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06 de Julho de 2025 – IBJM INTRODUÇÃO A verdadeira adoração é uma resposta do coração regenerado diante da realidade de quem Deus é. Não existe verdadeira adoração a Deus sem real contemplação a Deus. Uma boca não se abre para adorar a Deus genuinamente sem que antes os olhos sejam abertos verdadeiramente para enxergar quem Deus é.   -       Isaías 6 Pergunta: Quando Isaías viu o Senhor sentado sobre um alto e sublime trono, em Isaías 6, o que estava acontecendo na visão de Isaías? Resposta: Adoração! Serafins adorando o Senhor.   Pergunta: E como era a adoração dos Serafins que estavam diante do Senhor? Resposta: Declarações sobre quem Deus é!   [Isaías 6:3] E clamavam uns para os outros, dizendo: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória."   -       Apocalipse 4 Pergunta: Quando João viu o trono nos céus, e toda a realidade espiritual em volta do trono, em Apocalipse 4, o que estava acontecendo na sua visão? Resposta: Adoração! Os quatro seres viventes adorando o Senhor.   Pergunta: E como era a adoração desses seres viventes que estavam diante do trono? Resposta: Declarações sobre quem Deus é!   [Apocalipse 4:8] “Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.”   Pergunta: E quando esses seres viventes davam glória, honra e ações de graças ao que está assentado ao trono, o que fazia os vinte quatro anciãos? Resposta: Adoração! Pergunta: E como era a adoração dos vinte quatro anciãos? Resposta: Declarações sobre quem Deus é!   [Apocalipse 4:11] Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas e por tua vontade elas vieram a existir e foram criadas.”     Não existe verdadeira adoração que não seja fundamentada na realidade de quem Deus é!     E qual é a implicação disso, para você que está aqui me ouvindo essa manhã?   A implicação, meu querido irmão, minha querida irmã, é que se isso é verdade, se adoração é fruto de uma contemplação de quem Deus é, então:   1.     Se queremos adorar a Deus, devemos passar a nossa vida buscando conhecê-lo mais e mais.   2.     E se nós estamos buscando conhecê-lo, devemos passar a nossa vida respondendo ao que conhecemos dele, o adorando!   Paulo diz em Romanos 12:   [Romanos 12:1] Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês.   A nossa vida deve ser um sacrifício vivo, um culto, uma adoração a Deus!   1.     Vivemos buscando conhecer mais de Deus. 2.     E à medida que o conhecemos, respondemos vivendo para adorá-lo.   Isso é exatamente o que está acontecendo no Salmo 145.   O Salmo 145 é um dos mais belos salmos de adoração do saltério. Ele abre a última sessão de salmos de adoração, que vai até o salmo 150.   No Salmo 145 temos Davi, o rei e salmista de Israel, adorando profundamente o Senhor. E a maneira como Davi adora o Senhor é justamente à medida que ele contempla quem Deus é.   Isso é evidente na própria estrutura do salmo:   1.     Nos versículos 1 ao 7 Davi fala sobre adoração. 2.     Nos versículos 8 e 9, ele fala sobre quem Deus é. 3.     Do versículo 10 até a primeira parte do 13, ele fala sobre adoração. 4.     E na segunda parte do 13, até o 20, ele fala sobre quem Deus é. 5.     Por fim, no 21, ele termina com uma declaração de adoração e uma convocação à adoração.   Portanto, a estrutura é: 1.     Adoração 2.     Quem Deus é. 3.     Adoração 4.     Quem Deus é. 5.     Eu vou adorá-lo. Vamos adorá-lo.   Portanto, meus irmãos, minha oração é que possamos ouvir o cântico de adoração do salmista, e seguir seus passos em contemplação e adoração ao nosso Deus.   Se o Senhor permitir, o meu desejo é passarmos pelo Salmo o destacando em 4 sessões:   1.     Adoração: seu elemento pessoal e coletivo 2.     Quem Deus é: a misericórdia de Deus 3.     Adoração: a glória do Rei em seu reino 4.     Quem Deus é: a fidelidade de Deus   Vamos começar pelos três primeiros versos.   ADORAÇÃO: EU ADORAREI O SENHOR [vs. 1-3] [1] Eu te exaltarei, ó Deus meu e Rei; bendirei o teu nome para todo o sempre. [2] Todos os dias te bendirei e louvarei o teu nome para todo o sempre. [3] Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável.   Davi começa o salmo da mesma forma que ele concluirá: com uma declaração! Ele está declarando ao Senhor, a sua disposição em adorá-lo.   E a sua disposição é tão grande no coração de Davi que ele usa todo o vocabulário que consegue, para mostrar isso!   Ele usa diferentes verbos para enfatizar sua adoração: Exaltar, bendizer, louvar, render graças, invocar e proclamar.   Diferentes palavras, uma disposição: adoração!   ·       Adoração para sempre Pergunta: Você já sabe o que você vai fazer no restante desse mês que acabou de começar? E até o final desse ano, agora que acabamos de entrar no segundo semestre? E nos próximos 2 anos? E nos próximos 5, 10, 20, 30 anos? Quais são os seus planos para o futuro?   Davi já tinha planejado o que ele ia fazer para o resto da vida! Ele iria bendizer e louvar o Senhor todos os dias, para sempre! Viveria para adorar ao Senhor!     ·       Respondendo a Quem Deus é Pergunta: E por quê? Por que Davi começa o salmo tão resoluto, com declarações tão firmes e convictas?   Resposta: A resposta está no versículo 3. Davi estava respondendo diante de quem Deus é:   [3] Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável.   Eu havia dito que a estrutura do salmo mostrava uma dinâmica em que Davi entrelaça blocos de versos de adoração com blocos de versos de descrição sobre quem Deus é.   Mas o coração de Davi está tão tomado, tão afetado, pelas maravilhas de Deus, que mesmo quando está em um bloco onde, supostamente, não é o bloco focado em descrever a Deus, mesmo no seu bloco de adoração, ele precisa falar sobre quem Deus é!   A resolução de adoração de Davi não está fundamentada nele mesmo. O fundamento da sua adoração está em quem Deus é!   E aqui, Davi destaca a verdade da grandeza de Deus! Deus é grande, e mui digno de ser louvado.   Eu gostaria de fazer desses três versos, três perguntas para que você sonde no seu coração se há verdadeira adoração acontecendo nele.   1.     Você está adorando a Deus pessoalmente? Mesmo em uma adoração coletiva, deve existir um comprometimento pessoal de adoração!   O Salmo 145 era um salmo para ser louvado na congregação. Mas quando todas as vozes estavam juntas adorando o Senhor, existia também um elemento de extrema pessoalidade ao dizer:   [1] EU te exaltarei, ó Deus meu e Rei.   Isso significa que você apenas estar em meio a adoração, não te faz adorador. Só você estar aqui com a sua esposa, ou só você estar aqui acompanhando o seu marido, ou só você estar aqui porque seus pais mandaram, não significa que você está adorando a Deus.   Deve existir de forma distinta, um compromisso SEU, pessoal, em declarar adoração a Deus. Você não pode adorar ao Senhor pela boca dos outros. E outros não podem adorar o Senhor por você.   Você deve, pessoalmente, adorar ao Senhor, e tê-lo como SEU Deus. É algo pessoal. Publicamente pessoal.   Isso nos leva a segunda pergunta para um discernimento da adoração no seu coração:   2.     Você está adorando a Deus em submissão? A sua adoração, que envolve um comprometimento pessoal, envolve também submissão a Deus como Rei?   Sim, é verdade que o Senhor domina o trono do Universo! Mas adorar verdadeiramente o Deus que domina o trono do Universo é também se submeter para que ele domine o trono do seu coração.   É reconhecer que Deus é Senhor e poderoso sobre toda a criação, mas também Senhor e poderoso, sobre nós como povo, e sobre nós, como indivíduo.   Isso significa que adoramos verdadeiramente a Deus se o nosso coração está submetido a sua Palavra. Se vivemos com Cristo sendo verdadeiramente o nosso Rei e ditando como devemos viver!   Enquanto você canta com os lábios que Cristo é o Rei, quem está verdadeiramente sentado no trono do seu coração?   E por fim, a terceira pergunta é:   3.     Você está vivendo para adorar a Deus? A contemplação de quem Deus é, deve gerar resolução em viver para adorá-lo.   Se você cantou alguns minutos atrás “Grande é o Senhor e mui digno de louvor”, e você gostaria de discernir se as palavras que saíram da sua boca foram genuinamente verdadeiras em seu coração, você pode avaliar o quão resolvido você está em viver para adorar esse grande Deus! Não só hoje. Não só durante a música no culto. Não só a cada domingo.   Mas viver para adorá-lo. A cada dia. Todos os dias. Para sempre.     Essa foi a disposição declarada por Davi! Uma adoração pessoal, em submissão, e que ele faria isso todos os dias e para sempre!   Mas assim como a grandeza de Deus é insondável, a adoração a Ele também expandia do coração de Davi, para outros corações!   A adoração que Davi que deve acontecer todos os dias da vida do povo de Deus, envolve também anunciá-lo para futuras gerações, para que eles continuem o adorando!   ADORAÇÃO: ELES ADORARÃO [vs. 4-7] [4] Uma geração louvará à outra geração as tuas obras e anunciará os teus poderosos feitos. [5] Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas. [6] Falarão do poder dos teus feitos tremendos, e eu anunciarei a tua grandeza. [7] Divulgarão a memória da tua imensa bondade e com júbilo celebrarão a tua justiça.   Se primeiro Davi declarou que Deus seria adorado por ele contínua e eternamente...   Agora Davi mostra que Deus seria adorado continua e eternamente não somente por Davi, mas pelo povo que Deus continuaria salvando de geração em geração, para adorá-lo.   Em primeiro lugar, Davi está expondo um fato! E um motivo de louvor e adoração!   O nosso Deus, que é grande e Rei, ele não terá adoração cessada, não importa quão desastroso parece ser o caminho que o mundo possa estar indo. Não importa quão afrontador o mundo se levante contra Deus e adoração a ele. O Senhor continuará sendo adorado, sendo anunciado, sendo louvado, sendo exaltado.   Porque ele é Deus. Ele é o Rei que governa sobre o trono do Universo. E ele continuará alcançando com misericórdia aqueles que não são do seu povo, para passarem a ser seu povo! E assim adorá-lo para sempre! Ele é Deus. Mas. Além de um fato, e motivo de adoração, existe uma implicação nas palavras de Davi.   A realidade de gerações adorando a Deus amanhã implicam em uma responsabilidade, sobre nós que adoramos ao Senhor hoje. Em meio a nossa adoração a Deus existe uma responsabilidade em levar as futuras gerações, a conhecê-lo para adorá-lo.   O salmo 145 foi escrito em formato de acróstico. Assim como o Salmo 119, cada verso desse salmo começa seguindo na ordem cada letra do alfabeto hebraico. Um dos propósitos dos textos serem escritos em acrósticos é que eram didáticos, ajudavam na memorização.   Nisso já se via a intencionalidade dos autores para que as crianças crescessem aprendendo a Palavra do Senhor.    Portanto, diante dessa responsabilidade, eu gostaria de dar três conselhos pastorais. Sobre esse anúncio às próximas gerações .   O primeiro conselho é aos pais.   ·       Pais: louvem à obra do Senhor aos seus filhos! Ouça o que diz o Salmo 78, de Asafe:   [Salmo 78:3] O que ouvimos e aprendemos, o que os nossos pais nos contaram, [4] não o encobriremos a seus filhos; contaremos à geração vindoura os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez.    [6] a fim de que a nova geração os conhecesse, e os filhos que ainda hão de nascer se levantassem e, por sua vez, os contassem aos seus descendentes; [7] para que pusessem a sua confiança em Deus e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos.   O Salmo 78, e o salmo 145, e outros tantos salmos que dizem sobre anunciar as obras do Senhor de geração em geração, ecoam de Deuteronômio 6.   Quando o Senhor ordenou ao povo de Israel que inculcassem a seus filhos, as palavras dadas pelo Senhor, “quando estivessem sentados em suas camas, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se” ou seja, em todo o tempo!   Essa é a responsabilidade que adquirimos automaticamente quando o Senhor nos concede filhos: ensiná-los os caminhos do Senhor! Anunciá-lo a eles.   É verdade que exige um comprometimento pessoal dos nossos filhos para se tornarem adoradores do Deus vivo. Acabamos de ver nos primeiros versos. Nossos filhos não serão salvos por terem o nosso sangue. Só poderão ser salvos pelo sangue de Cristo. Que nos salvou.   Mas muitas vezes o Senhor usa sim, a relação pais e filhos, e uma vida fiel de anúncio do Evangelho, e exemplo de fé, para que os filhos sejam alcançados pelo Senhor.   Eu e a Rafaela começamos ler um livro que a nossa professora de inglês, Christen Taylor, nos sugeriu para estudarmos. O título do livro em português seria algo como “Grandes Verdades para Pequenos Corações – Ensinando e Aprendendo sobre a Grandeza de Deus”.   Quem escreveu esse livro foi Bruce Ware. Bruce é um dos pastores da Igreja Batista Clifton, nos EUA, e professor no Seminário Batista do Sul também lá, em Louisville.   Alguns de vocês devem conhecer o Bruce não como o pastor e professor Bruce, mas como “Sr. Ware, pai da Rachel Ware”. A Rachel veio uma vez à nossa igreja para ensinar no instituto bíblico de mulheres, e muitas de vocês a conheceu.   A iniciativa desse livro veio de Rachel e sua irmã incentivando Bruce escrever um livro de ensino teológico para crianças.   E o desejo delas que o pai fizesse isso era, justamente, porque elas viveram na prática ao longo da sua infância, a experiência de ter um pai fiel e piedosamente ensinando sobre a grandeza de Deus às filhas.   Rachel e Bethany escreveram o prefácio do livro. Eu gostaria de ler alguns trechos desse prefácio escrito por elas. “Este livro é muito querido para nós como filhas adultas de Bruce Ware, não apenas por seu conteúdo, mas também como uma representação tangível do ensino que fomos abençoadas por receber fielmente de nosso pai ao longo da infância. Durante nossas viagens anuais de verão para visitar a família, papai e mamãe usavam o tempo no carro para conduzir nossa família em cânticos de adoração, memorização das Escrituras e discussões teológicas. Papai frequentemente começava uma conversa com perguntas como: “Então, crianças, vocês acham que Jesus precisava ser Deus e homem ao mesmo tempo?” ou então, “Filhas, como Deus pode ser bom e ainda permitir que coisas ruins aconteçam no mundo?”.Não era exatamente uma conversa descontraída de férias, mas nós amávamos esses momentos em família. Nós, meninas, sentávamo-nos no banco de trás e quebrávamos a cabeça tentando encontrar uma resposta bíblica, sabendo, o tempo todo, que papai já tinha uma. Ele era apaixonado por compartilhar verdades que nos dessem confiança na fé. Essa paixão se manifestava nas conversas durante o jantar, nos papos noturnos em seu escritório e nos “encontros pai e filha” que ele frequentemente fazia conosco. Embora na época não tivéssemos plena noção, essas conversas foram transformadoras e moldaram nosso coração. Nosso pai realmente acredita nas coisas que estão neste livro. Sua teologia molda sua maneira de viver, como vimos inúmeras vezes. Ao enfrentar os desafios teológicos do seu tempo, papai demonstrou um compromisso inabalável com a Palavra de Deus. Nos momentos difíceis, ele confiou no Senhor. Quando elogiado por seus dons, sempre demonstrou humildade, direcionando constantemente a atenção para a Fonte de todo dom perfeito. Seguimos os ensinamentos de nosso pai em parte porque ele vivia o que pregava. Como toda criança, precisávamos olhar para cima e ver nossos pais olhando para um grande Deus, que tem grandes coisas reservadas para aqueles que o amam. A prática da fé realmente dá poder à fé.   Por fim, ao nosso pai:  Acima de tudo, obrigada por crer no evangelho, ensiná-lo a nós, e nos mostrar fielmente, por meio da sua própria vida, que Deus é grande.”   Que grande encorajamento, meus irmãos! Que grande encorajamento a sermos proclamadores do Deus que adoramos aos nossos filhos, com a esperança que eles se tornem também adoradores e proclamadores desse mesmo Deus!   Relatos como esse exemplificam o poder de impacto que pode ter uma vida inteira, de um pai, uma mãe que se dedica fielmente a ensinar seus filhos os caminhos do Senhor.   Esse é o nosso papel, meus irmãos amados, que são pais. Que os nossos filhos nos vejam adorando o Senhor em meio aos nossos dias. E que também gastemos tempo intencionalmente os ensinando sobre quem Deus é!     ·       Adultos: louvem à obra do Senhor às crianças a sua volta! Meu segundo conselho pastoral é para todos nós, membros da IBJM, crentes, adultos, com relação a todas as crianças, e não somente aos nossos filhos:   Tudo que foi dito sobre os pais e filhos, podemos aplicar as demais crianças a nossa volta.   Talvez você não tenha filhos. Mas você pode ter sobrinhos, primos, filhos de amigos próximos, de vizinhos. Aproveite as oportunidades que você tiver, e lembre-se do mesmo chamado: anuncie o Senhor às próximas gerações! O Senhor seguirá sendo adorado por eles!   Queridos irmãos, que servem no ministério infantil, muito obrigado pelo incansável trabalho de vocês domingo após domingo cuidando das crianças durante a EBD, culto, para que os pais estejam aqui ouvindo as obras do Senhor!   Quando estiverem lá, lembrem-se que vocês além de servir os pais, também estão cumprindo o que é esperado de vocês como crentes: vocês estão tendo a oportunidade de anunciar os poderosos feitos do Senhor para as futuras gerações!   Continuem, meus irmãos! Continuem com alegria anunciando o Senhor aos pequeninos.   E por fim, é a eles que eu gostaria de dar o último conselho:   ·       Crianças: observem, e ouçam, a adoração ao Senhor! Crianças, vocês que estão aqui hoje, sentados aí nessa cadeira, nós amamos ter vocês aqui! E nos alegramos muito em ter vocês aqui!   Talvez você não queira estar aqui. Talvez você só tenha vindo porque os seus pais, ou tios, ou avós, trouxeram vocês.   Mas ouça bem o que eu vou dizer: observe com atenção o que está acontecendo aqui! E ouça com atenção o que está acontecendo aqui!   Nós estamos falando do assunto mais importante da vida de vocês.   Observem e ouçam sobre como esses adultos ao redor de vocês falam, e cantam com amor e alegria sobre esse Deus grande! E poderoso!   O nosso desejo é que vocês aprendam sobre ele, e conheçam a ele, e assim, pela graça dele, se tornem verdadeiros adoradores dele.   Essa é a nossa oração por cada um de vocês.   E esse é o nosso papel, dado pelo Senhor!   Parte da adoração de Davi, enquanto ele meditava no glorioso esplendor da majestade e das maravilhas de Deus [vs. 5], ele também exultava em saber que Deus seria continuamente adorado por aqueles que pertenciam a ele das próximas e próximas gerações!     ·       Conclusão do primeiro bloco de adoração Essa primeira parte do Salmo foi uma grande ênfase de Davi em declarações de adoração. Seja individual, seja coletiva pelas próximas gerações.   Mas perceba assim como uma videira precisa de uma treliça para se sustentar, cada trecho de adoração de Davi era sustentado por verdades sobre quem Deus é!   -       O Senhor é grande e digno de ser louvado (vs. 3) -       Ele é louvado por suas obras e por seus poderosos feitos (vs. 4). -       Ele é adorado pelo glorioso esplendor de sua majestade e suas maravilhas (vs. 5). -       Pelos seus feitos tremendos e sua grandeza (vs. 6). -       O Senhor é exaltado pela sua imensa bondade, e celebrado por sua justiça (vs. 7).   As verdades sobre Deus são os degraus que Davi sobe no monte da adoração.   Mas agora, nos versículos 8 e 9, Davi chega no cume desse monte! Nesse trecho focado em descrever quem Deus é, Davi expõe a raiz do fundamento da adoração: Deus é misericordioso.   QUEM DEUS É: MISERICORDIOSO [vs. 8-9] [8] Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se e grande em misericórdia. [9] O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias permeiam todas as suas obras.   Meus irmãos, todos os atributos de Deus, todas as verdades acerca de quem ele é, são fundamentos que nos leva adorá-lo. Deus é grande, por isso vamos adorá-lo. Deus é poderoso, por isso vamos adorá-lo. Deus é santo, por isso vamos adorá-lo. Deus é justo, por isso vamos adorá-lo.   Somos expostos a quem Deus é, e respondemos em adoração!   Mas, aqui, nos versos 8 e 9, Davi traz verdades sobre quem Deus é que são características que justamente possibilitam a nossa adoração!   Se Deus fosse somente grande, poderoso, santo e justo, ele seria digno de toda adoração. Mas nós não poderíamos adorá-lo, porque estaríamos encerrados debaixo de condenação!   Porque assim que enxergamos que Deus é santo, santo, santo, a nossa percepção imediata ao olharmos de volta para nós, é que somos “homem de lábios impuros, e habitamos no meio de um povo de lábios impuros”.   Diante do Deus Santo, vemos que somos pecadores.   E esse Deus que é digno da nossa adoração, mas não dependente da nossa adoração, seria justo em nos condenar por nossos pecados, e colocar sobre nós a sua santa ira.   Mas... o que Davi trás no coração do Salmo 145 é que parte fundamental de quem Deus é que não somente nos leva adorá-lo, mas nos possibilita adorá-lo, é que esse Deus é MISERICORDIOSO e COMPASSIVO!   Davi sabia que ele podia adorar a Deus porque ao olhar para o Senhor ele via GRANDEZA e PODER sendo permeados de MISERICÓRDIA.   Deus, sendo santo, e justo, usou sua grandeza e poder para nos salvar! Porque ele é um Deus misericordioso.   Ao invés de executar sua justiça sobre nós, pecadores, ele enviou seu próprio filho, o Rei a quem Davi está louvando, para que sobre ele fosse colocado os nossos pecados, e derramado a justiça de Deus que estava sobre nós.   E em Cristo, na cruz, Deus mostra seu grande poderoso feito de salvação! Deus mostra sua imensa bondade e também justiça! Deus mostra como ele é tardio em irar-se e grande em misericórdia!   Em Cristo, Deus nos possibilita a não somente vermos a Deus, mas a adorarmos a Deus! Com nossos pecados perdoados, podemos nos achegar ao seu trono de graça, e adorá-lo, em espírito e em verdade!   Nos méritos de Cristo, por causa da sua misericórdia, podemos louvar não apenas dizendo: Deus é exaltado e Rei!   Mas dizendo: Eu te exaltarei, Deus MEU e Rei!   Por causa de Cristo, Deus se torna propício a nós. Passamos ser o povo dele. E ele o nosso Deus.   Por causa de Cristo, adoração se torna possível a nós. No cume de misericórdia do monte da adoração está a cruz de Cristo. A partir dali temos o verdadeiro encontro com Deus para adorá-lo.     ·       Êxodo 34 O versículo 8 é basicamente uma citação de Êxodo 34:6. Nesse texto, o povo de Israel havia acabado de pecar gravemente, depois da libertação da escravidão no Egito, adorando o bezerro de ouro no deserto.   Moisés roga ao Senhor pela sua presença. E Deus se revela a Moisés.   E nesse contexto, do pecado do povo escancarado diante de Moises, do próprio povo, e claramente de Deus, foi assim que o Senhor se revelou a eles:   [Êxodo 34:6] — O Senhor! O Senhor Deus COMPASSIVO e BONDOSO, TARDIO em irar-se e grande em MISERICÓRDIA e FIDELIDADE;   Diante do pecado do povo, Deus se revela como misericordioso, compassivo, bondoso.   E sabem qual foi a resposta de Moisés, em seguida de ter contemplado essa revelação maravilhosa e poderosa de Deus?   [Êxodo 34:8] E imediatamente Moisés curvou-se para a terra, ADOROU o Senhor [9] e disse: — Senhor, se agora alcancei favor diante de ti, continua no meio de nós; porque este povo é teimoso. Perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado e toma-nos por tua herança.   É assim que responde os corações que veem o Deus Santo, e que conhecem a sua misericórdia!   ADORAÇÃO, CONTRIÇÃO e CONFIANÇA!   1.     Nos prostramos diante da beleza do Senhor. 2.     Nos arrependemos diante da nossa sujeira. 3.     E confiamos no seu perdão e na esperança da glória!   Por causa de Cristo! O Rei de toda graça e misericórdia.     Por isso, depois de mergulhar nas profundezas das maravilhas de quem Deus é, Davi continua o salmo, com respostas de adoração a esse Deus misericordioso!   Agora, mostrando que a glória do Rei expande para o seu reino.   ADORAÇÃO: A GLÓRIA DO REINO [vs. 10-13a] [10] Todas as tuas obras te renderão graças, Senhor; e os teus santos te bendirão. [11] Falarão da glória do teu reino e confessarão o teu poder, [12] para que os filhos dos homens conheçam os teus feitos poderosos e a glória da majestade do teu reino. [13a] O teu reino é um reino eterno, e o teu domínio subsiste por todas as gerações.   Se Davi começa o Salmo destacando que o Deus adorado é Rei, agora o salmista mostra que existe adoração nas ruas do seu reino.   Existe uma relação direta em Deus ser louvado como Rei, e seus atos majestosos trazerem louvor a ele! ·       Provérbios 29 Olha o que diz Provérbios 29, sobre o impacto das ações de um governante diante do povo governado por ele:   [Provérbios 29:2] Quando os justos se multiplicam, o povo se alegra; quando o ímpio domina, então o povo lamenta. [4] O rei justo traz estabilidade ao país, mas o amigo de impostos o leva à ruína. [12] Se um governador dá atenção a palavras mentirosas, todos os seus servos virão a ser perversos. [14] O rei que julga os pobres segundo a verdade firmará o seu trono para sempre.   Deus mostra em Provérbios que existe uma relação direta no que, aquele quem ocupa a cadeira do governo, faz, e como vivem aqueles que por ele são governados.   -       Se há justiça no governo, há alegria do povo. -       Se há impiedade no domínio, há lamento do povo. -       Se o rei é justo, há estabilidade ao país. -       Se o rei é abusivo, levará o país a ruína. -       Se o governante dá atenção a mentira, há perversidade em seus súditos. -       Se o rei julga os pobres segundo a verdade, o seu trono é perpétuo.   Se essa verdade é notada no governo dos homens, que dirá no governo do Rei Eterno?!   O que pode se dizer dos atos de um Rei que é Santo, Justo, Compassivo e Misericordioso?! É isso que Davi começa mostrar! Quanta adoração há no reino desse Poderoso e Maravilhoso Rei! O reino do Rei da glória é um reino cheio de glória ao Rei!   Vejam as descrições de Davi:   -       Versículo 10: Os atos do Rei (todas as suas obras) trazem louvor a ele! Ação de graças! E os santos, que vivem sobre os eu domínio, o louvam, o bendizem   -       Verso 11: Seus súditos falarão da glória do seu reino; essa beleza que resplandece desse rei na condição em que vivem.   -       Verso 12: Seus súditos confessam o seu poder para que outros o conheçam; conheçam seu poder e a glória da majestade do seu reino.   As ruas do reino do Senhor são tomadas de alegria do povo, e louvores ao Rei!     Sabe qual é um bom exercício de meditação para te levar a adoração no seu dia a dia?   Em vez de gastar muitas horas com notícias dos governos desse mundo, com o governo do nosso país, da nossa cidade... Para e medita um pouco no reino dos céus!   Medita nas realidades maravilhosas do reino governado por Cristo! Medita que os poucos anos que você vive aqui não passam de peregrinação. Você é cidadão do reino dos céus.   E mais do que isso: medite no privilégio que é você desfrutar já hoje desse reino!   Você já parou para pensar no quanto você desfruta das bençãos que é fazer parte do reino de Cristo?   Nós desfrutamos de realidades totalmente contraculturais desses reinos pagãos!   Há um mês eu e a minha família estávamos a 7.800km de distância daqui. Viajando para rever irmãos e amigos queridos.   Chegamos lá, começamos recebendo o carinho de um casal de irmãos que nunca tínhamos visto na vida, mas que gentilmente foram nos buscar no aeroporto. Depois, ficamos doentes lá, e duas irmãs, que nunca tínhamos conhecido antes, foram gentilmente nos ajudar com as crianças. Enquanto estivemos lá, vários e vários irmãos que nunca tínhamos conhecido pessoalmente, separaram tempo para ter comunhão com a gente, perguntando sobre a nossa vida, orando por nós, perguntando sobre vocês, sobre a igreja. Viemos embora, e essa semana recebo mensagem de um irmão perguntando como estamos, como está a nossa família.   Eu me pergunto: por que? Por que fomos recebidos assim? Por que pudemos desfrutar de tanto carinho e cuidado em um lugar onde não era o nosso lar, não tínhamos parentes, nem sequer falávamos a mesma língua?   Sabe por que? Porque essas pessoas servem o mesmo Rei que servimos! E servimos o mesmo Rei porque desfrutamos da mesma graça que ele concede! Nessa terra não somos do mesmo lugar, nem temos o mesmo idioma.   Mas espiritualmente, somos do mesmo lar! E falamos a mesma língua! Somos parte do mesmo Reino!   E porque aquelas pessoas amam esse Rei, elas desfrutam do amor dele, elas agem como ele, e elas servem como ele! Com amor e generosidade.   Essa é a experiência que desfrutamos aqui, vivendo como igreja nesse mundo!   O Rei imprimi sua identidade no seu reino. E a glória do Rei é expandida para o seu reino.   E a glória do reino não é um fim em si mesmo. A glória do reino é mais uma forma de trazer mais glória e louvor ao Rei.   E assim pessoas vivem nesse reino, e ele é adorado enquanto elas vivem desfrutando do seu glorioso governo. Desfrutando do próprio rei.     E como se não pudesse melhorar... ainda somos lembrados que aqui não é o final! Toda essa maravilhosa realidade é apenas feches de luz da glória que desfrutaremos em plenitude de um reino que é eterno!   [Salmo 145:13] O teu reino é um reino eterno, e o teu domínio subsiste por todas as gerações.   Lembre-se disso, meu irmão, minha irmã, no seu dia a dia! Pare e reconheça as bençãos de viver no reino do seu Rei! E o seu coração rapidamente responderá em adoração a ele.     QUEM DEUS É: FIEL [vs. 13b-20] E parte da realidade de viver servindo o Deus que é Rei do universo, é poder ser abençoado por outro de seus maravilhosos atributos: a sua fidelidade!   Davi volta de versos que descrevem adoração, para descrever mais realidades sobre quem Deus é. Ele é fiel.   [13b] O Senhor é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras.     A segunda parte do versículo 13 é o fundamento para tudo o que vai ser dito do 14 ao 20.   Quando olhamos para esse Deus que é grande, que é santo, e misericordioso, vemos também um Deus que é fiel!   O que ele prometeu, ele cumpre. O que ele falou, acontece. Ele é santo em todas as suas obras! Não há falta de integridade em nada que ele faz.   Isso deve trazer uma série de aplicações que devem trazer segurança e descanso aos súditos do reino de Cristo:   [14] O Senhor sustém todos os que vacilam e levanta todos os que estão prostrados. [15] Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. [16] Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes. [17] Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, bondoso em todas as suas obras. [18] Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. [19] Ele satisfaz o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor e os salva.   Mais uma vez, Davi mostra como a adoração tem um fundamento sólido! É difícil pensar em outra resposta, que não adoração, quando contemplamos essas promessas preciosas!   O Senhor nos resgatou das trevas, nos salvou da condenação, nos libertou dos pecados, e ainda nos promete tanto cuidado para os nossos dias de peregrinação.   Diante desse texto: qual é a sua preocupação, meu querido irmão? O que tem sido uma distração da sua adoração ao Senhor?   -       É a tristeza que tem te deixado prostrado? Então lembre-se, o Senhor é fiel para te sustentar e levantar!   -       São as necessidades do corpo? Então lembre-se, o Senhor é fiel para te alimentar.   -       São desejos, que te parecem impossível pelas suas mãos? De acordo com a vontade do Senhor, ele é fiel para satisfazer!   -       As circunstâncias parecem confusas? Lembre-se que o Senhor é justo em todos os seus caminhos, e bondoso em todas as suas obras.   -       O seu coração está frio, parece que o Senhor está distante da sua aflição? Então aquece-o lembrando-se de que ele está perto de todos que o invocam. Ele satisfaz o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor e os salva.     Meus irmãos, que promessas preciosas para serem pressionadas sobre o nosso coração vacilante!   Esse é um trecho maravilhoso para ser lido a cada manhã, especialmente quando estamos em dias que nosso coração está ansioso e preocupado!   Tudo o que precisamos lembrar é que o Senhor é fiel! Em Cristo, estamos seguros.     ·       Fidelidade para salvação e condenação O versículo 20, último verso desse trecho, mostra que a fidelidade do Senhor é tanto para salvação, quanto para condenação. Sua fidelidade é para cumprimentos eternos!   [20] O Senhor protege todos os que o amam; porém todos os ímpios serão exterminados.   Aqueles que desfrutaram da misericórdia do Senhor, e fizerem parte do seu Reino, Deus será fiel para protegê-los. Aqueles que se opuseram ao Reino do Senhor, e viverem em afronta a sua santidade, Deus será fiel a sua palavra e irá julgá-los.   Meus irmãos, a fidelidade do Senhor para com o seu povo, desde a salvação até o cuidado em suas peregrinações da vida, é um grande e importante motivo de adoração. Não atoa Davi o coloca nesse salmo.   Porque sabemos o quanto precisamos ser lembrados dessas promessas nos dias que as aflições batem a nossa porta.   Parte da experiência de viver no Reino de Cristo é desfrutar ainda de lutas e sofrimento desse lado do céu. Muitos de vocês estão passando agora por luta e sofrimento intenso.   Mas sabe o que é encorajador?   É quando estamos sentados nessas estradas do reino, chorando junto com um irmão que chora, ouvindo pesados sofrimentos, situações difíceis... Mas esse mesmo irmão que está nos compartilhando o seu sofrimento, é omesmo que encontramos domingo após domingo aqui reunidos, adorando o Senhor!   Parte da experiência de sofrer com um irmão que sofre, é ser encorajado pela perseverança dele diante do sofrimento!   Como é encorajador, quando vemos alguém que sabemos que está passando por dias difíceis, sentado aqui do nosso lado, levantando a mão, e abrindo a boca para cantar:   Tu somente és Deus, o eterno Senhor O Teu trono é o céu, Tu somente és Deus Hoje e aqui, sendo meus dias bons Ou se forem maus, Tu comigo estás   Não mudarás, não falharás Tremendo Deus, assim Tu és   Isso não é ilusão! Isso não é hipocrisia!   Pelo contrário: isso é verdadeira adoração! É a boca externando de uma experiência real de contemplação de quem Deus verdadeiramente é, que supera as circunstâncias momentâneas!   Isso é verdadeira esperança! Que só desfruta quem realmente viu o Senhor.   Saiba, você, meu irmão, que hoje está sendo uma luta estar aqui... Saiba que aquele irmão com quem você compartilhou a sua luta, está sendo encorajado simplesmente por ver você aqui... perseverando... adorando o seu Senhor em perseverança!   É assim que vivemos em constante adoração no reino de Deus.       CONCLUSÃO Davi começou adorando o Senhor declarando sua resolução em exaltá-lo!   Imerso na verdade da grandeza de Deus, ele falou como ele para sempre louvaria o nome do Senhor, e como o Senhor continuaria sendo adorado de geração em geração.   Ele mergulhou nas verdades sobre quem Deus é, até chegar na maravilhosa misericórdia do Senhor.   Ele mostrou como a glória do Rei adorado expande-se para o seu Reino, onde ele é também glorificado.   E mostrou que aqueles que adoram o Rei no seu reino, podem desfrutar da realidade da fidelidade e cuidado de Deus.   Por isso, diante das maravilhas de quem Deus é, da beleza da sua natureza e de sua excelência moral, não haveria outra forma de terminar, senão reforçando sua resolução, e convocando a outros para juntar-se a ele em adoração:   [Salmo 145:21] A minha boca proclamará o louvor do Senhor. Que todos os seres vivos louvem o seu santo nome, para todo o sempre.   Não somente eu. Não somente as próximas gerações. Não somente os filhos dos homens. Não somente os serafins. Não somente os anciãos.   TODOS OS SERES VIVOS, LOUVEM O SANTO NOME DE DEUS, PARA TODO O SEMPRE   Um Deus de grandeza insondável, é digno de tamanha adoração! Uma adoração eterna. Uma adoração que exalta sua santidade. Uma adoração contemplada por todo ser que respira!   O criador é digno de ser adorado por toda a sua criação.   Por isso, meus irmãos, permaneçamos firmes em viver buscando conhecer mais de Deus! E à medida que o conhecemos mais e mais, vivamos para adorá-lo.   Ao único que é digno de receber a glória, a honra e o poder! . Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Salmo 145 | Adoração

