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Série de Sermões em Jó
Nós vamos entrar na jornada de Jó. Nós vamos entrar na dor de Jó. E o que nós vamos ver em Jó—e o que nós vemos em nossa vida—é que o sofrimento revela muitas coisas sobre nós. E muitas coisas sobre Deus. O sofrimento nos faz ver a VIDA com outros olhos. E nos faz ver DEUS com outros olhos.
![Série em Jó: Sofrimento Soberano
02 de Novembro de 2025 – IBJM
Dia de 3 novembro de 2020, 5 anos atrás, um jovem de 20 anos chamado Nicolas estava com os amigos da faculdade em um parque fazendo atividade física. Terça-feira à tarde. Tudo parecia normal. De repente, no meio do jogo, ele caiu no chão e morreu. Os amigos tentaram reanimá-lo. Os socorristas tentaram. Os médicos tentaram. Mas não teve jeito. O Nicolas morreu. Por quê? Se pelo menos ele fosse uma pessoa má, que tratava as outras pessoas mal, seria um pouco mais fácil de entender. Continuaria sendo uma tragédia, mas pelo menos faria um pouco mais de sentido. Mas o Nicolas era uma bênção. Ele era um cristão comprometido. Segundo os pais dele, ele era um menino doce e muito amoroso. Ele era o melhor amigo da irmã dele. Ele estava noivo de uma jovem cristã maravilhosa. Ele era um filho maravilhoso. Por que ele morreu? Para nos deixar ainda mais confusos, os pais dele também são cristãos fieis. O pai dele já escreveu alguns livros e já veio até ao Brasil pregar. O nome dele é Tim Challies, alguns de vocês devem ter ouvido falar. Ele tem um site cristão muito popular. Ele tem sido usado para espalhar a fé cristã. Então, por quê? Por que os pais do Nicolas terão que sofrer tanto pelo resto da vida por ter perdido um filho tão jovem e tão bom? Quando o sofrimento bate em nossa vida, especialmente quando ele bate com força suficiente para nos derrubar no chão, é natural nós perguntarmos “por quê?”. Por que eu? Por que agora? Por que isso? Por quê? Mais do que responder a pergunta “por quê?”, Deus parece estar mais preocupado em nos ensinar a responder a pergunta “como?”. Como eu atravesso o vale do sofrimento confiando em Deus? Nós vamos entrar na jornada de Jó. Nós vamos entrar na dor de Jó. E o que nós vamos ver em Jó—e o que nós vemos em nossa vida—é que o sofrimento revela muitas coisas sobre nós. E muitas coisas sobre Deus. O sofrimento nos faz ver a VIDA com outros olhos. E nos faz ver DEUS com outros olhos. Uma das últimas coisas que Jó fala, no último capítulo, é: Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem (Jó 42:5). Eu dei o nome desse série de Sofrimento Soberano, mas desde o início eu gostaria de dizer que a ênfase está na segunda palavra: “soberano”. Sofrimento é o cenário. Soberano—o Deus soberano—é o personagem principal. A luz no palco está nele. A história começa com Jó sendo apresentado. 1. A APRESENTAÇÃO DE JÓ (VV. 1-5) Nós recebemos 3 informações sobre Jó: PRIMEIRO, A IDENTIDADE DELE: [1] Havia um homem na terra de Uz cujo nome era Jó. Isso significa que Jó não era um Israelita. A terra de Uz ficava na região de Edom, fora da Terra Prometida. O autor localiza onde Jó estava no mapa, mas ele não nos localiza no tempo. Ele fala “havia um homem”, mas não fala quando. Mas ele dá duas pistas sobre o tempo. • O autor descreve a riqueza de Jó em termos de animais—camelos e ovelhas, o que era comum na época dos patriarcas—Abraão, Isaque e Jacó. • E ele fala de Jó oferecendo sacrifício em favor dos filhos, o que não seria permitido depois que Moisés construiu o tabernáculo, mas era comum na época dos patriarcas—Abraão, Isaque e Jacó. Jó, então, viveu provavelmente na época de Abraão, mas ele não era parte do povo de Israel, o povo com quem Deus tinha feito uma aliança. Mas agora vem uma informação ainda mais importante: Jó adorava o Deus de Abraão, o Deus de Israel, o Deus verdadeiro, o Deus de toda a terra. Depois da identidade, nós vemos a piedade de Jó. SEGUNDO, A PIEDADE DE JÓ: [1] (...) Este homem era íntegro e reto, temia a Deus e se desviava do mal. Isso não significa que Jó nunca pecava, mas ele não era um hipócrita. Ele não tinha uma vida dupla. Ele tinha uma vida só: uma vida inteira—íntegra. Jó é a definição de um homem sábio (ele teme a Deus) e santo (ele se desvia do mal). No coração de Jó, Deus vinha primeiro. Jó é um adorador. Jó é um homem de Deus. Depois da identidade e da piedade, a terceira informação trata da: TERCEIRO, A PROSPERIDADE DE JÓ: Deus abençoou Jó com filhos, muito filhos: [2] Nasceram-lhe sete filhos e três filhas. Deus abençoou Jó com posses, muitas posses: [3] Tinha sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas. Também tinha muitíssima gente a seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente. Jó não era somente muito rico. Ele era o maior. Ele era o Elon Musk da época naquela região. E a apresentação de Jó termina voltando para a piedade dele. Como essa piedade se manifestava no dia a dia: [4] Os filhos dele iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. [5] Quando se encerrava um ciclo de banquetes, Jó chamava os seus filhos e os santificava [veja como Jó era um homem santo]; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles. Pois Jó pensava assim: “Talvez os meus filhos tenham pecado e blasfemado contra Deus em seu coração.” Jó fazia isso continuamente. • Não só de vez em quando. Jó fazia isso continuamente . A piedade de Jó era constante. • E ele não se preocupava só com o comportamento exterior, mas com o coração (o interior) — incluindo o coração dos filhos. A piedade de Jó era profunda. Vamos usar a pergunta do título que eu dei para essa mensagem: Que mundo é esse? A primeira resposta é: “Esse é um mundo onde existem pessoas que amam a Deus”. Existem pessoas boas nesse mundo mau. Não existem pessoas perfeitas, mas existem pessoas que são íntegras e retas, que temem a Deus e se desviam do mal (1:1). Você pode ser uma delas. • Com a ajuda do Senhor, você pode viver para Deus em um mundo rebelde à Deus. • E possível você ter uma vida reta em um mundo tão torto pelo pecado. • Mesmo que as pessoas na sua família e no seu trabalho ignorem a Deus, você pode temer a Deus e se desviar do mal. A história começa bem. Um homem cheio de piedade e cheio de prosperidade. Deus está abençoando um homem que está confiando nele. Parece que o mundo está indo em uma boa direção. Mas as coisas estão prestes a mudar—a mudar drasticamente e abruptamente. Como no livro de Apocalipse, o Senhor abre a cortina que separa o nosso mundo do mundo espiritual, e nos mostra o que está acontecendo do outro lado. Do lado de cima. 2. UMA CENA NO CÉU: DEUS E SATANÁS (VV. 6-12) Do versículo 6 ao 12, o cenário é o céu. [6] Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se diante do Senhor, veio também Satanás entre eles. Os filhos de Deus aqui são os anjos. Os anjos foram até o Senhor, talvez para receber instruções sobre o que eles deveriam fazer. O DIÁLOGO (PARTE I): DEUS PERGUNTA Deus, então, faz uma pergunta a Satanás: [7] Então o Senhor perguntou a Satanás: — De onde você vem? Satanás respondeu ao Senhor: — De rodear a terra e passear por ela. Deus, então, faz uma segunda pergunta para Satanás: [8] E o Senhor disse a Satanás: — Você reparou no meu servo Jó? Não há ninguém como ele na terra. Ele é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal. Não existe nenhuma dúvida de quem está liderando. Ninguém está se perguntando: “Quem manda aqui?”. Quem fala primeiro é Deus. Ele guia a conversa é Deus. E Deus chama Jó de “meu servo”, um título de honra que ele usou com Abraão, com Moisés e os profetas. E Deus diz que Jó não é só o maior do Oriente em termos de prosperidade. Jó é o maior do planeta em termos de santidade. “Não há ninguém como ele na terra”. “Se tem alguém na terra que me ama”, Deus está dizendo, “esse homem é Jó”. E nós ouvimos da boca de Deus a mesma descrição de Jó: Ele é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal (v. 8). Mas o que parecia uma história tão linda vai se tornar em um pesadelo que Jó nunca imaginou que seria possível. A nossa vida nesse mundo é assim: de uma hora para outra, tudo pode mudar. A partir do versículo 9 a vida de Jó nunca mais será a mesma. E tudo começou com uma conversa no céu. O DIÁLOGO (PARTE II): SATANÁS PERGUNTA Agora quem faz perguntas é Satanás: [9] Então Satanás respondeu ao Senhor: — Será que é sem motivo que Jó teme a Deus? [10] Não é verdade que tu mesmo puseste uma cerca ao redor dele, da sua casa e de tudo o que ele tem? Abençoaste a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicaram na terra. [11] Mas estende a tua mão e toca em tudo o que ele tem, para ver se ele não blasfema contra ti na tua face. A palavra Satanás vem do hebraico: “satan”. Satan significa adversário ou acusador. É o título certo para esse ser maligno. Satanás é O acusador. Ele está fazendo duas acusações: Primeiro, ele está acusando Jó de interesseiro. Ele está dizendo que Jó só adora a Deus porque Deus encheu a vida de Jó de bênçãos e de bens. “A piedade de Jó é só por causa da prosperidade de Jó. Com essa quantidade de ovelhas e camelos e bois, com esse monte de filhos, é claro que ele teme o Senhor! Olha a vida boa que esse homem tem! Tira o que o Senhor deu para ele e veja se ele não se tornará um blasfemador como eu. Tira o que ele tem, e ele vai deixar o Senhor e passar para o meu lado”. A segunda acusação consegue ser ainda pior. Por trás dessa acusação a Jó, Satanás está acusando a Deus. Volte no diálogo. Deus disse: “Você viu meu servo Jó? Ele é integro e reto. Não existe ninguém como ele. Veja como ele me teme e se desvia do mal”. Satanás vem e diz: “Na verdade, Deus, não. Jó não é isso tudo. Ele só teme o Senhor porque o Senhor abençoou muito a ele”. Satanás está dizendo que não só Jó é interesseiro. Satanás está dizendo que Deus é interesseiro. Que Deus está comprando a adoração de Jó com presentes—ovelhas, bois, filhos, como um homem que compra a companhia de uma mulher com roupas e perfumes e restaurantes caros porque ele sabe que a mulher não ficaria com ele se não fosse pela vida de luxo. Satanás está dizendo que essa relação entre Deus e Jó é uma falsidade. É só um jogo de interesse. É uma farsa. Com duas perguntas e duas afirmações, Satanás acusa duas pessoas de uma só vez. E uma das pessoas que ele está acusando é o Criador do Universo! Satanás é um ser infernalmente audacioso! E por trás dessas duas acusações, Satanás está dizendo que Deus não é digno de ser adorado simplesmente porque quem ele é. Simplesmente porque Deus é grandioso e maravilhoso e cheio de glória. Satanás é o nosso adversário, ele é o inimigo das nossas almas, ele é o nosso acusador, mas ele é tudo isso contra nós porque, primeiro, ele é tudo isso contra Deus. Ele é o adversário de Deus, o inimigo de Deus, ele é o acusador de Deus. Eu estava em um estudo bíblico vários anos atrás, e durante o estudo uma pessoa (que professava fé em Cristo) perguntou: “Essa coisa de Satanás e os demônios é real? Satanás existe mesmo?” A resposta é: “Sim! É real! Satanás realmente existe”. • Ele é a Serpente que destruiu o relacionamento da humanidade com Deus e jogou esse mundo na miséria que ele está (Gênesis 3). • Ele é o deus desse século (com “d” minúsculo) que cega o entendimento dos descrentes para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo (2 Coríntios 4). • Ele é o príncipe da potestade do ar que atua agora nos filhos da desobediência (Efésios 2). • Ele é o “o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse 12). Nós estamos fazendo a pergunta “Que Mundo é Esse?”. A primeira resposta foi: “Esse é um mundo onde existem pessoas que amam a Deus”. A segunda resposta é: “Esse é um mundo onde Satanás existe”. Ele sabe que não pode destruir a Deus, mas ele vai tentar destruir tudo e todos que refletem a glória de Deus. Por isso, o alvo especial de Satanás são os cristãos. Ele dispara os dardos inflamados especialmente em nós—na nossa igreja, nossa família e qualquer pessoa que queira mostrar a majestade (a grandeza) de Deus. É por isso que ele está atrás de Jó e de você, cristão. Mas Satanás não está completamente solto. Satanás é como um cachorro em uma coleira. Ele só vai até onde Deus permitir. Lutero disse bem: “Até o diabo é o diabo de Deus”. O DIÁLOGO (PARTE III): DEUS PERMITE, MAS COM LIMITE [12] Então o Senhor disse a Satanás: — Você pode fazer o que quiser com tudo o que ele tem; só não estenda a mão contra ele. Então Satanás saiu da presença do Senhor. A providência de Deus tem seus mistérios. Nós não entendemos muito do que Deus está fazendo. Por que Deus permite essas coisas? Jó sabe menos ainda do que nós. Nós somos leitores privilegiados. Nós sabemos que o que vai acontecer com Jó será causado por Satanás. Mas o que Jó e nós sabemos é que o trono do Universo não está sendo disputado. A Palavra de Deus é muito clara sobre quem governa esse mundo. Não são duas forças lutando de igual para igual. Deus reina sozinho. É isso que a Bíblia quer dizer quando ela diz que Deus é soberano. Salmos 115:3—O nosso Deus está no céu e faz tudo como lhe agrada. A soberania de Deus não elimina todos os mistérios da sua vida, mas a soberania de Deus cria uma maneira complemente diferente de se viver: acima dos homens maus e acima de um ser mau como Satanás, existe um Deus bom. E mesmo quando eu não entendo por que as coisas estão do jeito que estão, eu sei que o Deus soberano sabe o que está fazendo. Essa é a terceira parte da resposta à nossa pergunta: “Que mundo é esse?” 1. É um mundo onde pessoas amam a Deus existem. 2. É um mundo onde Satanás existe. 3. É um mundo onde um Deus soberano existe. O Deus que, além de soberano, ama seu povo e não tira os olhos de nós. E o cenário muda de novo: do céu de volta para a terra. 3. UMA CENA NA TERRA: JÓ E SATANÁS (VV. 13-19) Essa cena é devastadora, em todos os sentidos. No sentido físico, emocional e espiritual. Em um só dia, Jó perdeu tudo o que Deus tinha dado para ele durante toda a vida. Foram 4 golpes violentos sem intervalo entre eles para Jó respirar. PRIMEIRO GOLPE: JÓ PERDE BOIS, JUMENTAS E SERVOS [13] Um dia, quando os filhos e as filhas de Jó comiam e bebiam vinho na casa do irmão mais velho, [14] veio um mensageiro a Jó e lhe disse: — Os bois estavam lavrando e as jumentas estavam pastando junto a eles. [15] De repente, os sabeus atacaram e levaram tudo. Mataram os servos a fio de espada. Só eu consegui escapar, para trazer a notícia. Jó não teve tempo para processar o que aconteceu, e veio o segundo golpe. SEGUNDO GOLPE: JÓ PERDE OVELHAS E SERVOS [16] Enquanto este ainda falava, veio outro mensageiro e disse: — Fogo de Deus caiu do céu [ele está falando de raios] e queimou as ovelhas e os servos, destruindo todos eles. Só eu consegui escapar, para trazer a notícia. Jó perdeu 1.000 bois, 500 jumentas, 7.000 ovelhas e muitos servos. Só sobraram os camelos. TERCEIRO GOLPE: JÓ PERDE CAMELOS E SERVOS [17] Enquanto este ainda falava, veio outro mensageiro e disse: — Os caldeus [que são os babilônios] se dividiram em três bandos, atacaram os camelos e os levaram embora. Mataram os servos a fio de espada. Só eu consegui escapar, para trazer a notícia. Agora não sobrou nada. Veja o poder que Satanás tem para usar tanto pessoas quanto a natureza. Você já teve a horrível experiência de levar um soco na boca do estômago? E quando você ainda estava desprevenido. Você perde todo o ar. Fica tonto. Dá vontade de vomitar. É horrível. Jó levou 3 golpes seguidos na boca da alma. E ele estava desprevenido. Imagine, uma dia você volta para casa à tarde, e não existe mais casa. Sua casa pegou fogo e não tinha seguro. Tudo o que você tinha dentro—todos os seus bens—você perdeu tudo. E imagine que você vive em uma época em que não existe banco. Todo o seu dinheiro estava guardado em casa e evaporou tudo em segundos. Não sobrou nenhum bem, mas Satanás ainda não terminou. Ele deixou o golpe mais violento para o final: GOLPE 4: JÓ PERDE OS FILHOS [18] Também este ainda falava quando veio outro e disse: — Os seus filhos e as suas filhas estavam comendo e bebendo vinho na casa do irmão mais velho. [19] De repente, eis que se levantou um vento muito forte do lado do deserto e bateu contra os quatro cantos da casa. Ela caiu sobre os jovens, e eles morreram. Só eu consegui escapar, para trazer a notícia. Sem deixar Jó recuperar o fôlego por ter perdido todos seus bens materiais, Satanás mata os filhos de Jó com um furacão. Quem consegue medir a dor desse homem? Perder um filho é insuportável. Perder todos é indescritível. Se os 3 golpes anteriores ainda não tinham derrubado Jó, esse derrubou. Se eu sentar no sofá em casa e começar a pensar—só pensar—que nunca mais eu vou ver meus filhos: que eu nunca mais vou poder abraçar Davi ou nunca mais vou poder ouvir a voz da Sara—se eu sentar e começar a pensar, em poucos segundos eu estou chorando. Só de pensar. Quanto mais, viver. Ter que conviver com a morte de alguém que nós amamos é como ter que continuar a viver sem uma parte de você. É como ter um pedaço da alma cortada. Aqui nós temos a próxima parte da resposta à nossa pergunta: “Que mundo é esse?” Esse é um mundo onde aqueles que amam a Deus sofrem. E muitas vezes, sofrem muito. Quem de nós julgaria Jó se ele ficasse revoltado com a vida por algum tempo? Ele perdeu todos os bens e todos os filhos (dez!) em menos de 24 horas. Mas não foi o que aconteceu. Não foi com revolta que Jó respondeu. O capítulo começou com a apresentação de Jó e ele termina com a adoração de Jó. O final do capítulo 1 de Jó é uma das passagens mais lindas em toda a Bíblia. 4. A ADORAÇÃO DE JÓ (VV. 20-22) [20] Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça, prostrou-se em terra e adorou. [21] E disse: — Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! [22] Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Satanás conseguiu tirar a prosperidade de Jó. O que ele não conseguiu foi tirar a piedade de Jó. Satanás conseguiu tirar de Jó os animais, os servos e até os filhos. O que Satanás não conseguiu tirar de Jó foi o Deus de Jó. Os planos de Deus não podem ser frustrados, mas os de Satanás podem e são. A reação de Jó nos ensina duas lições: como nós, cristãos, podemos lidar com a dor? Primeira Lição: adoração e lamentação podem viver juntas. O versículo 20 mostra a tristeza de Jó. Rasgar o manto e rapar a cabeça são maneiras da época de expressar tristeza. São símbolos externos da dor interna—de um coração rasgado pelo sofrimento. Você pode chorar e adorar ao mesmo tempo. Deus fez nosso coração com essa capacidade. Lágrimas e louvor não são inimigos. Eles se misturam bem no rosto daqueles que amam a Deus. Veja o movimento do corpo de Jó: ele se levanta, rasga o manto, rapa a cabeça e se prostra no chão. Agora chegou a hora de Jó movimentar os lábios. Pela primeira vez nós vamos ouvir a voz de Jó. Além de aprendermos com a tristeza dele, nós podemos aprender com a teologia dele. O que Jó pensa sobre Deus? E essa é a segunda lição que ele deixa para nós: Nosso entendimento sobre Deus molda nosso sofrimento nesse mundo. A boca fala do que está cheio o coração. Veja como o coração de Jó está cheio de Deus. [21] E disse: — Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Jó reconhece que, quando ele entrou nesse mundo, ele não tinha nada. Nós saímos nus do ventre de nossa mãe. Tudo o que nós acumulamos ao longo do tempo foi o Senhor quem nos deu. Deus é quem realmente possui nossas posses. Boa teologia ajuda no sofrimento: Deus é o dono de tudo. O seu dinheiro, você sabe, não é seu. É do Senhor. Sua casa não é sua. É do Senhor. O meu carro não é meu. É do Senhor. Todos os seus bens que nós temos não são nossos. São dele. Seus dons, seus talentos, seu corpo. Nós não temos nada. Tudo é dele. Deus colocou na nossa mão para usarmos por um tempo para o bem das outras pessoas e a glória dele. “Por um tempo” porque, nós vamos sair desse mundo da mesma maneira como nós entrarmos. Nus, como Jó disse. Sem nada. Quando o Senhor nos chamar, nós teremos que deixar tudo para trás. Ele colocou em nossa mão por um tempo, mas ele nunca transferiu a titularidade. Tudo o que nós recebemos do Senhor são presentes temporários. Se isso é verdade: se Deus é quem nos deu, então ele também tem direito de tomar. Essa é a teologia de Jó. [21] (...) O Senhor o deu e o Senhor o tomou; Veja o coração submisso de Jó. Ele se submete a vontade de Deus. Ele reconhece que Deus é soberano. Ele reconhece o direito de Deus de tomar o que ele deu. Como Jó está sendo humilde! E como a humildade é linda! Um entendimento correto de Deus não livra você do sofrimento, mas nos ensina a lidar com as perdas com esperança, fé e amor. Se Deus é o dono de tudo o que eu tenho, se foi ele quem me deu, então quando ele entende que está na hora de tirar, eu devo aceitar, mesmo que, às vezes, prostrado no chão, chorando. E Jó chora. Mas ele também adora. Ele termina com um declaração de amor e louvor a Deus. [20] (...) O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! • Umas das coisas mais lindas nesse mundo é ver um crente sofrendo e bendizendo. • É ver meus irmãos passando por grande provação e cantando para Deus no culto. • É ver a vida de um cristão se desmoronando, e ele ainda agradecendo ao Senhor pela salvação. Nós ainda temos uma longa jornada com Jó. Ainda tem muitas coisas para acontecer. Mas nesse ponto Jó é um exemplo de como responder a Deus diante da dor. Ele bendiz o nome do Senhor mesmo depois de o Senhor ter tomado tudo—todos os bens e os filhos. MAS O QUE EU FARIA? Mas quando nós vemos essa reação de Jó, uma pergunta que nós nos fazemos é: “O que eu faria? Se Deus tirasse tudo de mim como ele tirou de Jó, como eu iria reagir? Eu iria responder bendizendo o Senhor? Ou, (pode vir o pensamento), eu iria dizer: “Chega, isso é demais. Eu desisto!”? Essa é uma pergunta justa. Eu entendo que essa é uma das perguntas que o Senhor quer que nós façamos. Várias pessoas desistem. E eu, Senhor? Nós podemos ficar com medo de perder a fé, especialmente se o Senhor planejar tanto sofrimento para nós. Eu gostaria de fazer 3 comentários que eu espero que nos ajudem. PRIMEIRO, PREPARE-SE O entendimento de Jó sobre quem Deus é fez ele confiar no Senhor. O nosso entendimento sobre quem Deus é irá moldar como nós respondemos ao sofrimento. Por isso, vamos continuar nos preparando antes de ventos fortes baterem e derrubarem nossa casa. Cada culto é uma preparação. Cada aula de EBD. Cada reunião de oração. Cada devocional na sua casa. Cada estudo bíblico. Você está fortalecendo os músculos da sua alma para o dia em que o peso do sofrimento for colocado em cima de você. Deus é soberano, mas isso não significa que ele quer que não façamos nada enquanto esperamos o sofrimento. Jó temia a Deus. Jó se desviava do mal. Nós nos preparamos andando com o Senhor e conhecemos mais e mais da grandeza e da bondade de Deus. Prepare-se. SEGUNDO, DESCANSE Assim como você pode lamentar e adorar ao mesmo tempo, você deve se preparar e descansar ao mesmo tempo. A vida cristã tem seus paradoxos, e um deles é que você trabalha para descansar. Você se esforça para confiar menos em você e mais em Deus. E a medida que isso acontece, nós ficamos menos preocupados em não perseverar porque nós estamos mais descansados no que Deus prometeu. • Ele disse que nada pode nos separar do amor dele (Romanos 8). • Ele disse que nunca irá nos deixar ou nos abandonar (Hebreus 12). • Ele disse que irá completar a obra que ele começou em você (Filipenses 1). E diferente de Satanás, Deus nunca mente. Você pode confiar nele, mesmo quando a corrida da fé tem vales da sombra da morte. TERCEIRO, CRISTO Meu terceiro e último comentário para nos ajudar lidar com o sofrimento não é uma atividade que você precisa fazer. É uma Pessoa que você precisa conhecer. O sofrimento de Jó aponta para o sofrimento de um outro servo de Deus. Isaías 52:13—Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime. Isaías está falando de Jesus. Vocês conhecem o restante da passagem. Jesus foi exaltado e elevado, mas antes ele foi desprezado, rejeitado, humilhado e traspassado. Se Jó sofreu muito, Jesus sofreu mais. Deus tomou tudo de Jesus. Jesus perdeu os amigos, perdeu a família, e perdeu todo o fôlego—até perder a vida. O golpe que Jesus levou—no nosso lugar—foi mais forte que os golpes que Jó levou e nós levamos. Isaías 53:10: ele foi esmagado. Ele foi crucificado. E ao terceiro dia, ele foi ressuscitado. E quando ele voltou a vida, ele prometeu não perder nenhum daqueles que ele comprou com o sangue dele. Em vez de ficarmos pensando: “Será que EU vou perseverar, Senhor?” é melhor ficar pensando: “O Senhor prometeu me perseverar. Eu vou confiar no Senhor”. Deus dará a graça que você precisa para aguentar e bendizer o nome dele, como ele fez com Jó. E como ele fez com Tim Challies, o pai do Nicolas, aquele jovem cristão que morreu de repente aos 20 anos. Ouça o que esse homem orou, por favor. Fazia 2 meses que o filho dele tinha morrido. Eu vou ler alguns trechos da oração que ele escreveu: Este foi um ano difícil, Senhor, o mais difícil que já vivi. Obrigado por me dar meu filho. Obrigado por o confiar a mim. Reconheço que ele era seu filho antes mesmo de ser meu... Obrigado pela honra que foi criá-lo, cuidar dele e amá-lo… O meu desejo é glorificar o Teu nome... Se eu posso glorificá-lo melhor através da fraqueza, então eu digo: toma a minha força; se posso glorificá-lo melhor através da pobreza, então eu digo: toma os meus bens; se posso glorificá-lo melhor através da perda, então eu digo: toma tudo. Posso suportar qualquer provação, superar qualquer sofrimento, enfrentar qualquer tristeza, desde que o Senhor não me deixe, desde que o Senhor não me abandone. E o Senhor prometeu isso. Que eu prossiga para o prêmio e... bendiga o Senhor em todos os momentos, com o seu louvor... em meus lábios. No nome de Jesus Cristo, eu oro. Amém. [Challies, Seasons of Sorrow , 70] Amém. Quando você perde coisas nesse mundo e continua bendizendo o Senhor, fica claro para todo mundo a sua volta (e para você mesmo) que você confia no Senhor, que você ama o Senhor, que você teme o Senhor. Que você não é uma farsa, você não é um interesseiro, você é um adorador do Senhor porque ele é o seu Deus, o seu Criador, o seu Salvador—o Deus que sabe o que é perder um filho. O Deus que entregou o próprio filho para nos levar para a casa. O livro de Jó é um livro sobre sofrimento. Mas Jó é mais do que um livro sofrimento. Jó é um livro sobre adoração. Sobre quem Deus é. Sobre bendizer um Deus glorioso mesmo quando ele tira os presentes que ele deu das nossas mãos. CONCLUSÃO QUE MUNDO É ESSE? 1. É um mundo onde pessoas que amam a Deus existem. E você pode ser uma delas. 2. É um mundo onde Satanás existe. E isso explica a quantidade de maldade nesse mundo. Não é a única explicação. Mas é uma delas. 3. É um mundo onde um Deus soberano existe. Um Deus que não disputa o poder com ninguém. Um Deus que reina sozinho—acima de todos, incluindo Satanás. 4. Esse é um mundo onde aqueles que amam a Deus sofrem. E muitas vezes, sofrem muito. E muitas vezes, você não vai entender por quê. 5. Esse é um mundo onde Deus é digno de ser adorado. Deus é digno de ser adorado quando ele nos dá. E ele é digno de ser adorado quando ele toma. Ele é digno de ser adorado porque ele é Deus—soberano, santo, e o Deus que é sempre bom. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
Sumaré - São Paulo](https://static.wixstatic.com/media/2ad19c_a539c1cfcbff4cdf8e9537da02e4f847~mv2.jpg/v1/fill/w_265,h_265,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/Image-empty-state.jpg)
Jó 1: Que Mundo é Esse?
Nós vamos entrar na jornada de Jó. Nós vamos entrar na dor de Jó. E o que nós vamos ver em Jó—e o que nós vemos em nossa vida—é que o sofrimento revela muitas coisas sobre nós. E muitas coisas sobre Deus. O sofrimento nos faz ver a VIDA com outros olhos. E nos faz ver DEUS com outros olhos.
![Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz
24 de Agosto de 2025 – IBJM Ser santo não é uma classe reservada para algumas pessoas—para uma elite religiosa. Se você crê em Cristo, você é um homem santo. Uma mulher santa. Cristão, você é santo. E ser santo é ser separado para Deus. Estar reservado para Deus. Como quando você vai comprar um móvel em uma loja. E você olha aquele sofá e pensa: “Perfeito, esse vai caber na sala”. Você chega perto e tem uma etiqueta escrito: “Reservado para Dona Maria”. Você não pode comprá-lo. [Fonte: https://learn.ligonier.org/podcasts/things-unseen-with-sinclair-ferguson/set-apart-for-god ] Ser cristão é estar reservado. Ninguém mais pode ter você. Você é de uso exclusivo do Senhor Jesus. Ele comprou você com o sangue dele. Com a morte dele na cruz. Agora você é dele. Ele colocou uma etiqueta “reservado” em você. É isso que Gálatas está descrevendo e detalhando para nós. O que é essa vida de santidade, essa vida de amor, essa vida de viver no Espírito. [16] Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne. Esse é o chamado que controla toda a passagem: vivam no Espírito. No restante da passagem, eu diria, no restante da carta, Paulo está descrevendo e detalhando o que é viver no Espírito. Jesus veio nos libertar da culpa do pecado e nos justificar, mas ele também veio nos libertar do poder do pecado e nos santificar—nos tornar mais parecidos com ele. Para isso que ele nos salvou. Hoje nós vamos até o versículo 21 e parar nas obras da carne. E na próxima mensagem nós vamos para a parte 2 da batalha do Espírito e da carne. Nós vamos retomar no versículo 22 (o fruto do Espírito) e ir até o versículo 26. Eu quero mostrar para vocês no texto 4 aspectos da vida no Espírito. Viver no Espírito envolve LUTA, LIDERANÇA, ATAQUE e HERANÇA. 1. LUTA (vv. 16-17) [16] Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne. [17] Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem. Vivam no Espírito ou, mais literalmente, o versículo 16 diz “andem” no Espírito. A cada passo que você dá, você depende do Espírito. No capítulo 2, Paulo disse: Gálatas 2:20—Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Viver no Espírito é viver pela fé em Cristo. Sua nova vida. Mas Deus não quer que tenhamos um entendimento simplista e inocente dessa nova vida. Assim que Deus salvou você, você entrou em uma batalha violenta. Você sabe contra quem é a sua batalha? Contra você mesmo. Contra a nossa carne: o nosso pecado. [17] Porque a carne luta [nas traduções antigas: milita] contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem. É um cabo de guerra: de um lado, o Espírito está puxando você para Cristo. Do outro lado, a carne está puxando você para o pecado. Eu não preciso convencer nenhum de nós sobre esse conflito. Que ele existe dentro de nós é mais claro do que o Sol de meio-dia. Essa luta não acontece duas ou três vezes por dia. Eles acontece duas ou três vezes a cada dois ou três segundos. A carne e o Espírito são “opostos” entre si. Eles são oponentes. Eles são adversários. E eles nunca desistem. Eles nunca param. Eles nunca jogam a toalha. Eles nunca colocam as armas no chão e dizem: “Agora chega, vamos parar com isso”. Quando você está dirigindo ou no ônibus, você está lutando: pecar ou amar a Deus? Quando você está em volta de outras pessoas ou quando você está sozinho no quarto, você está lutando. Quando você está falando ou quando você está ouvindo, você está lutando. Na igreja ou em casa, onde você trabalha ou onde você estuda, você está lutando. Você está lutando quando seu filho desobedece você. Você está lutando quando você ouve uma ordem do seu pai ou sua mãe para obedecer. Quando você é criticado, você entra na luta: eu vou considerar ou simplesmente me defender? Quando você é elogiado, você entra na luta: eu vou me orgulhar ou glorificar a Deus? Povo de Deus, povo de Cristo, povo do Espírito, viver no Espírito é viver em uma luta. Amar é o nome que nós damos quando o Espírito vence. Pecar é o nome que nós damos quando a carne vence. Essa é a luta das lutas, a batalha das batalhas, a guerra das nossas guerras. Louvado seja o Senhor, nós temos a ajuda do Senhor dos senhores e do Rei dos reis. Nós temos a ajuda do Espírito. Mas batalha é real, violenta e sempre com sérias consequências. GUERRA DE DESEJOS Agora reparem na palavra que Paulo usa para descrever dessa batalha. Essa é uma questão chave para entendermos como lutar. No versículo 16 e 17, ele fala dos “desejos da carne”. Desejos. No final do versículo 17, de novo, ele fala do que queremos (desejamos), falando dos desejos que vem do Espírito. Essa é uma questão chave para entendermos por que pecamos e como podemos andar no Espírito. O que está acontecendo dentro de nós é uma batalha por desejos opostos. Sempre que eu peco, eu peco porque eu estou desejando alguma coisa que eu não tenho. Falando de outra forma: eu peco porque eu estou descontente. Eu vou usar duas ilustrações: primeiro de uma criança e depois de um adulto. Eu quero mostrar para vocês como a nossa guerra é uma guerra de desejos. Um menino de 4 anos. Ele está sentando no chão brincando feliz com seu carrinho. Até que chega um outro menino com um carrinho mais novo. Ou maior. Ou mais bonito. Ou simplesmente um carrinho diferente. A batalha no coração dele começou. Ele pode continuar perfeitamente contente com o seu carrinho e sorrir para o amigo. Ou ele pode desejar o que ele não tem. E começar a cobiçar. E sem o Espírito Santo, ele não tem outra opção. Esse descontentamento com o que ele tem irá se manifestar, geralmente, de duas possíveis maneiras: ou ele ficará triste e perderá a alegria no seu carrinho. Ou ele ficará com raiva porque ele não tem o que ele agora deseja e vai tentar tirar do amigo. Ou das duas coisas: tristeza ou ira. Exatamente a mesma batalha acontece em um coração adulto. O que muda é o objeto do desejo. Toda vez que eu peco, eu peco porque eu estou desejando alguma coisa que eu não tenho. Essa realidade dos desejos da carne é chave para entendermos como lutamos contra os nossos pecados. Imagine que alguém não tratou você como você gostaria. A batalha começou. Eu desejo ser bem tratado—que é um desejo legítimo—mas agora eu entro em uma batalha para saber como eu vou responder a essa situação. A resposta natural do ser humano quando pecam contra ele é responder em pecado de volta. Essa é a minha primeira opção. Eu posso usar minhas palavras de forma dura também ou me isolar daquela pessoa. Mas existe um resposta não-natural. Uma resposta sobre-natural. Uma resposta espiritual: andar no Espírito. Que é: orar, confiar que Deus irá me ajudar e responder em amor. Mas para isso acontecer, meus desejos devem ser satisfeitos em Cristo. Deus prometeu cuidar de mim e usar tudo para o meu bem. Jesus está comigo. Meu desejo é desfrutar da comunhão com ele e não pecar. Ele é suficiente. E porque os meus desejos já estão satisfeitos por tudo o que Jesus é para mim, eu posso matar os desejos da carne e andar no Espírito. O conselheiro bíblico Jim Berg disse que “um desejo por mais—(por algo mais que eu não tenho)—esse desejo é a base para todas as tentações no coração. Ele tem razão. Tiago diz a mesma coisa: Tiago 1:14-15—(...) cada um é tentado pela sua própria cobiça [desejo], quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça [desejo], depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Andemos no Espírito e nós não iremos satisfazer os desejos da carne. Mas andar no Espírito, desse lado do céu, significa andar em luta: a luta dos desejos da carne contra o Espírito. O segundo aspecto da vida no Espírito nos lembra que nós entramos nessa batalha do lado de quem vai vencer. E isso faz diferença. Muita diferença. Primeiro, luta. Segundo, 2. LIDERANÇA (v. 18) [18] Mas, se são guiados [liderados] pelo Espírito, vocês não estão debaixo da lei. Você não luta nas suas próprias forças. Envolve o seu esforço, mas é um esforço que sempre recebe ajuda. Existe uma Pessoa divina, o Espírito Santo, que está nos guiando. Ele está nos liderando para tomarmos posse da Terra Prometida—o céu. Você não precisa perder para a carne. Nós podemos, no poder do Espírito Santo, em oração, confiando na ajuda do Senhor, andar pela fé e não viver em pecado. Santidade é uma realidade para o crente. Nós ainda não somos perfeitos, mas nós não estamos presos a ser o que nós éramos. O pecado não tem mais domínio sobre nós. O Espírito Santo destronou o pecado do seu coração. Ele tirou o pecado e colocou Cristo no lugar. Povo de Deus, nós podemos pisar no pescoço do pecado e subjugar os desejos da carne. Nós podemos dizer “não!” para a carne e dizer “sim!” para Cristo. Agora nós podemos, por causa do Espírito. LIVRE DA LEI Você é guiado, liderado, governando pelo Espírito de Deus, não pelo... (Complete a frase, por favor). Você agora, cristão, está debaixo do governo do Espírito, e não mais debaixo do... (pecado). É o que nós esperaríamos. Não estamos mais debaixo do pecado. Ou debaixo da carne. Mas não foi o que Paulo escreveu: [18] Mas, se são pelo Espírito, vocês não estão debaixo da lei. Nós precisamos considerar o que Paulo vem falando desde o começo da carta. A luta—a batalha—em termos de doutrina dentro das igrejas dos Gálatas é a batalha da salvação só pela graça por meio da fé em Cristo versus a mensagem dos falsos mestres: crer em Cristo mais obedecer a lei de Moisés. Paulo vem mostrando em toda a carta que, agora que Cristo veio, ele inaugurou uma nova era na história da redenção. Uma Nova Aliança. A lei—a Antiga Aliança—teve um papel temporário com a nação de Israel. Nunca foi o plano de Deus a salvação pela obediência a lei. Voltar para a lei é voltar para a escravidão, é estar debaixo da condenação, é ficar debaixo do poder do pecado. A maneira de vencer o pecado não é voltando para a lei de Moisés. Nós somos libertados do domínio do pecado pela cruz de Cristo e andando no Espírito. [Schreiner, p. 346] UMA PALAVRA AOS DESANIMADOS Eu tenho duas palavras para aqueles que estão desanimados com essa luta. Aqueles que sentem que estão perdendo. E apanhando. E já estão cansados de se levantar para lutar e cair de novo. Minha primeira palavra é: se você está lutando, se você está mortificando a sua carne e buscando andar no Espírito, você que realmente quer agradar o seu Senhor e se entristece em ofender a ele com o seu pecado, sua luta é um bom sinal. Aqueles que não pertencem ao Senhor não lutam. Eles ainda estão em paz com a carne. Louvado seja o Senhor. Se você está lutando, é o Espírito em você. Minha segunda palavra para você, soldado desanimado, é: peça ajuda a outro soldado. Peça para alguém orar por você. Peça conselhos. Olhe fixamente para Cristo e não pare de lutar. Você vai chegar no final todo machucado, mas no final o Capitão dos Exércitos do Senhor, com um único olhar, vai curar você para sempre de todas as feridas. E você terá um corpo como o dele—cheio de glória e vazio de pecado. Peça ajuda de alguém para levantar, e continue lutando. No terceiro aspecto da vida no Espírito, Paulo dá nome aos bois. Ele dá nome às obras da carne. Ele dá uma lista de alvos para nós atacarmos e matarmos: 3. ATAQUE (vv. 19-21) [19] Ora, as obras da carne são conhecidas [são claras e evidentes] e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, [20] idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, [21] invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Paulo termina a lista com “e coisas semelhantes a estas” porque essa não é uma lista completa de pecados. Ele não cita orgulho, amargura, teimosia, preguiça, gula, apatia, calúnia, mentira e muitos outros. Mas ele nos dá exemplos específicos—alvos específicos—para mirarmos e derrubarmos. Como nós vamos ver, essas obras da carne ainda continuam vivas em nós e nós precisamos matá-las com andando no Espírito. CORTE A CABEÇA Eu não quero ser desnecessariamente violento, mas esses são os inimigos que nós precisamos cortar a cabeça, como Davi fez com Golias depois de derrubá-lo no chão. A luta por santidade envolve uma violência santa contra o nosso próprio pecado. A cobra mais venenosa do mundo é a Taipan-do-Interior. Ela vive na Austrália. Um picada dela é capaz de matar 100 adultos em menos de 1 hora. Se você chegasse em casa hoje e você viesse uma Taipan-do-Interior na sua sala, o que você faria? Você não iria deixar seus filhos brincarem com ela. Você não ia fazer dela o seu mais novo animal de estimação. Você iria fugir ou pegar uma pá e mirar na cabeça dela. Nós temos uma serpente mais venenosa e mais perigosa dentro da nossa casa. E ainda mais perto: dentro do nosso coração. Essa serpente se chama “pecado”. Nós nunca deveríamos brincar com ela. Nem chegar perto. A picada dela é a mais mortal de todas. Fonte: John Owen’s 9 instructions for killing sin, https://www.thegospelcoalition.org/article/john-owen-killing-sin/ John Owen, teólogo puritano, disse bem: “Mate o pecado ou o pecado irá matar você”. Como no faroeste, você precisa sacar a revolver antes e atirar rápido, se não quem morre é você. Romanos 8:13—Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão. Nós queremos viver para Cristo e não morrer pelo pecado. Esse terceiro aspecto da vida no Espírito envolve um ataque. MAIS, MAS NÃO MENOS Um segundo comentário que eu tenho antes de entrarmos na lista é o seguinte: andar no Espírito, viver uma vida de santidade, não é só dizer “não” para o pecado. É dizer “sim” para a piedade. Andar no Espírito não é apenas parar de fazer o mal. Andar no Espírito é começar a fazer o bem. É amar a Cristo. É servir as pessoas pelo amor. É ser uma pessoa cheia do fruto do Espírito, como nós veremos na continuação da passagem na próxima mensagem. Mas se por um lado é verdade que andar no Espírito é mais do que dizer “não!” para o pecado, não é menos do que isso. Andar no Espírito incluir mortificar as obras da carne. Incluir dar nome aos pecados e confessarmos, lamentarmos, rejeitarmos, mortificarmos e abandonarmos. Vamos dividir essa lista de 15 pecados em 4 categorias: SEXUAL, ESPIRITUAL, RELACIONAL e IRRACIONAL. 1. SEXUAL Paulo começa a lista com 3 pecados na área sexual: [19] Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, A primeira – imoralidade sexual – é a palavra “porneia” no original, de onde vem a nossa palavra em português para pornografia. Essa palavra é a palavra mais abrangente para falar de pecados sexuais. Qualquer tipo de pensamento ou comportamento sexual que não seja dentro de um casamento entre um homem e uma mulher é “porneia”. É uma obra da carne. A segunda palavra – impureza – muitas vezes é usada no texto cerimonial do Antigo Testamento. Aqui, impureza está sendo aplicada não cerimonialmente, mas sexualmente. Nós somos contaminados pelo pecado quando agimos de forma impura. A terceira palavra – libertinagem – lida com um desejo sexual descontrolado. Deus nos fez como seres que tem desejos, incluindo desejos sexuais. A libertinagem é a obra da carne que quer satisfazer esses desejos de forma inaceitável, sem limite e sem controle. A Palavra de Deus é maravilhosa por milhões de razões. Uma delas é porque a Bíblia é um livro absolutamente realista. A Bíblia lida conosco de forma real com nossos desejos reais em um mundo real. É isso que essa lista mostra. Nós vivemos em uma sociedade tão pervertida e sexualizada. Os outdoors nas ruas, cenas em filmes e séries, a maneira como as pessoas se vestem, acesso tão fácil a imagens que jamais deveríamos chegar perto. Mas o problema não é novo. O problema da imoralidade é tão antigo quanto a entrada da serpente no Jardim do Éden milhares de anos atrás. O coração que Adão e Eva tinham quando eles saíram do Jardim é o mesmo coração que nós temos quando nós somos saímos do ventre de nossa mãe. Nenhuma diferença. As oportunidades e os cenários do pecado podem mudar, mas a carne é a mesma. Povo de Deus, nós somos um povo diferente. Nós não podemos viver como os cidadãos da Babilônia. Nós não podemos fazer parte dessa contaminação desenfreada que se alastra pelo mundo como fogo em floresta. Não tenha vergonha de viver uma vida de pureza. Jovens, quem deve ficar com vergonha são aqueles que se entregam às obras da carne. A verdadeira beleza está na pureza. E se você está aqui ouvindo isso e se sente contaminado, sujo, impuro, o Senhor tem o antídoto para o veneno do pecado sexual. É um líquido vermelho que foi derramado 2.000 anos atrás em uma cruz de madeira. Ele se chama “sangue de Cristo”. Pela fé nele—morto no seu lugar—a pureza dele é transferida para você. Filho de Deus, filha de Deus, você que confia nesse Salvador puro, Deus olha para você como se você fosse puro como Cristo. Eu sei que isso parece bom demais para ser verdade. Mas é! Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus (Romanos 8:1). O sangue dele lava você e torna você mais branco do que a neve. Mas daquela cruz flui poder também para você lutar e matar o pecado. Pela fé nele, você pode viver a beleza da pureza. Vivam no Espírito, e vocês jamais satisfarão os desejos da carne (v. 16). Segunda categoria: 2. ESPIRITUAL Ele lista dois pecados: [20] idolatria [e] feitiçarias. Os nomes que eu estou dando não são categorias completamente separadas uma da outra. Tudo é espiritual. Mas essa segunda categoria lida com os pecados explícitos de adoração. Que, no fundo, é o problema fundamental do pecado. Paulo define o pecado em Romanos 1 como não dar glória e graças a Deus. Todo pecado é uma falha em fazer essas duas coisas, que a idolatria e a feitiçaria representam. Idolatria é adorar uma criatura em vez de adorar o Criador. Idolatria é atribuir poder a algo da criação—feito pelo homem, como uma imagem feita de madeira. Horóscopo e a posição dos planetas não controlam nossa vida nesse planeta. O que controla a nossa vida é a posição de Cristo—sentado no trono, reinando sobre tudo e sobre todos. Mas nós devemos nos lembrar que, como Paulo disse em Colossenses 3, que avareza ou cobiça é idolatria porque a nossa cobiça revela um coração que deseja alguma coisa na criação mais do que deseja a Deus. Feitiçaria (a segunda obra da carne da lista) é tentar manipular as circunstâncias através de rituais e cartas e dados. As mãos de Deus governam o mundo, não as mãos dos homens lançando objetos que eles mesmos fizeram. Povo de Deus, devemos atacar os ídolos que estão em nosso coração também. O que é que tem tirado nossa alegria e nossa paz? O que estamos dizendo para nós mesmos—“Se eu tivesse mais dinheiro, eu estaria feliz; se eu tivesse mais tempo, eu estaria feliz; se eu tivesse uma família mais fácil, eu estaria feliz; se eu tivesse....” Tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus é chamado de ídolo. Precisamos fazer o que Deus fez com a imagem de Dagom, o deus dos filisteus. Os filisteus colocaram a arca da aliança de Deus no templo de Dagom, e Dagom amanheceu caído no chão, com a cabeça cortadas e sem as mãos. Precisamos derrubar o Dagom do nosso coração. Nada nesse mundo, nenhuma pessoa nesse mundo, tem poder para dar a alegria e a paz que nós queremos. Assim como a arca da aliança que representava a presença de Deus derrubou Dagom, precisamos nos aproximar do Senhor—da presença dele—com fé, e derrubar, um a um, os ídolos que se levantam no nosso coração. Só o Senhor Jesus pode reinar e controlar o nosso coração. Só ele pode dar a alegria e a paz que nós tanto queremos. A terceira categoria é a mais longa: sexual, espiritual e, terceira: 3. RELACIONAL Das 15 obras da carne, 8 (mais da metade!), estão nessa categoria: Continuação do v.[20] (…) inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, [21] invejas, Se as duas primeiras categorias são pecados que aconteciam fora da igreja, os pecados de relacionamentos são obras da carne que se manifestam dentro. Piedade não é algo somente entre Deus e eu. A piedade real é também uma piedade relacional. Nós precisamos de dois pilares para manter nossa igreja de pé: verdade e santidade. Nós precisamos da verdade da doutrina e da santidade do coração. Verdade mais santidade é igual à unidade. Essa é a fórmula bíblica para uma igreja refletir a glória de Deus: Verdade + Santidade = Unidade. Mas a nossa carne não gosta. Ela é oposta à unidade e ao amor. Essa lista de 8 alvos são úteis para mirarmos com precisão e mortificarmos com violência santa. Como eu sei que estou pecando contra meus irmãos e contra o meu Deus? As primeiras duas obras da carne são: INIMIZADES E RIXAS [20] (…) inimizades [e] rixas Eu estou agindo na carne e pecando quando eu crio inimizade—quando quebro relacionamentos em vez de construir pontes. Eu estou agindo na carne quando eu sou hostil em vez de gentil. Eu estou agindo na carne e pecando quando eu trato outros irmãos em Cristo como se eles fossem meus inimigos, em vez de meus irmãos e amigos. Eu sei que estou agindo na carne quando eu provoco “rixas”: controvérsia, discórdia e atrito. Ser briguento é obra da carne. Ser manso é obra do Espírito. A pessoa briguenta e dominada pela carne deixa o ambiente onde ela está tenso, pesado, difícil. É por isso que Salomão escreveu em: Provérbios 21:9—Melhor é morar no canto do terraço do que com uma mulher briguenta na mesma casa. Claro, isso vale para os homens também. Um espírito briguento é obra da carne. Se Cristo amou meu irmão e deu a vida por ele, que sentido faz eu—outro pecador—não amá-lo? Se em breve, no céu, nós vamos nos amar com amor perfeito, por que eu não começo a experimentar essa alegria aqui? Vamos agrupar os próximos três: CIÚMES, IRAS E DISCÓRDIAS Continuação do v.[20] (…) ciúmes, iras [e] discórdias Uma igreja onde o amor reina é uma igreja onde ciúmes, iras e discórdias são mortificados. Um coração onde o amor reina é um coração manso e humilde, como o do Senhor Jesus, não um coração controlado pela ira. Raiva (ira) é uma manifestação de um temperamento descontrolado—não governado pelo Espírito Santo. Aqui vale nos voltarmos a usar a linguagem dos desejos. O que nos faz ficar irados? São nossos desejos não saciados. Aquela pessoa não está me dando o que eu quero, o que eu desejo, o que eu preciso. Eu quero reconhecimento e se eu não tenho, raiva. Eu quero atenção e se eu não tenho, raiva. Eu quero assistir tal coisa, eu quero ir para tal lugar, eu quero falar, eu quero ser ouvido, eu quero... E se eu não recebo o que eu acho que irá me satisfazer, a carne responde com ira. Toda ira pecaminosa é a manifestação de insatisfação da carne. A ira é a voz do coração que diz: “Eu não gosto do que está acontecendo!” ou “Eu não tenho o que eu quero e por isso eu estou com raiva!”. A ira se manifesta de muitas maneiras: palavras duras contra as pessoas, todo tipo de violência física contras as pessoas, (em algumas pessoas, a ira se manifesta em violência contra si mesmo—como pessoas que se cortam, por exemplo) e criando conflito com as pessoas. Se, 1 Coríntios 13:4—o amor é paciente, então a ira não é amor. A ira é obra da carne. E por isso, nós devemos matá-la. Não é possível desfrutar de um ambiente de amor, alegria e paz se a ira impera naquele lugar. Isso vale para uma casa. Vale para uma empresa. E vale para a igreja. Ciúmes, iras e discórdias são obras da carne. Quando Paulo fala discórdias, ele não está dizendo que todo mundo precisa ter a mesma opinião sobre tudo no mundo. Mas ele está descrevendo um coração que vive em rivalidade com os outros e centrado em si mesmo. Em outras passagens, essa palavras discórdia é traduzida como ambição egoísta—desejo voltando só para mim. Nós podemos usar várias armas para lidar com a nossa ira—mas a principal e mais fundamental é a satisfação em Deus. Quando Deus é suficiente para mim, quando Jesus é tudo o que eu preciso, eu posso ser ignorado, rejeitado e mal-tratado e ainda assim, não ficar irado. Eu posso ficar triste e lamentar, mas a ira não me dominará. Uma pessoa contente em Deus é uma pessoa mansa. Como ela já tem o que ela precisa—Cristo!—seus desejos que não são satisfeitos não tem a força de levar ela a pecar. Nós lutamos contra a ira lutando por contentamento em nosso Salvador. Porque ele é suficiente, nós podemos descansar em vez de nos irar. As próximas duas obras da carne estão relacionadas e são explicitamente ligadas a unidade da igreja: DIVISÃO E FACÇÃO Final do v.[20] (…) divisões [e] facções Divisão é o contrário de união. Facção é o contrário de harmonia. Essas são palavras que são usadas para seitas. Aqueles que se separam quando não deveriam se separar. Aqueles que excluem quando deveria incluir. Nessa categoria, nós incluímos o que, em bom português, nós chamaríamos de “panela”—“ou panelinha”. Esse tipo de panela cozinha a santidade de uma igreja com o até ela secar. Toda a piedade evapora e não sobre nada para entregarmos para o Senhor em louvor. E o que fica é divisão e facção, quando Jesus comprou para nós na cruz nossa união. É impossível todo mundo fazer tudo junto. Não é esse o ponto aqui. O próprio Senhor Jesus tinha seu grupo de 12 discípulos e seu grupo de 3—Pedro, Tiago e João—que andaram mais próximos dele. Mas é obra da carne quando existe uma atitude de divisão pecaminosa em querer excluir outras pessoas desnecessariamente. Como já disseram, se existem panelas, que elas não sejam tampadas. Deixe as panelas abertas para que outros possam entrar e outros possam se esquentar na fogo bendito da santidade. O último item listado como um pecado relacional é a: INVEJA [21] invejas. Assim como a ira e outros tantos pecados, a inveja é também a manifestação de um coração insatisfeito. Quando o que Deus me deu não é suficiente, eu vejo o que o outro tem e eu não tenho e minha insatisfação de manifesta em inveja. É o que Saul sentiu por Davi quando ele ouviu as mulheres cantando: Saul matou os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares (1 Samuel 18:7). A partir dali, Saul queria matar Davi. Saul pegou uma lança e atirou em Davi, mas errou. Saul estava com o alvo errado. Quem ele deveria matar era o próprio pecado e não Davi. Ele atirou a lança no alvo errado. A maneira de atirarmos uma lança na inveja para matá-la é através de uma troca. Uma troca em nosso coração: eu tiro a comparação e coloco no lugar contentamento. Comparação sai. Contentamento entra. Nós expulsamos a inveja do nosso coração enchendo-o com Cristo. Nós não deveríamos ficar surpresos em ver que mais da metade das obras da carne estão relacionadas aos relacionamentos na igreja. Nosso amor pelo nosso Deus invisível se manifesta visivelmente em amor pelos irmãos. João disse: 1 João 4:[19] Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Aleluia! Amém! Mas olha como ele continua: [20] Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Se você tem experimentado essas obras da carne em relação aos seus irmãos, você precisa confessar ao Senhor, pedir perdão e, no que depender de você, buscar a reconciliação. Isso é andar no Espírito. Você nunca vai se arrepender de andar no Espírito. O que nós nos arrependemos é de praticarmos as obras da carne. Pecados de ordem sexual, espiritual, relacional e, quarto e último: 4. IRRACIONAL [21] (…) bebedeiras [e] orgias Não é só o Brasil que tem seu carnaval imoral. Festanças regadas a imoralidade são parte da humanidade há tempos. Uma pessoa entregue a bebedeira e orgia demonstra um estilo de vida dominado pela carne. Certamente comum entre os gentios na época em que essa carta foi escrita, e continua sendo comum em nosso tempo. Esse é um estilo de vida que reflete uma pessoa dominada pelos desejos da carne e, portanto, ainda escravizada ao pecado. O que essa pessoa precisa é de libertação. A libertação que vem pelo fé no Filho de Deus, que se entregou por pecadores como nós. Esse pode ter sido o estilo de vida que marcou seu vida no passado. Você pode ter sido dominado pelas obras da carne, mas agora você foi libertado. Como Paulo disse para o Coríntios, depois de listar uma série de pecados: Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (1Coríntios 6:11). Agora você anda no Espírito, cristão. Agora você anda em santidade no poder do Espírito da santidade de Deus. Gálatas 5:24-25—E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Seu velho homem fica insistindo em sair do caixão e levar você para satisfazer os desejos da carne. O que você faz? Mande ele voltar para o caixão! Avisa para ele que ele está morto e agora você tem outro Senhor. Agora o seu corpo é templo do Espírito Santo. Agora Deus habita em você. Perfeição não é possível, mas santificação é. Piedade é uma realidade. Reparem como Paulo não é pessimista em relação ao nosso crescimento espiritual. Volte para o primeiro versículo do nosso texto de hoje: [16] Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne. Ataque a carne. Ataque alvos específicos. Não deixe a Taipan-do-Interior no chão da sua sala sem fazer nada. Não deixe a serpente venenosa do pecado rastejando no seu coração e passeando sem acontecer nada com ela. John Owen está certo: mate o pecado ou o pecado matará você. Paulo faz o mesmo alerta com outras palavras: 4. HERANÇA (v. 21) Continuação do v.[21] (…) Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus. O que está em jogo nessa luta é uma herança. A maior das heranças: ser um herdeiro do Reino e viver com o Rei. Paulo termina com um alerta. Aqueles que praticam os obras da carne não herdarão o Reino de Deus—não irão para o céu, não pertencem ao Rei, não tem fé verdadeira. Os cristãos continuam pecando porque a luta da carne contra o Espírito é real e muitas vezes o cristão cede à tentação e pecam. Mas quando Paulo disse que aqueles que praticam tais coisas não herdarão o Reino, ele está falando daqueles que tem a vida caracterizada pelas obras da carne. Aqueles que tem esse estilo de vida. Aqueles que não se arrependem e não lutam e estão escravizados pelo pecados. Pessoas que, quando você pensa sobre elas, você pensa: “Aquela pessoa vive de forma imoral, ela vive em idolatria, ela vive irada com os outros, ele vive causando conflito. Esses que vivem assim não viverão no Reino de Deus. Paulo não está pregando salvação pelas obras. Ele está pregando o evangelho da graça que transforma pecadores. Quando uma pessoa coloca fé em Cristo—quando ela confia que só Cristo pode pagar pelos pecados dela e nenhuma obra dela seria suficiente para torná-la aceitável diante de Deus, o relacionamento dessa pessoa com Deus muda. Agora ela tem um amor verdadeiro por Deus. E esse amor verdadeiro por Deus coloca um gosto amargo do pecado na alma dela. O relacionamento dela com o pecado muda também. Progressivamente, a carne perde o controle e o Espírito ganha espaço. Ela é uma nova criatura. Mesmo os crentes recém-convertidos—agora eles tem o Espírito e eles entraram na luta contra a carne. Como o Pastor puritano Thomas Watson disse: “Apesar do pecado viver no cristão, o cristão não vive em pecado”. [Fonte: Watson, The Godly Man’s Picure, p. 146]. CONCLUSÃO Nossa maior motivação para mortificar o pecado—as obras da carne—é nossa comunhão com o Senhor. Porque o pecado ofende a Deus, nós lutamos contra o nosso pecado. Porque o pecado me afasta de Deus, nós lutamos contra o nosso pecado. Porque o pecado destrói minha alma e as pessoas a minha volta, nós matamos nossos pecados e andamos no Espírito. Crente, nessa luta, nós estamos não só do lado de quem irá vencer. Nós estamos do lado de quem já venceu. A Serpente já perdeu. Ele feriu o calcanhar do nosso Senhor na cruz, mas ele esmagou a cabeça dela com aquela mesma cruz. Lute. Seja guiado pelo Espírito. Ataque seus pecados. E quando a guerra chegar ao fim, você herdará o Reino de Deus. E suas feridas serão saradas por aquele que foi ferido por você na cruz. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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Gálatas 5:16-21: A Carne Contra o Espírito
Viver no Espírito é viver pela fé em Cristo. Sua nova vida. Mas Deus não quer que tenhamos um entendimento simplista e inocente dessa nova vida. Assim que Deus salvou você, você entrou em uma batalha violenta. Você sabe contra quem é a sua batalha? Contra você mesmo. Contra a nossa carne: o nosso pecado.





