em geral, mas no contexto tem a ver a situação em que temos pecado contra Ele.

 

Deus nos diz para não ser como uma mula ou um cavalo sem entendimento que não obedecem a Ele.

Você não consegue aconselhar um cavalo, certo? Ele tem que ser dominados com freios.

 

Minha esposa me lembrou recentemente de que, quando nossos filhos eram pequenos, eu dizia para eles, “não seja uma mula!” “Para de ser um jumento!”

Eu quis dizer, “para de ser teimoso, de recusar minha instrução”.

E Deus está dizendo a mesma coisa aqui.

 

O cavalo e a mula “não obedecem a você.”

Literalmente está dizendo: “o cavalo ou a mula não irão se aproximar de você voluntariamente, sem freios e cabrestos.

 

      Deus quer que nos aproximemos dEle em comunhão e o obedeçamos. O fim do perdão é esta comunhão com Deus.

 

Não seja uma mula, rejeitando o bom cuidado de Deus e intimidade com Ele. Permanecendo calado e não confessando pecado.

 

      Confie no Senhor e experimente a sua misericórdia (v.10)

Há um contraste aqui entre os muitos sofrimentos e sendo cercado por misericórdia.

 

Davi usa esta palavra “cercado” duas vezes neste salmo. Ele fala aqui de ser cercado pela misericórdia de Deus e no verso 7 de ser cercado de alegres cantos de livramento.

 

Muitos são os sofrimentos do ímpio.

Eles não são abençoados porque não confessam o seu pecado e não são perdoados e não experimentam o amor e misericórdia de Deus.

 

Eles podem parecer felizes, mas isso é uma miragem bem temporária. A realidade eterna é outra!

 

Mas os que confiam no Senhor experimentam outra realidade!

Eles não ficam calados, mas confessam o seu pecado

E são perdoados por Deus por causa da obra de Cristo.

E eles experimentam a Deus como um esconderijo, um refúgio.

Eles seguem o conselho do Senhor, e não a recusam continuamente

 

Os que confiam no Senhor são cercados pela sua misericórdia cada manhã

 

Conclusão:


Veja verso 11. As pessoas que confiam no Senhor são descritas no último verso como justos e retos.

 

Mas os justos, os retos não são impecáveis.

Davi tem falado esse tempo todo da bênção daquele que é perdoado quando confessa o seu pecado.

Que o piedoso (o justo) é aquele que suplica ao Senhor confessando seu pecado (v.6)

Ele não está falando da bênção daqueles que são perfeitos e nunca pecam!

 

Estes justos, retos são aqueles que confiam no Senhor, confessando o seu pecado regularmente, e sendo perdoados através da morte de Cristo.

 

E Davi termina chamando os justos a se alegrarem no Senhor, a regozijarem e exultarem nEle.

Ele começa o salmo se alegrando com a bênção do perdão e termina se alegrando no Deus que concede este perdão.

Deus é o fim!

 

O perdão é uma ponte para Deus.
A confissão é o meio para o perdão.
Mas o perdão não é o fim, mas o meio. Deus é o fim.

 

Eu morei em Florianópolis por 15 anos, e como você deve saber, lá tem algumas das praias mais lindas que você já viu, com águas cristalinas.

É um prazer e alegria gastar um dia ensolarado em uma das praias em Florianópolis.

 

Imagine que você decide planejar uma viagem para Floripa para visitar uma destas praias.

Você chega até a ponte que atravessa para a ilha de Floripa e ao chegar na ponte você para.

Você chegou em Florianópolis tecnicamente. Mas você não para na ponte, porque a ponte é o meio para chegar no alvo desejado—umas das maravilhosas praias.

 

E o perdão é a ponte para Deus—comunhão com Ele. Alegrando-se no SENHOR, regozijando-se nEle!

 

Um comentarista diz de forma brilhante, “Se o perdão é bom, a comunhão é melhor.”

 

E o pregador John Piper diz algo fantástico sobre o perdão: “… a salvação não é uma boa notícia se ela apenas salva do inferno e não para Deus. O perdão não é uma boa nova se apenas alivia o sentimento de culpa, mas não abre o caminho para Deus. A justificação não é boa notícia se apenas nos torna legalmente aceitáveis a Deus, mas não traz comunhão com Deus. A redenção não é uma boa nova se apenas nos liberta da escravidão, mas não nos leva a Deus. A adoção não é uma boa nova se apenas nos coloca na família de Deus, mas não nos põe em seus braços de amor.” —Piper

 

Nosso maior problema é o nosso pecado porque nos afasta do nosso maior bem— Deus

 

Mas contigo há perdão.

 

 

Não fique calado, mas confesse hoje o seu pecado.

Não esconda o seu pecado, mas se esconda em Deus, seu esconderijo e refúgio.

Não seja uma mula, mas se aproxime do seu Deus em comunhão e regozije nEle, o alvo do perdão.

 

 

A pessoa abençoada é aquela que experimenta o perdão de Deus quando confessa o seu pecado, crendo em Cristo que comprou esta bênção na cruz

 

P. Você é esta pessoa bem-aventurada aqui hoje?

 

Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade

não mais ocultei. Eu disse: “Confessarei ao Senhor

as minhas transgressões”; e tu perdoaste a iniquidade

do meu pecado.


Igreja Batista Jardim Minesota

Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144

Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré - São Paulo

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