O fundamento da sua adoração está em quem Deus é! ... Em meio a nossa adoração a Deus existe uma responsabilidade em levar as futuras gerações, a conhecê-lo para adorá-lo. ... Davi sabia que ele podia adorar a Deus porque ao olhar para o Senhor ele via GRANDEZA e PODER sendo permeados de MISERICÓRDIA.

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29 de Junho de 2025 – IBJM INTRODUÇÃO: SÉRIE “A verdadeira religião consiste, em grande parte, de afeições santas”. Quem disse isso foi um homem que viveu no século XVIII chamado Jonathan Edwards. Ele foi um pastor e missionário. E ele fez uma afirmação forte: “A verdadeira religião consiste, em grande parte, de afeições santas”. Ou emoções ou sentimentos santos. Você concorda com essa declaração? Religião é principalmente uma questão de afeições? O que Jonathan Edwards está dizendo é que uma fé verdadeira se manifesta no que ele chama de afeições santas, que ele define como “as atividades mais vigorosas e intensas da inclinação e vontade da alma”. Em outras palavras: quando alguém é salvo pelo Senhor, essa pessoa começa a experimentar essa inclinação para as coisas de Deus—para coisas santas. Essas afeições (eu estou chamado de sentimentos) são esses movimentos da alma em direção à Deus. Nós precisamos testar a palavra dos homens pela Palavra de Deus. De onde Jonathan Edwards tirou essa ideia? Ele tirou da Bíblia. O apóstolo Pedro, escrevendo para cristãos que estão sendo perseguidos, logo no início da carta ele diz: 1Pedro 1:8—Mesmo sem tê-lo [Cristo] visto vocês o amam. Mesmo não o vendo agora, mas crendo nele, exultam com uma alegria indescritível e cheia de glória. Os cristãos para quem Pedro está escrevendo nunca viram Jesus fisicamente. (Como nós também não). Mas eles creem nele—eles viram Jesus com os olhos da fé. (Como nós também). E esse “ver Jesus” despertou neles “sentimentos santos”. Eles amam a Jesus e se alegram em Jesus com uma alegria diferente—“uma alegria indescritível e cheia de glória”. Ser cristão é ter afeições—sentimentos santos; é experimentar essas emoções espirituais: esse movimento da alma em direção a Jesus. Jonathan Edwards e a Bíblia não estão falando necessariamente de ficar arrepiado, chorar, levantar a mão ou cair no chão. É claro que nosso corpo é afetado pela maneira como nos sentimos. Mas essas manifestações externas não são garantia de você estar tendo uma experiência espiritual verdadeira. A natureza dos sentimentos—dessas afeições—é mais interior e profunda. É esse movimento santo da sua alma que leva você a querer Deus. Nós estamos começando hoje uma série de 5 mensagens nos Salmos chamada “Sentimentos Santos”. Meu desejo é o Senhor use essa série na vida de nossa igreja para que tenhamos um relacionamento com Deus cada vez mais profundo e vigoroso. INTRODUÇÃO: SALMO 119 Minha mensagem hoje funciona como uma simples introdução. Eu tenho 3 comentários iniciais antes de entrarmos no salmo. Primeiro, sobre o formato: o Salmo 119 é o salmo mais longo de todos e o capítulo mais longo da Bíblia. 176 versículos. E esse salmo vem com uma mensagem até na estrutura dele. Repare que antes do versículo 1 está escrito “Álefe”. Agora vá para o versículo 9. Em cima dele está escrito “Bete”. Veja agora o versículo 17. Acima está escrito “Guímel”. Essas são as letras do alfabeto hebraico. O autor se impôs um padrão rigoroso. Todos os versos embaixo daquela letra começam com aquela letra. Em português, seria como se os versos de 1 a 8 começa com A. Os versos 9 a 16 com a letra B. Os próximos 8 começam com C e assim por diante. Mas mesmo se colocando debaixo de tanta restrição, essa restrição não é capaz de limitar o amor dele pela Palavra de Deus. Mesmo sendo amarrado pela estrutura, ele explode em louvor de tão grande que é o amor dele. Segundo comentário inicial, sobre o autor: o salmo não diz quem é. Não tem como nós termos certeza. Mas eu acho que Spurgeon está certo. O salmo tem o tom e o estilo do Rei Davi. A maneira em que o salmista fala tem o jeito do Rei Davi escrever. Mas esse salmo se encaixa ainda mais perfeitamente nos lábios do Senhor Jesus. Ele viveu perfeitamente esse salmo. Ninguém amou tanto a Palavra de Deus quanto ele. O versículo 1 diz: [1] Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor. Jesus cumpre perfeitamente esse verso. Ele é o homem perfeitamente bem-aventurado e perfeitamente irrepreensível que andou perfeitamente na lei do Senhor. O primeiro autor deve ter sido Davi. O autor final certamente é Jesus. Meu terceiro comentário inicial é sobre o fundamento de todo o salmo. O Salmo 119 é uma música de amor a Palavra de Deus. O Salmo 119 tem um assunto: a Palavra. Davi usa várias palavras diferentes para falar da Palavra única de Deus. Por exemplo, vá para o versículo 17: [17] Sê generoso com o teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra. [18] Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei. [19] Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. [20] Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, os teus juízos. Dos 176 versículos, ele cita a Palavra de Deus explicitamente em 172. Os únicos 4 versículos que ele não fala da palavra explicitamente, ele fala implicitamente. A mensagem desses números é: ele está consumido pela Palavra de Deus. Ele não consegue tirar os olhos dela. Ele saliva de fome por ela. O Salmo 119 é uma declaração de amor de um homem apaixonado—com sentimentos santos—por toda a palavra que procede da boca de Deus. MAPA: 3 SENTIMENTOS E 3 DISCIPLINAS O Salmo 119 não tem uma sequência linear de pensamento. O Salmo 119 é diferente dos argumentos de Paulo em Gálatas ou Efésios. Os salmos são orações. Spurgeon chamou esse salmo de “o diário real que Davi escreveu em diferentes épocas durante sua longa vida. O Salmo 119 é uma coletânea de declarações de amor e louvor e clamor a Deus por causa da Palavra dele. Eu tentar resumir o espírito desse salmo em 3 sentimentos santos e em seguida nós vamos aplicar através de 3 disciplinas espirituais—3 atividades santas—que nascem de um coração que foi transformado pela Palavra de Deus. Esse será o nosso mapa para navegar por esse longo e precioso salmo. Enquanto nós passamos por esses pontos, você pode aplicar à sua vida de 2 formas: Primeiro, se examinando e vendo se esses sentimentos de amor pela Palavra existem em você; Segundo, pedindo para Deus fazer esses sentimentos se intensificarem em você. O primeiro sentimento santo é o AMOR. 1.	AMOR. UM AMOR PELA PALAVRA VV.96-97—Tenho visto que toda perfeição tem o seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado. Quanto amo a tua lei! Às vezes, ele usa a palavra “prazer”: V.16—Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei da tua palavra. Às vezes, o amor e o prazer são tão fortes que ele junta os dois para expressar a intensidade do sentimento: V.47—Terei prazer nos teus mandamentos, os quais eu amo. É um tipo de amor que toca no profundo da alma: A minha alma tem observado os teus testemunhos; eu os amo profundamente (V.167). Se Davi precisa escolher entre a Palavra e o mundo, se ele tem, de um lado diante dele uma pilha de notas que valem 500 milhões de reais e do outro lado a Bíblia, e ele só pode escolher uma, ele acha a escolha fácil: Amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado (V.127). Quando você está feliz, você não gosta de cantar? E não é verdade que nós cantamos sobre o que nós amamos? Então! V.54—Os teus decretos [tuas palavras] são motivo dos meus cânticos. O AMOR DE JESUS PELA PALAVRA Nós vemos esse amor pela Palavra de Deus de forma suprema no Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. No deserto, depois de 40 dias sem comer, o diabo se aproxima para tentar Jesus: — Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães (Mateus 4:3). Jesus respondeu: Mateus 4:4—Está escrito: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. O estômago de Jesus estava vazio, mas o coração dele estava cheio—satisfeito—com a palavra do Pai. Esse sentimento santo do amor pela Palavra não terminou em Jesus. O Espírito Santo tem colocado esse amor nos seguidores do Cordeiro. O AMOR DE PAULO PELA PALAVRA Paulo preso em uma prisão gelada esperando para ser executado. Ele sabe que ele só tem mais alguns dias e ele terá que atravessar o rio gelado da morte. Qual seria o seu pedido final antes de morrer? Paulo tinha 2 pedidos para Timóteo: 2 Timóteo 4:13—Quando você vier, traga a capa que deixei em Trôade, na casa de Carpo. [Isso ele pediu para esquentar o corpo. Agora vem o pedido mais importante:] Traga também os livros, especialmente os pergaminhos. [Isso ele pediu para esquentar o coração]. Eu conversei com um pastor amigo essa semana—Pastor Átila, que está na cidade de Palotina, no Paraná—e ele estava me contando do estudo bíblico que tem ele com os homens da igreja na quarta-feira às 6h da manhã. A temperatura em Palotina às 6h estava em 2 graus. Sensação térmica: 1 grau abaixo de zero. Mas para a alegria dele, os homens não ficaram embaixo do cobertor. A igreja tem 48 homens na igreja e quase 30 homens saíram de debaixo do cobertor para cobrirem o coração com Palavra de Deus. O que faz um ser humano se levantar 6 horas da manhã com -1 grau para ir para um estudo bíblico? É o amor. Esse sentimento santo do amor pela Palavra de Deus—a inerrante, infalível, inspirada, gloriosa e suficiente Palavra de Deus. Povo de Deus, o inverno chegou. Que benção é um café para nos esquentar de dia! Que benção é um chá para nos esquentar de noite! Mas que benção maior é a Palavra de Deus para esquentar nosso coração a qualquer hora—nosso coração que tantas vezes fica gelado por causa do nosso pecado. Senhor, aumenta nosso amor pela Palavra! Mas por que nós amamos tanto esse livro? Por que esse livro é digno de todo o nosso amor? Porque esse livro é o livro DE DEUS. Davi ama tanto a Palavra de Deus porque ele ama a Deus: V.57—O Senhor é a minha porção; eu disse que guardaria as tuas palavras. V.114—Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na tua palavra eu espero. Nosso amor por Deus se manifesta em amor pela palavra dele. Volte para o início do Salmo: V.2—Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração; O texto não fala “os buscam”, no plural. Davi não está falando de buscar os testamentos nesse verso. “O buscam”—no singular. Ele está falando de buscar a Deus. Nós buscamos o Senhor buscando a Bíblia—buscando ouvir ele falar. Quando a Bíblia é aberta a boca de Deus é aberta. E ele fala. Com você. De verdade. São as palavra dele! Nós amamos a Palavra de Deus porque nós amamos o Deus da Palavra. Quando você ama alguém, você quer ouvir o que essa pessoa tem a dizer. Um médico que eu conheço foi convocado pelo exército para deixar a família e ir para a guerra no Irã por 6 meses. 6 meses longe da família. Imagine que ele ficasse sem acesso ao celular. Ele só pode escrever cartas. Se ele fosse seu marido, seu filho, seu amigo próximo, como você receberia as cartas que ele enviasse a você? Nós iríamos rasgar o envelope e devorar a carta com o nosso coração disparado de alegria e amor. Meu irmão, minha irmã, seu Salvador deixou uma coleção de carta para você antes de ir para o céu. E aqui está o mistério maravilhoso dessas cartas. Quando nós lemos e ouvimos as palavras de Cristo, nós estamos recebendo o amor dele e amando ele de volta. Sentimentos santos fluem dele para nós e de nós para ele. 1.600 anos depois do apóstolo Paulo, um outro pregador foi preso por causa da fé dele. Um homem chamado John Bunyan, que curiosamente escreveu o livro mais vendido da história depois da Bíblia. Um livro chamado “O Peregrino”. Na prisão, ele não tinha muito mais do que a Bíblia dele. Mas a Bíblia foi tudo o que Deus precisou para se encontrar com esse homem dentro daquela cela. Ouça o testemunho dele: Nunca em toda a minha vida eu absorvi tanto à Palavra de Deus como agora [na prisão]. Aquelas passagens, nas quais eu não via nada antes, brilharam sobre mim neste lugar… Jesus Cristo também nunca foi tão real… como agora. Aqui eu vejo e sinto a ele de verdade... Tive doces visões do perdão dos meus pecados neste lugar e da minha presença com Jesus em outro mundo. [Fonte: https://www.desiringgod.org/messages/to-live-upon-god-that-is-invisible]. Nós também podemos ter esse tipo de comunhão com Cristo através da Palavra de Cristo. Esse sentimento santo do amor por ele nos leva à Palavra dele. E quanto mais nós nos aproximamos da Palavra, mais nos aproximamos de Cristo—melhor nós ouvimos a voz dele falando conosco. Do amor gera os outros sentimentos. Assim como todos os nossos pecados jorram da fonte de água suja do orgulho, os sentimentos santos jorram da fonte da água pura do amor. Além de AMAR a Palavra, o Espírito Santo nos faz BUSCAR a Palavra. 2.	BUSCA A PALAVRA Assim como o amor, essa busca (esse desejo) pela Palavra é fruto do desejo por Deus—de querer comunhão com Deus: [10] De todo o coração te busquei [busquei a Deus]; não deixes que eu me desvie dos teus mandamentos. Uma busca que é a marca dos salvos: [94] Sou teu; salva-me, pois eu busco os teus preceitos. Mas uma busca está ausente naqueles que não conhecem a Deus: [155] A salvação está longe dos ímpios, pois não procuram [não buscam] os teus decretos. Um desejo que consome sua alma: [20] Consumida está a minha alma por desejar, incessantemente, os teus juízos. Um calor consumidor que se manifesta em zelo quando a Palavra de Deus é desprezada no mundo: [139] O meu zelo me consome, porque os meus adversários se esquecem da tua palavra. Como consumiu o Senhor Jesus quando ele estava no templo e virou as mesas e derrubou o dinheiro dos cambistas no chão e disse: “Tirem estas coisas daqui! Não façam da casa de meu Pai uma casa de negócio” (João 2:16). Uma busca, um desejo, um zelo que se manifesta em uma vontade de seguir a Palavra de Deus e obedecê-la, mesmo reconhecendo que muitas vezes nossos passos não têm a firmeza que gostaríamos: [5] Quem dera fossem firmes os meus passos, para que eu observe os teus decretos. Ainda assim, existe uma resolução sincera no coração do cristão de ser fiel a Deus: [30] Escolhi o caminho da fidelidade e decidi seguir os teus juízos. [6] Apresso-me, não me demoro a praticar os teus mandamentos. Você tem sido apressado em obedecer? Existe alguma coisa que vem à sua mente agora que você sabe que tem que fazer, mas você está demorando para obedecer e praticar a Palavra? Por amor a Deus, busque a Deus e com a ajuda do Espírito, encerre a demora e nos apressemos em obedecer. O Salmo 119 tem 22 estrofes, uma para cada letra do alfabeto hebraico? Eu resumi os sentimentos santos em um ABC. Por amor a vocês, eu não vou até a letra Z. ABC. Amar a Palavra. Buscar a Palavra. E confiar. Esse é o sentimento santo da fé. Confiança. Você ama, busca e confia na Palavra de Deus: 3.	CONFIA. CONFIA NA PALAVRA [42] Então saberei responder aos que me insultam, pois confio na tua palavra. As impressões digitais da fé estão no salmo inteiro, mesmo quando a palavra “confiar” não está lá. [137] Justo és tu, Senhor, e retos são os teus juízos. Só fala assim quem confia em Deus. Ou: [145] De todo o coração eu te invoco; ouve-me, Senhor. Só invoca a Deus quem confia que ele existe e ouve e age. Esse sentimento santo de confiar nos faz andar na dependência do Senhor. Se o tolo diz em seu coração: “Não há Deus” (Salmo 14:1), o sábio diz: “Neste Deus ponho minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?” (Salmo 56:4). Nós nunca deveríamos abrir a Bíblia sem orar, porque nós dependemos de Deus para que enxergar as maravilhas da glória dele na Palavra dele: [18] Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei. Você está angustiado? Triste? Se sentindo sem força e sem vida? Você em quem confiar e para onde ir: [50] O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica. Mais uma verdade para você que confia na Palavra: sua aflição é ruim, mas o resultado que Deus produz da sua aflição é bom. Aflição é um professor enviado para ensinar você os decretos do Senhor: [71] Foi bom que eu tivesse passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos. Um padrão na vida do cristão é que essa aflição, em vez de eliminar a confiança na Palavra de Deus, intensifica a fé: [143] Sobre mim vieram tribulação e angústia, mas os teus mandamentos são o meu prazer. Você foi criado para louvar o Senhor, mas até para louvar o Senhor nós dependemos da Palavra do Senhor nos movendo para Deus: [175] Que eu possa viver para te louvar; e que os teus juízos me ajudem. O homem salvo, a mulher salva, ama a Palavra, busca a Palavra e confia na Palavra de Deus porque ele(a) ama a Deus, busca a Deus e confia em Deus. Esses 3 sentimentos santos que dominaram Davi, que dominaram ainda mais o Senhor Jesus, devem dominar o nosso coração se nós queremos ter comunhão com Deus através de Cristo pelo Espírito. A proximidade do nosso relacionamento com Deus é definida pela nossa proximidade da Bíblia. Quanto mais eu mergulho no oceano da Palavra, mais eu me banho da graça. Quanto mais perto da Bíblia eu estou, mais perto de Deus eu estou. Quanto mais longe da Palavra—mais longe de Deus. Senhor, aumenta nosso amor pela tua Palavra! Esses 3 sentimentos santos nos movem a 3 atividades santas—3 disciplinas espirituais. Nós não queremos ser apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra (Tiago 1). Se nós queremos conhecer mais o Senhor Jesus e ter uma comunhão mais profunda e intensa e vigorosa com ele—nosso amor, nossa busca e nossa confiança deve nos levar a 3 atividades que estão espalhadas pelo Salmo 119. A primeira atividade santa é a: 1.	A MEDITAÇÃO A meditação aparece várias vezes no salmo: [97] Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia! Ler rápido não é pecado. Mas se nós queremos imprimirmos a Palavra de Deus no coração, nós precisamos incluir no nosso arsenal de leitura uma leitura mais lenta. Uma leitura que leve você não só a passar o olho pelas palavras, mas que dê tempo para as palavras passarem pelo seu coração. Um tipo de ler que inclua meditar. O mundo define meditação como o esvaziar a mente dos pensamentos. A Bíblia define meditação como o encher a mente dos pensamentos... de Deus! Meditar na Palavra de Deus fará de nós pessoas felizes—bem-aventuradas: Bem-aventurado é o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Salmo 1:1-2). Meditar é mais do que ler. Meditar é ruminar. Meditar é como bochechar um enxaguante bucal de menta. Aquilo não foi feito para você engolir rápido. Ele foi feito para você colocar na boca e bochechar e bochechar até que o sabor de menta tenha dominado sua boca. Meditar é bochechar a Palavra até que ela tenha dominado nosso espírito. Você lê em João 10:11: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas”  e você para, mastiga e rumina. Você se lembra da cruz. “Meu Salvador, meu Bom Pastor, deu a vida por mim. Ele me ama”. E você transforma sua meditação em uma oração: “Senhor, aumenta a minha fé no meu Bom Pastor”. O nosso objetivo quando nós abrimos a Bíblia não é terminar os capítulos do dia. Nosso objetivo é nos encontrarmos com o Rei da Glória. Eu estou convencido que um dos maiores perigos que nós enfrentamos nessa vida é a agitação. O perigo de viver sempre com pressa, em um tipo de correria que nos impede de parar e meditar e deixar a Palavra de Deus fazer o trabalho de mudar o sabor da nossa alma. A meditação é o processo que toma a palavra da mente e coloca no coração. Nós precisamos conhecer a Palavra de Deus. Crescer no conhecimento. Mas para crescer também na graça—nós precisamos praticar a bendita atividade espiritual da meditação. Veja se não é isso que Davi está falando no versículo 99: [99] Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. A causa da sabedoria expandida de Davi foi a meditação. Essa é a explicação também do porque é possível uma pessoa simples ser mais piedosa do que alguém que tem mestrado em teologia. Porque a meditação é o processo que Deus criou para a transformação do nosso coração. É o processo que o Espírito Santo usa para nos mudar. Para o bem da sua alma, cristão, leia a Bíblia—e leia mais devagar. Sem agitação. Mastigando. Ruminando. Meditando. Tirando as vitaminas celestias da Palavra para nutrir seu coração com a graça. A segunda atividade santa—a segunda disciplina espiritual—que alimenta sentimentos santos em nós é a MEMORIZAÇÃO. 2.	A MEMORIZAÇÃO Se meditar é bochecar a Palavra de Deus, então memorizar é engolir. É colocá-la dentro de você. É guardar: [11] Guardo a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti. Guardar tem a ideia de armazenar, estocar, esconder em um lugar seguro como fez o homem da parábola de Jesus. Ele encontrou um tesouro em um campo, escondeu e transbordante de alegria vendeu tudo para comprar o campo e ficar com o tesouro. Memorizar é ser capaz de recitar a palavra de Deus de cor—de memória, sem ter a Bíblia na sua mão. Como Pedro foi capaz de pregar em Pentecostes citando profeta Joel, e depois citando o Salmo 16 e terminando com o Salmo 110 sem uma Bíblia na mão? Ele tinha a palavra guardada no coração. Como Jesus expulsou Satanás no deserto, quando ele estava sendo tentado? Ele tinha a palavra guardada no coração. Nós lutamos da mesma maneira. Está aqui uma disciplina espiritual, que, me parece, nós temos bastante espaço para crescer. Deus nos fez com a capacidade de memorizar coisas. Sua memória é provavelmente muito melhor do que você imagina. E o que pode ser mais precioso do que guardarmos a Palavra de Deus para não pecar contra ele. Em Efésios 6, Paulo chama a Palavra de Deus de a espada do Espírito. É a espada que você usa para lutar contra a carne. A pessoa que tem versículos memorizados pode sacar essa espada a qualquer momento e usar de uma violência santa contra a carne e o diabo. E nós podemos usar os versículos memorizados como pão que alimenta nossa alma. Não é bom comer antes de dormir porque isso vai dar um refluxo. Mas isso só vale para o seu corpo, não para a sua alma. Você pode deitar a cabeça no travesseiro, fechar os olhos e recitar versículos e salmos e encher a barriga da sua alma da Palavra de Deus. Isso não faz mal—ó, pelo contrário! Muito pelo contrário! E quando você acorda e já vem vários pensamentos à sua mente que começam a deixar você ansioso ou desanimado ou com medo? Como você luta contra esses pensamentos? Como você para de apanhar e parte para o ataque? Nós precisamos usar a espada que Deus nos deu—a espada do Espírito: O Senhor é o meu pastor, nada me faltará (Salmo 23:1) Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam (Salmos 23:4). Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Romanos 8:28). Dawson Trotman fundou um ministério cristão chamado “Os Navegadores”. Ele conta que nos 3 primeiros anos de convertido—nos  primeiros 1.000 dias de convertido ele memorizou 1.000 versículos. E ele era uma pessoa normal. Ele trabalhava como caminhoneiro, dirigindo o dia inteiro para lá e para cá. Mas ele redimiu o tempo e usou para recitar os versículos durante as viagens. Uma ideia: você pode imprimir ou copiar versículos e espalhar folhas pela sua casa—para você ler antes de dormir ou no banheiro enquanto você escova o dente. Não é melhor do que ficarmos pensando na morte da bezerra? Que benefício espiritual nós poderíamos colher se nós nos dedicássemos a árdua e bendita disciplina de memorizar a palavra—de guardar a palavra no coração para não pecar contra o Senhor. Senhor, aumenta nosso amor pela tua Palavra! A terceira disciplina espiritual que deve fluir de nossos sentimento santos é: 3.	A ORAÇÃO A oração é um termômetro preciso para medir o calor dos nossos sentimentos santos. Os versículos 169 e 170 falam explicitamente de oração: [169] Chegue a ti, Senhor, a minha súplica; dá-me entendimento, segundo a tua palavra. [170] Chegue a minha petição à tua presença; livra-me segundo a tua palavra. Mas o salmo inteiro é uma oração. Os 176 versículos são 176 orações a Deus. E se nós queremos perseverar e chegar até o fim, nós precisamos andar ajoelhados. Quando eu digo ajoelhado, eu não estou pensando principalmente no seu joelho. Eu estou pensando mais no seu coração. Um coração ajoelhado, dobrado, prostrado diante do Senhor em oração. Eu sei que não preciso convencer você que você deve orar. Mas eu vejo que Martin Lloyd-Jones estava certo quando ele disse que “tudo o que nós fazemos na vida cristã é mais fácil do que orar”. E Thomas Shepherd, pastor puritano, em um momento de brutal honestidade, confessou: “Existem momentos na minha vida em que eu preferiria morrer do que orar”. Martin Lloyd-Jones e Thomas Shepherd não estão inventando coisas. Nós sabemos. É mais fácil ser Marta e andar de um lado para o outro do que aquietar nosso coração aos pés de Jesus como Maria. Aqui vai um encorajamento: oração é mais do que um dever. É um prazer. Um privilégio. E uma das maneiras de imprimirmos essa verdade em nós é nos lembrarmos, como Michael Reeves disse, que a oração não é principalmente uma atividade a ser executada. Oração é uma Pessoa a ser encontrada. Orar é ter comunhão com o Senhor. Olhar menos para a atividade de orar e olhar mais para a Pessoa com quem você vai se encontrar na oração—Deus!—faz nosso espírito se prostrar mais fácil e com mais alegria. CONCLUSÃO Que o Senhor nos perdoe pela nossa falta de amor, nossa falta de buscar a Palavra e confiar na Palavra dele. E que ele usa a Palavra dele para despertar sentimentos santos em nós. Como Davi orou no Salmo 119, é essa palavra que nos dá vida—que nos vivifica: [25] Minha alma está apegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. Para onde iremos, só o Senhor tem as palavras de vida eterna. Por volta de 1600, em um tempo de perseguição na Escócia, um homem chamado George Wishart foi preso por causa da fé dele em Cristo. Ele foi sentenciado à morte por enforcamento. O costume na época era que, antes de ser executado, o condenado podia escolher um salmo para ser cantado. George Wishart pediu para cantar o Salmo 119—176 versículos. Parece que ele tinha ainda esperança de ser solto e queria ganhar tempo. E funcionou. Antes de eles chegarem no versículo 100, a sentença de morte dele foi cancelada e ele foi solto. Eu quero acreditar que o Senhor trouxe quebrantamento naquele lugar de morte. Deus usou o Salmo 119 para salvar um servo dele. Nesse caso, literalmente. E ele continua usando a Palavra dele para salvar espiritualmente todos aqueles que se achegam a Jesus com fé. Você também pode ser perdoado da sua sentença. Cristo foi sentenciado a morte e morte de cruz para salvar pecadores como nós. O Salmo 119 termina dizendo: Ando errante como ovelha perdida; procura o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos (v. 176). Jesus é o Bom Pastor que nós precisamos. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós (Isaías 53:6). Que nossos sentimentos santos sejam mais e mais vigorosos e intensos até que nossas afeições por Cristo sejam purificadas com a glória dele no dia em que nós vermos a ele como ele é. A religião verdade consiste, em grande parte, de sentimentos santos. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Salmo 119 | A Palavra