![Série em Jó: Sofrimento Soberano
09 de Novembro de 2025 – IBJM
Tim Keller foi pastor de uma igreja presbiteriana por muitos anos em Nova Iorque. Em um dos artigos que ele escreveu, ele fala sobre uma conversa que ele teve com uma mulher que estava com câncer. A mulher disse para ele: “Eu não sou mais cristã. Essa coisa não funciona para mim. Eu não posso crer em um Deus pessoal que faria uma coisa dessas comigo”. O Tim Keller depois comentou: “o câncer matou o deus dela”. Ele também tinha recebido o diagnóstico de um câncer muito agressivo. Ele se lembrou dessa conversa e começou a se perguntar como ele reagiria diante da doença: E eu? Como eu vou responder? O diagnóstico de uma doença grave, ou a morte de alguém que nós amamos muito, ou uma crise no casamento ou na família — as tragédias da vida nos forçam a examinarmos a nossa fé. E eu? Como eu vou responder? Quem é Deus para mim? Não só na teoria, mas na prática: o que eu realmente acredito sobre Jesus? A tribulação tem essa força capaz de espremer o nosso coração para ver o que está lá dentro, como uma mão aperta uma esponja e força o líquido sair. Jó está prestes a passar por mais uma espremida. Vamos recapitular o que aconteceu no primeiro capítulo. Os capítulos 1 e 2 precisam ser entendidos juntos. A história de Jó começa com ele sendo apresentado como a expressão de piedade na terra. A definição de um homem santo e sábio. Mas Satanás acusa Jó de interesseiro: “Jó só adora o Senhor por causa dos bens e da vida boa que ele tem. Se o Senhor tirar tudo dele, Jó vai amaldiçoar o Senhor”. Para o nosso espanto, Deus, dá permissão para Satanás tirar tudo de Jó, mas não tocar nele. Então, de dia um dia para o outro, Jó perdeu 7 mil ovelhas, 3 mil camelos, mil bois, quinhentas jumentas, muitos servos e, o mais difícil de tudo, todos os 10 filhos. O capítulo terminou com Satanás perdendo e Deus vencendo. Jó chorou muito e adorou muito. Jó 1:21-22—Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. A resposta de Jó à primeira rodada de provação é linda. Mas a história de Jó está só começando. A história de Jó tem mais capítulos. E o capítulo 2 tem 3 cenas. A primeira acontece no céu. A segunda na terra. E a terceira no chão. 1. CENA 1 (NO CÉU): MAIS UM DIÁLOGO SOBRE JÓ (VV. 1-6) Deus e Satanás estão, de novo, falando sobre Jó. Vamos fazer o seguinte: antes de ler o início do capítulo 2, eu quero ler com vocês novamente o início do primeiro teste de fé de Jó: [6] Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se diante do Senhor, veio também Satanás entre eles. [7] Então o Senhor perguntou a Satanás: — De onde você vem? Satanás respondeu ao Senhor: — De rodear a terra e passear por ela. [8] E o Senhor disse a Satanás: — Você reparou no meu servo Jó? Não há ninguém como ele na terra. Ele é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal. Muito bem. Vamos ao nosso texto agora. Fiquem atentos para vocês perceberem a diferença: Jó 2:[1] Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se diante do Senhor, veio também Satanás entre eles apresentar-se diante do Senhor. [2] Então o Senhor perguntou a Satanás: — De onde você vem? Satanás respondeu ao Senhor: — De rodear a terra e passear por ela. [3] E o Senhor disse a Satanás: — Você reparou no meu servo Jó? Não há ninguém como ele na terra. Ele é um homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal. Você percebeu a diferença? Eu também não. O texto é basicamente o mesmo. O que o autor está fazendo com essa repetição é deixar a atmosfera tensa. Ele quer que nós nos inclinemos para frente para ver o que vai acontecer. Se nós estivéssemos lendo a história pela primeira vez, a nossa reação normal seria: “De novo, não!? A única coisa que restou na vida de Jó foi a saúde dele. E agora vem outro diálogo entre Deus e Satanás!? De novo, não! Não é possível!” Você já teve esse tipo de pensamento? O Senhor envia ondas de provação para testar sua fé. Quando parecia que as ondas tinham acabado e o mar estava se acalmando, quando você conseguiu levantar a cabeça para começar a respirar de novo e tentar colocar a vida em ordem, mais uma onda se levanta no horizonte vem na sua direção. Ah não... de novo!? É o que Deus determinou para Jó também. Deus às vezes determina coisas que nós não entendemos. Deus é maior do que a nossa mente pequena. O diálogo de Deus com Satanás continua. E Deus declara o resultado da primeira rodada de teste da fé que Jó enfrentou: Continuação do v.[3] (…) Ele ainda conserva a sua integridade, embora você me incitasse contra ele, para destruí-lo sem motivo. A piedade de Jó é mais clara do que a lã branca. Mais clara que a luz. Mas Satanás é o príncipe das trevas. Ele não desiste. Como aconteceu quando ele atacou o Senhor Jesus: Satanás tentou o Senhor no deserto, perdeu, mas ele voltou para tentar o Senhor Jesus com ainda mais força na cruz. Enquanto Jesus é a expressão exata do ser de Deus (Hebreus 1:3)—bondoso, amoroso, misericordioso, Satanás é a expressão oposta do ser de Deus. Satanás não tem nenhuma compaixão. Ele não tem nenhum amor. [4] Então Satanás respondeu ao Senhor: — Pele por pele! Um homem é capaz de dar tudo o que tem pela sua vida. [5] Mas estende a tua mão e toca nos ossos e na carne dele, para ver se ele não blasfema contra ti na tua face. A acusação de Satanás é: tirar todos os bens e todos os filhos não é suficiente para provar que Jó realmente adora o Senhor. Coloca dor no corpo dele, e veja se ele não vai amaldiçoar o Senhor. Tira a saúde dele, e veja se a fé dele não vai embora junto. Nós não ficamos surpresos em ouvir Satanás fazendo essas acusações. É isso o que ele é: o Acusador. O que nos deixa surpresos é o que Deus faz. Deus permite: [6] Então o Senhor disse a Satanás: — Você pode fazer com ele o que quiser; mas poupe-lhe a vida. Deus permite que Satanás leve Jó até a beira do precipício da morte. Jó chega bem perto da morte, mas Deus não deixa Satanás empurrar Jó. “Poupe-lhe a vida”. Deus permite, mas Deus impõe limite. APLICAÇÃO: O MUNDO ESPIRITUAL Sinceramente, o que você acha dessas conversas entre Deus e Satanás no céu? Um pouco estranhas? • É difícil para você entender como Deus pode permitir tanto sofrimento na vida de Jó? Ou na sua vida? Ou na vida de alguém que você conhece que ama a Deus? Ter perdido todos os bens e todos os filhos em um dia não foi suficiente para provar que Deus é digno de ser adorado? Ele precisa sofrer ainda mais? • Você ficou confuso, no capítulo 1, em ver Satanás usando pessoas como os sabeus e os caldeus para roubar os animais de Jó? Satanás pode fazer isso? • Você achou esquisito Satanás estar envolvido em fazer um vento forte – uma força da natureza – derrubar uma casa e matar todos os filhos de Jó? Parece diferente mesmo. Mas me parece que parte da nossa dificuldade é porque nós somos influenciados por um mundo que só crê no que vê. “Se a ciência não explica, então não existe”. É verdade que existe um grupo que pensa que tudo é o demônio. Eles ignoram o pecado e dizem que tudo é culpa de Satanás. Essa não é uma visão bíblica da realidade. Mas vamos tomar cuidado para não cair na outra vala — no outro extremo, e ignorar o mundo espiritual. Os dois primeiros capítulos de Jó nos lembram de 2 verdades fundamentais para andarmos pela fé. A primeira é que existem seres espirituais que exercem grande influência nesse mundo. • Quem enganou nossos primeiros pais—Adão e Eva—foi um ser espiritual maligno através de uma Serpente (Gênesis 3). • No livro de Daniel, as guerras entre Pérsia e Grécia no mundo físico são influenciadas por seres espirituais que Daniel chama de o Príncipe da Pérsia (um anjo maligno) e o Príncipe da Grécia e que lutaram contra o anjo Miguel (Daniel 10:20-21). • O apóstolo Paulo fala em 2 Coríntios que Satanás, o deus deste século, cega o entendimento dos descrentes para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo (2 Coríntios 4:4). Satanás e seus demônios têm poder para fazer grande estrago na vida das pessoas. Diante dessa primeira verdade, a segunda verdade é a única coisa que pode aquietar o nosso coração: Deus é absolutamente soberano sobre todos os seres espirituais. O livro de Jó (e a Bíblia toda) não deixa nenhuma dúvida de que Satanás está debaixo da autoridade de Deus. • Nas duas reuniões no céu, Satanás não pode fazer nada que Deus não queira. Ele não pode ir um milímetro além do que Deus permite.
• No capítulo 1, o raio que queima as ovelhas é chamado de “Fogo de Deus”. Satanás está por trás. Mas Deus está sempre acima. Continua sendo o foto de Deus. • Ainda no capítulo 1, apesar de ter sido Satanás quem tirou os bens e os filhos de Jó, Jó atribuiu o que aconteceu a Deus: O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor! A Palavra de Deus nos ensina que nós vivemos em um mundo físico que é influenciado por um mundo espiritual. Tanto seres espirituais malignos como Satanás e os seus demônios, quanto pelo Ser espiritual completamente santo e puro: Deus, e seus anjos. E Deus é o único soberano. DEUS OU SATANÁS? Mas como eu sei quando é Deus que está me provando para o meu bem ou se é Satanás me atacando para o meu mal? Não tem como você saber. Nós só sabemos no caso de Jó porque o Senhor abriu a cortina que separa o nosso mundo do mundo espiritual e nos deixou ver. No final das contas, não faz diferença se Satanás está envolvido ou não. Porque a resposta que nós devemos dar às provações é a mesma: fé em Deus. Submissão. Confiança. Jó mesmo não sabia. E Jó respondeu bem. Como José disse para os irmãos sobre o fato de eles terem vendido José como escravo: “vocês intentaram o mal, mas Deus intentou o bem” (Gênesis 50:20). Satanás pode estar envolvido e intentar o seu mal. Mas no mesmo evento—no seu sofrimento—o Deus soberano tem propósitos bons. E isso nos basta. É isso que nós precisamos saber. Maravilhosamente e misteriosamente, Deus usa Satanás para seus propósitos santos na sua vida e na vida de Jó. Agora o cenário muda do céu para a terra. 2. CENA 2 (NA TERRA): MAIS UM GOLPE EM JÓ (VV. 7-10) Nos golpes do primeiro teste, Satanás usou seres humanos e eventos da natureza. Nesse segundo teste, ele agiu pessoalmente. [7] Então Satanás saiu da presença do Senhor e feriu Jó com tumores malignos. Jó perdeu todos os bens. Jó perdeu todos os servos. Jó perdeu todos os filhos. Agora Jó perde o que faltava: a saúde. Ele continua vivo, mas é uma vida que quase não é vida. A pergunta é: até onde Jó consegue ir sem amaldiçoar a Deus? A fé de Jó está sendo testada até o limite. Satanás encheu o corpo de Jó de tumores e se certificou que não faltou nenhuma parte. Final do v. 7: desde a planta do pé até o alto da cabeça. Nem um palmo de pele escapou. No capítulo 30, Jó descreve a dor dele dizendo: A noite perfura os meus ossos, e o mal que me corrói não descansa (Jó 30:17). Dor por dentro e dor por fora—no corpo inteiro—sem descanso. As feridas doem e coçam tanto que ele pega um caco de barro para se raspar. Esse caco de barro funciona como uma ilustração da vida de Jó: quebrada, seca, uma vida que quase não é vida. Olhe onde Jó foi parar: o versículo 8 fala de Jó sentado em cinza. O estudiosos concordam que “cinza” é o lugar fora da cidade onde o lixo era queimado. É um lugar de pobreza e morte. É o lugar onde os marginalizados moram. É o lugar que Jesus usou como descrever uma representação de como é o inferno (Ash, Job, 52). Jó está sendo levado ao limite. A ESPOSA DE JÓ Eu tinha comentado que a única coisa que Deus havia preservado em Jó depois do primeiro teste foi a saúde. Mas Deus preservou também a esposa. Deus deixou viva a pessoa mais amada e a mais próxima. E o que a pessoa mais amada e mais próxima faz? [9] Então a mulher dele disse: — Você ainda conserva a sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra! A única pessoa que sobrou da família, a pessoa que fez uma aliança para viver com Jó na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe—o que ela faz? Meu amor, o Senhor está conosco. Ele vai nos ajudar a passar por tudo isso. Ele prometeu nos sustentar. Vamos confiar nele. Não. Em vez de usar as palavra para consolar Jó, a mulher dele usa as palavras para aumentar a dor de Jó. É como se ela tirasse o caco de barro da mão de Jó e abrisse as feridas dele ainda mais. “Chega com esse papo de piedade, homem! Desiste! Amaldiçoa a Deus e termina com tudo isso!” Nenhum de nós concorda com o conselho dela, mas se coloque no lugar dela por um minuto. Ela está sofrendo muito também. Ela é a esposa do homem que perdeu todos os bens. Ela é a mãe dos dez filhos. Que dor! E agora ele está vendo o marido dela sofrendo. A fé dela parece que chegou no limite. Mas independente da intenção dela com o conselho, o fato é que o conselho dela foi fazer exatamente o que Satanás queria: “Amaldiçoar a Deus”. É por isso que Agostinho chamou a esposa de Jó de “assistente do diabo” e Calvino disse que ela era uma “ferramenta de Satanás” (Ash, Job, 53). A CRUZ DE JÓ Pessoas próximas também podem dar conselhos ruins, o que agrava ainda mais a dor de quem está sofrendo. Vocês lembram de Pedro quando Jesus disse que ele teria que sofrer muitas coisas de ser morto? — Que Deus não permita isso, Senhor! Isso de modo nenhum irá lhe acontecer (Mateus 16:23). E vocês lembram o que Jesus respondeu? — Saia da minha frente, Satanás! Você é para mim uma pedra de tropeço, porque não leva em consideração as coisas de Deus, e sim as dos homens (Mateus 16:23). Não é o mesmo assunto em discussão entre Jó e a esposa? Só existe uma maneira para se chegar a Deus: é pelo caminho da cruz. Negar a si mesmo e se submeter a Deus. Confiar em Deus. Pedro estava sugerindo que Jesus se desviasse do caminho para a cruz. Em uma escala muito menor, mas muito verdadeira, cada um de nós precisa andar pelo mesmo caminho. Logo depois de falar aquilo para Pedro, Jesus disse: Mateus 16:24-25 — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa, esse a achará. Jó está carregando a cruz que o Senhor deu a ele—morrendo para si mesmo e vivendo para Deus—mas a esposa está dizendo para ele desistir e tomar um caminho diferente. Um caminho sem a cruz. E um caminho sem cruz é um caminho sem Cristo, sem salvação, e sem Deus. A PIEDADE DE JÓ Mas a piedade de Jó parece realmente indestrutível. Jó faz três coisas: ele REJEITA o conselho da esposa, REPREENDE a atitude dela e RECALIBRA a maneira dela ver o vida: [10] Mas Jó respondeu: — Você fala como uma doida. Jó é cuidadoso com as palavras. Ele não diz: “Você É uma doida”. Ele diz: “Você fala como uma doida”. Você está falando como alguém que não teme a Deus. Doida, não no sentido de alguém mentalmente louco. Doida no sentido de tola. Ela está agindo com tolice e não com temor. E Jó recalibra a maneira dela de enxergar o sofrimento. A teologia de Jó sustenta a fé de Jó: [10] (...) Temos recebido de Deus o bem; por que não receberíamos também o mal? Em tudo isto Jó não pecou com os seus lábios. Um rabino judeu chamado Harold Kushner, depois que ele sobreviveu ao campo de concentração nazista, escreveu um livro chamado “Quando Coisas Ruins Acontecem Com Pessoas Boas”. A teste dele para lidar com o problema do mal é dizer que Deus está fazendo o melhor que ele pode, mas não é culpa de Deus se ele não consegue eliminar o sofrimento. A ideia é que Deus conhece o passado e ele é bastante poderoso, mas Deus não sabe com certeza o que vai acontecer no futuro e Deus não pode determinar o futuro. Deus é até bom, mas ele não é Todo-Poderoso. Essa ideia se infiltrou nos meios cristãos e se tornou conhecida como “Teísmo Aberto”. Como um escritor explicou assim: é como se Deus fosse um grande mestre de xadrez. Ele joga muito bem, mas nós nunca podemos ter certeza absoluta de que ele vai ganhar. Mas nós sabemos que ele está dando o seu melhor (Ash, Trusting God in the Darkness, 26). O DEUS DE JÓ A Bíblia não dá margem para essa teologia. Esse não é o Deus de Jó. Esse não é o Deus da Bíblia. • Um deus que é bondoso, mas não é soberano, é um deus que até tem boas intenções, mas não tem poder para nos ajudar e nós estamos perdidos nas mãos dos homens e das forças espirituais do mal. • E um deus que é soberano, mas não é bondoso, é um tirano. Ele tem muito poder, mas não nos ama. Dá medo viver em um lugar assim também. Mas bendito seja o nome do Senhor! O Deus que governa o Universo é o Deus que é cheio de amor e cheio em poder. Um Deus em que nós podemos confiar. O Deus que Jó está confiando, mesmo em meio a grande dor: Temos recebido de Deus o bem; por que não receberíamos também o mal? (Jó 2:10). Jó (e nós!) sabemos que nada acontece fora da vontade de Deus. Deus nunca é o autor do pecado, mas Deus sempre é soberano sobre o mal. Bondade e Soberania. É essa combinação divina de bondade e soberania que vai carregar você pelo caminho do sofrimento da cruz até você receber a coroa das mãos do Senhor Jesus. Para então depositar a coroa aos pés dele e se prostrar em adoração. A grande questão desses dois primeiros capítulos parece ser a fé de Jó. Jó realmente ama a Deus ou ele é um interesseiro, uma farsa? Jó trata Deus como um Papai Noel — só fala com ele quando ele quer ganhar presentes e o ignora completamente nos outros dias — ou a fé de Jó é genuína? Jó passou nos dois testes. Jó passou com louvor. Mesmo perdendo tudo, ele não perdeu a fé. Mas o que está em jogo na provação de Jó é mais do que a fé de Jó. O que está em jogo é a glória de Deus. Porque o nosso sofrimento não é o centro de tudo. A glória de Deus é o centro de tudo. Por trás da provação de Jó, estão perguntas ainda maiores sobre Deus: • Deus é digno da sua adoração, mesmo quando ele leva você pelo caminho do seu sofrimento? • Deus é digno da sua confiança, mesmo quando coisas ruins acontecem com você? • Deus é glorioso e precioso simplesmente por quem ele é? Ou Deus não passa de um grande Papai Noel—as pessoas só gostam dele por causa dos presentes. Deus passou nos dois testes. Com louvor. Satanás perdeu. Deus venceu, como sempre. Jó continua a adorar o Senhor mesmo depois de ter perdido tudo. A fé de Jó prova que Deus é, sim, glorioso e precioso. Digno de ser adorado quando ele dá; e ele é digno de ser adorado quando ele toma. E a história de Jó continua indo para baixo. Do céu para a terra. E agora, da terra para o chão. 3. CENA 3 (NO CHÃO): MAIS COMPANHIA PARA JÓ (VV. 11-13) Jó recebe a companhia de três amigos. [11] Quando três amigos de Jó ouviram que todo este mal havia caído sobre ele, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita [porque a cidade se chama Temã], Bildade, o suíta [porque ele vem de Suá], e Zofar, o naamatita [porque ele vem de uma cidade chamada Naamá]. A fato dos amigos virem de diferentes lugares talvez mostre que pessoas de diferentes lugares do mundo estão vindo até Jó para oferece a sabedoria deste mundo. Como nós vamos ver nos próximos capítulos, eles não vão oferecer muita sabedoria. Mas a intenção deles é boa, pelo menos nesse ponto. Na continuação do v.[11] (...) Tinham combinado ir juntos condoer-se dele e consolá-lo. E foi o que eles fizeram. Eles choraram com os que choram (Romanos 12:15). [12] De longe eles levantaram os olhos e não o reconheceram. Então ergueram a voz e choraram. E cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. [13] Sentaram-se com ele no chão durante sete dias e sete noites. E ninguém lhe disse uma só palavra, pois viam que a dor era muito grande. Eles não conseguiram reconhecer Jó. Jó estava com a cabeça rapada. Tumores pelo corpo inteiro. E ele provavelmente perdeu muito peso. Quem consegue comer direito quando o sofrimento é tão grande? Jó estava irreconhecível. Além de não conseguirem reconhecer Jó, eles não conseguiram falar com Jó. Os amigos de Jó não disseram uma só palavra. A razão que o texto dá é porque (final do versículo 13) “a dor era muito grande”. APLICAÇÃO: COMO SER UM CONSOLADOR Nós teremos várias oportunidades, ao longo do livro de Jó, de aprender com os amigos como NÃO agir com aqueles que estão sofrendo. Mas na primeira semana deles com Jó, eles são um exemplo de COMO agir com aqueles que estão passando por luto, tristeza e dor. O que você pode fazer para amar aqueles que estão sofrendo? Você pode simplesmente estar presente. Simplesmente estar perto. Estar junto. Ir ao velório. Enviar mensagem. Se oferecer para conversar. Para ouvir. Ligar. Se deslocar para estar com aquele que está sofrendo. Ter alguém perto já é um consolo. Os amigos de Jó viajaram uma longa distância simplesmente para chorar com Jó. Eles ouviram o que tinha acontecido com Jó e eles foram até Jó. Às vezes nós precisamos de espaço para sofrer sozinhos. Chorar diante de Deus sem ninguém por perto. Sem ninguém vendo. Mas às vezes o que a pessoa que está sofrendo precisa é ter companhia. Um receio que nós temos é não saber o que dizer. Aqui, de novo, os amigos de Jó são um exemplo. Eles simplesmente estavam presentes. Sete dias e sete noites sem falar nenhuma palavra, mas juntos de Jó. Eles deixaram tudo para trás para chorar com ele. Eclesiastes 3:7 diz que “há tempo para falar e tempo para ficar calado”. Especialmente quando o golpe é recente, especialmente quando a outra pessoa está devastada, nós demonstramos amor: não falando muito, mas chorando junto. Muitas vezes, em silêncio. Há tempo para falar, sim. Mas geralmente, aquele não é o tempo. Você não precisa ficar preocupado em explicar a razão do sofrimento das pessoas. Até porque, nós não sabemos. Nós não sabemos tudo o que Deus está fazendo. Mas você pode estar presente. Quando as coisas estão bem difíceis, ter alguém perto já é um enorme consolo. O sofrimento tende a nos isolar. Quem está sofrendo é tentado a não estar com outras pessoas. E as outras pessoas são tentadas a não chegar muito perto por não saber como ajudar. Com a ajuda do Senhor, vamos pular esses obstáculos para ficarmos juntos. Sofrermos juntos. Chorarmos juntos. O que os amigos de Jó fizeram foi certo: a presença de amigos, e não a presença de muitas palavras, é exatamente o que nós precisamos quando a providência de Deus nos derruba no chão. APLICAÇÃO: COMO SER UM SOFREDOR Vamos voltar para a pergunta que o Tim Keller fez para ele mesmo quando ele soube que estava com câncer: E eu? Como eu vou responder? Como eu vou reagir quando for comigo? Durante o tratamento contra o câncer, Tim Keller compartilhou como estava sendo o combate dele. E ele disse que o maior combate dele não era contra o câncer. Era o combate da fé. O combate para continuar crendo e se agarrando a Cristo pela fé. Durante esse combate, ele disse: “Sinceramente, eu posso dizer, sem nenhum tipo de sentimentalismo ou exagero, que eu nunca fui tão feliz em minha vida, que eu nunca tive dias tão cheios de conforto. Mas é igualmente verdadeiro que eu nunca tive tantos dias de tristeza”. Ele estava falando da experiência do coração do cristão: “entristecidos, mas sempre alegres” (2 Coríntios 6:10). Assim como Jó, Keller também tinha tumores malignos. O Deus que sustentou a fé de Jó sustentou a fé do Tim Keller também. Ele disse em uma entrevista: Eu tenho câncer de pâncreas em estágio IV [que é o mais grave]. Mas é infinitamente confortador ter um Deus que é infinitamente mais sábio e mais amoroso do que eu. Ele tem muitas boas razões para tudo o que ele faz e permite, razões que eu não posso compreender, e nisso está minha esperança e força. O câncer não matou o Deus do Tim Keller. O câncer aproximou Keller do Deus dele. Do Deus que usa coisas ruins na vida daqueles que amam a ele. Uma coisa que ajudou o Tim Keller a perseverar foi ele se lembrar que ele não pertencia a ele mesmo. Ele tinha sido comprado pelo sangue de Cristo. Ele disse: Se você quer saber o que significa viver com um cristão, eu provavelmente iria para 1 Coríntios 6 onde o texto diz: “Vocês não pertencem a vocês mesmos; vocês foram comprados por preço”. Sinceramente, tudo o que significa ser um cristão flui desse versículo”. Com o tempo, o corpo dele parou de responder ao tratamento. Já muito fraco, no leito de morte, o filho dele compartilhou uma oração que o Tim Keller fez: Eu sou grato por todas as pessoas que oraram por mim ao longo dos anos. Eu sou grato pela minha família, que me ama. Eu sou grato pelo tempo que Deus me deu. Mas eu estou pronto para ver Jesus. Eu mal posso esperar para ver Jesus. Me mande para casa. No dia seguinte, dia 19 de março de 2023, Deus respondeu a oração dele. O Tim Keller foi para casa. E ele viu Jesus. Assim como nós vamos ver também. A CRUZ ENCERROU O CASO Cristão, você não precisa temer nem as ações nem as acusações de Satanás. Porque a cruz já encerrou o seu caso. O Juiz já declarou a sua sentença: justificado. E porque Jesus já pagou por todos os seus pecados, Satanás, o Acusador, não pode mais acusar você. Romanos 8:33-34—Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Satanás pode até atacar você. Ele pode até acusar você, mas Deus não ouve mais (Ash, Job, 54-56). Deus ignora as acusações de Satanás contra você. Por quê? Porque a cruz já definiu o seu julgamento. É Deus quem justificou você. É Cristo Jesus quem morreu, quem ressuscitou, e que está a direita de Deus intercedendo por você. Os cristãos estão seguros. Deus poupou a vida de Jó. Mas ele não poupou o Filho dele para nos salvar. Romanos 8:32—Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Sim, ele nos dará. Ele nos dará graciosamente tudo o que nós precisamos para passar pelos testes da aflição que ele determinar. Cristão, você não precisa temer nem as ações nem as acusações de Satanás. A cruz já resolveu seu caso. O Juiz já declarou você justificado. Continue esperando no seu Deus até ele chamar você para casa também. Por causa da morte do Senhor Jesus naquela cruz e por causa da sepultura vazia e por causa da ressurreição dele, nós viveremos com ele em um mundo onde não haverá tumores malignos nem morte de filhos nem os ataques de Satanás nem o nosso pecado para nos afastar do Senhor. Mas esse mundo do futuro não é o mundo do presente. Ainda. CONCLUSÃO Com a ajuda do Senhor, você também pode responder bem ao sofrimento como Jó respondeu. E como o Tim Keller respondeu. E como milhões de homens e mulheres do povo de Deus que foram para casa antes de nós. Que o Senhor nos ajude a sofrer confiando que ele é absolutamente soberano, perfeitamente sábio, completamente bom e infinitamente amoroso. Que o Senhor sustente a sua fé, e que no meio da sua tristeza, confusão e dor, você possa olhar para o céu e dizer para Jesus: — Senhor, para quem iremos? O Senhor tem as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que o senhor é o Santo de Deus (João 6:68-69). Fonte das citações relacionadas a Tim Keller: Matt Smethurst, 19 de maio de 2025, https://www.crossway.org/articles/the-most-powerful-message-tim-keller-ever-preached/ Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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![19 de Outubro de 2025 – IBJM
Eu gostaria de começar fazendo uma pergunta para vocês sobre Deus: onde Deus está agora? Se uma criança pergunta para você: “onde Deus está?”, o que você responderia? Nós responderíamos: “Deus está em todos os lugares”. Deus é onipresente. Deus está aqui nesse salão de culto e Deus está no céu. Deus está em Sumaré e em Saturno. Ao mesmo tempo. O Salmo 139, por exemplo, diz: Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também (Salmo 139:8). Deus está em todo lugar. Mas existe uma segunda maneira em que a Bíblia fala da presença de Deus. Deus pode estar presente também de uma maneira especial e específica. A Bíblia fala da presença de Deus para falar também do tipo de relacionamento que nós temos com ele. • Adão e Eva foram expulsos da Jardim—eles foram banidos da presença de Deus. • Isaías fala que o pecado faz separação entre nós e Deus. • Deus ordena que Moisés faça um tabernáculo para que Deus possa habitar (estar presente) com o seu povo. • Deus promete para Salomão que ele irá habitar no templo que ele construiu. • Deus estava presente com Israel de uma maneira diferente em que ele estava presente com os egípcios. • Jesus prometeu que o Espírito de Deus estaria em nós (presente) de uma maneira em que ele não está com aqueles que não creem. O Salmo 16 é sobre esse segundo tipo da presença de Deus. A presença especial e específica. Uma presença em amor. O Salmo 16 é uma oração sobre como Deus manifesta a presença dele com aqueles com que ele tem um relacionamento de fé e amor com ele. Deus manifesta essa presença dele para você, cristão, de muita maneiras. Nesse salmo, ele está presente de 5 maneiras: protegendo você, separando você, satisfazendo você, guiando você e alegrando você. Deus manifesta a presença dele: 1. PROTEGENDO VOCÊ (vv. 1-2) Davi começa orando: [1] Guarda-me, ó Deus... Me preserva, me protege, me guarda, ó Deus. A razão que Davi dá para Deus guardá-lo é: [1] Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Em ti me refugio é uma maneira visual de falar em ti em confio. Davi está correndo para o Senhor como um refúgio (o lugar onde ele está seguro): “Deus. Me proteja!” Como uma criança sai correndo, gritando com medo e pula no colo do pai. Mas o correr do Salmo 16 não é um correr com as pernas. É um correr que você faz com o coração: orando. Com o coração angustiado, você corre para Deus orando: “Senhor, me guarda. Fica perto de mim”. Se você estivesse andando na rua à noite, sozinho, e viesse um homem mal-encarado na sua direção com uma faca na mão, você ficaria com medo? Eu também. Mas e se você não estivesse sozinho. Se você estivesse junto com dois amigos, policiais, faixa preta em Judó, arma na cintura, cada um com 2 metros de altura e 150 quilos de músculo, você ficaria com medo? Eu também não. Faz diferença quem está com você. Deus não colocou dois policiais ao seu lado. Ele fez mais. Ele colocou mais força em volta de você: todo o poder de um Deus Todo-Poderoso. Ele próprio, o Senhor dos Exércitos, prometeu guardar você. • Esperar o resultado de um exame médico nos dá medo. • Esperar o resultado de uma entrevista nos dá medo. • Não ter dinheiro suficiente para pagar as contas nos dá medo. • Não ver seu marido andando com o Senhor dá medo. • Não ver os filhos andando com o Senhor dá medo. • Não saber se eu vou casar e ter filhos dá medo. • Não saber o que vai acontecer dá medo. Quando nós estamos com medo, Davi está nos ensinando: você não precisa fazer uma oração longa. “Guarda-me, ó Deus” é suficiente para o Senhor colocar guardar você. DEUS É O SEU DEUS O Deus para quem você pede ajuda não é qualquer Deus. Davi emenda a oração com uma declaração: [2] Digo ao Senhor: “Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente.” Ser Senhor é ser Soberano. Ser Senhor é ser Rei. Davi está dizendo: “Tu és o meu Senhor”—aquele que reina sobre mim e tudo o que acontece na minha vida. Nós fazemos bem em usar essa linguagem pessoal. Deus não é só o Senhor. Davi chama o Senhor de “MEU Senhor”. Ele é o “MEU Deus”. O “MEU Salvador”. O “MEU” refúgio. Nesse contexto, “meu” é não é egoísmo. É confiança em Deus. É fé. O BEM SUPREMO Fé em um Deus que é o nosso único bem. Davi está conectando também com a oração do versículo 1. Outro refúgio nós não temos, senão a Deus somente. • Uma conta bancária gorda não tem poder para nos proteger e salvar. Uma dia os ricos não terão acesso a toda a fortuna deles e tudo será perdido. • Uma saúde boa não tem poder para nos proteger e salvar. Um dia a saúde vai nos abandonar e ir embora para sempre. • Uma reputação e sucesso na carreira não tem poder para nos proteger e salvar. Os famosos e bem-sucedidos também morreram como todos os mortais. Mas você que tem Deus, você tem um bem que você nunca irá perder. Por causa da sua fé em Cristo—sua fé na morte dele na cruz no seu lugar—você tem um bem que nada nesse mundo vai tirar. Deus é o seu Deus para sempre. Ele não prometeu que você nunca vai sofrer. Ele prometeu algo melhor: ele prometeu que ele nunca vai deixar você. Além de proteger você, Deus manifesta a presença dele: 2. SEPARANDO VOCÊ (vv. 3-4) [3] Quanto aos santos que há na terra, eles são os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer. [4] Muitas serão as dores dos que trocam o Senhor por outros deuses; não oferecerei as suas libações de sangue, e os meus lábios não pronunciarão os nomes deles. Davi está falando de dois grupos de pessoas nesses dois versículos: • No versículo 3, ele fala dos cristãos, os “santos que há na terra”; • No versículo 4, ele fala dos não-cristãos, aqueles que “trocam o Senhor por outros deuses”. Esses dois grupos englobam toda a humanidade. Não fica ninguém de fora. Não existe um terceiro grupo. Em qual grupo você está é a questão mais importante da sua vida. Eu disse que esses dois versículos falam de Deus manifestando a presença dele “separando você”. O que eu quero dizer é que Deus separa você PARA ELE. Isso é ser salvo: é ser retirado do grupo que troca o Senhor por outras coisas (outros deuses) e ser colocado (transferido) para o grupo “santos”. Ser santo é ser separado. Separado do mundo para Deus. Mas não parece que Davi está exagerando? Ele acabou de falar no versículo 2 que Deus é o único bem dele. E logo no versículo seguinte, ele fala que todo o prazer dele está nos “santos que há na terra”—no povo de Deus. “Davi, afinal de contas: seu prazer está todo em Deus ou no povo de Deus”? Eu entendo que a resposta de Davi seria: “Sim! Meu amor por Deus se manifesta em meu amor pelo povo dele. E meu amor pelo povo dele é uma evidência do meu amor por Deus. Nós podemos ir além: estar na companhia do povo de Deus é estar na companhia de Deus… porque Deus escolheu habitar com o seu povo. É maravilhoso ver esse amor dentro do povo de Deus: vocês orando juntos e chorando juntos. Estudando a Bíblia juntos e comendo juntos. Estar com o povo de Deus cantando e conversando é o mais perto que se pode chegar do céu ainda estando na terra. SANTOS NÃO TÃO SANTOS Talvez algum de vocês ouvem isso e pensam: “Davi está exagerando. Isso não é real. A igreja é na verdade muito complicada”. Talvez alguns de vocês estejam machucados porque alguns desses santos que há na terra fizeram alguma coisa contra você. Talvez em outra igreja. Ou aqui na IBJM mesmo. Pode ser até que você venha aos cultos, talvez até seja membro aqui, mas você não quer se envolver muito. “Porque se eu me envolver demais com as pessoas”, você pensa, “eu vou me machucar de novo”. Eu gostaria de fazer 3 comentários que, eu espero, possam ajudar você. Esses comentários podem ser aplicados também no seu casamento, na sua família e em outros relacionamentos. Primeiro, eu lamento que você tenha sido ferido. Nós não queremos desprezar sua dor. Quando nós somos tratados de forma injusta, a dor que nós sentimos é real. Pode ser que alguém realmente fez algo grave contra você. Isso é parte de viver em um mundo depois de Gênesis 3. Segundo comentário para você que foi ferido: lembre-se que você também é pecador. Todos nós somos. Você precisa da mesma graça que seu irmão e sua irmã precisa. Quando nós somos machucados por alguém, é fácil ficar concetrado no pecado do outro que esquecemos que nós também ferimos outras pessoas. Se Deus retirar a mão de nós, nós vamos fazer um estrago em nossos relacionamentos. Meditar no seu próprio pecado ajuda você se tornar mais compassivo com outros pecadores. Meditar em nosso próprio pecado nos guarda de termos um espírito de justiça própria e nos acharmos superiores aos outros pecadores. Trazer à minha memória que eu sou um pecador e que Deus é muito misericordioso comigo me ajuda a olhar para os outros da maneira correta e tem um poder enorme para transformar minha chateação com os outros em compaixão e amor. Terceiro comentário para ajudar você que não tem tido prazer nos santos que há na terra: veja como Deus ama os santos—todos os santos: você e todos seus irmãos em Cristo. Veja que grande amor Jesus tem pelos santos imperfeitos que ele salvou. Eu sei que esse salmo é um salmo de Davi. Mas esse salmo encaixa ainda mais perfeitamente na boca de Jesus, nosso Rei. Jesus pode dizer com todo o coração dele sobre nós: [3] Quanto aos santos que há na terra, eles são os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer. • Jesus nos amou tanto que ele quis ser humilhado e desprezado pelo mundo. • Jesus nos amou tanto que ele quis morrer uma morte de cruz: carregando o peso do nosso pecado e enfrentando o julgamento que nós—os santos que há na terra—merecíamos. Crente machucado, o Jesus que amou você e deu o sangue dele por você também amou seu irmão ou sua irmã que pecaram contra você. • Eles são a Noiva amada de Cristo, como você. • Eles são a Menina dos olhos de Deus, como você. • Eles são o Templo do Espírito Santo, como você. Esse irmão, essa irmã que você está tendo desprazer—Deus amou essa pessoa antes da fundação do mundo, como ele amou você, crente. Meu irmão, minha irmã, eu lamento que você foi ferido, mas ore, confie em Deus e dê passos de fé se arriscando e se envolvendo na vida dos seus irmãos na igreja. Perdoe e peça perdão. Ame e seja amado. Deus usa as feridas que nós recebemos para nos tornar mais parecidos com aquele que foi ferido na cruz no nosso lugar. É verdade que os santos que há na terra não são perfeitos. Mas Jesus tem todo o prazer nesses santos. Quanto mais parecido com Jesus nós somos, maior amor nós teremos pelos santos na terra e que ainda não glorificados no céu. AS DORES DOS TROCADORES O contraste entre o versículo 3 e o 4 não poderia ser maior. Se Davi e Jesus têm todo o prazer no povo de Deus, aqueles que trocam o Senhor por outros deuses sofrerão muitas dores. Dores nessa vida, mas especialmente dores na condenação eterna. Trocar o Senhor por alguma outra coisa é a raiz de todo o pecado. Seja trocar a Deus por uma imagem de madeira ou gesso, seja trocar Deus por alguma coisa desse mundo. Se você está trocando o Senhor por algo desse mundo, destroque. A partir de hoje, destroque. • Você está em um relacionamento que o Senhor não aprova, destroque. • Você está fazendo alguma coisa—que talvez ninguém saiba—que afasta você do Senhor, destroque. • Você está fazendo alguma coisa ilícita no trabalho, destroque. Abra mão do que você sabe que precisar para poder abraçar o Senhor Jesus pela fé e viver na presença de Deus. Muitas serão as dores dos que trocam o Senhor por outras deuses—outras coisas desse mundo. Além de falar do DESTINO daqueles que não amam o Senhor, Davi fala também da DISTÂNCIA que ele coloca entre o estilo de vida dele e o estilo de vida do mundo. Continuação do v.[4] (...) não oferecerei as suas libações de sangue [sacrifícios de animais], e os meus lábios não pronunciarão os nomes deles. Cristãos são pecadores, mas eles têm um estilo de vida diferente. Você foi separado. Você não pode participar de práticas que Deus condena. Você lida de maneira diferente com comida, bebida, sexo, dinheiro, trabalho, casamento, filhos, trabalho, como você se veste, como você usa seu tempo livre. Eu não estou dizendo que você precisa se isolar em uma fazenda e não ter mais contato com o mundo—se bem que às vezes dá vontade—mas não é isso que o Senhor quer de nós. Jesus não pediu a Deus que nos tirasse do mundo, mas ele pediu para nos livrar do mal. Nós falamos de Cristo para as pessoas do mundo e nós as amamamos, mas não chegamos nem perto de práticas que desonram o nome de Deus. Deus manisfeta a presença dele: (1) protegendo você, (2) separando você. 3. SATISFAZENDO VOCÊ (vv. 5-6) Davi está usando a Terra Prometida para falar da satisfação dele em Deus. [5] O Senhor é a porção da minha herança [terra] e o meu cálice [símbolo da provisão de Deus]; tu sustentas a minha sorte. [6] As minhas divisas caíram em lugares agradáveis; é linda a minha herança. Dá para ver o coração de gratidão de Davi. Ele está satisfeito com o que o Senhor deu a ele. No versículo 6 ele olha para as divisas da terra que ele recebeu e diz: “elas caíram em lugares agradáveis”. Ele olha para o que o Senhor deu a ele e ele diz: “É linda a minha herança!”. Quando nós estamos satisfeitos em Deus, nós ficamos satisfeitos com a provisão de Deus. O que ele nos dá é suficiente. Nós sabemos que a nossa alegria não está em ter mais coisas. A alegria que realmente sacia está em estar satisfeito com o que Deus já deu. A RAIZ DA INSATISFAÇÃO (E O REMÉDIO) Vamos olhar para o lado negativo dessa realidade e depois nós voltamos para o lado positivo. Isso vai nos ajudar a ajustar nosso coração. Toda a nossa insatisfação, nosso descontentamento, nossa mumuração—toda—têm a mesma raiz: nós estamos acreditando que precisamos de mais alguma coisa além de Deus para sermos felizes. Para ficarmos satisfeitos. Para nos sentirmos seguros. Toda vez que eu estou insatisfeito com a minha vida, isso é uma manifestação do meu coração dizendo: “Deus não é suficiente. Eu preciso de mais alguma coisa para ficar bem”. Mas isso não é verdade. Nós sabemos que Deus está falando a verdade quando ele disse: “a minha graça te basta”. Então nós lutamos contra a insatisfação do nosso coração nos satisfazendo com a provisão de Deus. Como Davi, nós ficamos satisfeitos com o pedaço de terra que ele nos deu e, pela graça de Deus, nós podemos dizer: “é linda a minha herança”. Porque Deus é suficiente—porque a graça dele em Jesus é tudo o que você precisa—agora você pode ficar satisfeito com a provisão dele: • A sua família foi dada a você por Deus, mesmo com todas as dificuldades que você precisa enfrentar. • Se Deus é suficiente—e ele é!, nós vamos conseguir colocar nosso casamento nas mãos de Deus e confiar nele, mesmo que nosso casamento esteja em um momento difícil. • Nós vamos agradecer pelos nossos filhos e confiar que nós temos os filhos que Deus quis nos dar, com as tristezas e alegrias que eles nos dão, e confiar que Deus tem bons motivos para tudo o que ele faz. • Nós vamos nos contentar com a nossa situação financeira. Nós temos a quantidade de dinheiro exata que Deus quer que nós tenhamos. • Nós temos a quantidade exata de saúde que Deus quer que nós tenhamos nesse momento: essa a provisão dele. • Eu tenho a quantidade exata de provação que Deus quer que eu tenha para que eu saiba que ele é suficiente. Tudo o que você tem, a situação que você está vivendo e suas provações, elas foram escolhidas por um Deus bondoso que ama você e quer que você fique satisfeito nele. É o que eu chamo de “soberania detalhada”. E amorosa. A graça dele realmente nos basta. Que o Senhor ajude a crer e sentir o que nós sabemos que é a verdade. Deus cerca você com a presença dele de muitas maneiras: protegendo você, separando você (para ele), satisfazendo você (com ele mesmo), quarto: 4. GUIANDO VOCÊ (vv. 7-8) [7] Bendigo o Senhor, que me aconselha; pois até durante a noite o meu coração me ensina. O Senhor não determina as coisas que acontecem na sua vida e depois fala: “agora você se vira, meu filho”. Esse não é o nosso Deus. Deus aconselha você. Ele ensina você. Ele guia você com o bordão e o cajado dele de Bom Pastor. LEIA A BÍBLIA E FAÇA ORAÇÃO Como Deus guia você? No versículo 7, Davi diz: “O Senhor me aconselha”. Como Deus aconselha você? Através da Palavra dele. Toda vez que a Bíblia é aberta, Deus abre a boca para aconselhar você. Você abre a Bíblia no seu tempo devocional, Deus está aconselhando você. No culto domingo. No encontro do PG. Nos estudos bíblicos que você participa. Nos discipulados. Nos conselhos que você ouve de outros santos que há na terra. Agora, se nós não abrimos a Palavra dele e não ouvimos a Palavra dele com fé, nós não seremos guiados. Nós ficaremos perdidos. Olhe para a sua vida: não é verdade que quando você passa tempo na presença de Deus (na Palavra dele em casa e com o povo dele na igreja) você responde melhor às suas tentações e provações. E quando nós nos afastando da Palavra de Deus, nós estamos também nos afastando de Deus—e nós ficamos perdidos em vez de guiados. Nossos olhos ficam mais embaçados e não enxergamos muito bem. Começamos a fazer escolhas ruins. O pecado parece mais atraente. Jesus parece menos interessante. Cedemos às tentações. Ficamos menos pacientes. Menos amorosos. Menos esperança. Menos direção. Deus prometeu guiar você. E nosso papel é abrir a Bíblia e ouvir o conselho dele com fé. Na segunda parte do versículo 7, quando Davi fala “até durante a noite meu coração me ensina”, ele está provavelmente falando do tempo de oração sozinho. Deus imprime as verdades dele na nossa mente quando nós oramos. Além de usar seu tempo na Palavra, Deus usa seu tempo em oração. Se você passar tempo na presença de Deus—na Palavra e em oração—Deus irá guiar você. Pode ser por um caminho diferente do que você tinha imaginado, mas você irá olhar para trás e poder dizer: “Bondade e misericórdia certamente me seguiram todos os dias da minha vida”. O versículo 8 repete a oração do versículo 1—guarda-me, ó Deus—mas em forma de uma afirmação: [8] Tenho o Senhor sempre diante de mim; estando ele à minha direita, não serei abalado. São os pensamentos que não incluem Deus que me deixam abalado. Agitado. Angustiado. “Eu não vou conseguir fazer isso”. “Essa situação nunca vai mudar”. “Eu nunca vou conseguir deixar esse pecado”. Esses são pensamentos ateus. Quando eu penso assim, eu estou criando um mundo na minha mente em que Deus não existe. Onde está Deus na frase: “Eu não vou conseguir lidar com isso, a situação nunca vai mudar”. Deus está do lado de fora. Eu exclui Deus. É por isso que eu estou tão abalado. Como eu luto com essa agitação na minha alma? Da mesma maneira que Davi está fazendo no versículo 8. Eu paro e penso: “Tenho o Senhor sempre diante de mim”. “Deus está comigo—com a presença dele para me fortalecer, me ajudar, e me sustentar”. E meus pensamentos cristãos sopram com a força necessária para expulsar meus pensamentos ateus—pensamentos que não incluem Deus. Meu coração se acalma, meu medo é abafado e meu espírito é sossegado. Às vezes, em uma questão de segundos. Às vezes, demora mais. Às vezes, demora bem mais. Mas o método de Deus para estabilizar nosso espírito agitado é nos convencer da presença dele. Você prega o mesmo sermão do versículo 8 para você mesmo, não uma vez, mas várias vezes… por dia. Agora, se Deus—esse Deus protetor e cheio de amor—prometeu estar conosco, a presença dele tem mais um efeito em nós. Ela nos alegra: 5. ALEGRANDO VOCÊ (vv. 9-11) [9] Por isso o meu coração se alegra e o meu espírito exulta [que é uma outra palavra para se alegrar]; Davi começa com “por isso”. • Porque o meu Deus me protege. • Porque o meu Deus me separa. • Porque o meu Deus me satisfaz. • Porque o meu Deus me guia. POR ISSO, o meu coração se alegra. Com um Deus desse, nosso coração se alegra. Pensar que Deus—o Deus do Universo—está à minha direta, perto de mim, faz nosso coração se alegrar, mesmo que às vezes com lágrimas no rosto por causa de algo difícil que está acontecendo em sua vida. Davi agora faz uma transição do presente para o futuro: Continuação do v.[9] (...) até o meu corpo repousará seguro [futuro]. [10] Pois não deixarás [futuro] a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Ele continua falando da presença de Deus: [11] Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente. Ele continua com o mesmo assunto: a presença de Deus, mas agora ele move a mente para o futuro. Ele começa a pensar o que vai acontecer com ele (e conosco) quando nossos dias nesse mundo chegarem ao fim. Se existe algo que pode nos tornar mais alegres e menos abalados, é pensar no futuro que o Senhor nos prometeu. Continuação do v.[9] (...) até o meu corpo repousará seguro. O que ele quer dizer com o corpo dele vai descansar seguro? Isso fica mais claro no versículo 10: [10] Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. QUEM É O “TEU SANTO”? De quem Davi está falando? Ele parece estar falando dele mesmo. As duas frases estão em paralelo, como é comum nos salmos e nas poesias do Antigo Testamento. Veja as duas frases do versículo 10: • “Não deixarás” está em paralelo com “nem permitirás”. • “minha alma” está em paralelo com “teu santo”. • “morte” está em paralelo com “corrupção”. Davi está falando da ressurreição dele, da vida eterna que Deus dará a ele. Davi sabe que a morte não é o fim. A morte é como uma porta. E quando ela for aberta e nós chegarmos do outro lado—Deus estará lá. Davi está falando dele—da ressurreição dele. Mas Davi não está falando SÓ dele. Pelo menos não foi assim que Pedro e Paulo interpretaram o Salmo 16. Vamos para o livro de Atos, capítulo 2, o texto que ouvimos no culto. Versículo 25. Pedro começa a citar o Salmo 16: [25] Porque Davi fala a respeito dele, dizendo: “Eu sempre via o Senhor diante de mim, porque ele está à minha direita, para que eu não seja abalado... Ele vai até o versículo 28 citando o Salmo 16. Agora ele explica e aplica. Pedro pregava expositivamente: Versículo [29] Irmãos, permitam-me falar-lhes claramente a respeito do patriarca Davi: ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. [30] Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, [31] prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção. [32] Deus ressuscitou este Jesus, e disto todos nós somos testemunhas. Pedro deixa claro que o Salmo 16 é também um profecia sobre o Messias. Sobre o filho de Davi que reinaria para sempre (2 Samuel 7). Um Rei com R maiúsculo. Volte para o Salmo 16, por favor. Nossa Bíblia está certa em colocar Santo com S maiúsculo no versículo 10. Esse versículo é também uma profecia sobre o Santo (o Rei) que cumpre perfeitamente tudo o que Davi fez e falou imperfeitamente . • Deus era o Senhor de Davi, mas às vezes Davi trocou Deus por outras coisas nesse mundo, quando ele dormiu com Bate-Seba e assassinou Urias. • Davi tinha prazer no povo de Deus, mas nem se compara com a alegria perfeita que Jesus tem em nós. • Davi se alegrava em Deus, mas Jesus, por causa da alegria que estava proposta a ele (Hebreus 12), suportou muito mais que Davi. Jesus suportou a cruz e foi exaltado muito mais alto. Ele foi exaltado não só ao trono de Israel. Mas a um trono no céu. O TEU SANTO: ELE É NÓS E porque nós estamos unidos a Cristo pela fé—nós fomos mortos com ele para o pecado e nós ressuscitamos com ele para uma nova vida, o Salmo 16 também se aplica a nós. Assim como Deus não deixou a alma de Jesus na morte, ele também não deixará a nossa alma na morte. A morte é, para você, cristão, o começo da melhor fase da sua vida. Uma fase que nunca vai terminar. Olha como o Salmo 16 termina: [11] Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente. Davi, pelo Espírito Santo, descreve duas qualidades da alegria que você vai experimentar em mais alguns dias: Primeiro, ele fala de plenitude de alegria (v. 11). A alegria que você terá quando você tiver na presença de Deus será completa, completamente cheia, sem faltar nada. Sem nada para atrapalhar. Nenhum tipo de tristeza misturada. Todas as suas tristezas podem parecer um Golias hoje (3 metros de altura), mas quando você estiver diante do Monte Everest da glória de Deus (9km), suas tristezas serão engolidas. Elas não podem ser comparadas com a glória a ser revelada em nós. Você ficará tão dominado pelo amor de Jesus por você, você ficará tão maravilhado em ver seu Salvador pessoalmente, que você vai não só pensar que você está no céu—você estará no céu. O dia do céu terá chegado. Esse será o dia da plenitude. Estar diante do Rei da Glória. Mas ainda não acabou. O céu é ainda melhor. Segundo, a última frase: ele fala de delícias perpetuamente (v. 11). A alegria será não apenas completa. Ela será eterna. Nossas alegrias aqui são sempre temporárias. Nossa mente acaba pensando em alguma outra coisa ou alguma tristeza entra e nossa alegria é roubada. Como água derramada, não tem como recuperar. O que Jesus está oferecendo—se você se arrepender dos seus pecados e confiar que só a morte dele na cruz pode pagar pelos seus pecados—é impossível de descrever. Nem a língua dos anjos conseguiria: 50 bilhões de anos de alegria plena... de graça. Essa é a nova fase da sua vida, a fase que Jesus comprou com o sangue dele naquela cruz: alegria plena e perpétua porque você estará na presença dele. Esse futuro de alegria infinita me lembrou do que o Billy Graham disse. Ele falou: Um dia você irá ouvir que o Billy Graham está morto. Não acredite em nenhuma dessas palavras. Eu estarei mais vivo do que estou agora. Eu apenas terei mudado o meu endereço. Eu estarei na presença de Deus. CONCLUSÃO A Pergunta 10 do Catecismo que nós usamos com as nossas crianças aqui na igreja é: Onde Deus está? A resposta é: “Deus está em todo lugar”. Eu amo a próxima pergunta. Pergunta 11: “Você pode ver a Deus?” Resposta: “Eu não posso ver a Deus, mas ele sempre me vê”. Não são só as crianças que precisam saber essa verdade preciosa. Todos nós precisamos: “Eu não posso ver a Deus, mas ele sempre me vê”. Para você se sentir seguro, você não precisa ver a Deus nesse mundo. Basta você saber que ele vê você. E que a graça dele nos basta. Ele sabe exatamente o que nós precisamos. Ele sabe exatamente o que nós estamos sentindo. Ele sabe exatamente o que ele precisa fazer com a nossa vida para que fiquemos sempre perto dele—na presença dele. Um dia, você verá a Deus: O Deus que assumiu um corpo, matou a morte, ressuscitou ao terceiro dia, e hoje está vivo e assentado no trono do Universo. O Deus e Rei que irá rasgar o céu, fazer a trombeta soar, e dar uma ordem para o nosso corpo que estava repousando seguro (como ele fez com Lázaro): “Levante-se, venha para fora”, e o nosso corpo obedecerá. E nós nos levantaremos e, com um corpo como o dele, nós vivermos com ele. Em plenitude de alegria. Para sempre. Até chegarmos lá, o Senhor irá nos guardar. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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![Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz
28 de Setembro de 2025 – IBJM A vida cristã é uma vida invertida. Uma vida contrária (inversa) à maneira como os reinos desse mundo operam: • Jesus disse que nesse mundo, aqueles que governam dominam sobre os outros. Mas dentro do povo de Cristo, os grandes são aqueles que servem, não aqueles que dominam (Mateus 20:25-27). • Jesus disse que o lucro está na piedade, e as riquezas desse mundo podem trazer muito prejuízo para a nossa alma (1 Timóteo 6:6-10). • Jesus disse que o jugo dele é suave, não duro como no mundo; e o fardo dele é leve, não pesado como no mundo (Mateus 11:28-30). • Neste mundo, pobreza é uma coisa a ser evitada. No reino de Deus, ser pobre em espírito é o começo da alegria verdadeira (Mateus 5:3). • Temor é algo ruim. O temor do Senhor é o princípio do saber dentro do reino de Deus (Provérbios 1:7). • Humilhação é negativo. Mas humilhar-se debaixo da poderosa mão de Deus é o caminho da paz e a maneira de se livrar da ansiedade (1 Pedro 5:6). • Jesus disse que: “quem acha a sua vida a perderá. E quem perde a vida por causa dele, esse achará a vida” (Mateus 10:39). Paulo termina Gálatas tomando a maneira como o mundo lida com glória e, também, invertendo—colocando a glória no lugar certo. Gloriar-se é pecado, mas tem um lugar em que você não só pode se gloriar, mas deve se gloriar: [14] Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo... O conceito de se gloriar é central nessa passagem final. O contraste está entre a gloriar-se na carne e gloriar-se na cruz. São dois alvos de glória diferentes que levam a vidas diferentes—vidas invertidas, como nós vamos ver. A passagem começa com Paulo tomando a pena do escriba e começando ele próprio a escrever: ASSINATURA (v. 11) [11] Vejam com que letras grandes escrevi a vocês de próprio punho. Como Paulo fez com várias cartas e como era o costume na época, Paulo ditou suas palavras para um escriba escrever. Ele fez isso com Romanos. Com 1 Coríntios. E outras cartas. Mas para mostrar a importância do que ele ainda tem a dizer, ele escreve esse final com a própria letra e ainda aumenta a fonte—o tamanho da letra: “letras grandes”. Ele ainda não acabou. Ele vai retomar os temas que ele passou durante os 6 capítulos e pregar a mensagem da cruz uma última vez para os Gálatas e para nós. Ele começa mostrando o lugar errado da glória: 1. A GLÓRIA NA CARNE (vv. 12-13) A glória no ser humano e no que nós fazemos. [12] Todos os que querem ostentar-se na carne, esses querem obrigar vocês a se deixarem circuncidar, e agem assim somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. [13] Pois nem mesmo os que se deixam circuncidar guardam a lei, mas querem apenas que vocês se submetam à circuncisão para que eles possam se gloriar na carne de vocês. Paulo está falando dos judeus que entraram nas igrejas dos Gálatas dizendo que todos os cristãos precisam obedecer a Lei de Moisés e serem circuncidados para fazer parte do povo de Deus. Paulo está desmascarando a motivação deles. A motivação deles não é o amor. Nem eles mesmos guardam a lei que eles querem forçar os outros a obedecer—o que mostra a hipocrisia deles. Eles são do tipo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Eles têm duas motivações ruins: A primeira motivação é a AUTOPROTEÇÃO. Eles querem evitar a perseguição. Eles obrigam a circuncisão: Segunda parte do v.[12]—(...) somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Os cristãos eram perseguidos porque eles diziam que a Lei de Moisés e a circuncisão não eram mais necessários. Era isso que fazia os judeus perseguirem os cristãos. Por que eles queriam matar Paulo? Porque ele dizia que somente fé no Cristo crucificado era suficiente para salvar um pecador. Esse era o escândalo. É esse “somente” Cristo e a cruz que cria problema para nós, cristãos, até hoje. Mas nós não podemos abrir mão da exclusividade de Jesus, povo de Deus. Ele mesmo disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). • Ou nós somos salvos pela nossa obediência—e a salvação e a glória pertencem ao homem. • Ou nós somos salvos pela fé no Cristo crucificado em nosso lugar—e a salvação e a glória pertencem ao Senhor (Jonas 2:9). No final das contas, só existem duas religiões no mundo. A religião das obras—o que eu faço me leva à Deus; e a religião da graça—o que Cristo fez por mim na cruz me leva a Deus. Que o Senhor nos ajude a sermos amorosos e corajosos e não abrirmos mão de que é Cristo somente e não a obediência do homem que salva. Os falsos mestres, por autoproteção, mudaram a mensagem do evangelho para evitar perseguição. Autoproteção é pode ser uma tentação para todos nós. Para não sermos rejeitados pelos outros, nós somos tentados a ficar calados. Não falar nada sobre a nossa fé. Ou concordar com algo que nós sabemos que é errado só para não ofender as pessoas. Ou escondermos nossa identidade de cristão. • As pessoas onde nós moramos sabem que nós seguimos a Cristo? • As pessoas onde nós estudamos e trabalhamos sabem que você é um “discípulo do Senhor Jesus”? • As pessoas nas suas redes sociais sabem que você ama a Jesus e veem esse amor no que você fala e faz? Que o Senhor nos faça proclamadores amorosos e corajosos! Que o Espírito Santo nos dê uma coragem santa de falar do nosso Salvador santo e nos livre da tentação de autoproteção. A segunda motivação deles era a AUTOPROMOÇÃO. Eles queriam impressionar os outros e receber o louvor dos homens: Segunda parte do v.[13]—(...) [eles] querem apenas que vocês se submetam à circuncisão para que eles possam se gloriar na carne de vocês. Jesus disse que esse desejo receber glória dos homens—esse desejo por reconhecimento e aceitação—ele pode ser tão forte ao ponto de ser o obstáculo para a fé. Foi o diagnóstico que Jesus deu para a incredulidade dos judeus: João 5:44—Como podem crer, vocês que aceitam glória uns dos outros e não procuram a glória que vem do Deus único? Esse é um motivo suficiente para nós mortificarmos o desejo de queremos ser aceitos e amados pelas pessoas ao ponto de nos afastar do Deus único. É impressionante o que o nosso coração é capaz de fazer para recebermos glória das pessoas. Usar determinado tipo de roupa que chame atenção para mim ou postar coisas na internet que chamem atenção para mim ou falar e fazer coisas que elevem a minha imagem diante das pessoas. Existe esse impulso no coração humano de querer ser visto e reconhecido e aceito pelos outros. Depois que nossos pais—Adão e Eva—foram expulsos do Jardim, nosso coração ficou com esse buraco—com essa carência de glória. Nós nascemos carecendo da glória de Deus (Romanos 3:23), mas nós não deixamos nosso coração vazio. Em nosso estado natural—em nossa carne—nós acabamos preenchendo o buraco da glória com a opinião das pessoas ou relacionamentos ou nos enchemos de bens ou buscamos nossa glória—nossa satisfação—naquilo que fazemos, incluindo até as coisas religiosas que fazemos, como era o contexto das igrejas dos Gálatas. Mas essas coisas nunca satisfazem. Existe um lugar melhor para preencher essa carência de glória. Um lugar certo. O Espírito é aquele que nos mostra o alvo certo da glória—onde nós devemos nos gloriar: • O versículo 12 e 13 fala da glória da carne. Esse caminho irá nos afastar do Deus vivo. • O versículo 14 e 15 fala do lugar certo da glória—o caminho que nos leva a Deus. 2. A GLÓRIA NA CRUZ (vv. 14-15) Paulo começa negando o tipo errado de se gloriar: [14] Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo... Esse primeiro tipo de gloriar-me que Paulo nega—“longe de mim gloriar-me”—se refere ao se gloriar do final do versículo 13: “se gloriar na carne de vocês”, naquilo que eles estão fazendo: circuncisão. Gloriar-se na obediência humana. O que é exatamente esse ato de se gloriar? Existem dois tipos de se gloriar na Bíblia: existe um tipo de gloriar-se que a Bíblia proíbe, e existe um outro tipo de gloriar-se que a Bíblia exige. Gloriar-se é o ato de manifestar: “Aqui tem glória!”. Gloriar-se em algo coisa ou alguém é apontar para aquilo e dizer “Veja a glória”. Nós nos gloriamos naquilo que nos dá alegria e nos dá segurança. É um movimento inevitável da nossa alma. • Um pai ou uma mãe coruja se gloria em como o filho dele joga bem futebol ou é lindo ou é obediente. • Uma mulher apaixonada se gloria em seu noivo—seu príncipe encantado. • Um engenheiro se gloria no prédio que ele construiu. • Um aluno se gloria nas boas notas dele. GLORIAR-SE É INEVITÁVEL É inevitável. Incontrolável. Nós vamos nos gloriar naquilo que nos confiamos e naquilo que nós nos alegramos. Nós nos gloriamos naquilo que faz nosso coração louvar. Gloriar-se em é apontar para mim mesmo ou para alguma pessoa ou um objeto e dizer: “Veja glória!” O problema dos judeus que estavam querendo forçar os cristãos a se circuncidarem não era que eles estavam se gloriando. Esse não era o problema deles. O problema é que eles estavam se gloriando no lugar errado. Eles tinham a fonte errada (o que eles faziam) e eles tinham o alvo errado (eles mesmos). Eles estavam apontando para eles mesmos e dizendo: “Aqui tem glória!”