“A verdadeira religião consiste, em grande parte, de afeições santas”.

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22 de Junho de 2025 – IBJM Nós precisamos de esperança para viver. Esperança é o oxigênio que a nossa alma respira. Sem esperança, nós somos sufocados. Mas respirando esperança, nós nos movemos e existimos.   Converse com duas pessoas: uma sem esperança e a outra pessoa com esperança, e qualquer um de nós percebe a diferença. Nós precisamos e queremos esperança.   Romanos 5 está falando de esperança, mas é sobre uma esperança específica: a esperança da salvação. Nós podemos ser ainda mais específicos. Esse texto é sobre a CERTEZA da esperança da salvação.   Na última frase do versículo 2, Paulo disse que nós nos gloriamos (nos alegramos) “na ESPERANÇA da glória de Deus”. Depois de falar como Deus usa as tribulações da nossa vida para produzir essa esperança, no versículo 5 ele diz:   Romanos 5:5—Ora, a esperança não nos deixa decepcionados [certeza!], porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.   Nosso texto (no versículo 6) começa com “porque”. Paulo vai usar fatos concretos para nos dar uma esperança concreta no amor muito concreto de Deus.   Não é presunção ou arrogância ter certeza de que Deus ama você. É possível ter certeza de que você será salvo no grande Dia do Julgamento.   É possível você viver com esperança tão firme quanto o chão que você está pisando agora. Uma certeza imóvel. Sólida. Nós, pecadores, podemos ter certeza absoluta do amor de Deus e ter certeza absoluta do que vai acontecer com você quando você morrer. Você pode viver com uma certeza santa e concreta de que você é de Cristo e Cristo é seu.   A minha oração é que, se você está na dúvida, hoje aconteça uma troca: você troque a dúvida pela certeza; você troque o medo pela esperança.   Crianças, como vocês reagiriam se, quando você chegar em casa hoje depois do culto, tivesse na sua casa um presente maior do que você? Uma caixa enorme. Você ficaria cheio de expectativa. E se o presente fosse até o teto? E se o presente estivesse em um embrulho tão grande que teve que ficar para fora da sua casa?   O presente que Deus está nos dando nessa passagem da Bíblia é maior. É maior do que você, maior do que sua casa. É maior do que o mundo. O presente que Deus oferece nesse texto é Cristo. A salvação é o embrulho. O presente é Cristo.   Paulo divide o argumento dele em 3 partes ou em 3 tempos. Ele vai, primeiro, para o PASSADO. Depois ele avança para o FUTURO. E ele termina aterrissando no PRESENTE.   Primeiro, Paulo volta no PASSADO e nos leva para a FONTE:   1.     PASSADO: A FONTE DA NOSSA SALVAÇÃO (VV. 6-8)   A certeza da sua vida eterna está na morte de um homem. Um homem que também é Deus.   A certeza da nossa esperança está na MORTE de CRISTO. Ouça a descrição daqueles que Deus amou:   [6] Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. [7] Dificilmente alguém morreria por um justo, embora por uma pessoa boa alguém talvez tenha coragem para morrer. [8] Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.   No versículo 10, Paulo ainda diz:   [10] Porque, se nós, quando inimigos...   Essa é a descrição—o currículo—daqueles que Deus ama. Que lista! Fracos, ímpios, pecadores e inimigos. De quem Paulo está falando? Ele está falando de nós.   Porque Cristo, quando nós  ainda éramos fracos...   E para mostrar o esplendor desse amor, Paulo faz um contraste entre esse amor divino e o amor humano.   [7] Dificilmente alguém morreria por um justo...   Dar a vida é dar muita coisa. É dar tudo. Dificilmente alguém dá vida por alguém, mesmo que seja uma pessoa justa. Mas, pode acontecer.   Continuação do v.[7] ...embora por uma pessoa boa alguém talvez tenha coragem para morrer.   Esse tipo de sacrifício me lembra da história de um jovem americano de 14 anos chamado Jack Lucas. Ele queria muito lutar na Segunda Guerra. Como ele parecia mais velho, ele conseguiu enganar os recrutadores e entrou na Marinha mesmo antes de ter 18 anos.   Em 1945, com 17 anos, ele foi junto com um grupo lutar no Japão. Ele chegou na praia sem nenhuma arma. Ele achou um rifle que estava no chão. No dia seguinte, ele estava com 3 soldados rastejando pelas trincheiras e de repente, 8 japoneses apareceram em frente a eles. Jack matou um deles na hora.   O rifle dele emperrou. Os japoneses jogaram uma granada perto. Ele chutou a granada para o lado. Logo depois, eles jogaram outras granadas. Jack, então, se jogou em cima das 2 granadas para proteger os companheiros. Ele se lembra de ter pensado na hora: “Eu vou morrer”.   Ele não morreu. Depois de 1 ano no hospital e 21 cirurgias, ele recebeu alta. Ele foi a pessoa mais jovem até hoje a ganhar uma medalha de honra ao mérito. Fonte: https://www.desiringgod.org/articles/a-call-to-teenagers-to-be-free   Jack Lucas foi corajoso. Ele se atirou na granada dos inimigos para salvar os amigos. Isso é raro, mas pode acontecer. Mas o amor corajoso de Jack Lucas são uma pequena ilustração de um amor corajoso maior.   Lucas 9:51—E aconteceu que, ao se completarem os dias em que seria elevado ao céu, Jesus manifestou, no semblante, a firme resolução de ir para Jerusalém.   Firme resolução. Jesus também não fugiu da morte. Ele sabia que ele seria preso, humilhado, torturado e crucificado em Jerusalém. E mesmo assim, ele foi.   Mas tem uma diferença entre Jack e Jesus. Jack se jogou na granada que os inimigos atiraram para salvar seus amigos. Jesus fez mais. Muito mais. Jesus se atirou na granada da ira de Deus para salvar seus inimigos. Jesus deu a vida para nós—fracos, ímpios, pecadores.   Esse é o amor divino. É um amor de outro mundo. O amor de Deus tem outra natureza.   Antes de nós nos movermos 1 centímetro em direção a Deus, Jesus se moveu em uma distância infinita—do céu para a terra—para morrer por nós. Ele cruzou a distância infinita entre o Criador e a criação e se fez homem—para morrer por nós.   Cristão, essa é a razão da sua esperança. A âncora da sua salvação. O fundamento da sua paz. Que outra prova Deus precisa dar para mostrar o amor dele por nós?   [8] Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.   Nós precisamos de esperança. Nós queremos esperança. Mas nós nunca teremos certeza da esperança da salvação se nós procuramos no lugar errado. E muitas vezes nós procuramos no lugar errado.   Um lugar errado para se buscar esperança são as circunstâncias da nossa vida.   CIRCUNSTÂNCIAS   Se as coisas estão dando certo, Deus me ama. Se as coisas estão difíceis, será que Deus me ama? Se eu consegui um emprego, Deus me ama. Se eu não consegui um emprego, será que Deus me ama mesmo? Se eu tenho dinheiro sobrando, Deus me ama. Se minha conta está negativa, será que Deus me ama?   Quantas vezes nós vamos para o lugar errado buscar esperança. Se Deus me der o que eu tanto quero, eu tenho certeza do amor dele. Se ele não me dá, eu fico inseguro.   Povo de Deus, nosso nível de conforto nesse mundo não é o termômetro para medir o amor de Deus.  As nossas circunstância flutuam demais. Se nós amarrarmos a nossa esperança nas circunstâncias, nossa esperança vai flutuar também. Nós precisamos de um lugar mais firme, mais sólido, mais concreto.   Um segundo lugar comum (e ruim!) para buscarmos esperança e segurança é o nosso próprio coração.   CORAÇÃO   Nós vamos viver inseguros sobre o amor de Deus e inseguros sobre a esperança da glória se a BASE da nossa segurança for o nosso próprio coração.   Muitas pessoas ficam na dúvida se elas vão para o céu porque elas se sentem indignas de estar na presença de Deus. Se você luta contra esse pensamento. Se você pensa: “Eu entendo Deus amar algumas pessoas, mas me amar? Depois das coisas que eu já fiz? Diante dos pensamentos que já entraram na minha mente?”   Se você se acha indigno demais para receber o amor de Deus, eu tenho uma notícia ruim e uma notícia boa para você. Qual você quer primeiro? A ruim.   Muito bem. A ruim é essa: você é pior do que você imagina. Pior. Você é mais indigno do que você consegue perceber. Imagine se você tivesse os olhos dos anjos—com a santidade deles—para ver o mal que ainda está no seu coração? Quanto mais santo uma pessoa é, mais repugnante é o pecado.   Coloque um homem mundano na roda de escarnecedores, e ele se sente em casa. Coloque um homem santo na mesma roda, e ele não consegue suportar as conversas impuras e maldosas.   Imagine se pudéssemos ver o que ainda resta de pecado em nós com os olhos santos de um anjo. Nós seríamos derrubados no chão de tão escandalizados com que está aqui dentro.   Você é mais indigno do que você imagina. Essa é a notícia ruim, meu amigo indigno.   Agora vem a notícia boa. Só os indignos podem entrar no céu. Neste exato momento, o céu está cheio pessoas indignas. O que fez eles entrarem no céu não foi a dignidade deles. Foi a dignidade de Cristo. Eles confiaram na dignidade de Cristo. Eles colocaram a esperança delas naquele homem que foi morto na cruz.   Para você entrar no céu e viver hoje com esperança, você precisa confessar para Deus: “Senhor, eu sou indigno. O que a tua Palavra fala é verdade: eu sou fraco, ímpio, pecador—eu nasci um inimigo do Senhor”.   Deus salva os indignos. Jesus disse que não veio para os justos, mas para os pecadores. Eu disse que era uma boa notícia. Esse é o evangelho.   O nível de dignidade do nosso coração também não é o bom termômetro para medir o amor de Deus.   CRUZ   Deus não prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de nossa vida estar fácil. Deus não prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de eu me sentir digno.   [8] Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.   O lugar certo para a nossa segurança é na cruz. Não nas circunstâncias. Não no nosso coração. Na cruz. Em Cristo. Essa é a nossa fonte concreta de esperança.   Quão grande é o nosso pecado! Ao ponto da morte de Cristo ser necessária para nos salvar. Quão grande é o amor de Deus! Ao ponto de entregar o próprio Filho para nos salvar.   O tamanho do amor de alguém pode ser medido pelo que essa pessoa está disposta a nos dar.   Você se sentiria amado se alguém desse para você um carro? Você se sentiria amado se alguém desse para você uma casa?   Quão amados nos somos, então, por aquele que nos deu um filho? Não qualquer filho. O Filho. Deus entregou aquele que é:   (...) [a] imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para ter a primazia em todas as coisas (Colossenses 1:15-18).   Você não quer ter uma esperança concreta? Você não quer ter certeza do amor de Deus e da vida eterna? Olhe para a morte do filho de Deus. Essa é FONTE da sua salvação e da sua esperança.   Paulo agora faz uma viagem no tempo. Ele vai do passado—a morte de Cristo 2 mil anos atrás—para o futuro, a salvação no grande Dia do Julgamento.   2.     O FUTURO DA NOSSA SALVAÇÃO (VV. 9-10)   Duas vezes ele fala “seremos salvos”—nossa salvação futura.   [9] Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. [10] Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida!   Para nos convencer da nossa esperança certa, Paulo fala de dois BENEFÍCIOS ou duas GRAÇAS (dois presentes) que você recebe quando você crê em Cristo.   Primeiro, no versículo 9, ele fala que fomos JUSTIFICADOS:   [9] Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.   Justificados pelo seu sangue—o sangue de Cristo—o sangue da morte de Cristo.   Justificados é a linguagem usada em um tribunal, como nós temos visto em Gálatas. Nesse caso, o tribunal de Deus. Ser justificado é ser declarado justo. É mais que inocentado de um determinado crime. É mais que ouvir do Juiz: “Não Culpado”. Justificado é ser declarado perfeitamente obediente e digno de viver na presença de Deus.   A maneira—a única maneira—que você pode ouvir de Deus, o Juiz de Toda a Terra: “Você é perfeitamente justo, meu filho” é se Jesus for seu Advogado. Ele precisa entrar no tribunal para defender você. Mas é mais do que isso. Não só defender você. Jesus substitui você. Tomar o seu lugar. A condenação que era para ser sua, caiu sobre ele.   Como aconteceu no Egito com o povo de Israel. No Dia da Páscoa, Deus falou para eles matarem um cordeiro e colocar o sangue nas laterais e na viga da porta. Deus disse: “Quando eu vir o sangue, passarei por vocês” (em invés de julgar vocês).   Eles não foram salvos porque eles eram mais dignos que os egípcios. Eles não foram salvos porque eles eram menos pecadores. Eles foram salvos por causa do sangue. Esse era o lugar da esperança do povo de Deus.   Pela fé em Cristo, você é justificado—a justiça (a perfeição) dele é considerada sua. O sangue dele é o coração do evangelho e da nossa salvação.   O segundo presente da graça que Jesus comprou para nós com o sangue dele foi nossa RECONCILIAÇÃO.   Mais do que JUSTIFICADOS. Nós fomos:   RECONCILIADOS   [10] Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho.   Se justificado é a linguagem de tribunal, reconciliados é a linguagem da amizade. Nós e Deus não podíamos conviver no mesmo lugar. Existiam uma inimizade. Do nosso lado: rebelião contra Deus. Do lado de Deus: ira santa por causa do nosso pecado.   Tentar chegar perto de Deus carregando o meu pecado é como eu tentar colocar a mão no Sol e achar que eu vou sobreviver. Eu não vou. Eu seria incinerado instantaneamente.   Nós quase derretemos com um calor de 60 graus. A temperatura da superfície do Sol é de 6 mil graus. A santidade de Deus é mais forte, mais quente e tem mais glória do que 10 mil sóis juntos.   Mas louvado seja o Deus santo, santo, santo! Existe uma maneira segura de você se aproximar de Deus—com a certeza da esperança de que você não só irá continuar vivo, mas você será recebido com todo o amor divino.   A maneira segura e certa é a morte dele:   [10] (...) reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho.   Você já experimentou inimizade com alguém? Alguém fez alguma coisa contra você, ou falou alguma coisa para você que ofendeu você demais. E agora uma barreira de inimizade foi levantada.   Vocês não estão se falando direito. Ou vocês não conseguem ficar juntos no mesmo lugar. Poucas coisas nessa vida tiram mais a paz de uma pessoa do que a inimizade com alguém—um relacionamento que foi interrompido, quebrado, desfeito.   Se a inimizade causa dor, o que dizer de quão doce é a reconciliação! A pessoa vem até você e pede perdão. Ela confessa: “Eu não deveria ter feito aquilo. Pequei contra Deus e contra você. Me perdoa”. E vocês se abraçam e choram e se beijam.   Se a inimizade sufoca, a reconciliação nos faz respirar e viver. Dá esperança.   Existe uma beleza celestial na reconciliação porque ela aponta para a graça de Deus—cada reconciliação humana é uma pequena demonstração da beleza da nossa reconciliação com Deus.   Mas você sabe onde está a maior beleza da sua reconciliação com Deus? A maior beleza está em quem tomou a iniciativa. Não fomos nós—que ofendemos a Deus com a nossa maneira de viver. Não fomos nós, ímpios e pecadores.   Quem tomou a iniciativa foi a Pessoa ofendida. Nós ofendemos o Deus santo, mas é ele que vem se reconciliar conosco.   Essa é a maior beleza da reconciliação que o evangelho de Jesus nos dá. A beleza (a glória) está em Deus.   1João 4:10—Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.   Como John Stott disse: “Deus nos deu Deus para nos livrar do próprio Deus”. A culpa da inimizade é nossa, mas quem morreu para nos reconciliar foi ele—o ofendido. Isso é amor. Isso é graça. Esse é o Deus da esperança.   Você pode se reconciliar com Deus hoje: fé na morte do Filho dele. Você terá uma esperança mais forte do que a morte e tão concreta quanto uma cruz. Sólida. Imóvel. Firme.   Justificados pelo Juiz de Toda a Terra. Reconciliados com o nosso Deus e Pai.   Eu tenho mais uma observação antes de resumirmos o argumento de Paulo nesses dois versículos. Minha observação é sobre o tempo da nossa salvação.   FUI SALVO E SEREI SALVO   Nós, cristãos, falamos muito de salvação. Eu fui salvo quando era criança. Eu fui salvo depois que eu casei. Eu fui salvo ouvindo o evangelho em casa. Eu fui salvo lendo a Bíblia. Eu fui salvou ouvindo uma pregação. Nós falamos da nossa salvação no passado. E isso não é errado. É bíblico. Em Efésios 2, Paulo diz que nós somos salvos pela graça.   Mas a salvação é também uma realidade futura. A consumação da nossa salvação ainda vai acontecer. A Bíblia fala da salvação no passado porque ela é certa—nós podemos ter certeza dela hoje, mas em um aspecto muito real e final, a nossa salvação ainda vai acontecer. É por isso que Paulo fala, duas vezes nesses dois versículos (9 e 10), que nós seremos salvos—futuro.   Existe uma razão para a Bíblia falar da nossa salvação no futuro, como algo que ainda vai acontecer. Você consegue ver essa razão quando você pergunta: “Eu preciso ser salvo de quê?”   Salvo dos seus pecados? Sim. Salvo da escravidão de Satanás? Sim. Salvo da condenação do inferno, sim também.   Mas acima de tudo e antes de tudo, nós precisamos ser salvos da ira de Deus. A ira santa de Deus que será derramada no Dia do Julgamento:   [9] Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.   OU:   1Tessalonicenses 1:10—para aguardar dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura.   OU:   João 3:36—Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.   A ira que deveria permanecer e cair sobre nós por toda a eternidade, foi desviada. Foi desviada para sempre. Nós estamos seguros para sempre. A ira de Deus não simplesmente sumiu. Ela foi desviada para um outro lugar. Essa ira foi redirecionada para Jesus na cruz. Foi por causa do sangue dele que nós fomos salvos e nós seremos salvos.   DO MAIOR PARA O MENOR   A estratégia de Paulo para nos dar a certeza da esperança da salvação é ir do maior para o menor. Ele mostra o que Deus já fez no passado por nós para nos dar segurança do que ele vai fazer por nós no futuro.   Se quando nós éramos ímpio, inimigos de Deus, Deus enviou o Filho dele para morrer para nos justificar e nos reconciliar com ele, se ele já fez o mais difícil e mais custoso, é claro que agora ele vai nos salvar no dia do julgamento.   Não tinha nada de mais preciosos que Deus podia dar. Não tem. Deus deu Deus. Deus deu Cristo. Se ele já deu Jesus, é claro que ele não irá negar qualquer outro bem.   É a mesma lógica de:   Romanos 8:32—Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?   Sim, é claro que ele dará! Se ele já deu o Filho, ele dará tudo o que precisamos.   Se ele já moveu a minha montanha de pecados e colocou nos ombros do filho dele (que era o mais pesado), é claro que ele está disposto a me perdoar de novo. Se ele já me ressuscitou e me tirou da morte para a vida (que é o mais difícil), é claro que ele irá me manter com vida espiritual e fé até o fim.   Se Jesus morreu para me reconciliar com Deus, agora que Jesus está vivo e reinando, agora que eu sou justificado, um filho de Deus reconciliado, é claro que agora ele irá terminar a obra dele e nos salvar.   Povo de Deus, nós faríamos bem em usar esse argumento da graça de Romanos 5 em nosso favor. Quando eu fico inseguro sobre o amor de Deus e preocupado se Deus irá realmente me ajudar no que eu preciso, isso prova que eu estou me esquecendo do que Cristo já fez por mim naquela cruz. Do amor que ele já provou com o sangue dele.   Minha insegurança e minha preocupação mostram que eu não estou usando a lógica do amor provado de Deus de Romanos 5.   O que você iria pensar se seu filho (sua filha), depois de milhares de horas de dedicação ao longo de anos, depois de milhares de reais gastos ao longo de anos, ele chegasse para você chorando desesperando dizendo: “Entrou uma farpa no meu dedo, mas você não me ajuda! Você não se importa comigo!”.   Filho, como assim? É claro que eu me importo. O que mais eu preciso fazer para provar que eu amo você? Parece os discípulos acordando Jesus no barco: “Mestre, o senhor não se importa que pereçamos?” (Marcos 4:38).   Mas é exatamente o que eu estou fazendo quando eu fico inseguro se Deus realmente irá me ajudar. E quando isso acontece, eu preciso começar pedindo perdão: “Senhor, me perdoe por pensar que o Senhor não se importa. Me perdoe por duvidar do seu amor. Aumenta a minha fé. Renova a minha esperança”.   Essa semana, quando uma farpa de tribulação entrar no seu dedo e doer, e você começar a ficar preocupado, crente, traga à sua memória o que pode dar esperança para você:   Romanos 8:32—Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?   Sim, ele dará. Ele já provou o amor dele. Se ele tirou o peso da ira dele sacrificando o Senhor Jesus no nosso lugar, ele vai nos ajudar a tirar as farpas que ainda entram no nosso dedo nessa vida.   Nos versículo 6 a 8, Paulo foi para o passado e nos lembrou da FONTE da nossa salvação e esperança: a morte de Jesus. Nos versículos 9 e 10, ele foi para o futuro. Agora que nós já somos justificados e reconciliados e filhos amados, certamente nós seremos salvos no dia da ira de Deus.   Paulo continua a viagem no tempo. No versículo 11, ele vem do futuro e aterrissa no presente. Ele volta para o presente e mostra como a sua esperança futura afeta a sua vida agora.   3.     PRESENTE: ALEGRIA   [11] E não apenas isto, mas também nos gloriamos [nos alegramos] em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação.   A certeza do que vai acontecer conosco no futuro cria uma alegria no presente. Ter certeza de que nós fomos reconciliados com Deus por causa do grande amor dele e por causa da iniciativa dele e porque ele enviou o Filho, cria uma alegria (uma esperança alegre) no nosso coração.   Você vê pessoas assistindo o jogo do seu time de futebol, e o time faz um gol; tem gente que entra em um êxtase semi-incontrolado: e grita e chora e parece que a pessoa vai explodir de alegria.   Nada contra futebol. Muito pelo contrário. Eu não quero ofender ninguém, mas é o melhor esporte do mundo.   Mas se os homens desse mundo ficam tão felizes porque o seu time venceu uma disputa de futebol, quanta alegria nós deveríamos ter por que o Rei do Universo venceu o mundo e morte (sozinho!) por nós.   CONCLUSÃO   Você pode ter certeza da sua salvação. Isso não é arrogância. Isso é esperança. Uma esperança tão concreta quanto a cruz. Uma esperança que não decepciona você, como a esperança nas coisas desse mundo vai decepcionar.   Uma salvação que nos cantar:   Minha esperança está em Deus, em Sua Palavra prometeu. No dia mau, Tu me livrarás, Tu és minha salvação, Senhor.   Na longa espera, na aflição, no vale ou na tribulação. Tua graça irá me fortalecer, Tu és minha salvação, Senhor.   E quando a vida ao fim chegar, a morte não me vencerá. Levantarei, para casa irei, Tu és minha salvação, Senhor.   Quem é como o Senhor, meu Deus? Salva os Seus com amor fiel. Pagou, venceu, tudo consumou. Tu és minha salvação, Senhor.   Nosso Senhor andou em direção à cruz uma firme resolução. Ele quer que nossa esperança nele seja firme também. Ele é a nossa salvação. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Romanos 5:6-11: A Esperança da Salvação

Cristão, essa é a razão da sua esperança. A âncora da sua salvação. O fundamento da sua paz. Que outra prova Deus precisa dar para mostrar o amor dele por nós?

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15 de Junho de 2025 – IBJM O tema desta mensagem é “Deus no nosso sofrimento.” Por que este tema?    A.  Primeiro, eu diria, porque o sofrimento é um grande tema no livro de 1 Pedro, Por exemplo, em I Pedro 1.6, ele nos diz: “Nisso vocês exultam, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejam contristados por várias provações”   E também vemos este tema no 4.12: “Amados, não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo.”   Também é o tema no nosso texto. O verso 9 fala de “seus irmãos que estão passando por sofrimentos iguais” e no verso 10, “depois de vocês terem sofrido por um pouco.   Existe o sofrimento de simplesmente viver num mundo caído cheio de pecado, mas Pedro fala especificamente do cristão que sofre por seu compromisso em fazer a vontade de Deus, e seguir o seu Salvador.   B.  A segunda razão que escolhi este tema é porque Deus é relevante no sofrimento. Dos 6 versos do nosso texto, 4 deles incluem Deus como o personagem central em meio ao nosso sofrimento. Eu quero dizer para vocês que Deus é relevante, é central, no nosso sofrimento mesmo se não O tratarmos assim.   Algumas semanas atrás, a minha filha Hannah me ligou sobre o reparo do carro dela que precisava fazer. Ela está fazendo faculdade nos EUA e é bem limitada financeiramente. O custo que foi passado para ela para fazer o conserto foi super alto, mais do que o valor do próprio carro. Então, como eu respondi? Eu gostaria de dizer que respondi com fé nas promessas e na providência de Deus. Que eu encorajei com calma a minha filha, dirigindo ela á fidelidade de Deus e que então clamei ao Senhor em oração junto com ela, demonstrando que Deus é confiável.   Mas, isso seria uma grande mentira! A verdade é que eu respondi como se Deus não fosse onipotente, soberano, e bom. Eu respondi com desespero, me entregando ao controle do medo e da ansiedade. Por alguns minutos, eu agi como um ateu, como se Deus não existisse.   Povo de Deus, nós sempre estamos respondendo a Deus no nosso sofrimento. Naquela tribulação, eu estava respondendo a Deus—tratando-O com se estivesse ausente, ou que não se importasse ou que não tinha poder para me ajudar.   Podemos tratar nossas tribulações como se escapassem  da soberania de Deus, mas Deus tem domínio sobre tudo, inclusive nosso sofrimento. Sempre estamos respondendo a Deus no sofrimento.   GRANDE IDEIA: Queremos ver neste texto em I Pedro: a atitude que deveríamos ter para com Deus no nosso sofrimento.    No nosso sofrimento, devemos ter uma postura de humildade, estando alerta sobre o perigo real do diabo, e lembrando da promessa de Deus de nos levar para o nosso lar eterno.   1.    Em primeiro lugar, nos versos 6 e 7, nós vemos 1) a postura correta no sofrimento.   A.  Esta postura é a humildade.   Pedro diz, “humilhem-se debaixo da mão de Deus.” O que significa se humilhar em meio ao sofrimento? Significa aceitar o sofrimento que o Deus soberano tem ordenado em vez de resistir ou rebelar contra a vontade dEle.   A palavra “debaixo” (da mão de Deus) indica uma submissão.    P. Mas porque eu iria querer me humilhar? Naturalmente, nós não desejamos nos humilhar, nos submeter a ninguém, nem Deus.   P. Porque nos humilhar debaixo da mão poderosa de Deus?   —Primeiro, Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.  (v.5b)   Pedro já tinha falado sobre a importância da humildade no verso 5: “ Que todos se revistam de humildade…” E porque? “ Porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”   Imagine um Deus onipotente que está contra você! O que poderia ser pior? Deus odeia o orgulho porque desonra o seu poder e cuidado, e acaba tirando das pessoas aquilo que elas mais precisam—o cuidado onipotente dEle!   Mas Deus ama aqueles que, humildemente, reconhecem sua necessidade dEle e de Sua graça. E Ele ama dar graça aos humildes!   —A segunda razão porque devemos nos humilhar é por causa do que a “poderosa mão de Deus” representa.   Pedro está usando um termo muito usado no Antigo Testamento para descrever o poderoso livramento que Deus realizou quando resgatou o seu povo da escravidão no Egito.   Êxodo 13.3: “Lembrem-se deste dia, o dia em que vocês saíram do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor os tirou de lá.”   A poderosa mão de Deus representa o poder de Deus no resgate do Seu povo. Esta libertação no AT aponta para um resgate ainda maior quando o Filho de Deus deu a sua vida em resgate por pecadores. Nos humilhamos diante desta mão poderosa e graciosa.   —A terceira razão de nos humilharmos no sofrimento é porque aqueles que se humilharem serão exaltados por Deus. “Para que ele, em tempo oportuno, os exalte.” Este “tempo oportuno” se refere ao dia da nossa glorificação quando seremos recompensados com o privilégio de entrar na presença de Deus e desfrutarmos dele eternamente.    É interessante notar um padrão na vida do cristão: Primeiro há humilhação, e depois exaltação. Primeiro ele se humilha, reconhecendo o seu pecado e depois é exaltado ao ser perdoado e adotado como filho de Deus, e espera sua exaltação final na glória eterna. Primeiro ele se humilha no sofrimento que passa como um cristão, e depois, quando Cristo voltar, o cristão é glorificado com Cristo—ele é exaltado. Esta é a vida do cristão.   Mas também foi o caminho de Cristo: O Filho de Deus se humilhou ao vir para este mundo. Ninguém—mas NINGUÉM—se humilhou tanto quanto ele, não é?! Se tornando um bebê, experimentando todo sofrimento e humilhação de um ser humano, e então “ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2).    Cristo sofreu tanta humilhação naquela cruz—sofrendo pelos nossos pecados, o justo pelos injustos (1 Pe 3.18) A poderosa mão de Deus fez o seu grande resgate do Seu povo por meio da grande humilhação do Seu Filho.   Filipenses 2.9 diz que  “Por isso (pela sua humilhação até a morte de cruz) também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome.”   Aqueles que se humilharem serão exaltados por Deus.   Talvez tenha alguém aqui que nunca tenha se humilhado diante de Deus, admitindo sua pecaminosidade, e reconhecendo sua necessidade de um Salvador. Talvez você ainda esteja tentando, na sua força e sabedoria ganhar o favor de Deus. Mas isso é orgulho! Desista de si mesmo, se humilhe e creia em Cristo como aquele que morreu em seu lugar, e você será exaltado, você receberá a graça salvadora de Deus.   B.  Pedro segue no verso 7 nos dizendo como demonstramos a nossa humildade diante de Deus quando experimentamos o sofrimento: é por meio de lançar as nossas ansiedades sobre Deus.   “Humilhem-se diante de Deus lançando suas ansiedade nEle.”   No momento da tribulação, medos e ansiedades vão aparecer. Não temos como evitar que estes pensamentos venham á nossa mente, mas temos uma escolha em relação ao que fazer com estes pensamentos e sentimentos.   Demonstramos humildade quando jogamos TODAS as nossas ansiedades sobre Ele. Fazemos isso por meio da oração, conforme Filipenses 4.6 nos instrui.   P. Mas o clamar a Deus em oração é algo que você faz no sofrimento e na tribulação? Ou as preocupações te controlam?   “A preocupação é uma forma de orgulho porque, quando os crentes estão cheios de ansiedade, eles se convencem de que devem resolver todos os problemas de suas vidas com suas próprias forças.” —Tom Schreiner   Quando nos entregamos ás preocupações, e a ansiedade nos controla, como eu fiz com a notícia da minha filha, estamos tendo uma atitude de orgulho.   O orgulho nega o cuidado de um Deus soberano E busca resolver seus próprios problemas na sua força e na sua sabedoria.   Em todo sofrimento e as ansiedade que o acompanham, temos uma escolha: iremos nos humilhar diante de Deus OU nos apegar ao nosso orgulho?   Talvez não pareça como orgulho no momento quando sentimos aflitos mas é orgulho quando tentamos solucionar nós mesmos as ansiedades OU tentamos fugir do problema, nos entregando a um vício ou uma distração “inofensiva” como a comida ou um programa de televisão.   Talvez a ansiedade se torne um medo que nos controla, ou numa ira descontrolada. Estas formas orgulhosas de tratar das nossas ansiedades são rejeições do próprio Deus. Infelizmente são respostas típicas, até de cristãos, em responder ao sofrimento em suas vidas.   P. Por que devo lançar minha ansiedade sobre Deus? Porque ele cuida de mim   Somos exortados a jogar nossas ansiedades não mão de alguém que se importa. Deus tem interesse em cuidar de seus filhos. Ele deseja cuidar de nós mais do que nós desejamos ser cuidado por Ele.       Lance TODA preocupação nos ombros poderosos de Deus.   Seria parecido com o que faço quando chego em casa depois de ter me exercitado na corrida, e tiro minhas roupas sujas e fedorentas, e jogo no cesto de roupa suja. Eu jogo lá e não penso mais naquelas roupas, confiando que a minha amada esposa irá lavar aquelas roupas.   A minha responsabilidade é jogar, e a minha esposa se encarregou desta responsabilidade de lavar. Temos que manter em mente a nossa responsabilidade e o papel que pertence a Deus.   De fato, temos que ser responsáveis e cumprir aquilo que Deus espera de nós. Por exemplo, na questão do carro da minha filha, não seria correto para nós ou ela fazer de conta que não há nenhum problema com o carro e ignorar todas as recomendações do mecânico. Isso seria negligente.   Temos responsabilidades nesta situação, mas também temos limites e precisamos aceitar estes limites e lembrar que Deus não tem estes limites. Quando tentamos resolver as nossas ansiedades na nossa força e sabedoria estamos tentando tomar o papel que pertence a Deus. Temos que realizar aquilo que entendemos, pela fé, nos cabe fazer, e entregar/lançar a Deus o que não temos o papel nem o poder de fazer.   Salmo 55.22 diz: “Lance os seus cuidados sobre o Senhor e ele o susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado .”   Nós não temos que ser abalados por nossas tribulações, não importa o que sejam. Ele pode e deseja nos sustentar! Somos chamados a lançar TODAS as nossas ansiedades na mão poderosa e cuidadosa de Deus.   P. Por que deixar o seu orgulho te distanciar dAquele que você tanto precisa num momento de tribulação?   1 Pedro 4.19 fala de : entregar a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem. Assim como Cristo fez quando sofreu e “ se entregava àquele que julga retamente”. (1 Pd 2.23)   2.     Vimos a postura correta que devemos ter quando enfrentamos o sofrimento—a humildade. Em segundo lugar, Pedro fala do 2) perigo real no sofrimento nos versos 8 e 9.    A.  O perigo é o próprio diabo, o nosso inimigo. O diabo é um ser real (não uma personificação do mal) e é descrito como um leão que busca nos devorar.   Ele quer “engolir” a nossa fé em Cristo. O sofrimento é uma oportunidade que o diabo deseja usar em nossas vidas. Ele quer usar o sofrimento para destruir a fé dos cristãos.   Mesmo que todo sofrimento esteja na soberana mão de Deus, o diabo opera no meu e no seu sofrimento.   Note a imagem que Pedro dá aqui do diabo. Você já viu um filme ou documentário que mostra um leão andando ao redor de sua presa, se preparando para pular em si e depois devorando sua vítima? É algo um pouco sombrio, na minha opinião!   Aparece uma tribulação, e o leão demoníaco ruge, nos trazendo medos e ansiedades. E então, somos tentados a duvidar da bondade e poder de Deus.   Uma pessoa solteira tem interesse por outra pessoa mas a outra pessoa não tem sentimentos recíprocos, o que faz essa pessoa se sentir muito triste, e até ter um sentimento de frustração com Deus por essas situações sempre ocorrerem. O leão ruge e anda em derredor querendo devorar a fé deste indivíduo.   B.  Por isso, devemos estar alertas!! Ele usa duas palavras aqui muito semelhantes—“sóbrio” e “vigilante.” O oposto de sóbrio seria estar bêbado. A palavra “vigilante” tem haver com estar acordado e não dormindo espiritualmente.   “A menos que alguém seja vigilante em sua caminhada com Deus, experiências difíceis podem deixá-lo duvidando da presença e do poder de Deus e aberto aos poderes sinistros das trevas.” —comentário   P. O que você faria se ficasse sabendo que tinha um cachorro solto no seu condomínio que já tinha atacado várias pessoas? Teria cuidado ao sair de casa? Estaria mais vigilante?   C.  Não só devemos estar alertas, mas… Quando o sofrimento surgir, devemos resistir este leão pela fé.   O diabo não deseja que confiemos na mão de Deus, nos humilhando e lançando nossas ansiedades em Deus.   Ele quer destruir a nossa fé em Deus. Aquilo que ele deseja destruir devemos usar contra ele. Devemos resistir ao leão devorador, por meio da fé— uma fé   firme em Deus e Suas promessas. Uma confiança que Ele cuida de nós com sua mão poderosa.   D.  Além disso, devemos lembrar de que não estamos sozinhos.   Nossos irmãos ao redor do mundo também estão sofrendo. O verso 9 nos lembra que não estamos sozinhos nesta luta de fé.    Em meio ao sofrimento, podemos dizer para nós mesmos, “Eu não sou o único que está sofrendo, o único que tem ansiedades. Eu não sou o único que está resistindo ao diabo pela fé em Deus.”   Se você olhar ao seu redor (pode olhar!), você também será lembrado de que não está sozinho no seu sofrimento.   3.     Pedro tem nos ensinado a postura correta que devemos ter no sofrimento—humildade, o perigo que existe no sofrimento—um leão que quer destruir nossa fé em Deus, e ele termina falando da 3) A promessa de Deus no sofrimento. Veja o verso 10.   A.  Pedro nos lembra que Deus é o Deus de toda graça. Toda graça que precisamos vem somente dEle.   Este Deus de toda graça nos chamou. Ele fez um chamado efetivo que nos fez novas criaturas em Cristo quando nos “chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9b)   E esse chamado inclui um futuro garantido e glorioso. Ele nos chamou “à sua eterna glória.”   O verso 10 nos diz que Deus conduzirá o seu povo para a sua glória eterna depois de um pouco de sofrimento.   Há um contraste bem óbvio aqui: um pouco de sofrimento, que se refere a nossa vida aqui na terra, e depois a glória eterna.   2 Coríntios 4.17 nos diz que: “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação.”    O sofrimento que passamos é real mais é pouco. A glória que experimentaremos é real e eterna!   Ele nos chamou “em Cristo”. Aquele que, pela graça, nos chamou para sua glória eterna irá certificar que chegaremos lá—irá nos exaltar. Isso está garantida “em Cristo” por causa do sofrimento dEle na cruz! Para todos que estão em Cristo   Ele não irá nos abandonar no caminho doloroso. Pedro cita uma promessa aqui—uma promessa vinda pela graça de Deus, e baseada em Cristo   B.  A promessa aqui é que o Deus de toda graça irá nos trazer para sua casa “sãos e salvos.”   O próprio Deus irá “aperfeiçoar, firmar, fortificar, fundamentar” todos que estão em Cristo. Estas quatro palavras estão bem relacionadas uma com a outra e comunicam como Deus irá terminar a Sua boa obra em nós.   Ele irá aperfeiçoar, ou seja, restaurar, colocar em ordem tudo que estava fora de ordem nesta vida. Deus irá nos firmar e fundamentar—ele dará uma posição firme e fixa para seus filhos. Ele irá fortificar o seu povo depois de terem sido enfraquecidos por todo tipo de sofrimento nesta vida.   1 Pedro 1.5 diz sobre o povo de Deus: “são guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para ser revelada no último tempo.”   Esta é a promessa de Deus para o seu povo no seu sofrimento: Ele mesmo irá aperfeiçoar, firmar, fortificar, fundamentar”.   Conclusão: Talvez você ainda ouse pensar: será que Deus pode realmente garantir esse futuro glorioso sem nenhum sofrimento ou tribulação?   O verso 11 confirma que, sem dúvida alguma, Deus pode e garante tudo isso para o Seu povo. Veja o verso 11.   O verso 11 é uma doxologia louvando a Deus porque Ele tem TODO o domínio para sempre, até sobre nosso sofrimento! A palavra “domínio” significa poder ou soberania.   Pedro está falando que o nosso Deus TEM este domínio hoje e TERÁ este domínio para sempre! (A ele pertence o domínio)      Irmãos, você provavelmente passará por alguma provação, tribulação, sofrimento nesta semana. Deus é totalmente relevante e central no seu sofrimento.   •     Humilhem-se debaixo da mão poderosa do Senhor que nos resgatou pela morte humilhante do Seu Filho. •     Lancem suas preocupações, ansiedades sobre os ombros de um Deus que se importa, que cuida de você. •     Esteja alerta porque o leão está por perto querendo usar este sofrimento para destruir sua fé no Senhor. •     Lembre-se da promessa do Deus de toda graça, de nos levar para sua glória eterna e nos exaltar.   A ele pertence todo o domínio para sempre. Amém! Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

1 Pedro 5:6-11: Deus no Nosso Sofrimento

Desista de si mesmo, se humilhe e creia em Cristo como aquele que morreu em seu lugar, e você será exaltado, você receberá a graça salvadora de Deus.