. A Bíblia proíbe esse tipo de gloriar-se. Deus condena “autogloriar-se”. Esse foi o problema da Torre de Babel. Essa foi a causa da rebelião de Satanás contra Deus. E essa foi a razão do pecado ter entrado no mundo. Glória no lugar errado. Nunca funciona. Nunca nos satisfaz. Nunca nos dá paz. Mas existe um segundo tipo de gloriar-se! Um tipo bom, santo, correto e belo. Um tipo de gloriar-se que dá a alegria que nada nesse mundo pode oferecer. O gloriar-se que tem a fonte certa (Deus) e o alvo certo (Deus). Nós podemos experimentar esse gloriar-se quando nós reconhecemos que a glória começa e termina, sempre, em Deus e no seu Filho Jesus Cristo. Olha o que Paulo faz. Ele não joga fora a ideia de se gloriar. Ele a muda de lugar. [14] Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo... A nossa confiança não está em nossas atividades religiosas, nossa obediência, nosso batismo, nossas orações, nossas ofertas, nem mesmo na nossa fé em si. Nossa glória é a cruz. Não qualquer cruz. A cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Como é nosso Deus! Ele toma a cruz—um instrumento horrível de morte—e torna a cruz na fonte de vida eterna. Ele usa a maior injustiça já cometida nesse mundo para nos justificar diante dele. Ele usa o maior sofrimento que um ser humano já experimentou para nos levar a experimentar a maior alegria que seres humanos podem experimentar—viver de volta com Deus. Nós nos gloriamos na cruz, não porque nós nos alegramos com o sofrimento em si do nosso Senhor Jesus, mas nós nos gloriamos (nós louvamos!) o que ele conquistou quando ele foi pregado no madeiro. • Na cruz, ele carregou nossos pecados. • Na cruz, ele derrotou Satanás e os demônios. • Na cruz, ele matou a morte e venceu o mundo. • Na cruz, ele vindicou o nome de Deus como o Deus que julga e que salva. Porque Jesus derramou o sangue dele naquela cruz, Deus pode derramar toda a bondade e salvação dele sobre nós. É por isso que nós amamos a mensagem da cruz. É por isso que nós nos gloriamos na cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. A cruz dele é a nossa vida. É da cruz que flui todo o poder para nos salvar e nos santificar. E por causa daquela cruz, mais duas mortes aconteceram. Quando Jesus foi crucificado, mais duas crucificações aconteceram, mas eu não estou falando dos dois ladrões do lado dele. [14] Mas longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu estou crucificado para o mundo. Quando nós colocamos nossa fé no Senhor Jesus crucificado, outras duas crucificações aconteceram: Primeiro, o mundo está crucificado para você. O mundo—sistema desse mundo que vive em oposição a Deus—está crucificado (morto) para você. O mundo não tem mais poder sobre você. Os enganos e tentações do mundo não escravizam mais você. Eles não tem mais completo domínio sobre você. E segundo (final do v. 14), você está crucificado (morto) para o mundo. Você também está morto para o mundo. Os desejos pelas coisas da carne e do mundo que antes estavam tão vivos em você e dominavam você, eles foram mortos na cruz. O relacionamento entre você e o mundo foi rompido. Ainda não completamente destruído, mas certamente derrotado. Você agora está livre para viver para Cristo e buscar a glória dele e não mais buscar glória nas coisas desse mundo. Agora que você está unido a Cristo pela fé, você tem poder para negar a atração desse mundo. O Espírito Santo está em você. Cristo habita em você. Você pode rejeitar as tentativas do mundo de fazer você pecar. Cristo comprou esse poder para você quando ele morreu naquela cruz por você. O mundo morto para você e você morto para o mundo. E mortos não se relacionam. Mas para Deus, você está vivo. Por causa da cruz, você está vivo. Crente, você é uma nova criatura que pertence a uma nova criação—um outro mundo. NOVA CRIATURA [15] Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. Paulo não está preocupado com a circuncisão em si. Ele mesmo circuncidou Timóteo para poder entrar nas sinagogas judaicas e pregar o evangelho. O problema que nos faz perder o evangelho é dizer que uma pessoa precisa crer em Cristo E ser circuncidada. Isso é envenenar o evangelho e não dá mais para beber. Isso criar um outro evangelho que não salva. Agora que Jesus veio, morreu e ressuscitou, circuncisão ou incircuncisão não importam mais. O que importa é crer em Cristo crucificado somente. E quando você crê, você se torna uma nova criatura e entrar em uma nova família e um novo reino—o reino de Cristo. Você não se torna parte do povo de Deus guardando o sábado ou parando de comer costela de porco ou sendo circuncidado ou batizado, nem deixando de cortar o cabelo nem sendo proibido de deixar a barba crescer nem sendo batizado. Nada disso tem poder para nos justificar diante de Deus. A única coisa que pode remover o nosso pecado e nos tornar uma nova criatura é a cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Se você crê nele, você já fez tudo o que você precisa. Você é parte do povo eterno do Deus eterno. Quando o anjo fez rolar aquela pedra da sepultura onde Cristo estava, e Jesus se levantou dos mortos e saiu da sepultura, ele inaugurou a nova criação. Agora ele está chamando judeus e gentios, pessoas de toda tribo, povo, língua e nação para seguir a ele em direção à glória. Se você atender o chamado do Senhor Jesus para deixar o mundo e os seus enganos e seguir a ele, ele promete perdão e vida eterna. Você se torna uma nova criatura—parte da nova criação que, diferente do mundo atual, vai durar para sempre. Paulo agora vai se despedir. Ele se despede dos Gálatas como uma oração: DESPEDIDA (vv. 16-18) 1. ORAÇÃO (v. 16) [16] E, a todos os que andarem em conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus. Paulo ora por paz e misericórdia sobre aqueles que concordam que ele está do lado da verdade. Ele deseja essa paz e misericórdia sobre (final do versículo 16) “o Israel de Deus”. O Israel de Deus é a maneira de Paulo falar do povo de Deus—da igreja de Cristo: judeus e gentios que creem no Senhor Jesus. Paulo não pode estar falando da nação de Israel literalmente porque ele disse que simplesmente ter nascido como um descendente de Abraão não é suficiente para uma pessoa ser salva. O verdadeiro Israel são aqueles que creem como Abraão creu. Volte para o capítulo 3, por favor: Gálatas 3:6-7—É o caso de Abraão, que “creu em Deus, e isso lhe foi atribuído para justiça”. Saibam, portanto, que os que têm fé é que são filhos de Abraão. Agora no final do capítulo: Gálatas 3:28-29—Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão (israelitas) e herdeiros segundo a promessa. Você, cristão, é parte do Israel de Deus, você é um israelita da Jerusalém Celestial, você é um descendente espiritual de Abraão porque você tem fé no mesmo Deus que prometeu a mesma salvação pelo mesmo Salvador. Você herdará com Cristo e todo o povo dele um mundo de glória na presença de Deus. Eu sei que é muito, mas é verdade. Foi o que Deus prometeu. Antes da segunda parte da oração, Paulo interrompe para fazer uma última defesa como prova de que ele carrega a mensagem da salvação. 2. DEFESA (v. 17) [17] Quanto ao mais, ninguém me importune; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus. Os importunadores são os falsos mestres. Eles acusaram Paulo de distorcer a Palavra de Deus, atacaram a reputação de Paulo, atacaram a motivação de Paulo, como se ele estava dizendo para os gentios não obedecerem a lei de Moisés só para deixar a mensagem dele mais fácil de ser aceita, e outras acusações. Paulo contou a história de conversão dele no capítulo 2 e como Jesus chamou a ele para ser um apóstolo para mostrar que a mensagem de Paulo não veio de homem nenhum. Ele pregava a mensagem que Jesus deu para ele. Que contraste! Que inversão de valores! O foco dos falsos mestres estava na marca da circuncisão, mas o que Paulo mostra são as marcas da perseguição por causa da fidelidade dele a Cristo. Ele chama as marcas no corpo dele de (versículo 17), “as marcas de Jesus”. São as marcas do sofrimento por amor ao Senhor. • Paulo colecionou cicatrizes nas costas por causa das 5 vezes que ele recebeu 40 açoites porque ele pregava a cruz de Cristo. • A pele de Paulo que foi dilacerada quando ele foi, por três vezes, açoitado com varas. • Uma vez ele foi apedrejado e dado como morto, mas sobreviveu. Paulo foi colecionando marcas ao longo da vida dele. Ele passou frio, fome, sede e perigo várias vezes por causa de Cristo. Essas são as marcas de Jesus que ele carrega. Essas marcas são a prova de que ele sofreu porque ele foi fiel. Os falsos mestres não tem as marcas das feridas da fé. Eles não têm as cicatrizes da graça. Alguns dos seguidores de Jesus passaram desse mundo para o próximo através dessas marcas no corpo: • João Batista foi decapitado porque foi fiel. • O apóstolo Paulo foi decapitado também—a última marca dele foi no pescoço—porque ele foi fiel. • Pedro foi crucificado, mas a pedido dele mesmo, de cabeça para baixo, para ele não se achava digno de morrer da mesma maneira que o seu Rei. Há poucos dias, Charlie Kirk passou para o mundo eterno com Cristo sendo morto por causa da mensagem que ele pregava. E assim tem sido com milhares de cristãos fieis espalhados pelo mundo. A salvação é pela graça, mas existe um grande custo de seguir o Senhor Jesus nesse mundo. Só na Nigéria, ano passado, 3.100 cristãos foram mortos. 20 dias atrás, dia 8 de setembro de 2025, 100 cristãos foram mortos no Congo, África. 30 deles foram mortos enquanto estavam no velório de um dos cristãos que tinha sido morto. Esse é um mundo mal. O nosso Bom Pastor disse: — Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por minha causa, esse a salvará (Lucas 9:23-24). Nós não sabemos o que vai acontecer no Brasil e no mundo. Talvez alguns de nós aqui terão marcas no corpo também. O certo é que todos vocês, seguidores do Senhor Jesus, carregam e carregarão marcas na alma e na mente de vocês por causa da sua fidelidade ao seu Senhor. Alguns de vocês têm sido maltratados e manipulados depois que vocês começaram a seguir a Jesus. Dentro da casa de vocês, dentro da família de vocês, dentro do lugar onde vocês trabalham e estudam. Não usaram açoites, mas usaram palavras que tem força para dilacerar a sua alma. Você deixou de ser bem-vindo em certos lugares. Isolaram você. Debocham de você onde você trabalha ou estuda. Ou ficam irados com você por causa das suas posições morais que refletem o ensino da Palavra de Deus sobre sexualidade, casamento, aborto, o que é ser um homem e ser uma mulher. Nós fomos salvos pelas marcas do Senhor Jesus nas mãos dele e nos pés dele naquela cruz. Só as marcas nele nos salvaram. Mas se fizeram aquilo com o nosso Rei, ele disse para não nos surpreendermos se perseguissem os seguidores dele também. Peçamos graça ao Senhor para não devolver o mal com o mal, mas devolver o mal com o bem. Orem por aqueles que perseguem vocês; abençoem e façam o bem. No que depender de nós, vivamos em paz com todas as pessoas. Às vezes, não é possível (cf. Romanos 12:14-21). E lembrem-se das palavras do Senhor Jesus perseguido e morto por amor a nós e a Deus. Ele disse: — Bem-aventurados são vocês quando, por minha causa, os insultarem e os perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vocês. Alegrem-se e exultem, porque é grande a sua recompensa nos céus; pois assim perseguiram os profetas que viveram antes de vocês (Mateus 5:11-12). A vida cristã é uma vida invertida. Em vez de consumidos pela tristeza, que o Senhor nos ajude a nos alegrarmos por causa da nossa recompensa nos céus: ver o Rei na beleza da sua santidade. Paulo termina a oração com um desejo pelo que mais precisamos nesse mundo: GRAÇA. 3. ORAÇÃO (v. 18) [18] A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o espírito de vocês, irmãos. Amém! Em uma carta em que Paulo combateu o falso evangelho das obras e defendeu o verdadeiro evangelho da suficiência da cruz de Cristo, nada mais apropriado do que terminar com graça. Durante a carta, Paulo às vezes repreendeu os Gálatas por amor com palavras firmes. Paulo ficou perplexo em ver os Gálatas se deixam enganar pelos falsos mestres, depois de terem ouvido e crido no evangelho de Cristo. Paulo disse para eles coisas como: Ó gálatas insensatos! Quem foi que os enfeitiçou? Não foi diante dos olhos de vocês que Jesus Cristo foi exposto como crucificado? (Gálatas 3:1). Ele chegou a dizer: Receio que o meu trabalho por vocês tenha sido em vão (Gálatas 4:11). Mas Paulo escreve com fé. Ele fala do Senhor Jesus como o “ nosso ” Senhor”. Veja como ele chama os Gálatas no final: “ irmãos ”. O Senhor irá trazer e manter suas ovelhas com ele, como uma galinha ajunta os pintinhos, como ele mesmo disse. A Palavra de Deus tem todo o poder necessário para puxar o peso de uma alma humana para perto de Jesus, de novo. O evangelho é o poder de Deus para a salvação. Por isso, nós vivemos pela fé e proclamamos Cristo pela fé. A graça que nós ressuscitou e nos deu vida com Cristo é a mesma graça que irá nos levar aos braços dele nos céus. Do começo ao fim, é a graça de Deus trabalhando em nós. E do começo ao fim, é a glória de Deus nosso alvo. CONCLUSÃO Em uma frase, Gálatas é uma defesa da mensagem da cruz. Uma defesa cheia de precisão e paixão. Mas Paulo não escreveu simplesmente para ganhar uma disputa teológica. Não foi para vencer um debate doutrinário e ganhar uma medalha de grande argumentador. Ele escreveu para mostrar que a verdade está do lado dele, sim, mas a intenção final dele é ver as pessoas sendo salvas e Deus sendo glorificado. Paulo e nós sabemos que a mensagem das obras destrói as pessoas e desonra a Deus. A mensagem de que nós precisamos obedecer a lei para sermos justificados não salva e nunca salvará ninguém, porque nós somos incapazes de obedecer como Deus exige. Nossa esperança—nossa única esperança—é alguém obedecendo em nosso lugar e esse mesmo alguém sendo punido pela nossa desobediência em nosso lugar. Esse alguém é o nosso Senhor Jesus Cristo—nosso Salvador e nosso Substituto. Que essa seja sua esperança, hoje e todos os dias da sua vida! A mensagem mais maravilhosa que já penetrou os ouvidos humanos é a mensagem da cruz. Como Deus faz as coisas! Ó profundidade da riqueza da sabedoria, e do conhecimento de Deus! Deus toma um instrumento horrível de tortura e morte—a cruz—e a transforma no palco da maior manifestação de amor que esse mundo já viu. Deus inverte—como ele costuma fazer—e: • da morte ele tira vida, • do abandono do Senhor Jesus na cruz ele tira a nossa união eterna com ele, • da condenação de Jesus ele tira a nossa salvação, • da humilhação do Rei ele manifesta a glória dele com infinito esplendor. Esse é o nosso Deus. Esse é o nosso Senhor Jesus Cristo! Povo de Deus, a salvação é, de acordo com a Escritura somente, pela graça somente por meio da fé somente em Cristo somente para a glória de Deus somente. E se é para nos gloriarmos, então nós vamos nos gloriar na cruz somente. 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![Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz
21 de Setembro de 2025 – IBJM John Newton, o autor do maravilhoso hino Maravilhosa Graça, resumiu em 5 frases como ele se via. Veja se você se identifica com o que ele disse: 1. Eu não sou o que eu devia ser. 2. Eu não sou o que eu quero ser. 3. Eu não sou o que eu espero ser. 4. Mas eu não sou o que eu costumava ser. 5. Pela graça de Deus, eu sou o que eu sou . Você diria essas 5 frases sobre você mesmo—sobre a sua santidade? 1. Eu não sou o que eu devia ser – nós estamos longe do que nós deveríamos ser por causa do pecado que ainda habita em nós. 2. Eu não sou o que eu quero ser – você tem um desejo por ser mais parecido com Cristo? 3. Eu não sou o que eu espero ser – você ainda não é o que você será no céu. 4. Mas eu não sou o que eu costumava ser – você tem visto mudança no seu coração ao longo do tempo? 5. Pela graça de Deus, eu sou o que eu sou – sim, John Newton está certo. Todo o que nós somos de bom e tudo o que nós fazemos de bem, é por causa da graça de Deus agindo em nós. Eu estou citando esse resumo sobre santidade do John Newton porque esse é o assunto que Paulo continua lidando: como eu ando no Espírito Santo? Não é interessante que em uma carta que Paulo está defendendo o evangelho da graça e combatendo a ideia de que nós não somos justificados pelo que nós fazemos, ele termina a carta falando tanto sobre como nós vivemos? Você pode imaginar uma conversa entre Paulo e os falsos mestres que se infiltraram nas igrejas da Galácia. A conversa poderia ser mais ou menos assim: PAULO E OS FALSOS O Falso Mestre diz: Paulo, você está dizendo que a salvação é só por causa da graça e não por causa das nossas obras? Paulo responde: “Sim, exatamente”. O Falso Mestre diz: Então nós não precisamos fazer mais nada (nada!) para sermos declarados justos por Deus—a única coisa que nós precisamos é crer em Cristo morto na cruz pelos nossos pecados? Paulo responde: “Sim, exatamente”. O Falso Mestre diz: “Espera aí! Você está dizendo que não precisamos obedecer a lei de Moisés para fazer parte do povo de Deus?” Paulo responde: “Sim, exatamente!” O Falso Mestre diz: “Então nós podemos viver de qualquer maneira porque a salvação é só pela graça mesmo!” Paulo responde: “Não. Não, de modo nenhum! Pela fé em Cristo, nós não estamos livres para pecar. Por causa de Cristo e do Espírito em nós, agora nós estamos livres para amar”. Livres para sermos santos. A passagem de hoje é sobre como andar no Espírito Santo. Paulo continua explicando o versículo 25: Capítulo 5, versículo 25: Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Como nós andamos no Espírito? Paulo vai colocar mais carne e osso nessa vida espiritual—a sua vida no Espírito. Deus, como o nosso Pai, nos dá nessa passagem 3 princípios sobre como nós devemos viver dentro da família dele. Toda família tem seus princípios, regras e rotinas. Coisas que são fundamentais para a família funcionar bem. Nessa passagem, nosso Pai Celeste está nos dando mais 3 princípios sobre como viver na família da fé. 1. PRIMEIRO PRINCÍPIO: “O TRABALHADOR É DIGNO DO SEU SALÁRIO” (V. 6) [6] Mas aquele que está sendo instruído na palavra [nós todos, membros da igreja] compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui [pastores e líderes que ensinam]. Cuidem daqueles que lideram e ensinam vocês. Paulo está falando sobre generosidade. Nós devemos cuidar das necessidades daqueles que tem a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus—de pregar o evangelho. Foi Jesus quem nos ensinou esse princípio de cuidar daqueles que ensinam. Quando ele enviou seus discípulos para pregar, ele disse: Lucas 10:7—Fiquem na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque o trabalhador é digno do seu salário. Ou, usando as palavras de Paulo em uma outra carta—1 Coríntios: 1Coríntios 9:14—Assim também o Senhor ordenou aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho. Isso sempre foi o que a igreja cristã acreditou e praticou nos últimos 2.000 anos. Eu quero dizer publicamente que vocês cuidam muito bem de mim e da minha família e, eu creio, dos pastores e daqueles que tem a responsabilidade de ensinar publicamente. Mas Gálatas 6:6 não está aqui por acaso. Esse é um assunto importante. Nós precisamos cuidar daquele que cuidam do ensino público. Por que é importante cuidarmos das necessidades—físicas e financeiras—dos pastores e líderes da nossa igreja? Porque cuidando bem daqueles que ensinam, nós estamos, por trás, cuidando bem daquilo que é ensinado na igreja também. Cuidando as necessidades daqueles que pregam, a igreja está dando o tempo necessário para eles se dedicarem à oração e ao ministério da Palavra—tempo para se prepararem para ensinar e pregar. Patriarca contou a história de um homem que era pastor em uma igreja, mas ele trabalhava também no açougue de um mercado. Quando era dia de desossar o boi, ele chegava no mercado às 4h da manhã. Trabalhava o dia inteiro em pé, se trocava no banheiro do mercado e ia à noite para a igreja ensinar. Como um homem desse, feito como nós—do pó da terra—pode se preparar devidamente para ensinar a Palavra de Deus? Trabalhar o dia inteiro, cuidar da família, ter tempo para comer e dormir E se preparar para ensinar e cuidar da igreja é uma lista longa para um dia com 24 horas. Inevitavelmente, ele não terá o tempo necessário para cuidar de tudo. Algumas áreas vão sofrer: ou a família ou a igreja ou a saúde dele... ou as três juntas. Algumas igrejas são pequenas e não tem recursos para sustentar um pastor, mas quando uma igreja tem condições financeiras de sustentar um pastor (ou alguns pastores), a própria igreja é abençoada, porque assim os líderes podem se dedicar a orar e estudar e não precisam dividir o tempo com outras responsabilidades. Assim como Deus colocou policiais para nos proteger de ladrões, Deus colocou também pastores como os principais responsáveis—não os únicos, mas os principais responsáveis—para prover ensino verdadeiro e proteger a igreja de ensino falso. Nós queremos nos certificar que os nossos líderes estão em condição de ficar na linha de frente da batalha—que eles têm água, alimento, as armas e os recursos suficientes para lutar. A característica mais importante de uma igreja é aquilo que ela crê. Aquilo que é ensinado. • Se as cadeiras são confortáveis é secundário. • Se o ar-condicionado está funcionando bem é secundário—a menos que seja verão. • Se o sistema de som é de última geração é secundário. • Se a igreja se reúne em uma casa de palha, embaixo de uma árvore ou em um prédio moderno de 3 andares com vitrais lindos, essas coisas são absolutamente secundárias! O primário—o mais importante na vida de uma igreja—é o ensino da igreja: a exposição da Palavra de Deus. Essa nossa prioridade deve ser refletida em nosso cuidado com aqueles que nos instruem. Assim como um soldado não vai à guerra pagando pelas próprias armas e aquele que planta uma vinha também come do seu fruto e quem apascenta um rebanho toma o leite da vaca, o trabalhador é digno do seu salário. Esse é o princípio que nosso Pai está nos dando para vivermos na casa de Deus. Continuem cuidando bem daqueles que instruem vocês, povo de Deus da IBJM. 2. SEGUNDO PRINCÍPIO: “NÓS COLHEMOS O QUE NÓS SEMEAMOS” (VV. 7-8) Conhecido também como a lei da semeadura. [7] Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. [8] Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna. Deus implantou esse mecanismo no mundo. Nós colhemos o que nós plantamos (ou semeamos). Se eu lançar sementes de feijão no solo, vai crescer um pé de feijão e eu vou colher feijão. Ninguém lança uma semente de milho e nasce uma árvore com as tâmaras doces dos desertos da Arábia. Mas esse princípio que Deus criou não fica restrito ao mundo das plantações. Deus o espalhou para várias áreas da nossa vida. Se vocês, crianças, semearem estudar bem a matéria, vocês colherão boas notas. Se eu comer muito e gastar pouca energia, eu colho ganho de peso. Se eu gastar mais dinheiro do que eu recebo, eu colho dívida financeira. Se eu dirigir de forma imprudente—correndo, eu colho uma multa ou um acidente. Nós colhemos o que nós plantamos. Paulo aplica essa princípio de plantação para falar da nossa salvação (ou perdição). O versículo 8 explica o princípio do versículo 7. Final do v.[7] (...) Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. [8] Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna. Dois modos de semear levam a duas colheitas diferentes. Paulo volta a falar dos dois rivais mortais: a carne e o Espírito. Semear para a carne é viver praticando obras da carne. Isso nos levará ao que ele chama no versículo 8 de “corrupção”. Ele está falando da condenação eterna daqueles que não confiam em Cristo. A palavra corrupção funciona como o contrário de vida. Corrupção é o que acontece com o nosso corpo quando ele morre. Ele vai se decompondo. Que é o contrário de semear no Espírito—que nos leva a vida eterna: a ressurreição cheia de glória e vida na presença de Deus. Semear para o Espírito é andar no Espírito—não é uma vida sem pecado, mas é uma vida crescentemente caraterizada pelo fruto do Espírito. Só existem dois tipo de plantações espirituais: semear para a carne—viver no pecado, ou semear para o Espírito—andar no Espírito. Para quem você está semeando: para a carne ou para o Espírito? No versículo 4, no trecho anterior, o Senhor nos chamou a nos examinarmos: Gálatas 6:4—Mas que cada um examine o seu próprio modo de agir. Se você examinar o seu modo de agir—o que marca a sua vida? As obras da carne: imoralidade, idolatria, ira, inveja ou o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, mansidão, domínio próprio? Para quem você tem semeado? Para a carne ou para o Espírito? Se alguém chegar perto de você para sentir o cheiro da sua alma—o que essa pessoa irá sentir: o cheiro de carne podre estragada ou aquele aroma do Espírito—aquele cheiro de terra molhada, que vem de um coração regado pela água da graça de Deus? As pessoas que estão mais perto de você—o que elas veem? Uma vida dominada pela carne ou dominada pelo Espírito. Se alguém tiver acesso a sua conta bancária, nós veremos um coração nas coisas desse mundo ou nas coisas do Reino de Deus? E se alguém tiver acesso ao seu celular: essa pessoa verá o celular de alguém que é semeia para a carne ou alguém que semeia para o Espírito? Dois tipos de estilo de vida que levam a duas colheitas eternas. O Espírito Santo está nos chamando: “Semeiem para mim e vocês colherão vida!” Mas como o meu destino eterno pode depender do que eu faço? A salvação não é pela graça? A resposta da Bíblia é: a salvação é e sempre foi pela graça. O seu destino eterno não é definido pelo que você faz, ele é definido pela sua fé no que Cristo fez. Mas, aqui vem a questão chave para nós entendermos a relação entre a nossa fé e as nossas obras: o seu destino eterno não é determinado pelo que você faz, mas ele é comprovado pelo que você faz—pela maneira como você vive. A maneira como você vive—sua generosidade, seu amor, suas orações e vir ao culto—nenhuma dessas coisas podem pagar pelos seus pecados. Só existe uma forma de Deus perdoar você e você ir para o céu: confiando que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus que morreu na cruz pelos seus pecados. Crer que quando Jesus foi crucificado, ele estava sendo julgado no seu lugar—pelos seus pecados e você se arrepende por ter pecado contra Deus. Essa é a única forma. Mas… mas a partir do momento em que você crê em Jesus e você tem o Espírito Santo, sua vida muda. Você é uma nova criatura. O que você faz (o que você semeia: para carne ou para Espírito) não salva você, mas prova que Jesus salvou você. É nesse sentido que Paulo está usando o princípio da semeadura: “Nós colhemos o que nós semeamos”. Viver semeando para a carne e pensar que irá colher vida eterna é um engano. Um grande engano. O maior de todos os enganos. Foi assim que Paulo começou esse assunto: [7] Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. • Nós sabemos que Jesus foi zombado. Os soldados romanos colocaram um manto vermelho nele, uma coroa de espinhos, um caniço na mão, se ajoelharam e ficaram zombando de Jesus: “— Salve, rei dos judeus”. • Eles zombaram de Jesus, cuspindo no rosto dele, batendo na cabeça dele com o caniço e dando tapas no rosto dele. • Os sacerdotes judeus também zombaram de Jesus. Quando o Senhor Jesus estava pregado naquela cruz, eles se aproximaram de Jesus só para dizer: — Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar. É rei de Israel! Que ele desça da cruz, e então creremos nele. Confiou em Deus; pois que Deus venha livrá-lo agora... (Mateus 27:42-43). Jesus foi tratado com desprezo. Humilhado, ridicularizado, zombado. Sim, é verdade. Mas de Deus não se zomba. Pensar que alguém pode viver segundo a carne—viver pecando contra Deus sem se arrepender e confiar no Filho dele—e ainda colher vida eterna, isso é um grande engano. Nós vamos colher o que nós plantamos—para quem nós semeamos: para a carne ou para o Espírito. Deus é um Deus de amor. Deus é amor. Deus é cheio de misericórdia e bondade. Deus é um Deus perdoador. Veja quem Deus é na atitude do pai do Filho pródigo. Nós estamos andando na direção de Deus para pedir perdão, e ele vem correndo em nossa direção para nos perdoar, nos abraçar, nos amar. Ele é: O Senhor Deus compassivo e bondoso, tardio em irar-se e grande em misericórdia e fidelidade… (Êxodo 34:6-7). Se você está semeando para a carne, se você está vivendo em pecado sem se arrepender, vá até o Senhor, peça perdão para ele. Ele perdoa—ele perdoa a maldade, a transgressão e o pecado. Peça para ele olhar para o Filho dele morto no seu lugar e perdoar você, e ele perdoa. Por que você vai se atirar no inferno, quando Deus promete perdoar você se você se arrepender e crer em Cristo? Mas todos aqueles que continuarem semeando para a carne colherão corrupção: condenação eterna. O Deus que é amor é também fogo consumidor. Hebreus, capítulo 12, versículo 29: “Porque o nosso Deus é fogo consumidor”. De Deus não se zomba. O Jesus que foi zombado quando ele veio conquistar a nossa salvação voltará a esse mundo para ser exaltado. Ele sofreu como um cordeiro em silêncio, mas quando ele voltar, ele virá rugindo como um leão—e seus inimigos não vão suportar a vinda dele. O povo dele estará chorando e cantando de alegria. Aqueles que permanecem se rebelando, vão chorar e gritar de desespero. Um desespero como se nunca viu na história. Deus deu ao apóstolo João uma visão sobre a volta do Rei. E ele não viu um carpinteiro em fraqueza. Ele viu um guerreiro invencível. Eu vou ler para vocês: Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e combate com justiça [Esse é Jesus!]. Os seus olhos são como chama de fogo; na cabeça dele há muitos diademas... Está vestido com um manto encharcado de sangue, e o seu nome é “Verbo de Deus”. Os exércitos do céu o seguiam, montados em cavalos brancos e vestidos de linho finíssimo, branco e puro. Da sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações. Ele mesmo as regerá com cetro de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. No seu manto e na sua coxa está escrito um nome: “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Apocalipse 19:11-16). Você que está aqui hoje e ainda está semeando para a carne. Por favor, pare! Você não quer enfrentar a fúria desse Rei. Como um único golpe, ele irá enviar Satanás, os demônios e todos os que não se arrependeram para o logo de fogo, de onde eles nunca vão sair. Mas você pode ir para a glória do céu: o mundo de perfeito amor, o lugar de eterna paz a terra de alegria sem fim. Arrependa-se dos pecados e creia nesse Rei que foi morto como um Cordeiro na cruz no seu lugar, e você colherá vida eterna. “O que uma pessoa semear, isso ela colherá”. Nosso Pai Celeste está nos dando 3 princípios sobre como ele espera que vivamos na casa dele com nossos irmãos—a família da fé. O primeiro princípio é: “o trabalho é digno do seu salário”. O segundo princípio é: “cada um colherá o que semear”. O terceiro princípio: 3. NÃO SE CANSE DE FAZER O BEM (VV. 9-10) [9] E não nos cansemos de fazer o bem, porque no tempo certo faremos a colheita, se não desanimarmos. [10] Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. Paulo continua falando do fim dos tempos. No versículo 9, ele fala que “no tempo certo faremos a colheita”. Ele continua no mundo da plantação. Ele acabou de definir essa colheita no final do versículo 8. A colheita que nós faremos se fizermos o bem (se semearmos para o Espírito) é a vida eterna. A motivação para não desanimarmos e continuarmos amando as pessoas—fazendo o bem—é a eternidade. A colheita futura no céu: estar com o Senhor. A MOTIVAÇÃO: ETERNIDADE Olhar para a colheita vai dar força para você continuar fazendo o bem. No final das contas, você serve e ama as pessoas por causa daquele dia final, quando você estará com o seu Salvador, e você quer ouvir da boca dele: Mateus 25:21—“Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor.” Servo do Senhor, serva do Senhor, continue sendo fiel e fazendo o bem. Nós precisamos ser incentivamos a perseverar em fazer o bem porque muitas vezes nós desanimamos. O Senhor precisa nos chamar a não nos cansamos de fazer o bem porque muitas vezes nós cansamos. Nós cansamos às vezes porque as pessoas não respondem bem ao nosso fazer bem a elas. Elas não são gratas como deveriam, como nós também às vezes não agradecemos porque nem percebemos os atos de bondade das pessoas. Nós assumimos que nossa roupa é magicamente lavada e dobrada e entra na gaveta sozinha e não agradecemos quem fez. Nós assumimos que a comida quentinha veio parar na mesa e nos esquecemos que alguém trabalhou e nos serviu e nos fez bem. Uma tentação nossa é nos cansarmos de fazer o bem e desanimarmos. Mas o Senhor quer que você se levante, arregasse as mangas, coloque o avental, e faça o bem. De novo. E de novo. E depois de ter feito o bem, fazer de novo. FAÇA O BEM: TUDO E GENEROSIDADE Fazer o bem nos versículo 9 e 10 inclui todas as manifestações de amor—desde trocar uma fralda e preparar refeições e receber pessoas na sua casa e animar as pessoas com as suas palavras de ânimo e aconselhar as pessoas com conselhos bíblicos e atos de generosidade, como essa passagem enfatiza. Paulo usou o mesmo princípio da semeadura—que nós colhemos o que nós semeamos—com a igreja de Corinto, como nós ouvimos a leitura bíblica no culto em 2 Coríntios 9. E isto afirmo: aquele que semeia pouco também colherá pouco; e o que semeia com fartura também colherá com fartura. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama quem dá com alegria (2Coríntios 9:6-7). Aqui vem uma outra razão para sermos generosos. A primeira razão é para colhermos a vida eterna com o Senhor. A segunda razão do porquê você pode ser generoso é que Deus está cuidando de você, ele é o seu Bom Pastor e nada lhe faltará. Na continuação dessa passagem de 2 Coríntios, Paulo diz: 2 Coríntios 9:8—Deus pode tornar abundante em vocês toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, vocês sejam abundantes em toda boa obra. Porque Deus irá suprir suas necessidades, sua segurança não está na quantidade de provisão guardada no banco ou na dispensa, mas no Provedor—seu Pai Celeste—que não deixará faltar nada para você. Não espere ter muito sobrando para ser generoso. Não espere o seu copo transbordar para compartilhar sua água com outros que estão com sede. Não espere ter dinheiro de sobra, tempo de sobra, tranquilidade de sobra—para ser usado pelo Senhor para suprir as necessidades das pessoas a sua volta. Veja o exemplo dos irmãos das igrejas da Macedônia. O Senhor agiu poderosamente no meio deles e mesmo sendo muito pobres, eles foram alegremente muito generosos: 2Coríntios 8:2-4—Porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles transbordou em grande riqueza de generosidade. Porque posso testemunhar que, na medida de suas posses e mesmo acima delas, eles contribuíram de forma voluntária, pedindo-nos, com insistência, a graça de participarem dessa assistência aos santos. DOIS LADOS DOCES Os dois lados do fruto da generosidade são doces de se experimentar. Tanto dar quando receber. Quando você é generoso—você experimenta o Espírito Santo em você. É Deus dando graça no seu coração. E ele abençoa você com bençãos espirituais. Mas receber a generosidade dos irmãos é doce também. Para Deus, é uma oferta de aroma agradável. Para nós, é um sacrifício que nós recebemos e nos faz louvar a Deus. A generosidade é um fruto doce dos dois lados que você experimentar. Mas o Senhor Jesus disse: Mais bem-aventurado (feliz) é dar do que receber” (Atos 20:35). Que o Senhor nos dê fé para crer que é verdade! Que ele continue fazendo a obra dele—como eu tenho visto nessa igreja—de nos dar a graça de sermos generosos uns com os outros. Depois de fazermos o bem, nenhum de nós irá pensar: “Eu fui amoroso demais. Eu fui generoso demais. Eu deveria ter vivido mais para mim”. Ninguém que está no céu colhendo a vida eterna pensa assim. Nenhum de nós chegará, no leito de morte, vai pensar dessa maneira. Nós nunca vamos nos arrepender de termos sido generosos demais. Povo de Deus da IBJM, não se cansem de fazer o bem. Não desanimem. Ore por mais oportunidades de fazer o bem. Peça ao Espírito Santo para dar sensibilidade para você: e na próxima vez que você ouvir sobre uma necessidade, aproveite a oportunidade. Como um professor meu disse uma vez sobre evangelismo: oportunidades não faltam. O que nos falta é muitas vezes sensibilidade. Que o Espírito nos dê um coração sensível. Em breve nós desfrutaremos da colheita da vida eterna com o Senhor. Nós precisamos lidar como uma última questão. Nós precisamos lidar com essa palavra “principalmente” no versículo 10: A ORDEM DO AMOR [10] Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. Nós devemos amar todas as pessoas. O Senhor Jesus nos chama a amar os inimigos. A amarmos o próximo como a nós mesmos. Paulo concorda com o Senhor Jesus. Ele está dizendo: “Façamos o bem a todos”. Mas nós somos limitados. Nós temos tempo limitado, dinheiro limitado, dons limitados. Na prática, nós precisamos fazer escolhas. É por isso que Paulo usa o “principalmente” no versículo 10. Nós devemos fazer o bem a todos, mas a família da fé—nossos irmãos em Cristo na igreja—são a nossa prioridade: eles são o nosso “principalmente” em relação ao “todos”. Imagine que eu tenho R$ 50 sobrando. O Israel me liga e diz que está morrendo de fome e não tem dinheiro para comer. Só tinha comida para a Rafa e as meninas e ele está com o estômago roncando. Eu passo na casa dele, pego ele e nós vamos para um restaurante. Na porta, na hora de entrar, tem um homem me para e diz: “Eu estou morrendo de fome, você pode comprar comida para mim?” Eu preciso tomar uma decisão: para quem eu vou comprar comida. Eu só tenho aquele dinheiro. Um princípio bíblico que eu devo usar para nesse momentos é o princípio da “ordem do amor”. A primeira pessoa que desenvolveu esse princípio mais detalhadamente foi Agostinho no século 4. O princípio ficou sendo conhecido como “ ordo amoris ” no latim. No português: “a ordem do amor”. Alguns de vocês podem estar pensando: “Você poderia ter gastado R$ 25 com o Israel para matar a fome dele e R$ 25 com aquele homem de rua”. Tudo bem. Ou eu poderia ter dado a minha comida para o homem de rua. Sim, às vezes existem alternativas para fazer o bem a todos e você não precisa escolher. Mas muitas vezes não tem como fugir. Se nesse mês eu consigo dar R$ 100 de oferta extra, o que eu vou fazer? Eu vou dar para um irmão na igreja que eu sei que precisa, eu vou dar para um amigo de um primo que quebrou a moto, ou eu vou cobrar um tênis para o meu filho porque o dele rasgou a sola? Nossos recursos são limitados—não tem como fugir dessas decisões. O princípio da “ordem do amor” que Paulo está usando em Gálatas é útil. Você pode pensar em diferentes círculos de proximidade e, quanto mais próxima uma pessoa, maior a sua responsabilidade em ajudá-la. O primeiro círculo—que Paulo não está lidando aqui—é a sua família. Em 1 Timóteo 5, Paulo diz que aquele que não cuida dos da sua própria casa é pior do que um descrente e negou a própria fé (v. 8). Minha esposa e meus filhos são minha prioridade. É minha responsabilidade cuidar das necessidades deles. Se eu tenho condição de dar só um prato de comida para alguém—se minha filha está com fome e meu vizinho está com fome—eu devo dar a minha filha. O segundo círculo é a igreja—a “família da fé” (v. 10). A igreja deve ser minha segunda prioridade. Nós devemos contribuir para as necessidades da igreja com RPG: regularidade, proporcionalidade e generosidade. Nós fazemos bem separando uma porção do que nós recebermos para sustentar os ministérios e as necessidades da igreja—da família da fé. Nossa igreja local. E em seguida, podemos considerar outros ministérios e irmãos fora da IBJM. Por exemplo, imagine que uma família da nossa igreja foi assaltada e levaram o carro que não tinha seguro. E nós ficamos sabendo que uma família da Primeira Igreja Batista de Rondonópolis, Mato Grosso, também perdeu o carro. Nossa responsabilidade com uma irmão aqui é maior do que nossa responsabilidade com nossos irmãos em Rondonópolis, ainda que seria maravilhoso poder ajudá-los também. O terceiro círculo, mais externo, é o círculo do “todos” do versículo 10. Aqueles que não são da minha família nem da igreja nem irmãos em Cristo. Os cristãos devem amar a todos e ser generosos com todos e fazer o bem a todos, mas principalmente as da família—a família de sangue e a família da fé. Vocês repararam que eu pulei um alvo do nosso amor nessa “ordem do amor”? O principal, o primeiro e mais importante é o nosso amor a Deus. É do nosso amor a Deus que flui nosso amor às pessoas. Deus não tem nenhuma necessidade, como todos nós temos, mas você demonstra seu amor a Deus confiando em Cristo, andando na dependência do Espírito Santo, e obedecendo a Palavra dele pela fé. Como nós vimos, quanto mais seguro você está no amor de Deus, mas livre você será para ser generoso com aquilo que Deus colocou na sua mão para fazer o bem às pessoas. Tudo pertence ao Senhor. Nós não somos donos de nada. Nós somos simplesmente administradores dos bens dele. E ele quer que nós usemos tudo para a glória dele e o bem das pessoas. CONCLUSÃO Quando a fé toca o coração, ela toca no nosso bolso também. A fé afeta todo o nosso ser—todas as áreas da nossa vida, incluindo nossa relação com o dinheiro e nossos bens. O Senhor Jesus disse: — Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam. Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração (Mateus 6:19-21). Jesus está dizendo que a maneira como nós usamos nosso dinheiro e nossos bens são um termômetro da nossa vida espiritual. Nós somos salvos só pela fé em Cristo, mas a fé em Cristo não fica só. Ela sempre produz amor, o fruto do Espírito, boas obras e atos de generosidade. Nós podemos fazer o bem e ser generosos porque nós podemos confiar em um Deus que foi generoso conosco e nos entregou o que ele tem de mais precioso: o filho dele. Cristão, 1. Você não é o que você deveria ser. 2. Você não é o que você quer ser. 3. Você não é ainda o que você espera ser. 4. Mas você não é o que você costumava ser. 5. Pela graça de Deus, você é o que você é. Com a ajuda do Senhor, semeie para o Espírito e assim você colherá vida eterna com o Rei eterno que nunca deixará você. Nossa maior motivação para sermos generoso é porque nós temos um Deus generoso que prometeu cuidar bem de nós: Hebreus 13:5—Que a vida de vocês seja isenta de avareza. Contentem-se com as coisas que vocês têm, porque Deus disse: “De maneira alguma deixarei você, nunca jamais o abandonarei.” Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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![Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz
14 de Setembro de 2025 – IBJM A leitura que ouvimos no culto—Ezequiel 37—é uma das minhas passagens preferidas na Bíblia. Ezequiel 37—o vale dos ossos secos—é uma descrição da nossa ressurreição, do que o Senhor fez quando ele nos salvou. E, eu vejo também, retrata a história da nossa igreja. Ezequiel 37 é uma ilustração individual e coletiva para nós. O Senhor leva o profeta Ezequiel até um vale cheio de ossos. Deus faz Ezequiel andar ao redor dos ossos para que ele veja que eles estão secos como a morte. Não existe nenhuma esperança. Esse é um retrato tanto do povo de Israel quando eles estavam exilados na Babilônia quanto um retrato do nosso estado espiritual sem Cristo: sem vida, sem esperança. Deus faz uma pergunta para ajudar Ezequiel a colocar para fora o que ele já sabe lá dentro: “Ezequiel, esses ossos podem reviver?” Ezequiel não sabe o que dizer. Ele responde: “Senhor Deus, tu o sabes”. Deus, então, ordena o profeta profetizar. Ezequiel, diga o seguinte: — Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: “Eis que farei entrar em vocês o espírito, e vocês viverão. Porei tendões sobre vocês, farei crescer carne sobre vocês e os cobrirei de pele. Porei em vocês o espírito, e vocês viverão. Então vocês saberão que eu sou o Senhor.” (Ezequiel 37:5-6). Ezequiel abre a boca e fala com os ossos. E enquanto Ezequiel está falando, os ossos começam a se mexer. Eles começam a bater um no outro e formar esqueletos. Ezequiel continua olhando, e começam a aparecer tendões e carne e pele. Mas ainda não havia o espírito de Deus neles. Eles ainda estão mortos no chão. Deus fala de novo com Ezequiel e manda ele pedir ao Espírito Santo: “Venha dos quatro ventos, ó espírito, e sopre sobre estes mortos, para que vivam” (Ezequiel 37:9). Ezequiel obedece. Ele ora para o Espírito ressuscitar aqueles mortos, e o Espírito entra neles, eles se colocam de pé. E o texto diz: Formavam um exército, um enorme exército (Ezequiel 37:10). Povo de Deus, foi o que Deus fez com cada um de nós quando nós estávamos mortos em nossos pecados. Pelo Espírito de Deus, pela Palavra de Deus, ele soprou vida quando nós éramos ossos secos. Nós nos levantamos, olhamos para Cristo crucificado no nosso lugar, e agora nós estamos vivos. Vivendo no Espírito. E Deus continua formando um exército aqui na IBJM e em igrejas espalhadas pelos quatro cantos do mundo. EZEQUIEL EM GÁLATAS Essa profecia está se cumprindo na igreja. E essa passagem de Ezequiel casa perfeitamente com o que está acontecendo em Gálatas 5. [25] Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Esse é o versículo central dessa passagem. Todo o restante da passagem são maneiras de praticar esse chamado para “andarmos no Espírito”. Se agora nós fomos ressuscitados, se a carne não é mais o poder dominador do seu ser, se o Espírito é o poder dominador, então vamos andar no Espírito. Mas aqui vem mais uma peça importante do porquê essas passagens se encaixam tão bem—Ezequiel 37 e Gálatas 5. MARCHEM NO ESPÍRITO! A palavra que Paulo usa no versículo 25 para andar—“andemos no Espírito”—tem a ideia original de marchar. É como se Deus estivesse dizendo: “Agora que eu ressuscitei vocês, agora que vocês vivem no Espírito, então marchem seguindo a direção do Espírito”. A imagem é de cada um de nós—o exército que Deus formou e está formando—andando enfileirado e no ritmo certo, como soldados marchando de acordo com a ordem do nosso Comandante: o Espírito Santo que fala em nome de Deus. Nós acabamos de passar por duas listas em Gálatas 5. Nós vimos a lista das obras da carne e no domingo passado a lista do fruto do Espírito. Marchar, então, envolve duas atividades espirituais: crucificar a carne e frutificar no Espírito. A passagem de hoje, Paulo, pelo Espírito Santo, está colocando carne e osso nessa vida no Espírito. O que é andar (marchar) no Espírito de forma concreta na vida da igreja? Crucificar e frutificar são o esqueleto. Agora nós vamos ver como essas duas atividades espirituais se manifestam na vida da nossa igreja. A vida de santificação é uma vida em comunhão. Nós vamos ver o caráter coletivo da santificação. O contexto em que nós produzimos o fruto do Espírito é na igreja. Junto com outros pecadores como eu. Que irão pecar contra mim e eu preciso perdoar. E que irão sofrer com o meu pecado e precisam me perdoar. Se a igreja é uma casa espiritual, como Pedro diz, o que nós vamos fazer agora é entrar nessa casa espiritual e ver a vida acontecendo lá dentro—na sala, nos quartos na cozinha. Como é o dia a dia dos soldados de Deus? O que os soldados ressuscitados do exército de Deus fazem e deixam de fazer? 1. EXPULSE (5:26) Expulse o orgulho (a vanglória). [26] Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros. Spurgeon disse uma vez: “Aquele demônio do orgulho nasceu conosco e não irá morrer nem uma hora antes de nós”. Ele tem razão. O orgulho é uma obra da carne que nós vamos crucificar e mortificar até o dia em que nós deixamos esse corpo. Quando nós morreremos, o orgulho morre também. Ele não tem permissão para entrar no céu. Mas enquanto nós estamos vivos, ele vai insistir em viver dentro de nós também. O orgulho—ou a van-glória—é uma glória vã. É uma glória no lugar errado: em um lugar vão—que é no eu em vez de em Deus. Vanglória é o contrário da humildade. Vanglória é ter uma visão exagerada de si mesmo. Enquanto andar no Espírito nos deixa com um ego pequeno e batendo no peito — “Senhor, tem misericórdia de mim, pecador”, a vanglória me faz andar na carne, de nariz empinado e peito estufado, como se eu fosse o rei da cocada preta. A grande causa do conflito nas igrejas da Galácia (e em todas as igrejas do mundo em toda a história) é a vanglória. Para o bem da igreja, para o bem da casa espiritual que é casa de Deus, nós precisamos expulsar o orgulho do nosso coração—todo os dias—para que ele não cause tremores internos dentro do povo de Deus. Paulo lista duas manifestações da vanglória: provocando e invejando. [26] Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros. PROVOCANDO Provocar não é amar. O Senhor Jesus nos chama a sermos pacificadores, não provocadores. Provocar é fazer algo intencional para irritar as pessoas. “Você nunca faz nada certo! Eu não acredito que você fez isso de novo!”. Xingar e gritar é provocar. Quando eu uso o tom de voz errado, eu estou provocando. Quando eu ataco a reputação de alguém, eu estou provocando. Quando eu me isolo de propósito, quando eu não falo a verdade, quando eu fico de mau-humor, quando eu não considero o que a outra pessoa tem a dizer e estou mais preocupado em responder e me defender, isso é provocar. E provocar é o contrário de amar. Com a ajuda do Espírito, vamos expulsar a vanglória do nosso coração e da nossa igreja. A segunda manifestação do orgulho é a inveja, uma das obras da carne que Paulo listou no versículo 22. [26] (...) provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros. INVEJANDO A inveja é um pecado particularmente vergonhoso de confessar, mas que todos nós precisamos lidar e crucificar porque, se ele não for mortificado, ele será manifestado na vida da igreja e quebrar nossa unidade e represar o nosso amor. Nós podemos reconhecer a inveja no nosso coração quando alguém é convidado para algum evento e eu não: “Eu deveria ter ido!” ou quando alguém sofre e existe um senso de prazer por ver o outro se dando mal. Um tipo de “bem-feito” silencioso. Nós podemos reconhecer a inveja no nosso coração quando nós ficamos tristes com a alegria dos outros ou quando nós ficamos alegres com a tristeza dos outros. Mas o Senhor nos chama a chorarmos com os que choram e nos alegrarmos com aqueles que se alegram (Romanos 12:15). É tão bonito ver quando cristãos estão se alegrando uns com os outros, mesmo quando o outro ganha um carro, ou viaja ou recebe algo do Senhor e eu não. E eu abraço e celebro e me alegro pelo outro. Eu já vi isso acontecendo aqui na igreja. E é lindo de se ver. Deus é glorificado quando você quer algo e não tem, mas se alegra porque o outro recebeu. Deus é glorificado porque você está mostrando, com a sua vida, que Deus é muito valioso para você. Tão valioso que você não precisa de mais coisas para ter alegria e paz. Você já tem Deus. O Espírito Santo está nos chamando: Expulsem a vanglória do coração de vocês. E você sabe qual é a maneira mais eficiente de expulsar a vanglória? É o mesmo princípio para retirar o ar de um recipiente. Qual é a melhor maneira de retirar o ar de um vaso? Você pode usar uma máquina de sucção para que ela puxe o ar e deixa o vaso como um vácuo. Mas assim que você desligar a máquina, o ar vai voltar. Existe um forma melhor: você pode simplesmente encher o vaso de água. E a água expulsa o ar para fora. A melhor maneira de expulsarmos a vanglória é nos enchendo do Espírito—nos enchendo do contentamento em Cristo. Como você já tem um Salvador suficiente, sua entrada no céu foi comprada com o sangue dele, você já sabe como vai terminar sua história, você não precisa daquilo que os outros têm para ficar bem. Nós expulsamos o ar de vanglória do nosso coração enchendo-o com a água do contentamento em Cristo. E uma igreja com membros contentes no Senhor é uma igreja que expulsa pela porta a vanglória e tranca para ele não voltar. Mas isso não é um evento. É uma marcha que, nessa vida, nunca acaba. Povo de Deus, além de expulsar, nós devemos restaurar. 2. RESTAURE (6:1) [1] Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta [pecado], vocês, que são espirituais, restaurem essa pessoa com espírito de brandura. Essa é a reação contrária (e correta) da atitude anterior. Em vez de provocar e invejar uns aos outros, nós cuidamos e restauramos uns aos outros. Em vez de dureza, gentileza. Em vez de provocação, mansidão. Os espirituais — “vocês que são espirituais” — não são uma classe especial de cristãos. Como se existissem os crentes carnais e os crentes espirituais. Os espirituais são aqueles que tem o Espírito—os crentes. Vocês que vivem no Espírito (v. 15), vocês que são guiados pelo Espírito (v. 18), vocês que andam (marcham) no Espírito (v. 26), vocês, espirituais que tem o Espírito, restaurem . Quando outros pecadores comprados pelo sangue do Cordeiro estão escorregando no pecado, nós não empurramos eles com nossas atitudes e palavras para eles caírem de vez. O Senhor quer nos usar como instrumentos de restauração. Você estende sua mão para ajudá-los a levantar e voltar para a corrida da fé. Restaurar é o que Tiago e João estavam fazendo com a rede de pesca quando Jesus os chamou. Eles estavam restaurando (consertando) a rede (Mateus 4:21). Fazendo a rede ser como ela deve ser. O pecado rasga a alma dos nossos irmãos. Você é um costurador de alma. Que privilégio! Ser usado pelo Médico dos médicos, o Senhor Jesus, para costurar a alma rasgada de irmãos seus. Restaurar era também um termo médico. O significado literal de restaurar (no versículo 1) é “colocar no lugar”. [BDAG, p. 3rd ed., (University of Chicago Press: 2000), 526]. JUNTANDO AS PARTES DA ALMA É o que o médico faz quando um osso é deslocado ou quebrado. Como aconteceu com nossa irmã Melissa, esposa do André. Ela estava andando na rua, pisou em falso e, 1 segundo pois, múltiplas fraturas no tornozelo. Ela contou que o barulho do osso quebrando foi tão alto que todas as pessoas em volta ouviram e foram até ela. Melissa foi levada para o hospital, uma primeira cirurgia de 5 horas, pinos e placas foram presos nos ossos para que os ossos “voltassem para o lugar certo”. O médico precisa ser cuidadoso e manso. Ele está lidando com ossos partidos. É um procedimento delicado. Essa restauração de um irmão também deve ser um procedimento espiritual com um certo espírito: [1] (...) Restaurem essa pessoa com espírito de brandura. Brandura ou gentileza ou mansidão. Esse espírito de brandura é um fruto do Espírito. É o penúltimo pedaço do fruto: mansidão. Que nós devemos restaurar (corrigir) as pessoas com gentileza e mansidão é claro para todos nós. Se você fez alguma coisa errada: se você pecou, se você derrubou um prato no chão (sem querer) e quebrou ou se você agiu com orgulho e cometeu um pecado grave. Como você gostaria ser corrigido? Em 1 Coríntios, Paulo pergunta para a igreja: O que vocês preferem? Que eu vá até aí com um chicote ou com amor e espírito de mansidão? (1Coríntios 4:21). A pergunta é retórica. Ele sabe a resposta: ninguém quer ser chicoteado. Não preferirmos ser corrigidos com amor e espírito de mansidão. Se já é difícil para mim ouvir alguém me dizendo que eu estava errado, fica ainda mais difícil quando a pessoa fala da maneira errada. UMA CIRURGIA DELICADA E nós falamos com mansidão só da primeira vez, mas na segunda, terceira e quarta vez também. Porque geralmente—normalmente—o processo de restauração para colocar a alma quebrada pelo pecado de volta no lugar é uma cirurgia longa. Geralmente, mais de uma cirurgia é necessária—mais de uma conversa. Como foi o caso da Melissa: os ossos começaram a colocar no lugar errado. E ela teve que voltar para o hospital, abrir o pé e fazer outra cirurgia. Esse é geralmente o nosso caso com a restauração espiritual. Nós precisamos abrir a alma mais de uma vez para um irmão para que o Senhor nos remende, restaure—para que ele coloque as partes da nossa alma no lugar certo. E depois disso, nós precisamos fazer fisioterapia. Por meses. Anos. Melissa disse que durante esse tempo de restauração do tornozelo, ela foi ajudada por muitas pessoas com refeições, limpando a casa para ela, caronas, palavras de encorajamento, orações. Ela disse que se sentiu “carregada” quando seu tornozelo estava partido. IBJM, vamos carregar uns aos outros também. Os pedaços da nossa alma ainda não estão perfeitamente no lugar. Nós precisamos de ajuda. Esse espírito de brandura se manifesta não só na maneira como eu olho para o outro, mas na maneira em que eu olho para mim. EU TAMBÉM Continuação do v.[1] (…) E que cada um tenha cuidado para que não seja também tentado. Esse é mais um aspecto da brandura (da humildade). Se eu acho que eu estou acima e jamais cometeria esse pecado, eu vou abordar a pessoa com um espírito de vanglória, não brandura. Mas se prego para mim mesmo: “Hoje eu estou restaurando a ele. Amanhã sou eu quem pode precisar ser restaurado” [Schreiner, Galatians (Zondervan: 2010) 358]. Assim nós podemos restaurar uns aos outros olhando no mesmo nível, e não de cima para baixo. Uma igreja assim (um ambiente assim) é o que permite vivermos em graça e verdade. Nós concordamos que o pecado é mau e precisamos lutar contra ele. O pecado ofende a Deus. Mas nós concordamos também que todos nós somos cheios de fraquezas e pecados e precisamos da ajuda um dos outros para chegar até o fim. Jonathan Edwards escreveu uma série de resoluções de vida. Uma delas tem a ver como esse espírito de brandura e humildade. Ele escreveu: Resolvi agir, em todos os aspectos, tanto no falar quanto no agir, como se ninguém fosse tão vil [pecador] quanto eu, e como se eu tivesse cometido os mesmos pecados, ou tivesse as mesmas fraquezas ou falhas dos outros; e que eu deixarei que o conhecimento de suas falhas não promova outra coisa senão vergonha em mim mesmo, aproveitarei esta ocasião para confessar meus próprios pecados e miséria a Deus. Esse é um homem espiritual falando. Um homem que tem o Espírito. Como todos nós, crentes, temos. Jonathan Edwards tinha 19 anos quando ele escreveu essa resolução. Com a ajuda do Senhor, nós podemos marchar no Espírito e restaurar uns aos outros com espírito de brandura. Terceiro cômodo da casa espiritual, mais uma maneira em que viver no Espírito acontece na vida da igreja: 3. CARREGUE (6:2-3) Expulse (a vanglória). Restaure (com brandura). Carregue (a carga). [2] Levem as cargas uns dos outros e, assim, estarão cumprindo a lei de Cristo. O Senhor Jesus carregou a carga mais pesada do Universo. Ele levou, sozinho, as bilhões de toneladas dos nossos pecados até a cruz. Agora, na força dele, na força do Espírito, ele nos chama a carregar a carga dos nossos irmãos. Não carregar para salvá-los, como ele fez. Mas levar o peso com eles para eles conseguirem continuar marchando até eles chegarem no destino final. A carga do seu irmão (da sua irmã) que você deve levar pode ser uma dificuldade com saúde ou uma dificuldade com dinheiro ou uma dificuldade com o relacionamento no casamento ou com os filhos ou uma dificuldade com um pecado ou uma dificuldade com muitas dificuldades ao mesmo tempo. E fica muito pesado. O problema (a carga) dos outros, em vez de nos distanciar, deve nos aproximar, como o Senhor Jesus sujou as mãos para limpar o problema dos pés sujos dos discípulos (em vez de ficar longe deles) e, ainda mais, como ele sangrou na cruz para nos lavar do nosso pecado e se unir a nós—para sempre! Vários de nós já passamos por momentos assim. Alguns em nossa igreja estão passando por momentos assim. E todos nós passaremos por momentos assim. O peso parece maior do que nós conseguimos carregar. Sozinho, nós não conseguimos sair do lugar. Ninguém levanta uma mesa grande de mármore e a muda de lugar sozinho. Mas 4 homens juntos conseguem. O peso é distribuído. Nossa alma é mais pesada que uma mesa de mármore de 20 lugares. Nós precisamos da força do Espírito através de homens e mulheres de Deus. Povo de Deus, eu vejo isso acontecendo em nossa igreja. Vamos continuar. Leve a carga do seu irmão: orando junto com ele, sendo generoso com seus recursos, aconselhando, chorando junto. O CUMPRIMENTO DA LEI—DE CRISTO! Quando você carrega a carga de um irmão, (veja o texto): Final do v.[2] (...) e, assim, estarão cumprindo a lei de Cristo. A lei de Cristo é a lei do amor. Nós não estamos mais debaixo da lei de Moisés. A Antiga Aliança ficou antiga. Ficou para trás. Como o autor de Hebreus diz: “Ficou obsoleta”. Agora nós vivemos na Nova Aliança, nós vivemos no Espírito, mas nós também temos uma lei. Não a Lei de Moisés nos proibindo de comer porco, mas a lei de Cristo nos chamando a amar e não pecar. Nós cumprimos a lei de Cristo quando nós amamos as pessoas, obedecendo a Palavra do Senhor na Palavra de Deus. Se você quer saber o que é a lei de Cristo, olhe para Jesus: ele é o exemplo e a explicação da lei. Ele é o modelo e a manifestação da lei. Se nós queremos entender o que é o amor e amar as pessoas, nós precisamos olhar para Cristo. Nós estamos obedecendo a lei de Cristo quando nós estamos vivendo como ele—amando. Essa é a lei que rege a IBJM. Essa é a nossa constituição: a lei do nosso Rei. CONTRA ESTAS COISAS NÃO HÁ LEI No sermão passado eu acabei pulando uma frase. No final do versículo 23, depois de listar os pedaços do fruto do Espírito, Paulo diz: [23] (...) Contra estas coisas não há lei. Invertendo a ordem das palavras para facilitar: “Não há lei contra estas coisas—contra o fruto do Espírito”. Não há lei contra o amor, a alegria, a paz. É isso que eu entendo que Paulo está dizendo. A razão por que ele está dizendo isso é porque os falsos mestres estão tão aficionados com a lei de Moisés e lei, e lei, e lei—que Paulo está dizendo: você me atacam tanto porque eu digo que nós não estamos mais debaixo da lei de Moisés, muito bem: contra o que eu estou defendendo, não existe nada contra na lei de vocês. O último cômodo—o último quarto—da casa espiritual que nós vamos entrar para observar a vida cristã acontecendo, é o exame. O exame de nós mesmos. Cristão, você anda (marcha) no Espírito expulsando o orgulho, restaurando seu irmão, carregando a carga dele, e se examinando. 4. EXAMINE (6:3-5) O foco agora muda de olhar para os outros para olhar para si mesmo, mas o propósito continua sendo o amor aos outros e a glória de Deus. [3] Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, engana a si mesmo. Paulo não está dizendo que os seres humanos não têm nenhum valor. Nós fomos criados à imagem de Deus. O ser humano é a coroa da criação. É por isso que nós somos absolutamente contra o aborto e a eutanásia. Porque nós não assassinamos seres humanos, não importa o tamanho que eles têm ou a capacidade que eles têm de fazer alguma coisa. O valor do ser humano não está no que ele faz, mas no que ele é—imagem e semelhança de Deus. O ponto de Paulo aqui é não nos orgulharmos pelo que nós fazemos como se nós tivéssemos a capacidade de fazer alguma coisa sem a ajuda do Senhor. Como se nós pudéssemos receber o louvor por ter feito alguma coisa sem nossa completa dependência do Espírito de Deus e da graça de Deus. Isso é enganar a si mesmo. O que nós devemos fazer é o que nós cantamos antes do sermão: Tudo o que alcançamos vem de Tuas mãos E os frutos que colhemos são presentes dos céus Somos meros vasos Teus, portando teu tesouro E existimos pra Tua glória, ó Deus Não a nós, só ao Teu nome Seja toda a glória, a glória, pra sempre Como o Salmo 115 também diz. Em vez de nos gloriarmos nas coisas que fazemos, Paulo nos chama a nos examinarmos: [4] Mas que cada um examine o seu próprio modo de agir... Existe uma maneira de se examinar que é ruim. Existe uma forma de se viver em que você está pensando no que você está fazendo e olhando para os seus pecados sem levantar os olhos e ver Cristo na cruz morto pelos seus pecados. Mas o autoexame é um excelente exercício espiritual: eu estou vivendo de acordo com o Espírito? Em estou mortificando o meu pecado? Eu estou sendo dominado por algum pecado—impureza, raiva, ganância, vaidade. Eu estou sendo amoroso com as pessoas à minha volta—em casa, na igreja. A continuação do versículo 4 e o versículo 5 deixam mais claro que tipo de autoexame está falando: [4] Mas que cada um examine o seu próprio modo de agir e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. [5] Porque cada um levará o seu próprio fardo. Esses versículos não são muito fáceis de entender. Uma chave para entender o que Paulo está dizendo é repararmos no tempo que ele está usando. Ele está falando do futuro: “terá motivo de gloriar-se”. Versículo 5: “Cada um levará (futuro) o seu próprio fardo”. Paulo está falando do julgamento final. Em outras palavras: quando você se examinar, não fique se comparando com os outros e aplaudindo a você mesmo: veja como eu faço mais que os outros, veja como eu sou mais maduro. Não fique se achando se comparando com os outros. Cada um de nós levará o próprio fardo—ou seja, nós somos responsáveis pelo que nós fazemos, não os outros. Nós seremos julgados, não de acordo com o que os outros fizeram, mas de acordo com o que eu fiz. Você serve outras pessoas, mas no final das contas, o seu serviço é ao Senhor. Você serve o seu Senhor servindo seus irmãos. Amando a eles. Repare como o nosso amor pelos outros é centrado no amor a Deus. A ideia central desses versos é: não fique se comparando com os outros. Viva para a glória de Deus com os dons que ele deu a você. Ame as pessoas. O seu padrão de comparação é Cristo, não os outros. Ande humildemente com o seu Deus. Ande no Espírito e cresça na semelhança com ele. Seus irmãos não são seus competidores. Eles são seus cooperadores na obra do Senhor. Uma igreja assim é uma igreja centrada em Deus, focada em Cristo, dependente do Espírito e cheia de amor. Se nós marcharmos assim, nós vamos chegar até o fim. CONCLUSÃO • Uma marcha que você sabe COMO vai terminar: irá terminar em VITÓRIA. • Uma marcha que você sabe ONDE vai terminar: irá terminar na GLÓRIA. • Uma marcha que você sabe com QUEM vai terminar: irá terminar com CRISTO. Continue marchando no Espírito: expulsando a vanglória, restaurando seus irmãos, carregando o carga deles, enquanto examinamos o nosso coração. [25] Se vivemos no Espírito, marchemos também no Espírito. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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![Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz