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Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 
 08 de Junho de 2025 – IBJM Eu gostaria de começar essa mensagem tentando descrever o CÉU. O livro de Apocalipse fala do céu como um lugar de beleza incomparável. O céu é um lugar feito pelas mãos de Deus.   O céu é como uma cidade em que toda ela brilha como um diamante. Ele é cercado de muralhas cheias de pedras preciosas. Os portões são feitos de pérolas. A praça é toda de ouro puro. E no meio dessa praça, está a árvore da vida. Do trono de Deus sai um rio—o rio da água da vida—que brilha como cristal.   Além da beleza do lugar, no céu existe a beleza daqueles que habitam no céu. Primeiro, os anjos. Querubins perto do trono, serafins de 6 asas e todo o tipo de criaturas angelicais cheias de glória.   Além dos anjos, o céu é o lugar dos santos. É o lugar onde todos aqueles que já morreram e creram em Jesus estão. E eles estão completamente tomados de amor. A ar do céu é o ar do amor. É a única coisa que eles respiram. Se nós já experimentamos tanta alegria em relacionamentos nesse mundo, imagine o céu—um lugar sem pecado.   Aqui você sofre por tantos motivos. Mas naquela lugar bendito, o pecado e as consequências do pecado ficam do lado de fora. O céu é o reino do amor, o reino da alegria e o reino da paz. Nunca nada de ruim ou triste ou mal entra naquela cidade celestial.   Mais importante do que tudo e todos, o céu é o lugar onde Deus está. O céu é o lugar onde Cristo está, agora, sentado no trono e reinando com o Pai. Essa é a razão por que o céu é um lugar de beleza incomparável.   Toda a beleza do céu—a beleza do lugar, a beleza dos anjos e a beleza dos cristãos glorificados—toda essa beleza tem uma só fonte: Cristo refletindo a glória de Deus em todas as direções do céu.   Você não gostaria de viver em um lugar assim? Esse é o destino de todos vocês que confiam no Senhor Jesus como aquele que morreu naquela cruz por você.   O segundo lugar que eu devo descrever é o INFERNO. Se nós somos incapazes de imaginar as glórias do céu, nós somos incapazes também de conseguir imaginar os horrores do inferno.   O inferno é um lugar tão real quanto o céu. A Bíblia fala do inferno como um lugar de constante tormento e dor. Como um lago de fogo. Um lugar de escuridão. Uma prisão. Um lugar de choro e ranger de dentes. Se o melhor no céu é a presença doce do amor de Deus, o pior no inferno é a presença de Deus em toda a sua fúria santa. O lugar onde Satanás, os demônios e aqueles que não creem em Cristo passaram a eternidade em um sofrimento que nunca vai acabar.   Nossa vida é complexa. Tantas decisões que você precisa tomar. Tantas alternativas e tantas escolhas: o lugar onde você mora, a pessoa com quem você casa, a igreja que você se envolve, trabalho e milhões de outras decisões.   Mas aqui vai uma simplificação: em termos do destino eterno de cada um de nós, existem somente duas opções. Ou você vai passar a eternidade no céu ou você irá passar a eternidade no inferno.   Diante da complexidade que é a nossa vida, é bom lembrarmos das simplificações realistas que Deus nos dá na Bíblia: nossa trajetória nesse mundo vai terminar em um desses dois lugares.   Não só existem apenas dois destinos, mas existem também apenas 2 caminhos: o caminho da fé e o caminho das obras. O caminho da fé em Cristo, que nos leva ao destino do céu, e o caminho das obras, que nos leva ao destino do inferno.   Nesse trecho de Gálatas, Paulo usa duas mulheres—Sara e Agar—para nos mostrar que só existem dois caminhos de vida que levam a dois destinos opostos. Paulo usa essas duas mulheres para mostrar:   • O contraste entre viver segundo o meu esforço e confiar nas promessa de Deus. • O contraste entre a escravidão e a liberdade. • O contraste entre a carne e o Espírito. • O contraste entre a lei e a graça.   E por trás de todos os contraste, está o contraste entre o céu e o inferno. O contraste entre uma vida com Deus e uma vida sem Deus—para sempre.   O que nós diríamos de alguém que vai passar 3 dias em um hotel e usa todo o tempo dele comprando armários novos para o quarto, colocando quadros na parede e pintando o quarto de outra cor?   Você diria que não faz sentido. Você vai ficar pouco tempo nesse lugar e está gastando tanto tempo e dinheiro e energia.   Esse mundo é um quarto de hotel. É temporário. 3 dias. Passa muito rápido. Não faz sentido gastarmos um enorme tempo, dinheiro e energia em coisas que irão passar. Nós devemos nos preparar e ajudar os outros hóspedes desse mundo a tomarem o caminho certo para chegar no lugar certo—para se encontrarem com a Pessoa certa: o nosso Deus.   Vamos olhar para essa passagem em Gálatas como se o apóstolo Paulo estivesse pregando um sermão. (E ele está!) Vamos dividir o sermão do apóstolo Paulo em 3 partes: Paulo lê o texto, explica e aplica. É basicamente o que ele está fazendo aqui.   (1)   Primeiro, ele narra a história de Abraão, Sara e Agar. (2)   Depois ele interpreta (como o que ele chama de uma alegoria). (3)  E depois ele apela para os Gálatas: “Voltem! Voltem para o caminho da fé, o caminho da graça, o caminho do céu”.   1.     LEITURA DA BÍBLIA: GÊNESIS 16 a 21 (VV. 21-23)   A porta de entrada de Paulo é uma pergunta. Ele entra perguntando:   [21] Digam-me vocês, os que querem estar sob a lei: será que vocês não ouvem o que a lei diz?   Veja o movimento que o apóstolo Paulo faz: a primeira vez que ele usa a palavra lei,   [21] Digam-me vocês, os que querem estar sob a lei...   ele está usando no sentido dos mandamentos da Lei: as exigências da Antiga Aliança de serem circuncidados, não comer porco e guardar o sábado, etc.   Mas na segunda vez que ele usa a palavra lei,   [21] (...) será que vocês não ouvem o que a lei diz?   ele usa em um sentido mais amplo, no sentido dos 5 primeiros livros da Bíblia que também eram chamados de a Lei de Moisés—os livros que Moisés escreveu. E Paulo, então, cita a história de Abraão que está em Gênesis, antes das leis de Moisés que vieram no livro de Êxodo, o livro seguinte.   [22] Pois está escrito que Abraão teve dois filhos: um da mulher escrava e outro da mulher livre. [23] O filho da escrava nasceu segundo a carne; o filho da mulher livre nasceu mediante a promessa.   A história de Abraão e seus dois filhos de duas mulheres começa no capítulo 16 de Gênesis e vai até o capítulo 21—o capítulo que ouvimos na leitura bíblica antes no culto.   Paulo resumiu a história de 6 capítulos em 2 versículos. Paulo está presumindo que nós conhecemos bem essa história. Eu vou expandir um pouco o resumo de Paulo e tentar resumir a história com um pouco mais de palavras porque isso irá nos ajudar a entender a interpretação dele nos próximos versículos.   A história de Abraão começa com esse grande Deus fazendo uma grande promessa para esse pequeno homem. Deus chama Abraão e diz:   — Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei. Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção! (Gênesis 12:1-2).   Abraão tinha 75 anos quando ele ouviu essa promessa: “Deus irá fazer de mim uma grande nação”. Na época, Sara, a esposa dele, tinha 65 anos. Parecia uma promessa muito difícil de ser cumprida, mas eles confiaram no Senhor.   Mas passou um ano, e Sara não engravidou. E o segundo ano, e Sara não engravidou. E 3 anos depois, e nada. Até que se passaram 10 anos. E confiar no Senhor ficou mais difícil. Nós sabemos o que é isso.   Vários de nós estão, neste momento, esperando. Esperando um problema de saúde ser resolvido. Ou de relacionamento ser resolvido. Esperando um desejo bom ser satisfeito pelo Senhor—seja de se casar ou ter filhos ou ter um emprego melhor.   Esperar no Senhor não é fácil. É o certo. Mas não é o fácil.   A espera tem, às vezes, força suficiente para empurrar nosso coração e nos tirar dos caminhos do Senhor. De nos fazer desviar do caminho que Deus colocou diante de nós—o caminho da fé, o caminho que leva ao céu—e nos levar para o caminho das obras, o caminho da força do nosso braço. Nós cansamos de orar e esperar e nós tentamos resolver por nós mesmos.   Voltando para a história de Abraão e Sara, foi exatamente o que aconteceu com Abraão e Sara. Eles criaram um caminho diferente do caminho de Deus, eles forçaram um atalho para (entre aspas) “cumprirem” a promessa de Deus de dar um filho a eles de maneira pecaminosa.   Abraão e Sara, na época se chamavam Abrão e Sarai, tinham uma serva—uma escrava egípcia—chamada Agar. Então Sara teve um plano. Um plano da carne. Ela disse para Abrão:   — Eis que o Senhor me impediu de dar à luz filhos. Tome, pois, a minha serva; talvez assim eu possa ter filhos por meio dela. E Abrão concordou com o plano de Sarai (Gênesis 16:2).   Abraão dormiu com Agar e ela teve um filho. Um filho chamado Ismael.   O tempo continuou passando, e Sara continuou tendo que esperar. Até que, 14 anos depois, quando Abraão tinha 99 anos (e Sara estava com 90 anos), Deus apareceu para Abraão. 25 anos depois da promessa de dar um descendente para eles:   Deus disse a Abraão: — A Sarai, sua mulher, você não chamará mais de Sarai, porém de Sara. Eu a abençoarei e darei a você um filho que nascerá dela.   Então Abraão se prostrou com o rosto em terra, e riu, dizendo consigo mesmo: “Pode nascer um filho a um homem de cem anos? E será que Sara, com os seus noventa anos, ainda poderá dar à luz?”   Depois repetiu a promessa. Logo depois, Sara riu e disse para ela mesma:   — Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer?   Então o Senhor perguntou a Abraão: — Por que Sara riu, dizendo: “Será verdade que darei ainda à luz, sendo velha?” Por acaso, existe algo demasiadamente difícil para o Senhor? [E Deus repete a promessa] Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a você, e Sara terá um filho (Gênesis 18:10-14).   E Deus cumpriu. Nada é difícil demais para ele. Sara ficou grávida aos 90 anos e Abraão tinha 100 anos. Imaginem se fosse hoje. Dona Sara, cabelinho grisalho, pele enrugada, 90 anos, chegando no culto grávida. E o marido, Sr. Abraão, 100 anos, entrando de mão dada com ela.   No tempo determinado, Deus realmente cumpriu. Assim como Jesus chegou também na plenitude do tempo (Gálatas 4:4). Povo de Deus, esse é um bom lembrete para nós na espera. Nosso Deus controla o tempo. Ele nunca está atrasado. Ele nunca perde a hora. Ele sabe o que ele está fazendo, mesmo quando nós não entendemos.   Voltando para Abraão, Sara e Agar. Em uma história dessa em um mundo desses, não é de se estranhar que houve um conflito entre Sara e Agar e um conflito entre Ismael (filho de Agar) e Isaque (filho da Sara).   Sara viu o filho de Agar zombando de Isaque e disse para Abraão expulsar Agar e o filho da casa deles. Abraão ficou incomodado.   Mas Deus disse a Abraão: — Não fique incomodado por causa do menino e por causa da escrava. Faça tudo o que Sara disser, porque por meio de Isaque será chamada a sua descendência (cf. Gênesis 21:1-3,5,7-12).   Esse é um resumo da história que Paulo resumiu mais resumido ainda em dois versículos.   O filho de Abraão com Agar (Ismael) foi fruto da obra do homem—da carne. O filho de Abraão com Sara (Isaque) foi fruto da obra de Deus—da promessa dele.   Até agora é como se Paulo tivesse lido o texto de Gênesis. Na continuação da passagem, do versículo 24 até o versículo 27, Paulo interpreta a história de Abraão, Sara e Agar como uma alegoria das alianças: Sara representa a Aliança com Abraão (que é cumprida em Jesus) e Agar representa a aliança com Moisés no Monte Sinai.   2.     INTERPRETAÇÃO: UMA ALEGORIA DAS ALIANÇAS (VV. 24-27)   [24] Estas coisas são alegóricas, porque essas mulheres [Agar e Sara] são duas alianças. Uma se refere ao monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é Agar. [25] Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com os seus filhos. [26] Mas a Jerusalém lá de cima [quem Sara representa] é livre e ela é a nossa mãe. [27] Porque está escrito: “Alegre-se, ó estéril, você que não dá à luz; exulte e grite, você que não sente dores de parto; porque os filhos da mulher abandonada são mais numerosos do que os filhos da que tem marido.”   Antes de entrar na interpretação alegórica de Paulo, vamos nos lembrar qual é o objetivo de Paulo com essa passagem. Por que Paulo está usando Abraão, Sara e Agar para falar de alianças e escravidão e liberdade?   OBJETIVO FINAL   Porque existe um grupo de homens de Jerusalém—os judaizantes—que estão dizendo que para você ser justificado você precisa guardar a Lei de Moisés. Para você fazer parte do povo de Deus (um filho de Abraão), você precisa praticar obras da lei. Salvação por esforço humano.   Por toda a carta aos Gálatas, Paulo está dizendo que “não”. A mensagem do evangelho não é a justificação pela guarda da lei, mas justificação pela fé em Cristo.   Gálatas 3:7—Saibam, portanto, que os que têm fé é que são filhos de Abraão.   O objetivo de Paulo, então, é mostrar que voltar para a lei da aliança com Moisés para tentar ser justificado leva à escravidão—como Agar era uma escrava. E crer na aliança da graça que Deus fez com Abraão e cumpriu em Cristo leva à liberdade, como Sara era uma mulher livre. Esse é o objetivo final de Paulo.   O que parece estranho é o caminho que Paulo usou para chegar a essa conclusão. Quando você lê a história de Sara e Agar em Gênesis, não parece que essas mulheres representam a aliança com Moisés e a aliança com Abraão.   Paulo interpreta essa duas mulheres de forma, ele diz, “alegórica”.   INTERPRETANDO ALEGORICAMENTE   [24] Estas coisas são alegóricas, porque essas mulheres [Agar e Sara] são [representam] duas alianças.   Hoje, nós usamos a palavra alegoria para falar de um tipo de interpretação que pega um texto e sem nenhum compromisso com o significado real do texto faz conexões criativas para ilustrar aquilo que ele quer.   Eu vou dar uma exemplo de alegoria: eu estava em um casamento vários anos atrás, e o homem que estava celebrando o casamento leu a passagem do casamento em Caná da Galileia em que Jesus transformou água em vinho. E ele disse: “Vejam que tinham 6 talhas (6 potes de pedra) em que Jesus transformou água em vinho. Vocês também deve ter no casamento de vocês 6 talhas”: A talha do amor—e ele falou sobre o amor, a talha do perdão—e ele falou sobre o perdão, a talha da sabedoria, a talha do romance...   Mas as 6 talhas na passagem do casamento em Caná da Galileia não apontam para 6 coisas que você deve ter no seu casamento. Essa não é uma interpretação natural do texto. No bom Português, ele forçou a barra para falar o que ele queria falar.   Isso é alegoria. Dar um significado diferente (criativo) para o texto sem conexão com a intenção do autor do texto. Mas não é isso que Paulo está fazendo. Paulo não usa o Antigo Testamento de forma absurda ou arbitrária. Paulo não distorce o texto e inventa interpretações.   Paulo está fazendo conexões legítimas e, a partir daí, ele usa a história de Sara e Agar para ilustrar a liberdade que o evangelho de Jesus traz.   O início do versículo 24:   [24] Estas coisas são alegóricas   Poderia ser traduzido como “essas coisas pode ser interpretadas figuradamente”, mais próximo do que hoje nós chamaríamos de tipologia: eventos ou pessoas ou alguma realidade do Antigo Testamento que aponta para Jesus e a Nova Aliança.   A INTERPRETAÇÃO   Vamos entrar na interpretação: Primeiro, ele fala de Agar representando a aliança que Deus fez com Israel no Monte Sinai—a aliança da lei de Moisés.   [24] Estas coisas são alegóricas, porque essas mulheres são [representam] duas alianças. Uma se refere ao monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é Agar. [25] Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com os seus filhos.   A Jerusalém atual são os judeus que ainda querem se justificar diante de Deus através da lei. Isso é escravidão. Eles são filhos de Agar—eles são escravos junto com a mãe deles. Filho de uma mulher escrava é escravo também.   [26] Mas a Jerusalém lá de cima [quem Sara representa] é livre e ela é a nossa mãe.   A Jerusalém atual (a Jerusalém da Terra)—que é de onde os judeus legalistas são; eles são escravos. A mãe deles é Agar. Mas nós (Paulo está dizendo) somos parte da Jerusalém lá de cima—a Jerusalém celestial que é livre, que é salva. A nossa mãe não é Agar (a mulher escrava). Nossa mãe é a Sara (a mulher livre).   • Agar representa a escravidão da lei de Moisés. • Sara representa a liberdade da salvação pela fé em Cristo. Duas mães. Dois caminhos. Dois destinos.   A PROVA DA TIPOLOGIA   A prova que Paulo não está fazendo uma alegoria não-bíblica vem agora. Ele cita uma passagem em Isaías para sustentar a interpretação dele. Nós somos livres como nossa mãe Sara. Por quê? Ele cita Isaías 54:1:   [27] Porque está escrito: “Alegre-se, ó estéril, você que não dá à luz; exulte e grite, você que não sente dores de parto; porque os filhos da mulher abandonada são mais numerosos do que os filhos da que tem marido.”   Essa passagem de Isaías está no contexto da promessa de Deus de libertar Israel do exílio (que representa morte) e de fazer de Israel (o povo de Deus) um povo numeroso (o que representa a vida).   Israel, no exílio da Babilônia, está sendo comparada uma mulher abandonada pelo Senhor. Sem capacidade de produzir vida—estéril. A lei não trouxe vida para eles—pelo contrário, por causa da desobediência deles, e lei trouxe abandono, exílio e morte.   Agora, veja isso! Sabe qual é o único lugar no Antigo Testamento fora de Gênesis onde Sara é citada pelo nome? É no contexto dessa passagem de Isaías. Paulo sabe o que ele está fazendo!   Um pouco antes de Isaías 54, em Isaías 51, ouçam o que Deus promete para Israel e reparem quem é a mãe do povo de Deus:   Isaías 51:1-3—“Escutem, vocês que procuram a justiça, vocês que buscam o Senhor: olhem para a rocha da qual vocês foram cortados e para a pedreira de onde foram tirados. Olhem para Abraão, seu pai, e para Sara, que os deu à luz. Porque Abraão era um só, quando eu o chamei, o abençoei e o multipliquei. Porque o Senhor terá piedade de Sião; terá piedade de todos os seus lugares desolados. Fará o seu deserto como o Éden, e os seus lugares áridos, como o jardim do Senhor. Ali haverá júbilo e alegria, ações de graças e som de música.”   Nessas passagens de Isaías, Deus está usando vários tipos de imagem para prometer trazer Israel da morte para a vida—um tipo de ressurreição:   • Da morte do exílio para a vida na Terra Prometida. • Da morte do deserto para a vida no jardim do Éden. • Da morte de uma mulher abandonada para a vida em um casamento com Deus. • Da morte do ventre de Sara para uma vida gerada milagrosamente em uma mulher 90 anos.   Em uma palavra: Deus está prometendo ressuscitar o povo dele—trazer vida. Não através da nossa carne, mas através da promessa da graça de Deus—do milagre do poder da graça de Deus.   Quando nós lemos essa citação de Paulo de Isaías 54 no contexto, faz mais sentido o que Paulo está fazendo em Gálatas. Paulo está lendo a história de Sara e Agar em Gênesis e juntando com a promessa de libertação do exílio (de uma ressurreição!) em Isaías.   Isso não é uma alegoria absurda. Isso é uma alegoria biblicamente embasada. É verdade que, em Gênesis, Agar não representa diretamente a aliança com Moisés. Mas ela representa indiretamente. A conexão da lei com Agar é a escravidão. Nem a lei nem Agar libertam e salvam. A promessa da salvação foi para o filho que nasceria de Sara.   O MEIO: O SUBSTITUTO   Falta mais uma peça em Isaías para a conexão com Gálatas se encaixar ainda melhor. Nós conectamos a obra da graça de Deus trazendo vida ao ventre de Sara com a obra da graça de Deus trazendo vida ao povo que estava em um tipo de morte no exílio—longe de Deus.   A pergunta que nós não respondemos é como. Como Deus prometeu fazer essa ressurreição da morte para a vida—essa restauração do exílio para habitar com Deus de Isaías 51 e Isaías 54? Essa promessa de gerar muitos filhos para ele mesmo e fazer do povo de Deus um grande povo, uma grande nação, como ele tinha prometido para Abraão e Sara.   A resposta está, de novo, no contexto da passagem entre Isaías 51 e Isaías 54. Existe um capítulo entre Isaías 51 e Isaías 54 onde Deus responde como irá acontecer essa grande salvação, essa libertação, essa ressurreição do povo de Deus.   Vamos ler os versículos imediatamente antes de Isaías 54:1, o versículo que Paulo citou em Gálatas.   Isaías 53:10-12—Todavia, ao Senhor agradou esmagá-lo, fazendo-o sofrer. Quando ele der a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei a sua parte com os grandes, e com os poderosos ele repartirá o despojo, pois derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores. Contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.   Isaías está profetizando sobre um homem—que Deus chama de “meu Servo, o Justo”. Esse homem irá morrer (ser esmagado) e depois irá ressuscitar. Ele irá justificar muitos e a ele prolongará seus dias.   Esse Servo foi traspassado pelas transgressões do povo de Deus, contato com os transgressores na morte e levou os pecados de muitos sobre ele mesmo. Existe uma pessoa (e só uma!) que se encaixa nessa profecia. É a mesma pessoa que trouxe vida e libertou os Gálatas e trouxe vida e nos libertou: O Senhor Jesus Cristo.   O fim do exílio—a volta do povo de Deus para a presença de Deus—se cumpre no evangelho da graça do Senhor Jesus Cristo, e não pelo esforço humano. Não foi o filho que Agar teve, de forma natural, que cumpriu a promessa de Deus. Foi o filho que Sara teve, de forma sobrenatural, que cumpriu a promessa.   A promessa da mulher abandonada de ter muitos filhos se cumpriu (e está se cumprindo!) através da conversão dos gentios na Galácia e através de nós, gentios no Brasil. A lei causou a morte. Mas o evangelho está causando vida (cf. Schreiner, p. 304). É o evangelho de Jesus que nos ressuscita e nos liberta, não a obediência a lei.   DUAS MÃES   Partindo da imagem que Paulo está usando, ou você é um(a) filho(a) de Sara ou você é um(a) filho(a) de Agar. Ou você está andando no caminho da fé ou no caminho das obras. Ou você está indo em destino ao céu ou em destino ao inferno.   Se você estava no caminho errado—pensando que são as coisas que você faz que vão levar você para o céu, você precisa parar agora. E mudar para o caminho da fé—confiar só no Servo de Deus, Jesus. Crer que ele teve que morrer para libertar você do seu pecado.   E se você está andando pela fé e confia em Cristo, não saia do caminho da graça, o caminho da fé que leva a glória do céu onde Cristo está.   Depois de ler a Bíblia e interpretar a Bíblia, agora vem aplicação. Paulo faz um apelo:   3.     APELO: “VOLTEM!” (VV. 28-31)   [28] Mas vocês, irmãos, são filhos da promessa, como Isaque.   Paulo dizendo que nós, gentios, não-judeus—nós somos filhos da promessa como Isaque. Aqueles que querem se justificar diante de Deus através das suas obras—pensando que Deus irá perdoá-los porque eles estão sendo bonzinhos—esses são filhos de Agar, eles não são os herdeiros verdadeiros.   Eles estão fazendo coisas na carne—como o nascimento de Ismael. Aquilo não foi a graça de Deus, foi pela carne. Obra humana. Esforço humano. Mas não é assim que nós nos relacionamos com Deus.   Vocês não nasceram da carne. Vocês nasceram pelo Espírito de Deus. Quando vocês estavam mortos, Deus ressuscitou vocês—da morte para a vida—através da fé em Cristo. Vocês são um milagre. Como Isaque.   O PADRÃO DA PERSEGUIÇÃO   Mas o padrão que nós vemos na relação entre Ismael e Isaque—o filho da mulher escrava perseguindo o filho da mulher livre—continua:   [29] Como, porém, no passado, aquele que nasceu segundo a carne perseguia o que nasceu segundo o Espírito, assim também acontece agora.   E acontece agora também. Os cristãos são perseguidos até hoje. Mas não desistam. Aguente o deboche na escola, na faculdade, no trabalho e na família. Não abandonem Jesus. Não abram mão da graça. Só tem um caminho que leva a herança do céu.   [30] Mas o que diz a Escritura? Ela diz: [Ele cita Gênesis 21:10] “Mande embora a escrava e seu filho, porque de modo nenhum o filho da escrava será herdeiro com o filho da mulher livre.”   De modo nenhum chegaremos a Deus através do nosso esforço, nossa carne, nossos planos, nossos esquemas. O modo certo e seguro é pela graça, pela fé, por Cristo.   O peso do nosso pecado é pesado demais para nós conseguirmos jogar fora. Mas Cristo, como seu braço estendido na cruz, consegue.   [31] Portanto, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre.   Nós somos filhos espirituais de Abraão e Sara, a mulher livre. A mulher que ouviu a promessa de Deus. A mulher que experimentou o milagre da ressurreição.   Agora que nós já somos libertados do pecado, que loucura—que suicídio espiritual—seria nós abandonarmos nosso Senhor para sermos escravos novamente.   Não troque Jesus pelo mundo. Não troque Jesus pelo pecado. Não troque a liberdade que Jesus comprou com o sangue dele pela escravidão em que você estava. Não é à toa que Paulo está perplexo com os Gálatas.   CONCLUSÃO   Esse contraste que Paulo faz entre a escravidão da lei e a liberdade do evangelho me lembrou de uma história que, até onde eu sei, é real, e que ouvi uns anos atrás sobre a uma mulher escrava na época sombria em que africanos era escravizados.   Um homem rico foi a um mercado de escravos onde estava acontecendo um leilão. As pessoas estavam dando lances. Esse homem rico ouviu um homem falando com o amigo sobre as maldades que faria com uma escrava que ele tinha acabado de dar o lance para comprar.   O homem rico foi lá e deu um lance muito maior e comprou a escrava. Ele levou a escrava até a casa dele. Na casa, ele levou a escrava para o escritório. Ela cuspiu no rosto dele. Ele limpou o rosto, assinou um documento e deu para ela e disse: “Você está livre”.   Ela cuspiu no rosto dele de novo. Ele limpou e disse: “Você não entende? Você está livre. Pode ir”. A escrava ficou um tempo olhando para o documento até que finalmente ela entendeu. “Você me comprou para me libertar?” “Sim”.   Ela caiu no chão no espírito de alegria do versículo 27. “Alegre-se, exulte e grite!” Ela abraço as pernas daquele homem e não parava de chorar. Até que ele disse: “Eu não vou a lugar nenhum. A partir de hoje eu serei a sua serva e de sua família”.   Irmãos, nós também estamos livres. Livres para viver para Cristo. Se nós estamos indo para o céu, esse lugar de beleza e glória onde nós vamos estar com Cristo por toda a eternidade, vamos viver para ele nesse mundo também por quantos dias ele nos der.   Vamos continuar crendo no Deus que nos ressuscitou da morte para a vida, o Deus que nos libertou da escravidão, o Deus que faz filhos:   aos que creem no seu nome [de Cristo], os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (João 1:12-13). Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Gálatas 4:21-31: Uma Alegoria: Sara e Agar

Paulo usa duas mulheres—Sara e Agar—para nos mostrar que só existem dois caminhos de vida que levam a dois destinos opostos.