07 de Setembro de 2025 – IBJM Se Deus desse a você a capacidade de voar, quantas vezes você voaria por dia? Se você tivesse o poder de levantar as mãos e... começar a voar; você voaria só de vez em quando, ou você iria voar o tempo todo? Sinceramente, com que frequência você usaria seu novo poder: quase nunca? Ou quase sempre? Cristão, Deus deu poder para você faz algo ainda mais extraordinário do que voar. Voar, até um urubu voa! Deus deu para você o poder de amar. Ele deu para você a capacidade de se alegrar. A capacidade de ter a paz que excede todo o entendimento. Cristão, você passou por uma metamorfose ainda mais radical que a da lagarta se transformando em uma borboleta. O Espírito Santo transformou você em uma nova criatura. Você pode não ter asas para voar, mas você tem um coração para amar. Crente, Deus habita em você. E o Espírito Santo produz santidade onde ele habita. Essa passagem é a continuação da obra do Espírito Santo em nós, uma obra que encontra uma constante oposição da nossa carne. CONTEXTO No sermão anterior em Gálatas, nós entramos no trecho sobre a guerra que nós entramos assim que o Senhor nos salvou: Gálatas 5:[16]—Digo, porém, o seguinte: vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne. [17] Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem. Nosso pecado foi derrotado na cruz. Ele foi derrotado, mas ainda não foi completamente destruído em nós. Paulo dá nome para as maneiras em que nossa carne se manifesta. Ele lista a imoralidade, idolatria, inimizade, iras, bebedeiras, etc. Agora nós vamos entrar na segunda lista — a lista do outro lado da luta. A lista das manifestações do Espírito em nós. Ele chama essas manifestações ou expressões espirituais de “fruto”. [22] Mas o fruto do Espírito é... Em Mateus 7, Jesus disse: “toda árvore boa produz frutos bons, porém a árvore má produz frutos maus... Assim, pois, pelos seus frutos vocês os conhecerão (vv. 17-20). Dar fruto não é opcional. É essencial na vida do cristão. Mostra que nós somos uma árvore com vida. Deus não está nos dando essa lista do fruto do Espírito simplesmente para aumentar a nossa informação. Deus quer aumentar a nossa santificação. Com a ajuda do Senhor, vamos olhar para essa lista em atitude de oração e, enquanto você ouve, você pode orar e pedir para Deus produzir mais fruto na árvore da sua fé. Frutos maiores e mais doces e que brilhem mais para a glória do agricultor—o nosso Deus. OBRAS DA CARNE X FRUTO DO ESPÍRITO Antes de entrar nessa lista de 9 itens do fruto do Espírito, eu quero segurar o “fruto” bendito do Espírito na mão um pouco mais para examinarmos porque Paulo está usando essa palavra. Eu quero fazer 3 observações: Primeiro, a FONTE: O fruto é o fruto do Espírito . Ele é a fonte. Amor, alegria, paz e todas as manifestações de santidade em você são obra do Espírito em você. Santidade não é uma habilidade natural. Santidade é uma capacidade sobrenatural. Um não-cristão, alguém que não está confiando em Cristo, não tem o Espírito. E sem o Espírito, nós não somos capazes de produzir nem meio quilo de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Santidade é não é algo que você cresce na força do braço, mas no poder do Espírito. (Nós vamos ver mais sobre o “como crescer” ao longo da mensagem). Fruto do Espírito mostra que é o Espírito Santo— a fonte —produzindo algo em nós que não conseguimos produzir sozinhos. Segunda observação sobre a expressão “fruto do Espírito” é a UNIDADE: No caso da carne, Paulo usou “obras”: obras da carne (no plural) em vez de obra (no singular). Mas no caso do Espírito, em vez de frutos, ele chamou de “fruto”. Não olhe para santidade como uma compra que você faz na feira: como se o amor fosse maçã, a alegria fosse banana, a paz fosse uva, e assim por diante. Existe um só fruto: a nossa santidade. O amor, a alegria e a paz são pedaços diferentes do mesmo fruto. [Paráfrase de “Aaron Menikoff, Character Matters (Moody: 2020), 21] Por que isso é importante? Porque existe uma unidade na obra do Espírito em você. Eu não posso dizer: “Eu posso não ser muito amoroso, mas eu tenho bastante alegria”. Ou: “Eu sou fiel—eu tenho fidelidade—mas esse negócio de mansidão não é para mim”. A obra do Espírito Santo em nós é abrangente. O Espírito domina sobre todas as parte do nosso espírito. É como a vitamina que você bate no liquidificador. Não tem como separar os ingredientes. Está tudo misturado e inseparavelmente junto. Crescer em santidade—crescer no fruto do Espírito—é crescer em todas as áreas da nossa vida. Terceira e última observação é a PERFEIÇÃO: Os versículos 22 e 23, o fruto do Espírito, é uma descrição do Senhor Jesus Cristo. Ele é a expressão perfeita da vida no Espírito. Ele sempre andou no Espírito. Ele nunca produziu uma única obra da carne. Ele é a definição do que é ser uma pessoa santificada. O que o Espírito Santo está fazendo conosco hoje de manhã e todos os dias da nossa vida é nos moldando mais e mais a nossa imagem para ficarmos semelhantes a ele. O nome desse processo se chama santificação. Jesus é o molde. O modelo perfeito. A única maneira de crescer no fruto do Espírito é se estivermos confiando em Cristo e contemplando a Cristo. Quanto mais nós olhamos para o Senhor Jesus com fé, mais do fruto do Espírito se manifestará em nós. Nessa vida, nós nunca seremos perfeitos como ele. Mas se nós temos o Espírito Santo em nós, a nossa metamorfose continuará. Você continuará crescendo e se tornando mais como ele. Menos lagarta e mais borboleta. Você pode não ser capaz de voar. Mas você será mais e mais capaz de amar, o que é muito melhor! Vamos dividir essa passagem em duas ações do Espírito em nós. Como nós vivemos vidas santas? Frutificando e Crucificando. 1. FRUTIFIQUE (VV. 22-23) O primeiro pedaço (o primeiro gomo) do fruto é o amor: 1. [22] (...) AMOR [22] Mas o fruto do Espírito é: AMOR. Paulo não lista essas caraterísticas em ordem de importância. Por exemplo, fidelidade não vem antes de mansidão porque é mais importante ser fiel do que ser manso. A única exceção para o que eu acabei de dizer é o amor. O amor é o primeiro porque o amor é o primeiro: o mais importante. A maior evidência da presença do Espírito Santo em alguém é o amor. O amor resume, em uma palavra, o que é viver no Espírito. Uma pessoa cheia de santidade é uma pessoa cheia de amor. Jesus resumiu toda a lei em amar a Deus e amar ao próximo. Paulo aprendeu com Jesus: Gálatas 5, final do v.13—(...) sejam servos uns dos outros, pelo amor. [14] Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: “Ame o seu próximo como a você mesmo.” Desses dois versos, nós tiramos que o amor serve e o amor age com o outro como eu gostaria que agissem comigo. Amar é viver como Jesus viveu. A força do amor de Jesus por nós é tão grande que ele se colocou diante do peso do julgamento que nós merecemos para nos salvar e nos levar para viver com ele para sempre em um mundo de perfeito amor no céu. Como você foi tão amado por ele, agora você pode amar os outros a sua volta. Como você pode amar mais seus irmãos em Cristo? De tudo o que nós podemos pedir para Deus, nossa prioridade deve ser pedir para sermos pessoas mais amorosas. Pense em uma maneira em que você pode demonstrar amor por alguém hoje depois do culto. E no almoço. E no PG. Paulo está usando essa lista para criar (ou recriar) unidade nas igrejas dos Gálatas. Os falsos mestres criaram confusão e divisão. Só o amor e a verdade podem devolver unidade. Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja cheia de amor. Segundo fruto do Espírito: 2. ALEGRIA A alegria cristã é uma alegria diferente da alegria que o mundo pode oferecer. A alegria cristã é a alegria que Cristo comprou para nós na cruz. Quando Jesus estava orando, horas antes de morrer, ele disse para Deus: Mas agora vou para junto de ti e isto falo no mundo para que eles tenham a minha alegria completa em si mesmos (João 17:13). Essa alegria começa quando nós conhecemos a Cristo. A alegria ter um Salvador tão maravilhoso, um Rei tão bondoso, um Profeta tão sábio, um Sacerdote tão compassivo. E essa alegria será consumada quando nós estivermos diante dele na glória do céu: Salmos 16:11—(...) na tua presença há plenitude de alegria, à tua direita, há delícias perpetuamente. Agora você vive entre esses dois pontos: entre a inauguração da alegria e a consumação da alegria. Durante esse tempo, nós queremos cultivar uma alegria no Senhor—esse contentamento de saber que eu sou de Jesus e Jesus é meu. É claro que por causa do nosso pecado, nossa alegria no Senhor pode flutuar. E ela flutua, infelizmente. Nós acabamos tirando a nossa alegria de Jesus e colocando no lugar errado—eu coloco minha alegria no meu trabalho ou no meu casamento ou nos filhos ou na quantidade de dinheiro no banco ou na maneira como as pessoas me tratam—e inevitavelmente minha alegria oscila. Flutua. Mas apesar de nossa alegria flutuar, o Senhor nunca vai deixar nossa alegria afundar e morrer. A alegria cristã que você experimenta, cristão, é mais profunda. É uma alegria tão certa que nem mesmo as ondas de tristezas que você passa podem matar essa alegria. Sua alegria sente o impacto, mas ela não acaba. É como uma brincadeira chamada jacaré que eu costumava fazer quando eu era mais jovem. Nós íamos para dentro do mar, esperando por uma onda. Quando a onda vinha, nós começávamos a nadar na mesma direção para sermos carregados pela onda como se o nosso corpo fosse uma prancha de surfe. Mas às vezes, a onda que vinha era muito alta ou ela já vinha com muita violência. Se você ficar parado e a onda estourar em você, você vai beber 2 litros d’água e ficar mais tonto que um peão. Existe uma maneira de você se proteger. Você afunda o suficiente para a ondar estourar em cima de você, mas ela não chega até onde você está. É como a nossa alegria. Ela está mais funda. Ela está protegida. A alegria cristã tem uma natureza tal que ela é capaz de se expandir até durante a onda de uma provação. Paulo disse em: 2 Coríntios 7:4—(...) Sinto-me grandemente confortado e transbordo de alegria em meio a toda a nossa tribulação. UMA TRISTEZA ALEGRE Nem toda tristeza é falta de alegria no Senhor. Jesus viveu perfeitamente alegre em Deus, mas quando foi ressuscitar Lázaro e chegou na aldeia em que as irmãs dele estavam, “Jesus chorou” (João 11:35). Nesse mundo de tanto sofrimento e pecado, tristeza é uma resposta santa. O Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mateus 5:4). Mas o povo de Deus é um povo alegre, mesmo que nossa alegria às vezes fique molhada de lágrimas. Quanto mais nós entendemos e meditamos na nossa salvação e no que Cristo fez por nós e para onde nós estamos indo depois dessa vida, mais alegre nele nós seremos. 3. Terceiro Pedaço do Fruto: PAZ O Espírito Santo produz dois tipos de paz. A primeira é a paz que ele cria entre nós e Deus. Nosso pecado foi pago, nós deixamos de ser inimigos de Deus e nos tornamos amigos. Filhos. Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5:1). Esse é o primeiro tipo de paz. A paz com o céu. O segundo tipo é a paz na terra. A paz entre nós. Harmonia na igreja. O Espírito derrota a carne e espalha paz. A paz que o evangelho da paz cria em um lugar. Uma igreja onde não há paz entre os irmãos é uma igreja que está andando na carne. Das 15 obras da carne que Paulo lista, 8 (a maioria!) estão relacionadas aos relacionamentos sem paz: [20] (...) inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas... Eu sei que eu estou andando no Espírito quando eu estou promovendo união e não divisão. Nós podemos continuar vivendo em amor, alegria e paz na IBJM se nós continuarmos andarmos no Espírito. Não sejamos britadeiras—que causam tremor e estrago por onde passam. Sejamos crentes-amortecedores: que absorvem o impacto e promovem a estabilidade que a paz de Cristo traz. Colossenses 3:15—Que a paz de Cristo seja o árbitro no coração de vocês, pois foi para essa paz que vocês foram chamados em um só corpo [—a igreja]. 4. LONGANIMIDADE Longanimidade é uma outra palavra para paciência. Paciência é a primeira qualidade do amor em 1 Coríntios 13. O amor é paciente. Uma maneira de crescer em paciência com outros pecadores é meditar em como Deus é paciente comigo, o pior dos pecadores. Foi assim que Paulo escreveu o testemunho de conversão para ser publicado no mural da Palavra de Deus. Posso ler? “Paulo, descreva como o Senhor salvou você:” Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor,... designando-me para o ministério, a mim, que, no passado, era blasfemo, perseguidor e insolente. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Esta palavra é fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, que sou o principal pecador, Cristo Jesus pudesse mostrar a sua completa longanimidade [paciência], e eu servisse de modelo para todos os que hão de crer nele para a vida eterna. Diante dessa “completa paciência”, Paulo não aguenta e escreve: Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória para todo o sempre. Amém! (1Timóteo 1:12-17). Não é maravilhoso saber que nós, pecadores, temos um Salvador paciente? Nós precisamos que Deus seja paciente conosco, porque nós crescemos em santidade muito lentamente. Nós precisamos que as pessoas sejam pacientes conosco, porque nós pecamos, pedimos perdão e depois pecamos de novo. Se Deus é paciente e as pessoas são pacientes conosco—mais do que nós percebemos, nós devemos também, andando no Espírito, ser pacientes. Pavio longo. Longa-nimidade: “ânimo longo”. Estourar rápido é coisa da carne. Paciência é evidência que o Espírito Santo está em você. Deixe-me fazer algumas perguntas para vocês: Maridos e esposas, vocês têm sido pacientes um com o outro? Pais e mães, vocês têm sido pacientes com os filhos? Jovens, vocês têm sido pacientes com seus pais? Crianças, vocês têm sido pacientes com seus irmãos? Meus irmãos em Cristo, vocês têm sido pacientes com seus irmãos em Cristo na igreja? Provérbios 16:32—É melhor ter paciência do que ser herói de guerra; o que domina o seu espírito é melhor do que o que conquista uma cidade. Nós podemos crescer em paciência, nos lembrando de como Deus é paciente conosco. Vamos olhar para os próximos dois pedaços (gomos) da laranja da santidade juntos: 5. Versículo [22] BENIGNIDADE, 6. BONDADE Eles não são sinônimos, mas são muito semelhantes: • Em benignidade, Paulo está enfatizando essa atitude de ser gentil com os outros, em vez de duro. • E com bondade, ele está talvez pensando mais em atos de bondade que demonstram cuidado com o outro—como vocês oferecendo carona, comida, dinheiro, tempo e o que for necessário para cuidar do outro. Em Efésios 2, aquela passagem maravilhosa sobre o evangelho da graça, quando Paulo está falando sobre como Deus nos tratou, Paulo descreveu a nossa salvação como “a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (Efésios 2:7). A bondade de Deus vem do céu, passa pela cruz, e chega até o seu coração pela fé. Uma vez que você experimentou essa bondade, a disposição de praticar atos de bondade com os outros é criada. • O Espírito Santo usa nossos atos de benignidade e bondade para aumentar os laços de amor entre nós na igreja. • E quanto mais o nosso amor aumenta, mais próximos nós ficamos uns dos outros—não só fisicamente, mas emocionalmente e espiritualmente—mais preocupados uns com os outros. • E dessa maior proximidade nascem mais atos de amor uns para os outros. E a igreja se torna um celeiro de bondade para a glória do agricultor, nosso Deus. E assim o mundo consegue ver ainda mais claramente a face de Cristo em nós porque nós estamos nos amando como ele nos ama. 7. FIDELIDADE Uma pessoa fiel é uma pessoa digna da nossa confiança. Fidelidade é ser leal a um compromisso feito. Como Deus é fiel (leal) a aliança que ele fez conosco através de Cristo. Nós quebramos a nossa parte da aliança. Mas ele, nunca. • O Salmo 117 diz que a fidelidade de Deus dura para sempre. Ele não vai desistir do que bem que ele prometeu nos fazer. • O Salmo 57 diz que a fidelidade de Deus se eleva até as nuvens. Não é possível medir. É alta demais. É das nuvens que o nosso Salvador fiel veio. É das nuvens que ele voltará com grande poder e glória. Esse pedaço do fruto do Espírito é um gomo doce de se provar. Fidelidade é essencial para os relacionamentos fluírem como um rio de água viva. Irmãos fieis em Cristo são aqueles em que você pode confiar. Uma igreja cheia de irmãos fieis são igrejas onde o amor flui como um rio de água na temperatura de 28,5 graus. É a temperatura perfeita—a temperatura divina. É refrescante estar dentro de um lugar assim. É refrescante para o nosso coração ver um lugar assim. 8. Versículo [23] MANSIDÃO Um dicionário de palavras bíblicas tem uma definição interessante para mansidão. Mansidão é “a qualidade de não ser excessivamente impressionado para um senso de importância de si mesmo”. [Fonte: BDAG (University of Chicago: 2000), 861]. Você percebe a relação entre mansidão e humildade? Mansidão é um tipo de esvaziamento libertador. Eu não vivo cheio de mim mesmo. Eu me encho de pensamentos sobre Deus e sobre os outros. É esse pedaço do fruto chamado mansidão que faz você querer lavar a louça de novo e de novo, mesmo quando você já tenha lavado de novo. E cozinhar de novo. E trocar a fralda de novo. E ajudar com as coisas da escola de novo. E aconselhar de novo. E usar seus dons para as pessoas conhecerem mais a Cristo. A mansidão cria um espírito de servo em uma pessoa—porque ela vive pensando nos outros e não em si mesmo. A mansidão vem do autoesquecimento. Sabe o que é mais impressionante sobre essa definição de mansidão não ser impressionado com a sua própria importância: é que Jesus é manso. Jesus é a pessoa mais importante da história. Ele é a pessoa mais importante do Universo. A Bíblia diz que tudo foi criado por ele para ele (Colossenses 1:16). Jesus não é só muito importante. Ele é o centro de tudo o que existe. Tudo gira em torno dele. Se tem alguém nesse mundo que poderia ser consumido pela importância de si mesmo, essa pessoa é o Senhor Jesus. E ele sabe que tudo é sobre ele e para ele. Mas ainda assim, ele disse sobre ele mesmo: “Eu sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). Isso é impressionante. Apesar de ser a única pessoa nesse planeta que merece ser servida por todos, ele disse sobre ele mesmo: “Eu não vim para ser servido, mas para servir e dar a minha vida em resgate por muitos” (Marcos 10:45). Isso é impressionante. O Espírito desse Rei manso está nos amansando—nos tornando mais mansos como ele. Quanto mais nós vemos a grandeza de Jesus e a disposição dele em nos servir e se humilhar por nós, mais constrangido nosso coração fica pelo amor dele—e mais nós queremos adotar o lema de vida de João Batista: “ Convém que ele cresça e que eu diminua ” (João 3:30). Uma pessoa mansa é uma pessoa não-murmuradora, porque como ela se vê como tão pequena e que não merece nada, qualquer coisa que ela receba ela se torna muito grata. Enquanto uma pessoa dura e áspera cria conflito e quebra relacionamentos, uma pessoa mansa e gentil dissolve conflitos e constrói relacionamentos. Ela usa as palavras dela para levantar, não derrubar as pessoas. O último pedaço do fruto do Espírito é o: 9. DOMÍNIO PRÓPRIO Domínio próprio é a capacidade que o Espírito Santo nos dá de dominar as paixões e desejos da carne. A capacidade de frear os impulsos do pecado. É um tipo de restrição da carne que vem com a liberdade de andar no Espírito. Seja impulsos relacionados a comida, bebida, sexo, comprar coisas, falar o que não deve, fazer o que não deve. Quando o Espírito vem habitar em nós, ele quebra o domínio do pecado e ele passa a ser a força dominante em nossa vida. Chegando um pouco para trás e olhando para o fruto do Espírito como um todo—não cada pedaço em detalhes—mas o fruto inteiro, vocês percebem uma caraterística em comum? Cada pedaço tem impacto direto nos relacionamentos da igreja. Quando nós somos pessoas cheias de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio, nossa igreja será terá uma atmosfera espiritual, celestial. O fruto do Espírito é o remédio de Deus para criar igrejas santas. Para curar nossa alma. Para sermos cristãos saudáveis em uma igreja saudável. Boa doutrina é essencial, mas não é suficiente. Boa doutrina deve ser vivida. Ela deve se manifestar nos relacionamentos. É isso que o Espírito Santo faz. Crente, com a ajuda do Espírito, frutifique—vivendo na Palavra de Deus, vivendo entre o Povo de Deus, vivendo na Presença de Deus (em oração), você irá dar fruto. Como nós podemos crescer em santidade? A primeira ação do Espírito é FRUTIFIQUE. A segunda ação é: 2. CRUCIFIQUE (V. 24) [24] E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. A verdade desse versículo tem a raiz em uma das doutrinas mais maravilhosas da Bíblia. Uma doutrina que está no coração do evangelho: a nossa união com Cristo. Paulo está falando no passado. Ele está dizendo que nós, que somos de Cristo Jesus—que fomos unidos a ele pela fé em uma aliança eterna—nós crucificamos a carne. Isso já aconteceu. Cristão, sua carne já foi crucificada. Quando isso aconteceu? Isso aconteceu 2 mil anos atrás em Jerusalém, no Monte do Calvário, quando Jesus de Nazaré foi morto em uma cruz. Essa é a doutrina da nossa união com Cristo. Quando Jesus morreu, você morreu. O que aconteceu com ele é como se tivesse acontecido com você também. Paulo disse no capítulo 2: Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2:20). Sua carne foi crucificada. Morta. Derrotada. E assim como Jesus ressuscitou e vive para Deus, agora você tem essa nova vida—a vida no Espírito—para viver para Deus. As paixões e os desejos da carne não reinam mais em você. Eles reinavam antes, mas o reinado da carne acabou. Sua natureza pecaminosa foi crucificada. Mas se Paulo está falando no passado, por que você, Alex, está chamando essa segunda ação do Espírito de “crucifique” (no presente!)? Obrigado pela pergunta! Ela é muito importante. Nós precisamos entender a doutrina da união com Cristo e a doutrina da santificação. Sua carne já foi derrotada, mas ela ainda não completamente destruída. Sua carne já não reina mais, mas ainda não foi completamente retirada. Já E ainda não. Cristão, frutifique no Espírito e crucifique sua carne. Esses são os dois lados da santificação. Vamos acampar uns minutos na santificação porque um entendimento bíblico desse doutrina irá nos livrar de dois perigos: Do PERIGO do desespero—eu estou lutando, mas o pecado não sai de mim!”—ou da desistência—eu já lutei, não funciona, o pecado nunca vai sair de mim. DESESPERO E DESISTÊNCIA não é ANDAR no Espírito em santidade não é nem DESESPERO nem DESISTÊNCIA. Me permita oferecer algumas verdades sobre a sua santificação para você continuar produzindo o fruto do Espírito. SANTIFICAÇÃO dos SANTIFICADOS PRIMEIRO, a Palavra de Deus nos ensina que sua santificação é PROGRESSIVA: Assim como uma criança que se alimenta e cresce progressivamente, assim é a sua santificação. Ela não é um evento (instantâneo) como a sua justificação—a declaração que Deus fez de você como justo. A santificação é um processo. Você deve prosseguir nesse processo: Filipenses 3:13-14—Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. SEGUNDO, sua santificação é LENTA: Existem períodos em que nós crescemos mais em santidade do que outros. E não existe um versículo que diz que você precisa continuar preso ao pecado com a mesma força e só depois de 5 anos você será liberto. Mas por causa da força do pecado e da nossa fraqueza da nossa carne, nós geralmente crescemos em santidade lentamente. Nós criamos hábitos pecaminosos ao longo de anos. Alguns, nós nos livramos mais rapidamente. Outros, são mais teimosos e levam mais tempo para sair. Se por anos e anos nós estávamos escravizados a imoralidade, às vezes leva tempo para vivermos na pureza do Espírito. Se por anos e anos nós estávamos escravizados à ira e raiva e amargura, às vezes leva tempo para vivermos na mansidão do Espírito. Se por anos e anos nós estávamos escravizados a ganância, às vezes leva tempo para vivermos na generosidade do Espírito. Se por anos e anos nós estávamos escravizados ao orgulho, às vezes leva tempo para vivermos na humildade do Espírito. Eu não sei. Talvez o Senhor tenha criado a tamareira para ilustrar nossa santificação. Você já comeu tâmara? Pensa em um fruto doce! É o fruto mais perto de comer chocolate que eu conheço. É muito doce. Mas a tamareira leva entre 70 e 100 anos para começar a produzir tâmaras. O final é um fruto doce. Mas leva tempo. Anos e anos e anos de sol e água. Crente, é claro que você não precisa esperar 70 anos para dar fruto. Todo crente dá fruto, mesmo que ele tenha acaba se converter. Mas para o fruto crescer e ficar doce, você precisa, por anos, se colocar debaixo do Sol da Palavra e regar sua vida com água da oração. Por anos e anos e anos. Você vai crescer. É certo. A tâmara do Espírito vai surgir. Mas geralmente é lentamente. Santificação não é como colocar uma comida no micro-ondas em 3 minutos já está quente e pronta. Santificação é mais como plantar uma tamareira. É um processo lento e constante, mas é certo. Além de progressiva e lenta, TERCEIRO, sua santificação é INTERMINÁVEL: Ela vai terminar no céu. Mas na terra, não. Sua santificação é como varrer o quintal. Você varre. Deixa o quintal limpo, mas enquanto você está varrendo já tem outras folhas caindo e sujando. É uma tarefa interminável. É uma batalha que só terminará com seu último fôlego nessa vida. Você já sabe como a batalha vai terminar: você vai vencer porque Jesus já venceu na cruz. Mas até lá, você continuará lutando até ele vir até você ou você ir até ele. Você continua varrendo o pecado do seu coração no poder do Espírito Santo. QUARTO, sua santificação é REAL: É verdade que ela é progressiva e geralmente lenta, mas a santificação em todo cristão é real. Olhando uma janela de tempo de semanas ou meses pode ser que nós não vejamos muita diferença, mas ao longo dos anos, o tamanho do fruto aumenta. Você conhece o João quando ele tinha 5 anos. Pequenino. A família se muda para Rio Branco (Acre) e depois de 10 anos você vê o João novamente. Agora, com 15 anos. Eu acho que todo mundo aqui já deve ter ouvido isso: “Uau, como você cresceu, João!”. As pessoas percebem a diferença. Assim é a nossa vida espiritual. Ao longo de anos, as pessoas devem ser capazes de perceber o nosso progresso. Elas devem nos ver depois de anos e dizer: “Você está diferente”. Para melhor: mais rugas no rosto e mais graça no coração. Paulo disse para Timóteo: Medite estas coisas e dedique-se a elas, para que o seu progresso seja visto por todos (1Timóteo 4:15). Cristão, frutifique e crucifique. CONCLUSÃO Santificação não é obra da nossa carne. Não é na força do nosso braço. Santificação é obra do Espírito. Nós devemos desenvolver a nossa salvação (nossa santificação), Filipenses 2:12, mas só podemos dar fruto porque Deus é quem efetua em nós, tanto o querer quanto o realizar. Você experimentou uma metamorfose mais radical que a da lagarta em borboleta. Agora você é uma nova criatura. Você vive no Espírito. Melhor do que ter a liberdade de voar é ter a liberdade de amar. E você pode amar porque Deus primeiro amou você. IBJM, que o Senhor produza muitas tâmaras doces em nosso meio. O Senhor é glorificado quando nós andamos em amor, na verdade e na unidade do Espírito. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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![31 de Agosto de 2025 – IBJM omens, imaginem que vocês estivessem diante dos portões celestiais. E ali tivesse uma placa com os seguintes pré-requisitos para que você pudesse entrar diante da presença de Deus: “Entrada permitida somente àquele que tenha sido moderado, respeitável, sensato, sadio na fé, no amor e na perseverança” E embaixo, uma observação com letras maiúsculas, grifado e sublinhado: “Aceita-se somente se cumprido com perfeição em todos os segundos da sua vida.” Quem de nós, homens, estaria apto para passar nos portões e entrar na presença de Deus? Mulheres, imaginem que também tivesse uma placa para vocês. Da mesma forma, com pré-requisitos para que vocês pudessem estar diante da presença de Deus. E nessa placa estivesse escrito: “Entrada permitida somente para aquelas que tenham tido uma conduta reverente, não tenham sido caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho. Que tenham sido mestras do bem, e instruído as jovens recém-casadas a amar o marido e os filhos, a serem boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido.” E também, da mesma forma, tivesse a observação destacada em baixo: “Aceita-se somente se cumprido com perfeição em todos os segundos da sua vida.” Quem de vocês, mulheres, estaria qualificada a estar na presença de Deus? Jovens, se vocês estivessem hoje diante dos portões celestiais... E tivesse a placa para vocês com os seguintes pré-requisitos: Entrada permitida somente àqueles que tenham sido moderados. Em TODAS AS COISAS. Perfeitamente. Em cada segundo da vida. Qual jovem estaria apto para entrar nos portais do reino celestial, estar na presença de Deus? Homens, mulheres, jovens... e sobre a sua postura no trabalho? Se tivesse uma placa junto com essas, exigindo como você se comportou em cada oportunidade de emprego que você teve. E você só pudesse passar pelos portões celestiais se você, em cada emprego que você tivesse passado, tiver cumprido os seguintes pré-requisitos: “Tiver sido, em tudo, obediente ao seu senhor, tendo lhe dado motivo de satisfação. Entrada permitida somente àqueles que não tenham sido respondões, nem furtado, mas que tenham dado prova de toda a fidelidade, a fim de que, em todas as coisas, tenham manifestado a beleza da doutrina de Deus, nosso Salvador.” Quem teria essa carta de recomendação de cada emprego que passou, com a descrição que viveu com perfeição cada uma dessas qualificações, em cada emprego que passou, para apresentar na portaria do reino celestial? Bom, se ainda está fácil... se para você parece que talvez ainda fosse possível se qualificar... Imagina que tenha tido mais uma placa. E essa é para todos, além daquelas placas anteriores. E nessa placa, os pré-requisitos para entrar são: “Entrada permitida somente para aqueles que tenham sido sujeitos aos governantes e às autoridades, tenham sido obedientes e prontos para toda boa obra. Que não tenham difamado ninguém. Que tenham sido pacíficos, cordiais, tendo dado provas de toda cortesia para com todos.” E, claro, com a mesma observação das outras: “Aceita-se somente se cumprido com perfeição em todos os segundos da sua vida.” Quem de nós, entre todos os que estamos aqui nesse salão, teria a coragem, e a qualificação para dar o primeiro passo em direção ao trono de santidade e justiça do Senhor Todo Poderoso? Bom... eu posso deixar um pouco mais complicada a situação? E mais realista, também? Esses não eram os únicos pré-requisitos. Imagina que, para entrar na presença do Deus que te criou e habitar com ele para sempre, você precisasse cumprir perfeitamente cada lei da Bíblia, cada ato de santidade, com perfeita perfeição, sem nenhuma falha sequer! Quem de nós, meus irmãos, teria amado a Deus perfeitamente de todo o coração? Quem teria amado perfeitamente o próximo como a si mesmo? Quem teria amado os inimigos? Eu não vou acrescentar aqui o “perfeitamente”. Quem teria feito tudo, absolutamente tudo, para a glória de Deus? Nunca feito nada para benefício próprio por toda a vida? Meus irmãos, nós sabemos a resposta. Ninguém. A resposta é ninguém para qualquer uma e para todas essas perguntas! Nenhum de nós. Se a nossa comunhão com Deus, se a nossa eternidade, se a nossa salvação dependesse da nossa obediência perfeita ao que a Bíblia pede de nós, o que Deus nos criou para sermos... Se a nossa comunhão eterna com Deus dependesse, em outras palavras, das nossas BOAS OBRAS, então, nenhum de nós entraríamos na presença do Senhor. Nenhum de nós teríamos comunhão com ele. Nenhum de nós teríamos salvação eterna. Mas... a boa notícia... o evangelho... É o que Paulo diz explicitamente nos versos 4 a 7 do capítulo 3 de Tito: [Tito 3:4] Mas quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, [5] ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, [6] que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, [7] a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Essa é a mensagem do Evangelho! Essa é a boa notícia! Que nós não entraremos pelos portões celestiais, à presença de Deus, por obras de justiça praticadas por nós. Se fosse no mérito das nossas obras, nunca entraríamos. Porque nenhum de nós as cumpriu perfeitamente. Mas entraremos porque se manifestou a bondade, o amor de Deus, nos salvando segundo a sua misericórdia. Misericórdia esta manifestada por meio de JESUS CRISTO, o nosso Salvador, que viveu, ele sim, uma vida de perfeita obediência, em todos os segundos de sua vida, e na cruz se colocou debaixo da condenação que era nossa, de todos os nossos pecados. Nós, aqueles que não viveram essa vida perfeita, que ele viveu. E não só isso, mas esse Deus derramou seu Espírito Santo sobre nós, e nos renovou, nos regenerou dando um novo coração para crer nele, e assim, pela obra dele, justificados por graça, tivéssemos comunhão com Deus eternamente! Como filhos! Herdeiros! Por causa de Cristo temos esperança da vida eterna. Essa é a mensagem do evangelho. Ao chegarmos nos portões celestiais, e encontrarmos cada placa com requisito da obediência perfeita, podemos dizer: “SIM! NÃO EU! MAS ELE, CRISTO NO MEU LUGAR!”. E por causa dele, podemos, Hebreus 10:29-22: “ter ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela sua carne, tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximarmo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e o corpo lavado com água pura”. Por causa da obra de Cristo, podemos ter ousadia para entrar na presença do Deus Santo, e nos aproximar! Seguros de que seremos acolhidos. Por causa dele. Essa é a maravilhosa esperança da mensagem do evangelho de Cristo Jesus. Agora... tendo dito tudo isso! Tendo exposto o evangelho, e a segurança de que ele é o poder para salvação. Precisamos lidar com uma questão: Esses textos, com essas instruções sobre como cada um devemos viver, continua na minha e na sua Bíblia. Mesmo tendo os versículos 4-7 do capítulo 3 de Tito, os versículos 1 e 2 continuam lá. Como lidamos com esses textos? Como lidamos com todas essas instruções sobre como os homens devem viver, as mulheres, os jovens, os servos, em Tito 2? Como devemos viver, nos sujeitando as autoridades, sendo obedientes, prontos para toda boa obra, e tudo o mais que está escrito aí no começo do capítulo 3? Todas essas instruções sobre a vida cristã, junto de tantas outras, continuam sendo reais e verdadeiras estando escritas nas Bíblias que estão nas nossas mãos. Elas estão na Bíblia e existe uma expectativa real e verdadeira que vivamos dessa forma! Paulo escreveu no verso 8: [Tito 3:8] Fiel é esta palavra, e quero que você fale ousadamente a respeito dessas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas para todas as pessoas. Nós, que cremos em Deus, que fomos salvos pela graça, devemos sim se empenhar na prática de boas obras! São coisas excelentes e proveitosas! Então, como devemos entender essas instruções uma vez que a salvação é por meio da fé em Cristo e não das nossas obras? Em outras palavras: o que eu faço, já que eu não sou salvo por meio da minha obediência, mas pela obra de Cristo? Em outras palavras, o que estamos falando é da questão: qual é a relação da fé e das obras? Da salvação pela graça, e da vida de obediência e santidade? Qual é a relação da mensagem do evangelho que salva, e da vida cristã que deve ser vivida? E a resposta para essas perguntas é que: O Evangelho é o fundamento da vida cristã. Devemos colocar as coisas nos lugares certos. Ser um homem piedoso, uma mulher piedosa, não vai te salvar. Mas, uma vez que você foi salvo em Cristo Jesus, o que a Bíblia te chama a fazer é ser um homem piedoso, uma mulher piedosa. Uma vez que você foi salvo pela mensagem do Evangelho, agora você deve viver uma vida cristã. Não para ser salvo. Mas porque você já foi salvo! Não como causa. Como consequência. Portanto, o que eu quero fazer essa manhã, é olhar para os versículos 3 a 7 e vermos como, como o evangelho é o fundamento da nossa vida cristã. Como você pode viver a sua vida cristã não de uma forma legalista, nem de uma forma libertina, mas de uma forma evangélica. Baseada no evangelho. Fundamentada no evangelho. Vamos começar olhando para o versículo 3 e vendo o primeiro fundamento do evangelho para a vida cristã: a realidade do pecado. A REALIDADE DO PECADO [vs. 3] [Tito 3:3] Pois nós também, no passado, éramos insensatos, desobedientes, desgarrados, escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo em maldade e inveja, sendo odiados e odiando-nos uns aos outros. O primeiro fundamento para basear a nossa vida de piedade é nos lembrarmos, reconhecermos qual era a nossa condição antes de Cristo nos resgatar. E a nossa condição era a pior: Pecadores. É interessante como Paulo cria um contraste entre os versículos 1 e 2, e o versículo 3. Suas instruções nos versículos 1 e 2 são instruções de como devemos tratar as pessoas a nossa volta, como devemos nos relacionar. Perceba como ele fala em termos gerais: 1. Estejam prontos para toda boa obra; 2. Não difamem ninguém; 3. Dando provas de cortesia para com todos; Paulo está expandindo o leque do público afetado pela nossa vida de piedade. Ele está mostrando que a forma como devemos tratar as pessoas não está à mercê das nossas escolhas. Nós não escolhemos quais boas obras vamos praticar. Mas toda boa obra. Nós não escolhemos alguns a quem não iremos difamar. Mas não difamar ninguém. Nós não damos prova de cortesia só para alguns. Mas devemos dar prova de cortesia para com todos. As instruções são gerais! É uma disposição geral de ser obediente, de ser pacífico, cordial. Uma boa aplicação disso é a sua primeira instrução, o primeiro público-alvo da nossa piedade: sujeição aos GOVERNANTES e AUTORIDADES. Mais uma vez, perceba o termo geral da sua instrução! Ele não diz “se sujeitarem aos governantes e autoridades cristãs” . Ou governantes e autoridades que façam um bom trabalho . Ou governantes e autoridades que você elegeu, que foi o seu voto. Não. Ele diz: [Tito 3:1] Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, [“ponto”. Ou no caso aqui, vírgula] E ainda tem mais: que sejam obedientes e estejam prontos para toda boa obra. Claro que não devemos nos submeter a nenhuma autoridade que nos faça pecar. Toda submissão a qualquer nível de autoridade deve estar debaixo de uma submissão a Deus. Mas Paulo está dizendo que Tito deveria lembrar os crentes que, não envolvendo pecado, eles devem se submeter as autoridades. Aos governantes. Mesmo que não apoiemos, mesmo que não sejam crentes. Lembrem-se de se sujeitarem. Esse é apenas UM exemplo, de estar pronto para TODA boa obra, de não difamar NIGUÉM, de dar prova de cortesia para com TODOS. Expanda isso para todas as pessoas à sua volta. E aí, meus irmãos, talvez possa parecer difícil viver dessa forma. Possa parecer difícil, por exemplo, ter essa disposição com pessoas que estão vivendo no pecado. Ter essa disposição com pessoas que, por vezes, podem até estar nos tratando mal. Mas é aí que vem o contraste de Paulo. O que nós fazemos NÃO deve ser refém do que as pessoas fazem. Em Romanos 12:17 Paulo diz que não devemos pagar o mal com o mal, mas procurar fazer o bem diante de todos . O caminho que Paulo vai nos conduzir sobre a nossa vida cristã, sobre como devemos tratar o outro de maneira piedosa, está MENOS em olhar para o pecado do outro, e na verdade, está MAIS em olhar para os nossos próprios pecados! Está MENOS em olhar no mal que o outro me faz, e olhar MAIS o mal que nós fizemos! Paulo instrui a vivermos de maneira piedosa nos versos 1 e 2, e no 3 ele usa “pois/porque”, justamente para dar a razão para vivermos dessa forma. E razão que ele começa a dar é: [Tito 3:3] Pois nós também, no passado, éramos insensatos, desobedientes, desgarrados, escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo em maldade e inveja, sendo odiados e odiando-nos uns aos outros. Meus irmãos, é fácil o nosso coração rapidamente se ofender com o mal feito a nós, e as nossas mãos são rápidas em querer reagir em responder o mal com a nossa força. Mas Paulo mostra um caminho melhor! Comecemos a olhar para trás, e reconhecer: no passado, eu também. Eu também fiz o mal. Eu também vivi cego em meus pecados. Eu também fui escravo. Eu também vivi em maldade! Por favor, olhe para essa pequena lista de Paulo, no qual ele também se inclui (ao dizer “NÓS”). E diga a você mesmo se você nunca incorreu em nenhum desses pecados. Se você, em toda a sua vida passada, nunca foi identificado com nenhuma dessas descrições. Alguma vez você já foi insensato? Desobediente? Desgarrado? Escravo de alguma paixão e prazer? Viveu em maldade? E inveja? Alguma vez já sentiu? Já odiou alguém? Essa é uma razão pela qual você deve viver uma vida de piedade. Porque você sabe quem você era! Eu quero propor um exercício espiritual para nos ajudar a lidar com interações difíceis, relacionamentos difíceis, respondendo de maneira piedosa. Quando estiver difícil para você lidar com aquele chefe impaciente, arrogante. Quando estiver difícil para você lidar com aquele funcionário preguiçoso, com má vontade. Quanto estiver difícil de você lidar com o pecado do outro. Antes de respondê-lo, tente, por alguns segundos, se lembrar de quem você era no passado! Antes de Cristo te alcançar. “Pois nós também, no passado éramos...” Porque no passado você também era assim, você pode responder com cortesia, cordialidade, sujeição, obediência! Quando estiver difícil para você ouvir comentários injustos de pessoas à sua volta. Quando for difícil ouvir uma ofensa vindo de alguém a você ou a sua família. Respira alguns segundos, e lembre-se: “Pois nós também, no passado éramos...” Lembre-se que você também já foi maldoso. Você também teve inveja. Você também foi insensato. E então, por causa disso, você pode dar prova de cortesia. Você está pronto para toda boa obra. Agora... posso sugerir como você pode aumentar a carga desse exercício espiritual? Como você pode intensificar essa prática para fazer crescer seus músculos da piedade? Quando você tiver que lidar com a maldade de alguém, com o pecado de alguém contra você, com conflitos de relacionamento. Lembre-se do seu passado de pecado, sim... Mas lembre-se que os seus pecados não foram somente contra as pessoas, mas foram CONTRA O SENHOR! Aumente a carga, e lembre-se que os seus pecados, foram contra um Deus infinitamente bom... infinitamente santo! Lembre-se que Deus te criou para viver para a glória dele, e tudo o que ele fez foi bom. Mas a sua resposta diante disso foi rejeitá-lo. Por anos. Foi praticar, seja qual foi o pecado, ações que ofendiam a santidade dele, a bondade dele. E meditando no nosso pecado contra o Senhor, nós podemos buscar ter a mesma resposta que ele teve conosco, para com os outros: misericórdia. Compaixão. Portanto, o primeiro fundamento sob qual podemos viver uma vida de piedade, é nos lembrando da realidade do pecado. Do passado que nós também vivíamos. Pois nós também éramos... Mas nós não podemos parar nessa meditação, olhando para os nossos pecados. Paulo não parou aí. Nunca paramos olhando para nós em nossas reflexões! Nós sempre vamos até onde? Até ele: o Senhor! Se o primeiro fundamento foi olhando para o nosso passado de pecado, agora o segundo fundamento para uma vida de piedade é olhando para Deus e como ele respondeu ao nosso pecado. Primeiro a realidade do pecado. Agora, o segundo fundamento: A REALIDADE DA MISERICÓRDIA DE DEUS [vs. 4-5a] Vamos ler o versículo 4 e a primeira parte do versículo 5: [Tito 3:4] Mas quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, [5] ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Paulo continua olhando para o passado. Ele continua olhando para o passado e nos mostrando o fundamento sobre o qual devemos viver uma vida piedosa no presente. Primeiro ele olhou para o passado e viu sua vida de escravidão no pecado. Mas outra realidade se manifestou no passado: Se manifestou a bondade de Deus, o seu amor, segundo a sua misericórdia! Diante da nossa realidade de pecado o que Deus podia fazer, o que merecíamos que ele fizesse, era nos condenar com sua justiça. Porque Deus é Santo, e nós vivemos daquela forma descrita por Paulo, era justo que Deus nos condenasse eternamente. Imagina se Paulo tivesse escrito o verso 3 a partir do verso 2 dessa forma: [Tito 3:2] Pois nós também, no passado, éramos insensatos, desobedientes, desgarrados, escravos de todo tipo de paixões e prazeres, vivendo em maldade e inveja, sendo odiados e odiando-nos uns aos outros. “E quando se manifestou a ira de Deus, o Santo Juiz, e a sua justiça sobre todos, ele nos condenou, por não termo praticado obras de justiça, e segundo as nossas transgressões contra ele.” Imagina se fosse essa a continuação do texto. Essa seria uma realidade adequada de consequência pelos nossos atos, diante da realidade de quem Deus é, e da realidade do que fizemos. Éramos pecadores. Deus é santo. Seria justo a nossa condenação pelos nossos pecados. Mas não foi assim que Paulo escreveu. Ele não começou o versículo 4 com “E”. Ele começou com “MAS”. Justamente “MAS”! Para mostrar o caminho contrário do que era esperado! Um fôlego de esperança diante de um cenário terrível de más notícias. Vocês conhecem a ilustração: Imagina, você recebe uma ligação. É da polícia. Para informar que o seu carro, que estava com a sua família dentro, capotou e deu perda total. Mas, ninguém se feriu. Estão todos bem. Você é chamado no RH da sua empresa. O gerente começa a dizer que a empresa vai passar por uma fase de cortes. Mas, você será poupado. Continuará trabalhando. O MAS, essa palavrinha de três palavras, pode ser usada para mudar cenários devastadores, trazendo notícias de muita esperança! Diante do cenário dos nossos terríveis pecados contra um Deus santo... Paulo fala que: O que se manifestou não foi a ira de Deus, MAS a sua BONDADE. Deus foi caracterizado aqui não como santo juiz, MAS como SALVADOR. Não manifestou a sua justiça sobre os pecadores, MAS o seu AMOR. Ele não nos condenou, MAS no SALVOU. Não por obras de justiça que praticamos (porque isso seria impossível), e não por nossas transgressões. MAS segundo a sua misericórdia! Esse é o Deus revelado no evangelho. Um Deus Santo e bom. Um Deus Justo e amoroso. Um Deus que diante do nosso deserto de pecado, respondeu com um mar de misericórdia, nos salvando. E é sobre este fundamento que deve acontecer a vida cristã! Sobre a realidade de um Deus misericordioso, bondoso e amoroso! O versículo 4 faz parte da razão iniciada no verso 3, para que vivamos vidas cristãs. Poderíamos também ler dessa forma: [Tito 3:1] Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, que sejam obedientes e estejam prontos para toda boa obra. [2] Que não difamem ninguém. Que sejam pacíficos, cordiais, dando provas de toda cortesia para com todos. [4] Pois quando se manifestou a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor por todos, [5] ele nos salvou, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a sua misericórdia. Você pode ser obediente, estar pronto para toda boa obra, ser pacífico, cordial... porque Deus foi bondoso, amoroso e misericordioso com você! Você pode olhar para a forma como Deus respondeu aos seus pecados, e a partir disso, fazer desse o padrão para você responder de maneira piedosa aos pecados dos outros. Paulo ensinou isso em termos claros aos Colossenses: [Colossenses 3:13] Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem também uns aos outros. Olhamos para o que o Senhor fez conosco, e replicamos para com os outros. Fazemos do modo do Senhor nos tratar, o modo como trataremos os outros. Portanto, aqui eu gostaria de sugerir um segundo exercício espiritual para o seu crescimento na piedade: No momento em que você estiver desencorajado de suportar, de servir alguém, de ser pacífico, cordial, porque você pensa que o outro é indigno de ser tratado dessa maneira por você... Lembre-se de como o Senhor respondeu a você e aos seus pecados! Antes de você SE IMPEDIR de servi-lo, amá-lo, lembre-se de como o Senhor respondeu com bondade e amor à você, quando você estava em rebeldia e rejeição a ele. Quando o seu coração estiver endurecido a perdoar alguém que te feriu, porque parece não ser justo conceder perdão a um machucado tão grande... Lembre-se que o Senhor se manifestou com misericórdia e perdão aos seus grandes pecados contra ele. Agora... posso sugerir como você pode aumentar a carga desse exercício espiritual? Como você pode intensificar essa prática para fazer crescer seus músculos da piedade? Pense que, algumas vezes... ou, muitas vezes... os nossos conflitos são uma mistura de atitudes erradas de mais de um lado. Mesmo que a ofensa possa ser maior de alguém contra mim, muitas vezes eu posso ter feito algo que tenha cooperado para aquele conflito. Não é uma regra. Mas muitas vezes acontece. Os conflitos viram um novelo de lã, uma bola de neve, com misturas de atitudes ruins de mais de um lado. Uma boa pergunta que podemos sempre fazer diante de um conflito, quando estamos chateados com alguém é: será que tem algo que eu poderia ter feito diferente? Será que há algo que eu também possa pedir perdão? Essa é uma boa postura. Mas essa é a realidade dos conflitos entre DOIS PECADORES. Você quer aumentar a carga para crescer seus músculos da piedade? Então lembrem-se que no seu conflito com Deus, o pecado estava todo do seu lado. Deus sempre, SEMPRE, esteve santo em cada rejeição de cada ser humano que passou por esse mundo. Ele nunca fez nada que pudesse ter cooperado para que pecássemos e entrássemos em inimizade contra ele. E como Deus, que era totalmente santo e justo na inimizade que existia entre nós por causa dos NOSSOS pecados, respondeu para conosco, seu povo? Com misericórdia e perdão. Provendo salvação, para que pudéssemos ter comunhão com ele. Se essa foi o modo do Deus Santo agir com pecadores como nós, então nós podemos também agir com piedade com pecadores que pecaram contra outros pecadores, que somos nós. Nós precisamos, meus irmãos, voltar os nossos olhos ao Senhor, e deixar que a realidade de quem Deus é, nos mova em interações piedosas com as pessoas a nossa volta! Nos mova em uma vida cristã! Nós chamamos de “vida cristã” justamente por ser uma vida com as características de Cristo! Uma vida marcada pela identidade de Cristo. Paulo disse: [Gálatas 2:19] Estou crucificado com Cristo; [20] logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Crucificados com Cristo. Cristo vivendo em nós. É assim que devemos vivemos! Agora, o que Paulo vai fazer no restante do texto é mostrar de maneira ainda mais profunda e clara, como exatamente fomos salvos segundo a misericórdia do Senhor e a transformação que esse evangelho trás na nossa condição existencial. Paulo vai mostrar qual é a finalidade dessa salvação. E nessa nova realidade que vivem os salvos, quero mostrar o terceiro fundamento do evangelho para que vivamos vidas cristãs, vidas piedosas. Vimos: 1. A realidade do pecado 2. A realidade da misericórdia de Deus 3. E agora veremos a realidade da nova vida gerada por essa misericórdia que nos alcançou: uma condição de herdeiros de Deus. A REALIDADE DA NOVA VIDA: HERDEIROS [vs. 5b-7] Vamos ler da segunda parte do versículo 5, até o versículo 7. [Tito 3:5] Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, [6] que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, [7] a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Meus irmãos, a misericórdia de Deus, sua bondade e amor, não anulam a sua justiça e santidade. Quando Deus se manifestou bondoso e amoroso ele não deixou de ser santo e justo. Quando se manifestou a bondade e amor de Deus, ele não fingiu que esqueceu os nossos pecados. Foi justamente por meio de sua justiça e santidade, que vimos seu amor e bondade. Como isso pode ser possível? Como que Deus poderia ser santo e justo em punir o nosso pecado ao mesmo tempo que ele fosse bondoso, amoroso, misericordioso, com nós pecadores? A resposta está no versículo 6: [Tito 3:6] [...] por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador” Deus não ignorou os nossos pecados. Ele não fingiu que os esqueceu. Se ele fizesse isso, não seria um Deus santo, um Deus justo. O que Deus fez foi colocar sobre o próprio filho, Jesus Cristo, a penalidade dos nossos pecados. Jesus, que viveu uma vida de perfeita obediência, nenhum pecado, ele se fez pecado por nós, e assim nos trouxe salvação. Nos trouxe perdão dos pecados. Ele compartilhou a nós a sua justiça, para que nós pudéssemos estar diante do trono de Deus, diante da sua presença. Em Jesus, na cruz, foi manifesto a justiça de Deus sobre o seu Filho Unigênito, revestida de misericórdia para com aqueles que se tornariam seus filhos herdeiros. Na cruz de Cristo, aconteceu a grande troca: [2 Coríntios 5:21] Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. Em Cristo, o justo, estava os nossos pecados. Em nós, pecadores, foi atribuído a sua justiça. Ele foi feito pecado. Nós fomos feitos justiça de Deus. Jesus foi o nosso salvador. E por meio de Jesus, Deus derramou sobre nós, ricamente, o seu Espírito, para que o nosso coração, que por tantos anos viveu endurecido, desobediente, desgarrado, escravo de todo tipo de paixões e prazeres... fosse transformado! Fosse renovado! Nos fez nascer de novo! Nos re-generou! Após alcançados pela sua misericórdia, nós entramos em uma nova vida! Agora temos um coração vivo, com inclinação para amar a Deus, crer em Cristo, se arrepender do pecado. E qual foi o propósito de tudo isso? “ A fim de que ” Deus fez essa obra da salvação, segundo Paulo em Tito 3? [Tito 3:7] a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Deus nos salvou não só para nos dar perdão. Não só para lidar com a nossa culpa, nossa condenação. A justificação pela graça foi um meio. Meio para que? PARA QUE, A FIM DE QUE, nos tornássemos seus herdeiros! Segundo a esperança da vida eterna! Deus nos salvou para que fizéssemos parte de sua família. Para que nos assentássemos a usa mesa. Para que fossemos seus filhos! Para que mudasse a nossa condição existencial! De inimigos para filhos. De escravos para herdeiros. De perdidos, sem lar, para cidadãos do reino eterno! Agora não somos mais deste mundo. Morremos, estamos crucificados com Cristo. E por isso, não vivemos mais como vivem aqueles que pertencem ao mundo. Vivemos como estrangeiros, como peregrinos. Vivemos como herdeiros, como filhos de Deus. Vivemos com uma cidadania do Reino dos Céus. “Segundo”, de acordo com, “a esperança da vida eterna”! O que vivemos aqui não é um fim aqui. O que vivemos aqui tem em vista que esse mundo não acaba aqui. Vivemos aqui segundo a esperança da vida eterna. Portanto, aqui eu gostaria de sugerir o terceiro exercício espiritual para o seu treino de hipertrofia da piedade. Prometo que é o último. Mas não podemos ser sedentários espirituais. Meu irmão, minha irmã... Quando parecer difícil viver uma vida cristã. Quando parecer difícil viver nesses termos. Quando as pessoas a sua volta disser que é loucura tratar as pessoas assim, dessa forma piedosa. Quando você ouvir mentiras do mundo para você viver sua vida de outra forma, mais centrada em você, te iludindo de uma falsa dignidade, um egocentrismo... Lembre-se que você não pertence a esse mundo. Lembre-se que você não é mais escravo desse sistema caído. Você é herdeiro de Deus. Co-herdeiro com Cristo, seu Senhor e Salvador! Porque você fomos salvos por ele.. Porque nos foi derramado o seu Espírito... Porque agora estamos em outra condição, de filhos, herdeiros... Porque agora a nossa vida tem uma perspectiva de eternidade... Então nós podemos sim, viver vidas cristãs, vidas piedosas! Abra em Tito 2, à partir do verso 2. Ouça o que eu vou dizer: Homens, vocês podem SIM ser moderado, respeitável, sensato, sadio na fé, no amor e na perseverança! Porque vocês foram alcançados pelo evangelho! Porque vocês foram perdoados, justificados, salvos, por Cristo! Vocês não precisam viver assim PARA serem salvos. Vocês podem viver assim justamente porque vocês FORAM salvos! O evangelho é o fundamento para vocês viverem dessa forma! Mulheres, vocês podem ter uma conduta reverente, não serem caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho. Vocês podem sim, ser mestras do bem, instruindo as jovens recém-casadas a amar o marido, os filhos, a serem sensatas, puras, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido! Sabe por que vocês podem viver assim? Porque vocês foram salvas por Cristo! Porque o Espírito de Deus foi derramado sobre vocês! Vocês não precisam fazer nada para serem salvas! Vocês podem viver assim justamente porque vocês FORAM salvas! O evangelho é o fundamento da vida cristã de vocês, minhas irmãs. Jovens, vocês podem SIM ser moderados em TODAS AS COISAS! Sabem por que? Porque o coração de vocês foi regenerado! Vocês têm um novo coração, habitado pelo Espírito de Deus, os capacitando a viver em novidade de vida. Vocês não vão conquistar a salvação de vocês. Justamente porque Cristo conquistou, vocês podem viver em moderação santa. Porque o evangelho é o fundamento da vida de vocês. Meus irmãos, todos nós podemos ser um exemplo de boas obras, como Paulo orientou Tito a ser (2:7). Todos nós podemos viver em sujeição as autoridades, aos governantes. Podemos viver em prontidão para toda boa obra! Podemos viver sem difamar ninguém. Podemos ser pacíficos, cordiais, e darmos prova de toda cortesia para com todos! Nos moldes do mundo parece uma loucura viver dessa forma? Parece impossível viver assim? Pois bem, não é! Justamente porque CRISTO nos salvou! Justamente porque o seu Espírito nos regenerou! Justamente porque agora não somos mais deste mundo. Para o mundo é impossível viver assim. Mas nós não somos desse mundo, como Cristo também não é! Somos herdeiros. Cidadãos dos céus! Meus irmãos, podemos viver assim, empenhados na prática de boas obras, porque o Evangelho nos alcançou! É exatamente isso que Paulo diz quando ele acaba essa lista de instruções. [Tito 2:11] Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. [12] Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de forma sensata, justa e piedosa, [13] aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. A razão, o fundamento, para que vivamos dessa forma, é porque a graça de Deus se manifestou trazendo salvação! A graça que uma hora nos salvou, agora nos educa a vivermos uma vida digna do Evangelho. É a mesma coisa que Paulo faz em Tito 3, conforme vimos. Ele dá instruções nos versos 1 e 2, e fundamenta a prática dessas instruções na maravilhosa mensagem do evangelho nos versos 3 a 7! A resposta de Paulo do porquê devemos viver vidas cristãs, praticarmos boas obras, não é PARA SERMOS SALVOS. Mas é PORQUE FOMOS SALVOS. O Evangelho, meus irmãos, é o fundamento para a vida cristã. O evangelho é o fundamento para que vivamos livres da escravidão do pecado, livres para andarmos nas boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. Uma vida de santidade só pode ser vivida se fluir da mensagem do Evangelho da graça. Meus irmãos, Paulo escreveu essa carta para Tito para que ele ensinasse as igrejas na ilha de Creta sobre como os crentes ali salvos devessem viver suas vidas. Creta era conhecido popularmente por sua imoralidade. Mas no meio daquela sujeira do pecado, existia um rio de águas limpas que fluía de Cristo para a sua igreja que habitava ali. Homens e mulheres que ouviram o evangelho e foram libertos da escravidão do pecado, foram alcançados pela graça que se manifestou trazendo salvação a eles. E essa mesma graça os educou para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas deles, eles vivessem naquelas ruas de forma sensata, justa e piedosa. Aguardando a bendita esperança e a manifestação da gloria do grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Essa mensagem era tão importante que Paulo usou a mesma estrutura por duas vezes em uma carta com 3 capítulos. No capítulo 2 Paulo escreveu como eles deveriam viver, logo em seguida fundamentou essa vida na mensagem do evangelho. No capítulo 3 ele escreveu como eles deveriam viver, logo em seguida fundamentou essa vida na mensagem do evangelho. Mais tarde ficou claro que essa mensagem era tão importante, que não era só para os cretenses, mas para todo os crentes. O Senhor havia inspirado o texto, e essa carta deveria fazer parte do Livro de todo crente, a Bíblia. Paulo termina esses trechos de maneiras bem parecidas. Ele diz para Tito: [Tito 2:15] Ensine estas coisas. Também exorte e repreenda com toda a autoridade. Que ninguém despreze você. [Tito 3:8] Fiel é esta palavra, e quero que você fale ousadamente a respeito dessas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas para todas as pessoas. Essa é a mensagem que deveria chegar a mim e a você, querido irmão que foi salvo em Cristo Jesus! A salvação pela graça não é a salvação que nos ausenta de vivermos em boas obras. É a salvação que nos possibilita, capacita, para vivermos em boas obras! Estamos crucificados com Cristo. Agora ele vive em nós! Afinal: [Tito 2:14] Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras. Que o seu Espírito, derramado sobre nós, nos sustente em uma vida cristã, uma vida de piedade, que traga glória a ele, de acordo com esse propósito que foi preparado para que vivêssemos! Vamos orar. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza)
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