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Programação Junho 2025

Programação Junho de 2025 na IBJM

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Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 
 01 de Junho de 2025 – IBJM Você chegou a esse mundo causando dor à sua mãe. As mulheres que tiveram filho sabem o que é a experiência do parto.   As contrações começam mais espaçadas e mais leves—uma contração a cada 30 minutos e elas duram uns 30 segundos. Mas conforme o tempo passa, elas aumentam a frequência até ficar em uma a cada 3 minutos.   A duração também aumenta. No início, a contração dura 30 segundos. Agora as contrações passam de um minuto. E conforme o parto chega mais perto, não só a frequência e a duração aumentam. A intensidade da dor aumenta também.   Nós entramos nesse mundo causando dor à nossa mãe. O parto é uma experiência que mistura sangue, suor e lágrimas.   Existe uma experiência mais forte, mais intensa e mais duradoura do que ter filhos físicos: a experiência dos filhos espirituais. A experiência de ver Deus criando cristãos.   Paulo está sofrendo muito por causa dos Gálatas. Tanto que ele compara a dor dele a dor do parto:   [19] meus filhos, por quem, de novo, estou sofrendo as dores de parto, até que Cristo seja formado em vocês. [20] Bem que eu gostaria de estar agora aí com vocês e falar em outro tom de voz, porque estou perplexo com vocês.   Paulo está sofrendo contrações (dores) de parto de novo por eles. É como se os Gálatas tivessem que nascer de novo... de novo!   • No capítulo 1 ele disse que estava SURPRESO com o fato de eles estarem quase abandonando a graça de Cristo. • No capítulo 3 ele disse que parece que eles foram ENFEITIÇADOS para acreditarem nas obras como o meio de se tornarem filhos de Deus. • Agora Paulo fala em um tom cheio de emoção: ele está PERPLEXO. O coração dele está sofrendo contrações.   O amor dói.   Assim como você parece não acreditar quando alguém que você ama muito—um filho, um parente, um amigo—está tomando decisões que você tem certeza, são decisões ruins que terão consequências ruins. Seu coração dói.   O amor também traz alegria. As mães saindo com seus bebês no colo saem também cheias de alegria. E durante a vida, os filhos podem ser enormes fontes de alegria. Mas nesse mundo, o amor anda junto com a dor. Tanto na família de sangue. Quanto na família da fé. Nosso coração às vezes sente a dor das contrações do parto até que Cristo seja formado.   Esse trecho de Gálatas é como um bisturi abrindo o coração do apóstolo Paulo. O tom é emocional. Ele continua usando teologia e a Bíblia e a experiência deles com o Senhor para chamar os Gálatas a não abandonarem a Cristo. Mas ele escreve esse trecho com o coração sendo contraído. Assim é o amor.   Objetivo de Paulo é fazer os Gálatas (e nós) continuar confiando só em Cristo para a salvação e não pensar que eles precisam obedecer a lei para serem salvos.   Paulo está usando o relacionamento que ele tem com os Gálatas a favor dos Gálatas—para o bem deles. Não é isso que o amor faz?   Como um pai e uma mãe faz com o filho que tanto ama. Como um irmão e uma irmã em Cristo faz com o irmão na igreja que tanto ama.   Em 1 Coríntios 13, Paulo tratou o amor como se ele fosse uma pessoa—dizendo que o amor não se irrita, o amor sofre e crê e espera e suporta. Vamos personificar o amor em Gálatas 4 também.   A primeira atitude do amor:   1.     O AMOR ARGUMENTA (VV. 8-10) O amor argumenta no sentido de que, quando você ama, você ensina, explica, instrui, tenta persuadir. O amor não é inconveniente e chato e briga à toa. Não esse tipo de “argumentar”.   Você usa a verdade para argumentar e trazer a pessoa para a direção correta quando ela está se afastando do Deus vivo:   [8] Mas, no passado, quando não conheciam a Deus, vocês eram escravos de deuses que, por natureza, não são deuses. [9] Mas agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora que vocês são conhecidos por Deus, como é que estão voltando outra vez aos rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo querem servir como escravos?   Paulo, por amor, está argumentando:   Meus irmãos, ou meus filhos na fé, vocês eram controlados (como escravos) por deuses da mitologia grega que nem existem—vocês adoravam Diana, Afrodite, Atena, Zeus. Zeus não é Deus.   Esses deuses têm boca, mas eles não falam. Eles têm olhos, mas eles não veem. Eles têm mãos, mas eles não podem fazer nada—porque eles não existem.   Mas eu fui até vocês, preguei o evangelho da graça—a evangelho da fé em Cristo como morto por pecadores na cruz. E vocês creram. Vocês foram libertados. Vocês foram salvos pelo único Deus verdadeiro e seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.   O Deus que fala através da sua Palavra. O Deus que vê todas as coisas. O Deus que criou tudo porque ele existia antes de tudo.   Agora, vocês conhecem a Deus. Ou, ainda melhor! Deus conhece vocês. Vocês conhecem a Deus e Deus conhece vocês.   Mas agora vocês querem voltar para a escravidão?   Contra que escravidão Paulo está argumentando? Eles não está falando que eles estão indo para o mercado popular da Grécia para comprar uma estátua de Zeus.   [10] Vocês guardam dias, meses, tempos e anos.   Paulo está falando de voltar para a lei e guardar os dias do calendário judeu. Ele está falando do sábado e das festas judaicas.   No tempo da Antiga Aliança, era o que os judeus deviam fazer. Existia um calendário que eles deveriam seguir. Mas agora que Cristo veio, esse calendário ficou para trás. Jesus, o Cordeiro da Páscoa chegou. Jesus, nosso descanso—nosso Sábado—chegou.   Se vocês segurarem o calendário judeu, vocês vão largar Cristo. Legalismo e paganismo são mais parecidos do que parece.   São duas formas de se rebelar contra a Palavra do Senhor e voltar para os rudimentos do mundo (v. 10)—esse mundo que é dominado pela escravidão ao pecado e forças espirituais do mal. Paulo está dizendo que tanto os falsos deuses quanto a mensagem da falsa salvação pela obediência têm forças espirituais malignas por trás.   Porque nos dois casos, a pessoa está se afastando do Deus que liberta dos pecados e se juntando a uma prática que escraviza—seja se ajoelhando diante de uma estátua (paganismo) seja tentando impressionar a Deus com a nossa obediência (legalismo).   O que o amor faz quando alguém do povo de Deus está se desviando da Palavra do Senhor é argumentar—persuadir, explicar, instruir.   Você ensina seu filho a segurar a colher para comer. Você ensina seu sobrinho a andar de bicicleta. Nós ensinamos as crianças a falar o alfabeto. Quão mais importante é ensinarmos as pessoas que nós amamos a seguir a Cristo e se submeterem a Palavra de Deus com fé.   Povo de Deus, que haja entre nós um amor que argumenta. Que argumenta com amor, mas argumenta. Que usa a Bíblia e oração e busca convencer da verdade.   E quando alguém vier até nós para amorosamente argumentar, que o nosso coração seja rápido em considerar. Não vamos voltar para o mundo e para a escravidão do pecado.   Efésios 4:15—Mas, seguindo a verdade em amor [falando a verdade em amor], cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.   2.     O AMOR ALERTA (V. 11) Às vezes, o que o amor precisa fazer é alertar, chacoalhar, despertar, avisar do perigo de nos afastarmos de Deus:   [11] Receio que o meu trabalho por vocês tenha sido em vão.   Paulo trabalhou muito. Ele derramou sangue. Ele derramou suor. Ele derramou lágrimas. Ele viajou. Ele pregou. Ele ensinou. Mas se aqueles que pareciam que tinham recebido com fé, abrirem mão da mensagem da graça para seguir outra mensagem, então o que aconteceu antes terá sido em vão.   Se eu abandonar a Cristo, eu perco tudo. A fé verdadeira é a fé que não larga da verdade da cruz. O amor não deve se irritar (1 Coríntios 13), mas o amor deve alertar.   Se você vê alguém atravessando uma rua sem ter visto um carro, você alerta: “Para!”   A maior alegria nessa vida é ver alguém abandonando a vida do mundo e abraçando a vida com Cristo. A maior alegria nessa vida é ver alguém seguindo Jesus pela fé. Mas se essa é a maior alegria, então nossa maior tristeza é ver alguém largando Jesus e voltando para o mundo. Abrindo mão da maravilhosa graça e segurando o pecado que leva à morte. Por isso o amor alerta.   John Bunyan, autor do livro Peregrino, disse:   Se qualquer daqueles que foram despertados por meu ministério retrocedem depois disso, como muitos às vezes retrocedem, posso dizer verdadeiramente que sua perda foi para mim mais do que se um de meus próprios filhos, gerado de meu corpo, tivesse ido para sua sepultura (Beeke, Pregação Reformada, p. 336).   O coração de Bunyan está no lugar certo. Que o Senhor nos dê lágrimas para chorar pelas almas daqueles que estão retrocedendo. E se você está ouvindo isso e pensando:   “Esse sou eu. Eu estou retrocedendo. Pouco a pouco, eu percebo, nos últimos dias ou nos últimos meses, eu estou retrocedendo. Eu estou me afastando do Senhor, me afastando da Palavra dele, me afastando do povo dele”.   Por favor, pare. Por favor. Pela glória de Deus e o bem da sua alma. Volte. Ele é um Salvador cheio de misericórdia. Ele perdoa todo aquele que se arrepende e restaura todo aquele que pede perdão. Deus abraça filhos pródigos. E ainda coloca um anel no dedo, sandália nos pés e canta de alegria. Volte para onde você nunca deveria ter saído. Para perto do seu Senhor.   O amor de Paulo fez Paulo alertar os Gálatas. Que o nosso amor uns pelos outros nos faça alertarmos uns aos outros, se a ocasião exigir.   Que nosso amor nos faça ir aos nossos irmãos e alertarmos, com graça e verdade, do perigo de nos afastarmos do Senhor Jesus e vivermos no mundo, vivermos no pecado—nesse reino de escravidão longe do nosso Libertador e Rei.   E se alguém vier nos alertar, que o Senhor nos dê graça e humildade para ouvir e voltar correndo para perto do calor do amor de Cristo. O amor argumenta. O amor alerta.   3.     O AMOR EXEMPLIFICA (V. 12)   [12] Sejam como eu sou, porque também eu sou como vocês. Isto é o que lhes peço, irmãos. Vocês percebem o calor do amor de Paulo. “Isto é o que lhes peço, irmãos”. Ele está com o coração doendo (com contrações) por causa do que os Gálatas estão fazendo. Querendo seguir as lei de Moisés para serem aceitos por Deus? Querendo ser perdoados obedecendo em vez de crendo?   [12] Sejam como eu sou, porque também eu sou como vocês.   Que situação interessante! Olha o mundo em que vivemos!   Paulo, um judeu, vive como um gentio. Paulo não se coloca debaixo da lei. Paulo não vê problema em comer carne de porco com molho barbecue. Nem linguiça defumada. Nem espetinho de camarão. Paulo não está impondo ninguém a ser circuncidado. Ou guardar o sábado. Apesar de Paulo ser judeu.   Mas os Gálatas—que são gentios—querem viver com os judeus. Paulo está dizendo:   “Vocês estão indo para o lado errado. É para lá. É para Cristo, essas coisas ficaram para trás. Sejam como eu. Eu judeu, não vivo debaixo da lei, por que vocês querem viver?”   Veja a importância de nós vivermos o que nós pregamos. Essa é a benção da consistência entre o que nós falamos e como nós vivemos.   Paulo pode falar “seja como eu sou” porque ele vive o que ele prega. Ele adorna a doutrina com a integridade dele. Ele veste o conhecimento com um comportamento que flui de um coração sincero. Não perfeito. Mas real. Genuíno. Sincero.   Um exemplo imperfeito e ainda cheio de falhas, mas um exemplo do que é andar com Cristo se arrependendo dos pecados e crendo nas promessas de perdão.   Paulo não está preocupado em chamar a atenção para ele. Paulo não está procurando aplausos. Mas porque ele ama os Gálatas, ele quer que os Gálatas não imitem os legalistas. Paulo quer que eles imitem aqueles que confiam no morte de Cristo na cruz como o pagamento do nosso pecado.   Para nos ajudarmos outras pessoas a andar com o Senhor, nós precisamos andar com ele. Eu não posso dizer o caminho de um lugar que eu não sei chegar.   Por isso, amor exemplifica. Em público, sim, mas também no privado. O amor ama quando você está só com sua família em casa e não tem mais ninguém vendo. O amor ama quando só tem você e mais outra pessoa.   Por isso que andar com Cristo—na Palavra e em oração e na igreja em comunhão—é um ato de amor a Deus, mas também um ato de amor ao próximo.   Marido, o que sua esposa mais precisa é de um homem que ande com Deus. Esposa, o que seu marido mais precisa é de uma mulher que ande com Deus. Pais, o que seus filhos mais precisam é que vocês andem perto de Cristo. E a glória dele irá refletir no rosto de vocês. Filhos, a maior alegria que vocês podem dar para os seus pais—e o maior bem para você mesmo—é fugir do pecado e andar perto de Cristo.   Nós aprendemos a andar com Cristo entendendo doutrina e imitando exemplos. Eu aprendo a amar as pessoas vendo Brian, Caique e Douglas amando vocês. E vocês se amando. E nós nos amando. E uns amando os outros. Nós aprendemos a ser santos como Deus é santo ficando perto de outros santos—imperfeitos, mas santos.   Povo de Deus, sejamos imitadores de Cristo. E que as pessoas possam também imitar Cristo a medida que elas veem uma imagem dele (mesmo ainda em construção) em nós.   O amor argumenta. O amor alerta. O amor exemplifica.   4.     O AMOR RECONHECE (VV. 12-15)   O amor reconhece a graça de Deus no passado para encorajar o outro a perseverar no presente. O amor reconhece o que Deus fez na vida daquela pessoa e usa evidências da obra de Deus na vida daquela pessoa para convencê-la a continuar andando com Cristo.   Final do v.[12] (...) Vocês não me ofenderam em nada. [v. 13] E vocês sabem que eu lhes preguei o evangelho a primeira vez por causa de uma enfermidade física. [14] E, por mais que a minha enfermidade na carne lhes tenha sido uma provação, vocês não me trataram com desprezo nem desgosto. Pelo contrário, me receberam como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus. [15] O que aconteceu com a felicidade que vocês tinham? Porque posso dar testemunho de que, se fosse possível, vocês teriam arrancado os próprios olhos para me dar!   Paulo não fala o que ele tinha. No versículo 13 ele fala de uma “enfermidade física”—uma doença. Algumas pessoas acham que era um problema nos olhos porque no versículo 15 ele diz que os Gálatas teriam arrancado os próprios olhos para dar para Paulo, se pudessem.   Mas arrancar os olhos é provavelmente a maneira de Paulo dizer para eles: “Vocês me amaram—vocês me receberam com tanto amor—que vocês fariam qualquer coisa por mim, mesmo que custasse muito a vocês—mesmo que vocês tivessem que tirar um olho e me dar para eu voltar a enxergar”.   Mas apesar da doença de Paulo ter sido uma tentação para eles desprezarem Paulo ou verem Paulo como um fraco cheio de problema, eles receberam Paulo como um anjo (um mensageiro) de Deus.   Ainda mais! Eles receberam Paulo como o próprio Senhor Jesus Cristo. Quando Paulo falava, eles receberam a palavra como se Cristo estivesse falando com eles. Isso é fé. Isso é felicidade.   Duas lições preciosas aqui:   PRIMEIRA É: quando alguém fala a Palavra de Cristo de forma fiel, é Cristo falando de forma real.   Final do v. 14—(...) Pelo contrário, me receberam como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus.   Faz 2 mil anos que o Senhor Jesus, com seu corpo glorificado, se assentou no trono dele à direta de Deus nas alturas.   Ele está no céu, sim. Mas isso não significa que ele está distante. Ou que ele parou de falar. Ele continua falando. E ele está perto. Jesus fala através da Palavra dele. Faz 2 mil anos que a Palavra dele vem criando um povo. Faz 2 mil anos que a Palavra de Deus salva e santifica.   Foi assim que eu fui salvo. Foi assim que você foi salvo. E é assim que nós somos santificados.   Jesus disse:   Mateus 10:40—Quem recebe vocês [discípulos] é a mim [Jesus] que recebe; e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou [Deus].   Toda a vez que a Palavra de Deus é aberta a boca de Deus é aberta! E Deus fala! Nosso Deus é diferente dos falsos deuses da mitologia grega. O nosso Deus realmente fala.   A Palavra do Senhor continua agindo nesse mundo, e ela faz isso através daqueles que ensinar e pregam.   A SEGUNDA LIÇÃO É: esse Deus que fala através da Palavra age através da fraqueza—da fraqueza humana.   Paulo não chegou nas igrejas da Galácia como grande orador, um filósofo eloquente, um grande homem cheio de pompa e poder. Paulo chegou lá com poder, mas o poder não estava nele. O poder estava na Palavra.   Paulo chegou na Galácia doente. Uma enfermidade na carne ao ponto de ser uma tentação para ser desprezado. É isso que é um mensageiro de Deus? Esse homem fraco e pobre e que não impressiona ninguém?   Sim! Deus não trabalha através da nossa força. Deus trabalha através da nossa fraqueza—da nossa dependência dele.   Que isso seja um encorajamento para todos nós: Você acha que você não tem muito a oferecer a Deus? Você se acha pequeno e fraco e não-impressionante? Então você é um candidato a ser um instrumento nas mãos de Deus.   A Palavra de Deus para você é:   2Coríntios 12:9—“A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.   Que o poder de Cristo repouse sobre nós e que, desse poder, nós possamos viver em um amor que argumenta, alerta, exemplifica e reconhece a graça—a graça que é suficiente—na vida uns dos outros.   5.     O AMOR TAMBÉM PROTEGE (VV. 16-17)   [16] Será que, por dizer a verdade, me tornei inimigo de vocês? [17] Esses que se mostram tão zelosos em relação a vocês não estão sendo sinceros. O que eles querem é afastar vocês de mim, para que vocês se interessem por eles.   O “zelo” dos legalistas entre os Gálatas não era sincero.   Mas Deus ama sinceridade. Nós ainda temos manchas de pecado no nosso coração. Mas sinceridade—um amor por Cristo e pelas pessoas—sobe aos céus como um aroma agradável a Deus. Nosso Pai se agrada do nosso amor imperfeito, mas sincero.   E quando nós estivermos do lado daqueles que estão tentando nos proteger, quando alguém vir falar a verdade para nós em amor, que a nossa reação não seja olhar para essa pessoa como inimigo, mas como um amigo fiel e leal.   Provérbios 27:6—Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos.   Judas beijou Jesus, e era um enganador. Paulo está corrigindo—ferindo—os Gálatas com a verdade, mas ele é um homem de amor. Melhor alguém que me fere com a Palavra para que o mal saia de mim e a graça me costure, do que aqueles que bajulam para benefício próprio para me levar para um caminho mau.   Você conhece alguma ovelha que está tentando ter algum tipo de relacionamento com lobos? Ou ouvindo ensino de lobos?   O amor protege. Galinhas protegem seus filhotes. A leoa protege os leõezinhos. Nós devemos proteger nossos irmãos e irmãs—as ovelhas de Cristo—dos lobos. Nós protegemos uns aos outros com oração, com a verdade da Palavra de Deus—o que às vezes significa ter conversar difíceis.   Essa proteção tem um risco. Essa proteção tem um custo.   Para os proteger, o Senhor Jesus teve que sofrer. Quando os fariseus—também legalistas na época dele—tentavam enganar as ovelhas dele, o Senhor Jesus se transformava de um Cordeiro para um Leão. E ele protegia. E ele era atacado de volta.   Satanás vão atacar aqueles que se colocam na linha de frente para proteger o rebanho de Cristo. Vai acabar sobrando dardos inflamados na sua direção. Desvie deles se agarrando em Jesus, e volte para a batalha.   E, às vezes, as pessoas que você está tentando proteger vão atacar você. Como os Gálatas fizeram com Paulo, pode ser que elas olhem para você como inimigo, não um amigo. Às vezes, as pessoas não vão ouvir você.   Mas continue amando. Vale o risco. Vale o custo. As ovelhas do Senhor ouvem. Elas mudam de direção. Elas param de ouvir as vozes erradas—as vozes do mundo—e passam a ouvir a voz do Bom Pastor.   O que Deus espera de nós é que nosso amor proteja.   Eu lembro, no início da minha vida cristã, eu comecei a ver uns vídeos de um pastor na internet. O primeiro vídeo que eu assisti, eu achei maravilhoso. Eu fiquei emocionado. E eu continuei assistindo. E eu comentei animado para um amigo que estava me discipulando. Ele disse: “Alex, cuidado com esse homem. Ele não é um pastor fiel”.   Ele me protegeu. Ele me amou. E ele tinha razão. Aquele homem não era fiel à Palavra de Deus. Ele era, como os falsos mestres entre os Gálatas, um enganador.   Que o Senhor coloque compaixão no nosso coração pelas ovelhas que estão sendo atacadas por Satanás e seduzidas pelo mundo e enganadas pela própria carne.   Vale a custo. Vale a pena. Mesmo que fiquem marcas de mordida dos lobos em nosso braço—porque eles vão atacar você. Vale o custo de tirar uma ovelha indefesa da boca de um lobo.   Povo de Deus, vamos nos amar e nos proteger.   A última ação do amor nessa passagem está presente, de uma maneira ou de outra, em todas as outras atitudes do amor.   Sexto e último:   6.     O AMOR DÓI (VV. 18-20)  O amor argumenta, alerta, exemplifica, reconhece, o amor protege e amor dói. Deus determinou que, nesse mundo, amor e dor vão andar juntos.   [18] É bom ser sempre zeloso pelo bem e não apenas quando estou com vocês, [19] meus filhos, por quem, de novo, estou sofrendo as dores de parto, até que Cristo seja formado em vocês. [20] Bem que eu gostaria de estar agora aí com vocês e falar em outro tom de voz, porque estou perplexo com vocês.   Essa perplexidade de Paulo é um reflexo da perplexidade de Jesus diante da incredulidade do povo de Israel. Jesus chorou por Jerusalém e disse:   Jerusalém, Jerusalém! Você mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, mas vocês não quiseram! (Mateus 23:37).   Como Jesus fez, Paulo também compara a dor que ele está sentido pelos Gálatas como uma mãe com seus filhos. Paulo fala da dor dele como as dores de um parto.   Paulo está perplexo. Ele quase não consegue acreditar no que está acontecendo. Como os Gálatas, que apareciam tão estabelecidos no evangelho da graça, tão firmes no perdão pela cruz de Cristo, agora estão se deixando levar por ventos de doutrina que vão afastá-los de Deus.   Gerar filhos na fé dói. Amar irmãos e irmãs da fé dói. Envolve sofrimento e angústia. Envolve compaixão e oração. Envolve paciência com os pecados do outro, assim como o Senhor tem paciência conosco. Envolve perseverança: continuar orando e buscando e esperando o Senhor agir, mesmo quando o irmão ainda não está respondendo bem ao amor.   A DOR DO SENHOR O amor dói. E se nós precisamos de um incentivo para amar mesmo quando dói, olhe para a dor que o Senhor Jesus passou para nos amar. Quanta dor ele enfrentou.   Os cravos nas mãos e nos pés. A dor da humilhação e da vergonha. Sim, a dor da crucificação é insuportável. Mas quem é capaz de medir a dor que Jesus enfrentou não só nas mãos e nos pés e nas costas. Mas a dor na alma ele experimentou quando Deus virou as costas para ele? Quando ele clamou “Deus meu, Deus meu” e o céu ficou em silêncio?   Que mistério é a cruz! E que amor!   A dor da separação é sempre proporcional ao amor que você tem por aquela pessoa. Se um amigo (uma amiga) sua, que você não tem muito contato, morre, você vai sentir. Nós sentiríamos, mas a vida continua. Você não ficaria prostrado no chão.   Mas se em vez de um amigo distante, eu perco a minha esposa? A dor agora é insuportavelmente maior. É como se tivessem cortado e arrancado uma parte da minha alma. Essa dor derruba.   Agora pense no amor que Jesus tem por Deus. Pense na força e na profundidade e na intensidade do amor que Jesus, o Filho, tem pelo Pai. É um amor divino. Perfeito. Quanto mais forte o amor, maior é a dor da separação.   Quando Jesus foi levantado naquela cruz, a dor rasgou a alma do nosso Senhor Jesus com a violência da ira santa de Deus. O Filho amado de Deus sendo tratado como aquele que carrega todo o nosso pecado. Nunca uma pessoa sofreu tanto. E nunca uma pessoa nos amou tanto.   De todos os lugares desse mundo e de todos os momentos da história, a cruz é o lugar onde nós vemos o maior amor. Mas é também o lugar onde nós vemos a maior dor. O amor dói.   Mas veja também a alegria do outro lado cruz:   • Veja a alegria do Senhor Jesus quando ele saiu da sepultura no terceiro dia—triunfando sobre a morte e o mal. • Veja a alegria do Senhor Jesus quando ele, depois de ter ressuscitado, se colocou no meio dos discípulos com seu corpo glorificado e disse: “Que a paz esteja com vocês!” (João 20:19). • Veja a alegria do Senhor Jesus quando ele entrou pelos portões do céu e viu o Pai e disse: “Eu fiz tudo o que o Senhor me enviou para fazer. Eu venci” e ele foi coroado o como o Rei da Glória. • Veja a alegria de Jesus vendo a imagem dele sendo formada em nós e a certeza de que a imagem dele será completada em nós e ele será o primogênito entre muitos irmãos.   O amor dói. Mas é um dor que vale a pena. O custo é alto. Mas a glória é maior. Foi assim que Jesus viveu. E assim que Jesus nos chama a viver.   CONCLUSÃO   Ovelhas do Senhor, contemple o amor de Jesus por você. Quanta dor! Quanto amor! E que o amor dele por nós nos domine ao ponto de olharmos para outras ovelhas e irmos até elas argumentando, alertando, exemplificando, reconhecendo, protegendo e doendo.   Doendo até o dia em que ele irá reinar entre nós e irá expulsar a morte, o luto, o pranto e a dor. E nós viveremos em um mundo, criado por ele, onde a única coisa que vai existir, será o amor.   Um amor mais forte, mais intenso e mais duradouro do que as dores do sangue, do suor e das lágrimas que você derramou nesse mundo por amor. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Gálatas 4:8-20: As Dores de Um Parto Cristão

Paulo está sofrendo muito por causa dos Gálatas. Tanto que ele compara a dor dele a dor do parto.

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Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 
 25 de maio de 2025 – IBJM tenho um objetivo com esse sermão que, eu creio, é também objetivo de Paulo com essa passagem. E objetivo é este: convencer você que confia em Cristo que o Deus Todo-Poderoso, o Deus vivo e verdadeiro, o Deus que criou os céus e a terra a partir do nada pela Palavra dele, o Deus que está em todo lugar com todo o poder, toda sabedoria e todo amor, o Deus que enviou o Filho dele para resgatar você do pecado e da morte, esse Deus é seu Pai.   Ele adotou você. Você é e para sempre será um filho do Deus, uma filha de Deus. Esse é meu objetivo. Eu entendo que esse é o objetivo de Paulo com os Gálatas, então esse é meu objetivo com vocês nesta manhã.   Minha oração é que você saia daqui convencido até a última fibra da sua alma que você foi escolhido por Deus para viver com Deus porque Deus amou você. Como Moisés disse para o povo de Israel, “ Deus se afeiçoou de vocês para amar vocês” (cf. Deuteronômio 10:15).   E se você está aqui e você ainda não colocou sua fé em Cristo, minha oração é que você hoje seja resgatado da escravidão do seu pecado para viver a liberdade dos filhos de Deus.   CONTEXTO: BARATAS ESPIRITUAIS A situação que os Gálatas estavam passando nos ajudam a entender por que essa passagem sobre adoção está aqui. Um grupo se infiltrou nas igrejas da Galácia como baratas passam por baixo da sua porta. Sem serem percebidas, mas querendo tirar a sua paz.   E esse grupo, os judaizantes, tinha um objetivo também: convencer os Gálatas que para eles se tornarem filhos de Deus—para eles receberem a promessa de salvação—eles precisavam crer em Jesus E obedecer a Lei de Moisés. A mensagem de “salvação” (entre aspas) deles é “fé + obras”.   O contra-argumento de Paulo, que começou no capítulo 3 e continua no capítulo 4, é mostrar que Deus não salva você através da sua fé E das suas obras. Deus salva você através da sua fé em Cristo E nenhuma de suas obras. Nenhum ato de obediência seu contribuiu para o seu perdão.   Tudo o que você precisava para ser um filho de Deus, Jesus, o Filho de Deus fez na cruz. Você recebe todos os benefícios de ser um filho de Deus não trabalhando com as próprias mãos, mas abrindo as mãos vazias, ou melhor, abrindo as mãos cheias de lama e sangue do pecado, e Deus lava você com a água da Palavra e coloca nas suas mãos a perfeição de Cristo nas suas mãos.   Assim, você recebe a graça. E ele recebe a glória.   No capítulo 3, nós vimos que a Lei de Moisés teve um papel temporário e limitado. Temporário e Limitado:   • Temporário porque agora que Jesus veio, aquela aliança com Israel ficou para trás. Deus não deu a Lei para que ela durasse para sempre. • Limitado porque a lei foi dada com o propósito específico de (1) mostrar nosso pecado e (2) nos conduzir para o Salvador dos pecadores, o Senhor Jesus Cristo.   Paulo vai apertar um pouco mais essa mensagem da graça no nosso coração com esse texto, mas agora olhando para a obra de Deus por um outro ângulo. Ele conta a nossa história de salvação como escravos que foram libertados para serem adotados por Deus.   A passagem tem 7 versículos: • Os três primeiros falam do nosso tempo de escravidão—o período AC (antes de Cristo). • Os três últimos (versículos 5, 6 e 7) falam do nosso tempo depois da libertação—o período DC (depois de Cristo). • E no versículo do meio—o versículo 4—o evento que muda tudo, a pessoa que muda tudo, a cruz que muda tudo.   Como nós vamos ver, o período AC é muito difícil, muito triste e muito ruim. Mas você precisa aguentar firme até chegar no versículo 4, onde tudo muda.   1.     PERÍODO AC (ANTES DE CRISTO): ESCRAVIDÃO (VV. 1-3)   UMA ILUSTRAÇÃO: MENOR DE IDADE É surpreendente, mas Paulo ilustra nossa escravidão antes de Cristo com um filho menor de idade que ainda não pode receber a herança do pai.   [1] Digo, porém, o seguinte: durante o tempo em que o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, mesmo sendo senhor de tudo. [2] Mas está sob tutores e curadores até o tempo predeterminado pelo pai.   Paulo não está dizendo que o filho, só porque ele é menor de idade, ele É um escravo. O ponto de comparação é que esse filho, mesmo sendo herdeiro de todo o reino, ele não toma posse da herança até que o pai determine que o tempo chegou.   Enquanto esse dia não chega, o príncipe no palácio está na mesma situação do escravo—ele está na casa, mas não tem acesso a herança.   O filho ainda não desfruta da liberdade que ele terá no futuro. Esse menino (mesmo sendo o herdeiro!) ainda está debaixo de (v. 2) “tutores e curadores”— empregados do pai e do governo que precisam tomar conta dele.   UMA APLICAÇÃO: ESCRAVIZADOS Agora Paulo toma essa situação do filho que ainda não tem a liberdade de receber a herança e aplica a nossa vida AC—antes de Cristo (ou sem Cristo):   [3] Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos rudimentos do mundo.   Paulo fala do tempo de Lei—antes de Cristo vir—como uma escravidão aos “rudimentos (os elementos) do mundo”. Os rudimentos do mundo são 4: a terra, o ar, o fogo e a água.   Mas em que sentido nós estamos escravizados a terra, ar, fogo e água? Paulo está fazendo uma conexão entre esse mundo físico e domínio das forças espirituais malignas sobre esse mundo. Ele faz essa conexão explicitamente um pouco mais para frente.   Gálatas 4:8-9—Mas, no passado, quando não conheciam a Deus, vocês eram escravos de deuses que, por natureza, não são deuses. Mas agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora que vocês são conhecidos por Deus, como é que estão voltando outra vez aos rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo querem servir como escravos?   A vida sem Cristo é uma vida de escravidão aos rudimentos do mundo—um mundo que é dominado pelo pecado e pelas forças espirituais do mal. O que é chocante é que no versículo 8 ele fala dos gentios como escravos de falsos deuses, mas no versículo 3, Paulo (um judeu!) se inclui nessa escravidão.   [3] Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos rudimentos do mundo.   Olha o que Paulo está fazendo! Ele está dizendo que uma pessoa religiosa que acha que Deus vai aceitá-la porque ela obedece a lei é tão escrava do pecado e das forças malignas desse mundo quanto um pagão que se dobra diante de ídolos. Por fora, a vida dessas duas pessoas pode ser bem diferente, mas por dentro, é a mesma prisão.   A vida AC—a vida antes de Cristo, a vida sem Cristo—é uma escravidão espiritual, tanto para o religioso quanto para o pagão. Uma pessoa bem-comportada, educada, que penteia o cabelo e paga seus impostos, que não fuma e não fala palavrão, que sorri e cumprimenta as pessoas, que vai à igreja domingo mas que está sem Cristo no coração, essa pessoa está tão escravizada ao pecado quanto um muçulmano rezando para Alá agora, ou um espírita que pensa que irá para o céu por suas obras de caridade, ou alguém que vai até o seu quarto se dobra diante de imagens de escultura.   Todos nós, judeus e gentios, nascidos na religião ou nascidos no mundão, nós entrarmos nesse mundo acorrentados.   Olha o que o nosso pecado fez conosco! Você foi criado à imagem de Deus. Você foi criado com um corpo e uma alma feitos para adorar o seu Criador. O que pode ser melhor do que viver para esse Deus e com esse Deus!?   Mas quando nós entramos nesse mundo, nós nascemos com uma algema grossa de ferro prendendo nossos pulsos e nos escravizando para pecar. E se você está se agarrando ao seu pecado—seja o pecado da ganância ou da imoralidade ou da amargura—saiba disso: você não está no controle. Você está agarrando o pecado, mas o pecado está agarrando você com ainda mais força. Prendendo você.   Imagina a vida de um israelita na época da escravidão do Egito, debaixo do reinado de Faraó. Comendo só o suficiente para sobreviver. Trabalhando no sol até quase desmaiar. De repente, do nada, uma chicotada rasga suas costas e você vira e recebe um tapa no rosto e de tanta força cai no chão. O capataz levanta você de forma abrupta, cospe no seu rosto e grita: “Trabalha! Não para!”.   Essa é a nossa vida AC: antes de Cristo. É uma vida difícil, triste e muito ruim. O pecado é um Mestre Mau. Muito pior que o Faraó.   O pecado pode dar um certo prazer, mas no final, ele leva você à culpa, à vergonha, à condenação e à morte. Diferente do que o mundo prega, aquele que é controlado pelo pecado ele é um homem escravizado, não uma pessoa livre.   Mas a escravidão do povo de Deus não dura para sempre. Deus determinou um dia para rasgar o céu e enviar um Libertador até nós. E esse dia chegou.   O evento central dessa passagem e o evento central da história:   2.     EVENTO CENTRAL: A VINDA DE CRISTO (V. 4)   [4] Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,   Eu já falei alguma vez dessa palavra “mas”? M-A-S. Você consegue sentir a doçura do mel nessas 3 letras? Você não sente a brisa de ar fresco no seu rosto suado de um ex-escravo? Você não sente a água da graça descendo pela sua garganta seca de tanto clamar?   Nós estávamos à beira da morte, plantando pecado e colhendo culpa. Demônios nos cercando e nos tentando e nos enforcando e nos cegando para não vermos a glória do Senhor. Sem esperança e sem Deus no mundo. Cansados e sobrecarregados. Vivos por fora e mortos por dentro. Preso ao pior tipo de prisão: a escravidão espiritual.   MAS... mas quando chegou a plenitude do tempo, chegou também o Libertador: O Rei enviou o Príncipe da Paz. O Deus Pai enviou o Deus Filho.   Jesus veio inaugurar uma nova era na história. Ele veio dividir o calendário do mundo em duas partes: AC e DC—antes dele e depois dele. O dia do cumprimento das promessas de libertação dos escravos chegou quando Jesus chegou.   Reparem nas DUAS CONDIÇÕES que o nosso Libertador precisava satisfazer quando ele nasceu:   PRIMEIRO, NASCIDO DE MULHER:   [4] (...) Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher... Nosso Libertador precisava ser um de nós. Nós vamos ver a razão para isso em breve na passagem. Ele é o Filho eterno de Deus E ele é também o filho nascido de Maria na plenitude do tempo.   Com relação a nossa humanidade, ele é igual a nós—feito de carne e osso, tendões e músculos. O estômago dele roncava de fome. A garganta dele secava de sede. Ele ficava cansado e com sono. Ele ficava com dor. Ele chorava e ele se alegrava, como nós lemos nos evangelhos.   Com relação a nossa humanidade, igual a nós. Com relação a nossa pecaminosidade, ele era diferente. Ele foi, é e sempre será completamente sem pecado. Ele é o Filho santo como o Pai.   Esse é o nosso Libertador—como eu e você, ele nasceu de uma mulher. Essa é a primeira condição.   SEGUNDA CONDIÇÃO: NASCIDO SOB A LEI:   [4] (...) Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,   Jesus se colocou, porque ele quis, debaixo do jugo da lei. Estar sob a lei—viver debaixo da lei—é estar sob a domínio do pecado, como nós vimos. Mas nós vimos também que Jesus é diferente. Ele se coloca debaixo da lei, mas o pecado não tem domínio sobre ele.   A santidade perfeita de Jesus forma uma capa protetora sobre o coração dele. Satanás atirou milhões de flechas de tentação em Jesus, mas elas nunca conseguiram furar essa crosta santa de proteção. E por causa do coração santo dele, ele foi capaz de cumprir perfeitamente a Lei—cada i e cada til dos milhões de detalhes da Lei de Moisés.   Jesus precisava se tornar como um de nós e entrar no nosso mundo—no nosso mundo de escravidão ao pecado e forças do mal—e viver sob a lei, para fazer o que o Pai enviou Jesus para fazer.   Nós entramos agora no período DC: depois de Cristo—versículos 5, 6 e 7. E esse trecho começa exatamente com o que o Pai enviou o Filho para fazer. Nós temos explicitamente a razão pela qual Jesus nasceu de uma mulher e nasceu sob a lei.   3.     PERÍODO DC (DEPOIS DE CRISTO): LIBERTAÇÃO (VV. 5-7)   RESGATADOS Para que o Pai enviou o Filho?   [5] para resgatar os que estavam sob a lei,   Jesus foi enviado pelo Pai em uma operação de resgate. Estar sob a lei é estar sob o domínio do pecado. É estar escravizado. Essa é a situação de todo ser humano no período AC—antes de Cristo. Esse é a tecla que Paulo vem batendo.   Nós precisamos de alguém maior do que Moisés para nos tirar das mãos de um rei pior que o Faraó—um governante maligno chamado pecado. E na plenitude do tempo, Deus envia o Filho, nosso maravilhoso e poderoso Libertador.   Como essa operação de libertação acontece?   O custo dessa operação de resgate—de libertação—é muito alto. O preço é tão alto que ele atravessa as nuvens e chega até o céu. Volte para o capítulo 3, versículo 13.   Gálatas 3:13—Cristo nos resgatou [resgate!] da maldição da lei, [como?] fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar — porque está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro”.   Vocês percebem por que o nosso Libertador precisava nascer de uma mulher e nascer sob a lei? Porque ele precisava, sendo um de nós, pagar a penalidade exigida pela lei de Deus para nós que quebramos a lei. A penalidade era ser amaldiçoado por Deus.   Não existe experiência pior na existência humana. Ser amaldiçoado por Deus é o fundo do inferno. É o que nós merecemos, mas foi o que ele sofreu naquela cruz: maldição.   Foi por isso que o céu ficou escuro. Foi por isso que a terra tremeu. Foi por isso que Jesus disse: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?”.   Para nos resgatar, ele precisava ser pendurado no madeiro como o nosso substituto. Para nos libertar, ele precisou ficar preso naquela cruz até morrer.   Jesus, através do sofrimento dele, reverteu a maldição que estava sobre nós:   • Jesus é açoitado para que você seja curado. • Jesus é cuspido para que você seja lavado. • Jesus é condenado para você seja justificado. • Jesus é humilhado para você seja exaltado. • Jesus é pregado para que você seja libertado. • Jesus é abandonado para que você seja recebido. • Jesus é esmagado para que você seja levantado. • Jesus é amaldiçoado para que você seja abençoado.   O evangelho do Senhor Jesus Cristo é a única mensagem desse mundo onde o Rei é morto para que os rebeldes sejam soltos. Assim, nós recebemos a graça. E ele recebe a glória.   Ouvir Jesus dizer no seu ouvido: “Eu paguei tudo. Ninguém vai condenar você. Você está livre!” vale mais que todo o ouro desse mundo.   Ser declarado justo no tribunal de Deus pela fé em Cristo e estar livre da condenação da lei é um assunto glorioso o suficiente para cantarmos até perdermos a voz e secar nosso estoque de lágrimas.   Mas a vida DC—a vida depois de Cristo—sua vida com Cristo—é ainda melhor.   Ser libertado da escravidão do pecado é maravilhoso, mas é a primeira parte. A segunda parte é ainda melhor. O Senhor deixa o melhor para o fim.   No dia em que você crê em Cristo, você é não só RESGATADO. Você é ADOTADO.   ADOTADOS   [5] para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.   A adoção é o final. A justificação é necessária e gloriosa. A libertação do pecado é necessária e gloriosa. Mas elas não são o objetivo final da missão do nosso Salvador. O objetivo final dele indo para aquela cruz foi nos incluir na família dele.   A etapa final da missão de Jesus é ele se tornar nosso irmão e Deus se tornar o nosso Pai. Ser justificado é absolutamente glorioso, sim. Mas ser adotado é ainda mais.   Um homem chamado J. I. Packer escreveu sobre a glória da adoção em um livro chamado “O Conhecimento de Deus”, um livro que se tornou um clássico da literatura cristã.   Por favor, ouça o que esse homem de Deus diz:   A adoção é o mais alto privilégio que o evangelho oferece, maior ainda que a justificação... Na justificação, Deus declara que os cristãos... nunca serão sujeitos à morte merecida por seus pecados porque Jesus Cristo... provou a morte na cruz no lugar deles... Este presente de resgate e paz... é suficiente maravilhoso..., mas a justificação não implica um relacionamento íntimo e profundo com Deus, o juiz. Em teoria, pelo menos, você pode ter a realidade da justificação sem que, disso, resulte um relacionamento mais próximo com Deus.   Agora compare isso com a adoção. Adoção sugere a ideia de família, concebida em termos de amor; e vendo a Deus como pai.   Na adoção, Deus nos recebe em sua família e comunhão e nos estabelece como filhos e herdeiros. Intimidade, afeição e generosidade são os pontos altos desse relacionamento. Estar bem com Deus, o Juiz, é uma grande coisa, mas ser amado e protegido por Deus, o Pai, é algo muito maior [Packer, O Conhecimento de Deus, p. 248-50]   Cristão, você foi libertado do poder do pecado. Você não é mais escravo. Você está livre! Isso é maravilhoso. Mas o que Jesus fez por nós na cruz é ainda maior. Ele não só nos tirou das mãos de Satanás (primeira parte da missão). Ele nos levou para os braços de Deus (segunda e maior parte da missão).   Ele invadiu no Império das Trevas, libertou cada ovelha prisioneira, nos colocou nos ombros, e nos levou de volta para a casa do Pai.   1João 3:1—Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus.   J. I. Packer disse que o segredo da vida cristã e de uma vida que honra a Deus é dizer para você mesmo as seguintes verdades, quando você acordar, quando você for dormir, e sempre que você estiver com a mente livre e pedir para Deus capacitar você a viver como alguém que sabe que elas são absolutamente verdadeiras:   1.     Eu sou um filho de Deus. 2.     Deus é meu Pai. 3.     O Céu é a minha casa. 4.     Cada dia eu estou um dia mais perto. 5.     Meu Salvador é meu irmão. 6.     Todo cristão é meu irmão também.   Essa é uma maneira poderosa de lutar contra a nossa ansiedade, nosso medo e nossa tristeza. Meditar no amor adotivo de Deus por mim, quando eu acordar, quando eu for dormir, e toda a vez que minha mente vagar durante o dia.   Imagine o senso de segurança, alegria e paz que iria invadir mais vezes o nosso coração.   Estar bem com Deus, o Juiz, é uma grande coisa, mas ser amado e protegido por Deus, o Pai, é algo muito maior.   RESGATADOS E ADOTADOS O versículo 5 resume a missão de Jesus a 2 objetivos: nos resgatar para nos adotar. Ou, do nosso ponto de vista: resgatados e adotados por Deus.   Paulo continua descrevendo nossa vida DC (depois de Cristo). Ele dá 2 evidências de que nós já somos parte da família de Deus quando nós colocamos nossa fé em Jesus, e que não são as obras da lei que nos tornam filhos, como os judaizantes nas igrejas da Galácia queriam enganar os crentes e os legalistas querem nos enganar hoje.   Duas evidências:   PRIMEIRA EVIDÊNCIA: O ESPÍRITO   [6] E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração...   Essa é a diferença fundamental entre o cristão e o não-cristão. Essa é A diferença que explica todas as outras diferenças entre o crente e o não-crente. A presença do Espírito Santo—que está tão ligado a Jesus, que aqui Paulo chama de o Espírito do Filho de Deus.   • É o Espírito Santo que coloca essa tristeza santa que você sente por causa do pecado e leva você ao arrependimento. • É o Espírito Santo que coloca essa alegria santa de saber que Jesus é o seu Salvador e leva você para a cruz. • É o Espírito que faz você entender a Palavra. É o Espírito que faz você viver a Palavra.   Você foi RESGATADO. Você foi ADOTADO. E você é também HABITADO pelo Espírito do Filho de Deus, o Espírito Santo, o eterno e bendito Deus Espírito em você.   O Espírito é o documento divino vivo que comprova a sua adoção. E por causa desse Espírito, você experimenta também uma segunda evidência.   A primeira evidência da sua adoção: o Espírito.   SEGUNDA EVIDÊNCIA da sua ADOÇÃO: O PAI   [6] E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração e esse Espírito clama: “Aba, Pai!”   A prova de que vocês já são filhos de Deus é que o Espírito Santo, em você, faz você clamar e chamar o Deus de Toda a Terra de Pai. “Aba, Pai!”.   “Aba” é a palavra em aramaico para “Pai”. Era como um filho chamava o pai em casa: • “Aba, eu já terminei de limpar o que você pediu”. • “Aba, a mamãe está perguntando se você sabe onde a minha irmã foi”. • “Aba, eu amo você”.   “Aba” mistura os dois ingredientes da fé verdadeira: intimidade e reverência.   Sabe quem foi a primeira pessoa nos ensinou a chamar Deus de “Pai”? Nosso irmão divino e exaltado, o Filho Primogênito do Pai, o Senhor Jesus.   Quando Jesus estava no Getsêmani, no momento de maior angústia da vida dele antes da cruz, ele se prostrou no chão e foi até Deus em oração:   — Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice! Porém não seja o que eu quero, e sim o que tu queres (Marcos 14:36).   Intimidade e reverência.   E agora, pelo Espírito, por causa da nossa adoção, você pode falar com Deus da mesma maneira que Jesus fala com Deus, porque agora você também é filho. O amor que o Pai tem por Jesus é o amor que ele tem por nós.   RESGATADOS. ADOTADOS. HABITADOS pelo Espírito. E AMADOS por Deus.   RESUMO: DE ESCRAVO PARA FILHO   O versículo 7 é o resumo da sua trajetória de vida, cristão. É a ponte que você atravessa pela fé, e você sai da escravidão para a adoção:   [7] Assim, você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro por Deus.   Você não é mais um escravo. Você não está mais debaixo do domínio do pecado. Nós fomos resgatados da lei, adotados por Deus, habitados pelo Espírito e feitos filhos e filhas de Deus.   E porque nós somos filhos, nós somos também herdeiros. O Céu é a nossa casa. E a cada dia, nós estamos um dia mais perto.   J. I. Packer está certo: a adoção é o maior privilégio do evangelho. Adoção nos leva para dentro da família de Deus—ele se torna o nosso Pai, e Jesus nosso irmão.   Nossa adoção deve ter milhões de efeitos em nossa vida. Eu quero terminar deixando 3 efeitos para você levar e meditar neles até que sua alma esteja enxarcada com a graça de Deus e a esperança da glória.   1.     IDENTIDADE Crente, agora você está em Cristo. Essa é sua identidade. Quando você estiver confuso ou triste ou angustiado; nas tentações e nas provações, experimente falar para você mesmo:   Eu sou um filho de Deus. Deus é meu Pai.   Meditar no amor de Deus é uma verdade com força tal capaz de empurrar o medo e injetar paz no coração. O medo continua querendo entrar. E você continua empurrando ele para fora com a segurança de ser adotado e amado e protegido por seu Pai que está nos céus.   Além da nossa nova identidade na adoção, agora nós temos também:   2.     LIBERDADE Crente, você não é mais escravo. Você agora é um filho de Deus. Você tem o Espírito de Deus. Você está livre. Livre para não pecar.   Você foi resgatado do Egito. Aquele Faraó chamado pecado não tem mais domínio sobre você. Você não está preso aos seus pecados do passado. Agora, você pode mudar. Agora, você pode crescer em santidade. Você está finalmente livre!   Agora você tem o Espírito para praticar novos hábitos espirituais e abandonar antigos hábitos carnais. Antes, você não podia. Mas agora, você pode!   Agora, você pode ser uma pessoa que cresce em “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (5:22).   O período AC—o tempo de domínio do pecado sobre você—ficou para trás. As correntes do pecado foram quebradas. Agora saia correndo por esse mundo, livre, amando as pessoas, se arrependendo e crendo, e trazendo glória ao seu Libertador.   Como não viver para honrar aquele que sofrer e morreu para nos salvar?   Christen estava contando que ela começou a estudar a Bíblia com algumas mulheres e pediu para elas lerem até o capítulo 2 de Marcos. Na semana seguinte, uma das mulheres chegou no estudo e disse: “Eu já li tudo. Eu não consegui parar. Eu li o evangelho de Marcos todo. E eu vou dizer uma coisa: ‘Esse Jesus é incrível!’”.   Ele é. Ele é incrível. Incomparável. Invencível. A sabedoria dele. O poder. A compaixão. O amor. Ele é incrível. Ele é digno de toda a nossa devoção e adoração.   Identidade. Liberdade. Terceiro fruto da nossa adoração:   3.     COMUNIDADE O que é a igreja? O que é a IBJM? É a família dos filhos adotados de Deus. Na família de Deus, um filho é natural: Jesus. Ele é divino. Todos nós fomos adotados. Isso cria um senso de amor entre nós. Nós temos uma história em comum.   A pessoa que está do seu lado e que está em Cristo teve a mesma experiência que você. Ela também era uma escrava do pecado. E ela também foi resgatada por ele, seu irmão e Salvador Jesus. Foi o mesmo Príncipe da Paz que salvou vocês. O seu Pai Celeste é o Pai dela também. Nós somos irmãos e irmãs em Cristo.   Meu Salvador é meu irmão. Todo cristão é meu irmão também.   Vocês receberam a mesma herança e vão viver no mesmo reino. Para sempre. Agora nós olhamos um para o outro como ex-escravos adotados pelo mesmo Pai, para viverem juntos para honrar o nome do nosso Libertador, Salvador e Rei Jesus.   CONCLUSÃO Filho de Deus, filha de Deus, Deus quer nos mostrar que nós somos filhos dele, não porque nós fizemos por merecer. Não porque nós conseguimos obedecer a lei. Nós somos filhos dele porque ele olhou para nós com compaixão e escolheu nos adotar.   O Deus Todo-Poderoso, o Deus que criou os céus e a terra a partir do nada pela Palavra dele, o Deus que está em todo lugar com todo o poder, sabedoria e amor, o Deus que enviou o Filho dele para resgatar você, esse Deus é seu Pai.   Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus (1João 3:1). Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Gálatas 4:1-7: Adotados

Se você está aqui e você ainda não colocou sua fé em Cristo, minha oração é que você hoje seja resgatado da escravidão do seu pecado para viver a liberdade dos filhos de Deus.

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Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 
 18 de maio de 2025 – IBJM Você não recebe o perdão de Deus fazendo obras da Lei de Moisés, mas crendo em Jesus Cristo. Isso significa, então, que é possível ser um crente verdadeiro e não obedecer a Palavra de Deus?   Mas se você deve obedecer depois que você foi salvo pela graça, como você sabe quais partes você deve obedecer?   Por exemplo:   Levítico 19:27— Não cortem o cabelo nas têmporas, nem danifiquem as pontas da barba.   Você está cumprindo esse mandamento? Nós estamos cortando o cabelo e boa parte de nós nem usa barba. E aqueles que usam barba, estão danificando as pontas com lâminas de barbear. Não tem problema desobedecer esse mandamento? Por que não?   Mais um exemplo:   Deuteronômio 22:11—Não vista roupa feita de pano de lã e linho misturados.   Mulheres, quando vocês compram uma roupa, vocês estão olhando na etiqueta para ver se não tem tecidos misturados? Por que não? Você não precisa mais obedecer a essa lei?   E os 10 mandamentos? Como nós lidarmos com eles? Eles são parte da Lei de Moisés.   — Não tenha outros deuses diante de mim (Êxodo 20:3). — Não faça para você imagem de escultura (Êxodo 20:4). — Não tome o nome do Senhor, seu Deus, em vão (Êxodo 20:7).   Mas o quarto mandamento?   — Lembre-se do dia de sábado, para o santificar (Êxodo 20:8).   Mas nós não estamos guardando o sábado. Os Adventistas estão. Mas nós, batistas, não. Por quê? Nós podemos obedecer 9 dos 10 mandamentos? Por quê?   O título da minha mensagem é: “Eu Preciso Obedecer a Lei de Moisés?”. A resposta curta é: “Não”. Nem para ser salvo, porque a salvação é só pela graça, nem depois que você é salvo, porque o tempo de Lei de Moisés acabou. Cristãos não estão debaixo da Lei de Moisés. Nós estamos debaixo da Lei de Cristo.   Eu quero desenvolver essa resposta a partir da nossa passagem. A pergunta fundamental que esse texto lida é: “Para que serve a Lei de Moisés?”   [19] Logo, para que é a lei?   Esse “logo” do versículo 19 está conectando com o que Paulo escreveu antes. Ele fala no versículo 18 que a herança (a salvação) vem da promessa de Deus para Abraão—por causa da graça dele—e não pela obediência a lei.   Então, para que Deus deu a lei?   A LEI DE MOISÉS TEM 5 PROPÓSITOS:   1.     EXPOR O PECADO (V. 19A-B)   [19] Logo, para que é a lei? Ela foi acrescentada por causa das transgressões,   A lei foi acrescentada—a lei foi dada por Deus—para expor o pecado. A lei não cria maldade no nosso coração, mas ela revela, expõe e nesse sentido a lei aumenta o nosso pecado.   Você passa por um jardim muito bonito com um placa: “Não pise na grama”, mas agora, o pecado que já estava no meu coração brota, e dá vontade de pisar na grama.   Você fala para o bebê: “Não coloque a mão na tomada”. O que ele quer fazer agora? Colocar a mão na tomada!   A lei não resolve o problema do nosso pecado. A história inteira de Israel é prova disso. Depois que Israel recebeu a lei, eles não se tornaram mais santos. Você não precisa ler muitas páginas na Bíblia para chegar a essa conclusão: a história de Israel é marcada por murmuração, teimosia, desobediência, idolatria e a enorme misericórdia de Deus.   Mas o problema do pecado não é um problema judeu. “Não há nenhum justo, nenhum sequer” (Romanos 3:10).  Nosso coração gentio tem a mesma doença espiritual—uma inclinação natural para transgredir e pecar. O que nós precisamos, mais fundamentalmente, não é de mais leis, mais educação, mais treinamento em bom comportamento.   O que o Brasil e o mundo precisam, mais fundamentalmente, não é de escolas melhores, universidades melhores e leis melhores. Escolas e universidades terão efeito na economia de um país. Terão. Mas pessoas com acesso a educação se tornam pecadores com diplomas.   O que nós mais precisamos é um coração novo. E isso, a lei não pode fazer. O propósito da lei é expor, não cobrir o pecado.   Segundo propósito da Lei:   2.     SER TEMPORÁRIA (V. 19C) O plano de Deus nunca foi que a lei durasse para sempre.   [19] Logo, para que é a lei? Ela foi acrescentada por causa das transgressões, até que [veja a ideia de tempo: “até que”] viesse o descendente a quem se fez a promessa,   Agora que Cristo (o descendente) veio e cumpriu a lei no nosso lugar, agora nós vivemos uma nova época, um novo tempo—a era do Espírito. A lei de Moisés ficou para trás. Acabou. Deus planejou a lei para ser algo temporário.   Esse é o problema de falar que a parte moral da lei continua em vigor hoje para os cristãos. Esse é o problema de dizer que alguns mandamentos da lei continuam e outros mandamentos da lei pararam.   A Bíblia não enxerga a lei dessa forma. Paulo olha para a lei como um pacote único e não divido em três partes (civil, moral e cerimonial). Um único pacote—uma aliança—que ficou para trás na história.   Hebreus 8:13—Quando ele diz “nova aliança”, torna antiquada a primeira [a aliança da lei]. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.   E desapareceu. Por isso que exigir circuncisão (como os judaizantes em Gálatas estavam querendo) ou exigir guardar o sábado (como os Adventistas fazem) ou pegar uma lei de Moisés e aplicar diretamente à nós—sem antes passar por Cristo e a Nova Aliança—nos leva a erros de interpretação, que pode nos levar a erros de salvação, e assim nos afastam de Deus.   A lei de Moisés foi cumprida por Cristo em nosso lugar e agora está abolida. A aliança com Israel no Monte Sinai é antiquada, envelhecida e desapareceu. Nós vivemos na Nova Aliança—selada com o sangue de Cristo na cruz. Uma aliança que você entra pela fé nele.   ENTÃO EU POSSO PECAR?   Isso significa que você, cristão, pode pecar à vontade, por que agora você não está mais debaixo da lei de Moisés?   Paulo fez essa pergunta para ele mesmo:   Romanos 6:15-16—E então? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? [A resposta de Paulo:] De modo nenhum! Será que vocês não sabem que, ao se oferecerem como servos para obediência, vocês são servos daquele a quem obedecem, seja do pecado, que leva à morte, ou da obediência, que conduz à justiça?   Se eu estou na aliança com Cristo, eu posso viver em pecado e continuar pensando que eu pertenço a Cristo? A resposta é: “De modo nenhum!”   Cristão, você é salvo só pela graça por meio da fé em Cristo, mas agora que você tem um novo coração, o que você quer é obedecer pela fé o seu Senhor e Salvador. Mas o que você obedece não é a lei de Moisés. Agora você está debaixo da lei de Cristo, a lei do amor. Você obedece a Palavra de Cristo.   1João 2:4-6—Aquele que diz: “Eu o conheço”, mas não guarda os seus mandamentos, esse é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas quem guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: quem diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.   Como nós aplicamos a lei de Moisés para nós hoje? A lei tem utilidade porque ela revela o caráter santo de Deus, ela revela o nosso pecado, e ela revela princípios de amor que ainda continua hoje.   Como cristão, você deve obedecer o mandamento de “não ter outros deuses”, mas você deve obedecer, não porque é parte da lei de Moisés, mas porque esse mandamento revela o princípio de amor—tanto amor a Deus quanto amor ao próximo.   Gálatas 5:13-14—Porque vocês, irmãos, foram chamados à liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à carne; pelo contrário, sejam servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: “Ame o seu próximo como a você mesmo.”   Na prática, eu reconheço que a diferença entre falar que a parte moral da Lei de Moisés continua ou falar que nós aplicamos o Antigo Testamento a partir do princípio do amor, na prática, não tem tanta diferença assim.   Mas o problema de dizer que uma parte da lei (a lei moral) ainda deve ser obedecida pelos cristãos hoje confunde o papel das alianças e deixa várias passagens do Novo Testamento confusas e difíceis de entender. E mais limpo (e eu entendo, mais alinhado com a Bíblia): dizer que lei da aliança com Moisés foi abolida.   O pastor e professor Thomas Schreiner resumiu assim:   Estritamente falando, a ideia de que crentes estão debaixo do terceiro uso [uso moral] da lei é errada, porque... a lei inteira foi abolida para os crentes. Mas essa noção não é completamente errada uma vez que o ensino de Paulo está cheio de exortações que chamam os crentes a viverem de uma maneira que agrada a Deus [Schreiner, 40 Questions About Christians and Biblical Law, p. 99]   Sim, o Novo Testamento está cheio de mandamentos para nós, cristãos. E Paulo, às vezes, cita mandamentos do Antigo Testamento para nós cristãos. Mas quando isso acontece, esses mandamentos têm autoridade sobre nós, não porque eles fazem parte da Antiga Aliança, mas porque esses mandamentos revelam a vontade de Deus para nós. Porque eles revelam o que é o amor.   O Antigo Testamento—não só a Lei, mas todo ele—é a Palavra de Deus para nós. Mas para você saber como exatamente você obedece uma passagem do AT, você precisa passar por Jesus, a Nova Aliança que ele estabeleceu, e ver qual é o princípio do amor naquela passagem da Antiga Aliança.   Você, cristão, deve obedecer a Palavra de Cristo—a maravilhosa lei de Cristo, a lei do amor. Mas a lei de Moisés, não. Ela era temporária. Ela foi abolida. O propósito de Deus para a lei nunca foi que ela durasse para sempre.   O descendente já veio. A lei ficou para trás.   Terceiro propósito de lei:   3.     SER INFERIOR POR CAUSA DOS INTERMEDIÁRIOS (VV. 19D-20)   [19] (...) e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. [20] Ora, o mediador não é de um só, mas Deus é um só.   Esse versículo parece um pouco enigmático. O que Paulo quer dizer com anjos e mediador?   Nós precisamos lembrar do problema e do contexto. O problema na igreja da Galácia eram os legalistas que estavam dizendo que para você ser um crente verdadeiro, você precisa ser circuncidado e obedecer a Lei de Moisés. Esse é o problema. O que Paulo está fazendo nessa passagem é mostrar que a aliança com Abraão (feita pela graça) é superior a aliança feita com Moisés (feita pela lei).   E a razão para isso, de acordo com o versículo 19 e 20, é que a aliança com Abraão foi feita diretamente por Deus—Deus deu uma promessa para Abraão, mas no caso da aliança com Moisés, a lei foi promulgada por meio de anjos e de anjos para um Mediador (Moisés) e de Moisés para o povo. Uma aliança cheia de intermediários. Não tem como uma aliança assim ser superior a aliança onde Deus falou diretamente para Abraão.   Essa ideia de que a aliança com Moisés incluiu a presença de anjos está em:   Deuteronômio 33:2—O Senhor veio do Sinai... Ele veio das miríades de santos [anjos]; à sua direita, havia para eles o fogo da lei.   A lei é inferior porque ela inclui muitos intermediários. De Deus para anjos, dos anjos para Moisés, de Moisés para o povo. Já a aliança com Abraão, Deus falou diretamente com ele.   E nós podemos dizer: na Nova Aliança, ainda mais: Deus veio até nós através de Jesus e falou e viveu entre nós.   A lei parece que tem tanto problema, Paulo percebe a necessidade de esclarecer mais um propósito de lei.   4.     SER SANTA, MAS NÃO PRODUZIR VIDA (VV. 21-22) O problema não é a lei. O problema é o nosso coração.   [21] Seria, então, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, então a justiça seria, de fato, procedente de lei.   O problema não é a lei. O problema é o nosso coração. Paulo disse em Romanos que:   A lei é santa e o mandamento é santo, justo e bom (Romanos 7:12).   Esse propósito da lei explica também por que tem passagens onde os crentes do Antigo Testamento falam com tanto amor da lei:   Salmo 119:96-97—Tenho visto que toda perfeição tem o seu limite; mas o teu mandamento é ilimitado. Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia!   A lei não salva. Mas para aqueles que viviam na época do Antigo Testamento e confiavam em Deus e no Messias que viria, eles amavam a lei de Deus porque ela manifesta também o caráter santo e belo de Deus e a beleza da santidade.   A lei mostra como nós devemos viver, mas ela não nos dá o poder para obedecermos. A lei não produz vida. Mas isso não significa que a lei é contrária as promessas de Deus.   A lei não está andando no caminho oposto a promessa da salvação pela graça. A lei está andando do lado.   A lei é como o próprio Moisés guiando o povo até a Terra Prometida. Ele mesmo não entra em Canaã. Ele para antes e aponta para nós onde é o lugar em que nós habitamos com Deus. E quando ele aponta—ele aponta para Cristo. É o que a lei faz: ela aponta.   [22] Mas a Escritura [a lei] encerrou tudo sob o pecado,   para que, mediante a fé em Jesus Cristo, a promessa fosse concedida aos que creem.   A lei fecha a porta da salvação pela obediência e abre a porta da salvação pela fé. A lei diz: “Não é por mim. É por ele: Cristo”.   APLICATIVO: REVELA   Mas para nós movimentarmos as pernas do nosso coração para irmos até o Salvador Prometido, nós precisamos ver essa porta da salvação pela obediência completamente fechada. Nós precisamos chegar nessa convicção de pecado.   Enquanto nós acharmos que não somos tão ruins assim, nós podemos até admirar a Jesus, gostar dos ensinos dele e das pregações sobre ele, mas você não vai entrar pela porta estreita da fé e abraçar Cristo.   “Enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce” (Thomas Watson).   Pecado não é um conceito abstrato. Pecado é uma atitude intencional de desafiar a Deus de forma pessoal.   Pecado não é só o que nós fazemos com o nosso corpo. Pecar não é só matar alguém ou praticar imoralidade ou falar palavrão.   Jesus fala que ficar com raiva de uma pessoa ou ter pensamentos impuros sobre alguém é suficiente—ainda que uma só vez—para nos condenar e nos enviar para o inferno. Esse é o tamanho da santidade de Deus e da ofensa do pecado.   Efésios 2:3 fala do nosso pecado como a nossa vontade da carne e dos nossos “pensamentos”.   Um tempo atrás eu falei de um aplicativo de celular chamado REVELA. Esse aplicativo é capaz ler pensamentos. Ele não existe, mas imagine que existisse. Você baixa o aplicativo, coloca o celular na testa e a câmera consegue ler seus pensamentos e transformar em imagens.   Tudo o que você pensa quando está conversando com alguém, quando você está olhando para o nada... o aplicativo tem o poder de transformar todos os seus pensamentos em imagens na tela do celular.   Quem aceitaria usar o aplicativo REVELA? Que pessoa nesse mundo teria coragem de sair pela rua com o celular preso na testa mostrando seus pensamentos? Ninguém.   Tentar ser bom o suficiente obedecendo a lei o suficiente nunca vai dar certo. Esse é um caminho que nos lança no abismo sem fim do sofrimento eterno do inferno. Mas existe um caminho. Existe uma Pessoa que é o CAMINHO, A VERDADE e VIDA: Cristo.   Você coloca sua fé nele, e o que ele faz é pegar todos os seus pecados—incluindo os pecados que você nunca contou para ninguém, mas que ele sabe—ele pega todos os seus pecados, coloca nos ombros dele e carrega seus pecados até a cruz. E seus pecados ficam lá para nunca mais acusar você.   O pecado tem uma força insuportavelmente forte. Prova disso é que se você sair daqui hoje e disser: “Eu nunca vou mais pecar”, isso não vai acontecer. Você não vai conseguir. Por causa da fraqueza da nossa carne.   Mas Jesus é diferente. A força da santidade dele é maior do que a do pecado. Por isso ele nunca pecou. E por isso ele pode levar você para Deus.   Romanos 8:3—Porque aquilo que a lei não podia fazer, por causa da fraqueza da carne [nosso pecado!], isso Deus fez, enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no que diz respeito ao pecado. E assim Deus condenou o pecado na carne [de Jesus].   A lei é santa, mas ela não pode dar vida. Jesus pode dar vida para você. Hoje. Se você para de crer em você e começar a crer nele.   Deus deu a lei para:   1.     EXPOR O PECADO (V. 19A-B). 2.     SER TEMPORÁRIA (V. 19C). 3.     SER INFERIOR POR CAUSA DOS INTERMEDIÁRIOS (VV. 19D-20). 4.     SER SANTA, MAS NÃO PRODUZIR VIDA (VV. 21-22).   O quinto propósito de Deus com a Lei é:   5.     CONDENAR e CONDUZIR (VV. 23-25)   A LEI NOS CONDENA (V. 23):   [23] Mas, antes que viesse a fé [Paulo está chamando de fé a Nova Aliança pela fé em Cristo], estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé [essa Nova Aliança] que, no futuro, haveria de ser revelada.   Paulo descreve a época da lei como uma prisão. O versículo 23 fala de estarmos “sob a tutela da lei e nela encerrados”. A ideia é estarmos presos pelo pecado. A Bíblia usa essas expressões do versículo 23 para falar de uma cidade presa (cercada) por um exército inimigo. Ou para falar de peixes presos na rede do pescador.   O pecado prende você, amarra você e não deixa você sair por nada. O pecado coloca você em uma jaula, tranca e joga a chave fora.   O pecado é um mestre mal. Ira, imoralidade, inveja são como monstros musculosos que nos segurança com força, nos machucam e nos impedem de correr para Cristo—onde a verdadeira alegria está.   Paulo descreve a época da lei como se o ser humano estivesse detido em uma prisão esperando o julgamento. O propósito da lei é nos condenar, não nos salvar.   Mas Deus é poderoso. E misericordioso.   Romanos 11:32—Porque Deus encerrou todos na desobediência, a fim de mostrar a sua misericórdia a todos.   O plano de Deus em dar a lei é mostrar nossa incapacidade de lidar com o pecado para que fique claro a capacidade dele de lidar com o pecado—enviando Jesus para obedecer a lei no nosso lugar e sofrer a punição da lei na cruz no nosso lugar.   O plano de Deus com a lei foi nos conduzir para Cristo. A lei condena, mas ela também conduz:   A LEI NOS CONDUZ (VV. 24-25) Paulo muda a imagem agora—do pecado como um carcereiro para um guardião:   [24] De maneira que a lei se tornou nosso guardião para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados pela fé.   Na época de Paulo, guardião era alguém que era responsável por cuidar de uma criança até que ela se tornasse adulta. Até que ela fosse madura o suficiente para andar com as próprias pernas, como nós costumamos dizer.   Paulo reforça que a lei é temporária—que o tempo dela acabou.   [25] Mas, agora que veio a fé, já não permanecemos subordinados ao guardião.   A lei é como um guardião ou, traduzindo para o nosso tempo: como uma babá. Um bebê precisa de uma babá. Uma pessoa que cuide dele. Mas quando ele cresce, o tempo da babá acabou.   Paulo está dizendo: assim como uma babá tem um papel temporário e deve levar a criança até a vida adulta, esse é o papel temporário da lei: nos conduzir até Cristo.   A lei tinha um propósito limitado e específico (cf. Moo, p. 232): nos dar a mão e nos levar para alguém que pudesse nos salvar.   Mudando a imagem, a lei é como o pai da Noiva em um casamento. Ele entra com a Noiva, conduz a Noiva até Cristo, e depois sai de cena. É isso que a lei faz. A lei dá o braço, nos leva até o Noivo (Cristo) e depois que nós (a Noiva, a igreja) somos conduzidos a ele, a lei sai de cena. Nossos olhos agora estão só no Noivo: Cristo.   A lei nos humilha porque mostra o nosso pecado, mas a lei exalta a Cristo porque mostra a santidade dele. Ele conseguiu obedecer.   A lei suga até a última gota da nossa vanglória—como uma seringa gigante e joga nossa justiça própria no mar.   Mas ela também nos deixa sedentos por alguém que possa nos perdoar e nos salvar. Ela nos deixa famintos por alguém que possa pagar pelo nosso pecado e nos purificar. Jesus disse:   — Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados (Mateus 5:6).   Você pode ser saciado—o nome da fonte se chama Jesus. A caminho para chegar até ele se chama a fé, não obras. E o resultado é que você se torna um filho de Deus.   É assim que Paulo termina esse capítulo e termina o argumento dele mostrando que você se torna parte do povo de Deus—um filho de Deus—no milésimo de segundo que você se une a Jesus pela fé.   FILHOS PELO FILHO (VV. 26-29) Paulo usa duas imagens para explicar como você se torna um filho de Deus: as duas imagens falam da nossa união com Jesus pela fé.   SER BATIZADO e SER REVESTIDO (VV. 26-27)   [26] Pois todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; [27] porque todos vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram.   Paulo está trazendo a memória dos Gálatas e da IBJM o dia do batismo deles.   Culto de domingo. Você de bata azul. Azul celeste. Mas antes do batismo, é como se você estivesse vestido também do seu velho homem. Você entra na água. Você dá seu testemunho: dizendo quem você era antes de Cristo e como ele lavou você dos seus pecados com o sangue dele quando você creu nele. Você coloca seu testemunho na mureta.   O pastor fala algo como: “Mediante sua profissão pública de fé, eu batizo você em nome do Pai, do Filho e do Espírito. Sepultado com Cristo em sua morte”... e você é imergido em água.   Quando você é afundado na água, isso representa seu julgamento—seu velho-homem sendo julgado e morto. Porque, como você está unido a Jesus pela fé, seu velho homem foi crucificado quando Jesus foi crucificado. Isso é a união com Cristo!   Seu velho-homem morre e fica no fundo do batistério. Morto. Aquela vida acabou. Sua culpa acabou. Sua condenação acabou—ela já aconteceu na cruz. Essa é a primeira parte.   Agora vem a segunda parte: o pastor estava falando: “Sepultado com Cristo em sua morte... e ressuscitado para andar em novidade de vida”... e você é levantado da água—mostrando que você foi levantado da morte porque Jesus ressuscitou.   Você sai da água, mas agora você não está mais vestido do velho-homem. Ele morreu. Agora você está (versículo 27) revestido de Cristo.   2Coríntios 5:17—E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.   Paulo está usando o batismo como a ilustração da sua conversão. O batismo não salva ninguém. Ser molhado com água não tem poder para remover pecados. Mas a fé em Cristo tem.   Os falsos mestres estão insistindo que os Gálatas precisam se circuncidar e se submeter a lei do Antigo Testamento para serem parte do povo de Deus.   Paulo diz: “Não! Vocês não precisam de circuncisão. Vocês já tem uma união com Cristo. E por isso, vocês já são filhos de Deus”. Fé nele, não obras para ele, é o que salva vocês.   UNIDADE NA DIVERSIDADE Se isso é verdade—se nós nos tornamos filhos de Deus nos unindo a Jesus pela fé e não praticando obras, a conclusão é que todos nós que estamos em Cristo somos parte da família da fé, descendentes de Abraão e herdeiros junto com o Senhor Jesus Cristo:   [28] Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. [29] E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.   Essa é a conclusão de todo o argumento do capítulo 3. A pergunta principal que Paulo está respondendo em Gálatas 3 é: como eu faço parte do povo de Deus? Como eu me torno um cristão? Como eu vou para o céu? Como eu sei que Deus me perdoou e me ama?   A resposta dos judaizantes é: você precisa ser circuncidado e se submeter a lei de Moisés. A resposta de Paulo é: você precisa crer em Jesus. Ponto. Ele viveu em perfeita obediência à lei no seu lugar. Ele morreu um sacrifício perfeito na cruz no seu lugar.   A afirmação de Paulo nesses últimos versículos é radical. Era radical 2.000 anos atrás e continua sendo radical hoje. O que determina se você é um filho de Deus não é seu povo de origem—judeus ou gentios, branco ou negro; nem seu sexo—homem ou mulher; nem seu status social—escravo ou livre ou rico ou pobre.   Nada disso importa quando o assunto é meu status como filho de Deus. Se você tem fé em Cristo—todos nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros da mesma promessa, salvos pelo mesmo sangue, filhos do mesmo Pai, habitantes do mesmo lugar: a glória.   Dona Ilza, membro da IBJM e crente há 64 anos é tão filha de Deus quanto João Marcos, 16 anos de idade, salvo há alguns meses e que será batizado em breve, se Deus quiser.   Mesmo Salvador. Mesmo sangue. Mesma fé. Mesmo Espírito. Mesma glória.   O coração humano tem essa inclinação a querer ser superior: os judeus se viam superiores aos gentios. Os livres se viam superiores ao escravos. Os homens se viam superiores às mulheres. Em Cristo, nós somos um—mesmo valor e mesma dignidade diante de Deus.   UMA DISTORÇÃO NA INTERPRETAÇÃO Mas o coração humano tem também a inclinação de querer distorcer a Palavra de Deus para os seus próprios interesses: o versículo 28 tem sido muito usado para dizer que não existem diferenças entre homens e mulheres e tudo o que um homem faz, a mulher deve fazer também.   E, mais recentemente, esse versículo tem sido usado para dizer que como não existe diferença entre homens e mulheres, então pessoas do mesmo sexo podem se casar também.   Paulo não está dizendo ser homem e ser mulher é a mesma coisa. Ele não está dizendo que não tem nenhuma diferença de papel entre um homem e uma mulher.   O contexto é a nossa salvação: somos todos filhos—com todos os direitos por pertencermos a família de Deus—todos herdeiros da salvação, mas isso não significa que Deus eliminou todas as diferenças entre nós.   Ser homem e ser mulher não é a mesma coisa. Igualdade em dignidade não é a mesma coisa que igualdade em papel.   Efésios 5 fala do papel do homem no casamento liderando e representando Cristo com um amor que serve e se sacrifica pela mulher. E a mulher representando a Igreja e se submetendo e apoiando a liderança do homem.   1 Timóteo 2 e 3 fala do papel do pastor reservado a homens com as mulheres também servindo com seus dons na igreja.   CONCLUSÃO   A mensagem dessa passagem é que você se torna um filho de Deus crendo no Filho de Deus—Cristo, na morte dele substituindo você naquela cruz.   Deus não deu a lei para sermos salvos pela obediência. A lei teve um papel específico e temporário: expor o nosso pecado, mostrar a santidade de Deus, e segurar a nossa mão e nos levar para aquele que nunca pecou e escolheu sofrer a maldição da lei que deveria cair sobre nós.   A lei nos cala e nos condena. Mas ela também nos conduz a graça. A lei nos leva para Cristo. A lei nos leva para a cruz.   Agora que você em Cristo, você está livre da condenação da lei e preso ao amor de Cristo. Livres para amarmos uns aos outros e livres para amar aquele que nos amou e se entregou por nós.   Romanos 5:20-21—A lei veio para que aumentasse a ofensa. Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reinasse pela justiça que conduz à vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Gálatas 3:19-29: Eu Preciso Obedecer à Lei de Moisés?

O título da minha mensagem é: “Eu Preciso Obedecer a Lei de Moisés?”. A resposta curta é: “Não”. Nem para ser salvo, porque a salvação é só pela graça, nem depois que você é salvo, porque o tempo de Lei de Moisés acabou. Cristãos não estão debaixo da Lei de Moisés. Nós estamos debaixo da Lei de Cristo.

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Série em Gálatas: A Mensagem da Cruz 
 11 de maio de 2025 – IBJM A Bíblia é um livro com muitas páginas e com muitas história. Se você olhar para cada história como um vagão de trem, você vai perceber que esses vagões não estão soltos. Esses vagões (essas pessoas e histórias) estão conectados em uma determinada ordem e de uma determinada maneira. O nome do encaixe entre cada vagão se chama aliança.   Deus fez alianças com Adão, Noé, Abraão, Moisés, Davi e, finalmente, com Jesus. Essas alianças conectam—como um encaixe de vagão—toda a história da Bíblia.   Paulo tem um objetivo nessa passagem: mostrar que a LEI (a aliança com Moisés) não anula a GRAÇA (prometida na aliança com Abraão). Em outras palavras: a mandamentos da lei que Deus deu não cancelam as promessas que Deus fez para Abraão de nos salvar por causa da graça dele.   E assim Paulo prova que Deus salva você, não através da sua obediência a lei, mas através da sua fé em Jesus.   Entender a relação das alianças que Deus fez com Abraão e com Moisés não é uma questão para os teólogos que escrevem livros complicados. Paulo não está escrevendo para os professores dos seminários de Israel.   Paulo está escrevendo para os membros das igrejas da Galácia (gentios) para salvá-los da mensagem falsa da salvação pelas obras. Entender as alianças salva nossa vida. E nos leva para Deus.   Eu prometo: entender as alianças que Deus fez com os homens ao longo do tempo irá revolucionar a maneira como você entende a Bíblia. Você vai conseguir ver Jesus mais claramente no Antigo Testamento.   É como se você parasse de usar uma câmera preta e branca de 50 anos atrás e começasse a ver a Bíblia com milhões de cores em altíssima definição—ultra HD. Tudo fica mais nítido. Mais claro. Mais cheio de vida e cor. E quanto mais claramente você vê Cristo, você vive com mais fé, mais esperança e mais amor.   Nosso texto tem 4 versículos. Esses versículos funcionam como 4 argumentos de Paulo para defender que a lei não anula a graça; que a aliança que Deus fez com Abraão—da salvação pela graça por meio da fé—não foi cancelado quando Deus deu a lei para Israel obedecer.   4 VERSÍCULOS, 4 ARGUMENTOS.   1.     O ARGUMENTO DO DIA A DIA: A LEI NÃO PODE ANULAR A GRAÇA PORQUE ALIANÇAS NÃO PODE SER CANCELADAS (v. 15)   [15] Irmãos, falo em termos humanos. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta coisa alguma.   Paulo está usando um argumento do dia a dia. Quando duas pessoas fazem uma aliança—ela não pode ser anulada ou modificada. Assinou, está assinado. Se é assim em uma aliança entre pessoas, muito mais firme é uma aliança que Deus faz conosco—como ele fez com Abraão quando Deus prometeu a ele salvação pela fé.   Nós precisamos definir o que é uma aliança. Uma aliança não é a mesma coisa que um contrato. Um contrato também contém promessas e obrigações, mas um contrato é algo impessoal. Não existe um relacionamento.   O dono da Operadora Claro—Carlos Slim—não sabe que eu existo, mas eu tenho um contrato com a empresa dele. Eles fornecem o serviço que eles prometeram para o meu celular e eu pago o valor que eu prometi. Mas não existe um relacionamento pessoal entre nós. É um contrato.   Uma aliança é diferente. Uma aliança é um relacionamento onde duas partes (duas pessoas ou dois reis ou dois países), por escolha própria, fazem promessas uma para a outra (cf. Schreiner, A Aliança e o Propósito de Deus, p. 16) .   O exemplo mais comum de aliança que temos em nossa sociedade é o casamento. No casamento, um homem e uma mulher escolhem entrar em um relacionamento em que eles fazem promessas de fidelidade um para o outro.   O primeiro argumento de Paulo é: se até mesmo entre seres humanos os termos de uma aliança nunca pode ser alterados, imagine uma aliança que Deus fez conosco.   Se Deus fez uma aliança com Abraão e prometeu declarar Abraão justo porque ele creu, Deus não cancelou essa promessa quando ele deu a lei de Moisés para Israel. A promessa de salvar pela graça por meio da fé continua.   Os legalistas que invadiram as igrejas da Galácia e os legalistas que tentam invadir a nossa vida com essa mensagem de que para eu ser salvo—para eu ser aceito por Deus—eu preciso obedecer em vez de crer; eles não entendem as alianças que Deus fez com os homens. Eles conectam os vagões da história da Bíblia errado.   E ler a Bíblia errado levar a um relacionamento errado com Deus. E um relacionamento errado com Deus nos leva a condenação eterna e não a vida eterna.   Você não se torna parte do povo de Deus obedecendo a mandamentos da lei. Você se torna parte do povo de Deus crendo como Abraão creu—colocando sua fé no Deus que perdoa pecadores que confiam que Jesus morreu por eles na cruz.   2.     O ARGUMENTO DO SINGULAR: A LEI NÃO PODE ANULAR A GRAÇA PORQUE A PROMESSA DE SALVAÇÃO É CUMPRIDA EM CRISTO, NÃO EM MOISÉS (v. 16).   [16] Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: “e aos descendentes”, como falando de muitos, porém como falando de um só: “e ao seu descendente”, que é Cristo.   Eu quero aprender a ler o Antigo Testamento com o apóstolo Paulo. Paulo está interpretando a Bíblia para nós. Nós aprendemos a ler Gênesis através de Gálatas.   Vamos voltar para o texto de Gênesis 17, que ouvindo durante o culto:   [7] Estabelecerei uma aliança entre mim e você e a sua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o seu Deus e o Deus da sua descendência.   Agora vem o versículo que Paulo cita em Gálatas:   [8] Darei a você e à sua descendência a terra onde agora você é estrangeiro, toda a terra de Canaã, como propriedade perpétua, e serei o Deus deles.   Paulo está dizendo que essa descendência de Abraão—uma palavra que está no singular—é Jesus. Mas aqui em Gênesis parece que está se referindo a descendência no sentido de todos os descendentes—no plural. Parece que está se referindo ao povo de Israel.   O texto de Gênesis—pelo menos em Português—não diz ao descendente. O texto diz à sua descendência, dando o sentido de várias pessoas—não só de uma pessoa. Como nós resolvemos essa aparente contradição?   PAULO FORÇOU O TEXTO?   Existe um grupo de pessoas que diz que Paulo está forçando a interpretação dele só para falar de Jesus. “Paulo não está interpretando de forma correta o texto de Gênesis. Ele força o texto só para caber dentro da teologia dele”. Para eles, Paulo leu errado o Antigo Testamento.   Povo de Deus, eu quero dizer para você que entre concordar com uns estudiosos que dizem que Paulo está errado e concordar com Paulo, eu acho que é uma decisão fácil. Eu fico com Paulo.   Jesus disse em João 10 que “a Escritura não pode falhar” (v. 35). Estudiosos sem fé podem falhar. A Escritura, não.   Eu prefiro ficar com a interpretação inspirada de Paulo e aprender com ele como ler o Antigo Testamento. Que, por sua vez, aprendeu com Jesus—nosso Mestre que nunca erra.   Mas por que Paulo interpreta a aliança com Abraão como falando de um descendente—de uma pessoa—que ele diz que é Cristo?   CONECTANDO VAGÕES   O que Paulo está fazendo aqui é conectando os vagões das histórias da Bíblia através das alianças—os engates divinos que Deus nos deu.   Antes da aliança com Abraão, Deus fez uma aliança com Adão. Deus deu promessas para Adão e Eva logo depois que eles pecaram contra ele. Como Deus é cheio da graça!   Deus estava falando com a Serpente, mas o que para a Serpente era julgamento, para nós é salvação:   Gênesis 3:15—Porei inimizade entre você [Serpente] e a mulher [Eva], entre a sua descendência e o descendente dela [singular]. Este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar.   As promessas que Deus faz na aliança com Abraão estão conectada (estão enganchadas) com essa promessa desse Salvador que irá esmagar a cabeça da Serpente—um filho de Adão e Eva. Claramente Deus está falando de uma única pessoa—um único descendente—em Gênesis 3.   Mas veja isso! Não só o vagão anterior à Abraão fala de um único descendente. O vagão posterior, da história de Davi, também fala de um único descendente.   Deus falando com Davi:   2Samuel 7:12—Quando os seus dias se completarem e você descansar com os seus pais, então farei surgir depois de você o seu descendente [singular], que procederá de você, e estabelecerei o seu reino.   Quando você olha para o trem da história da salvação—com os vagões devidamente conectados pelas alianças—nós vemos que a promessa de abençoar as nações através da descendência de Abraão se cumpre em um único descendente de Abraão—Jesus, o Esmagador da Serpente, o Rei da linhagem de Davi.   Paulo sabe que palavra “descendência” pode significar também os descendentes no plural. Mas Deus inspirou o texto de Gênesis para ser escrito no singular para nos mostrar que nós devemos ver o cumprimento final da promessa para Abraão em uma Pessoa específica—o descendente (singular): o Senhor Jesus Cristo.   Uma outra maneira de dizer isso é que Jesus é o representante da descendência de Abraão que cumpre perfeitamente e finalmente as promessas de Deus. Todos os outros descendentes falharam—incluindo Abraão, Moisés e Davi.   Mas Jesus é o descendente perfeito. Assim como Davi representou todo o povo de Israel na luta contra Golias e a vitória de Davi se torna a vitória de todo o povo, a mesma coisa está acontecendo aqui.   Jesus é o descendente que representa toda a descendência. Só em Jesus a promessa da benção da salvação é cumprida.   NÃO VOLTE NO TEMPO   Por que Paulo está conectando a aliança de Abraão com Jesus? Paulo quer mostrar que a promessa de salvação dada para Abraão se cumpre em Cristo, não em Moisés.   A promessa se cumpre em Jesus e na cruz de Jesus. A promessa de salvação não é cumprida com a nossa obediência aos mandamentos da LEI.   Voltar para a aliança com Moisés—como os judaizantes legalistas querem—é ir na direção contrária da direção que Deus está levando a história. É ignorar o que Cristo fez na cruz. É um erro grave e sério que levará a perdição, não a salvação.   PRECISA E PRECIOSA   Agora, pare e pense: veja que tipo de livro você tem na mão. Você tem um livro—A Bíblia—que você pode sugar néctar espiritual—como um beija-flor—de cada letra. Um “s” no final ou não faz diferença.   Deus não inspirou simplesmente algumas ideias. Deus não nos deu uma palavra inspirada em linhas gerais.   Não, cada linha, cada curva de cada letra veio das mãos divinas—as mãos que se fizeram carne e forma pregadas naquela cruz pelos nossos pecados. Você crê nisso?   Mateus 5:18—Porque em verdade lhes digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.   Deus nos deu o texto exato que ele quis nos dar. Você tem na sua mão agora, em cada letra, em cada palavra, a Palavra do próprio Deus.   Quanto você estaria disposto a pagar se você pudesse ter uma reunião com Jesus? Quanto você estaria disposto a trabalhar e economizar e juntar só para ter uma hora com Jesus?   Sentado em uma sala com ele, falando com ele, fazendo perguntas, ouvindo as palavras de sabedoria dele—ouvindo da boca dele o amor dele por você. Quanto você estaria disposto a pagar por uma experiência dessa—uma hora com Jesus?   Eu trago boas notícias para você, meu amigo. Você não precisa pagar nada. É de graça. E calma, é ainda melhor! E você não precisa ter uma experiência dessa uma vez na vida.   Você pode se encontrar com ele todo dia. Ele é a Pessoa mais importante do Universo, mas com ele, você não precisa marcar hora. A agenda dele está sempre livre para você.   Você pega esse livro e ouve o que ele quer falar com você e você fala com ele de volta em oração. Eu sei que parece bom demais para ser verdade. Mas é verdade.   Quando você abre a Bíblia e recebe a Palavra de Deus com fé, duas coisas acontecem: você encontra Jesus (porque a Bíblia é um livro sobre ele) e você se encontra com Jesus.   Não só encontra mas você se encontra com Jesus. Existe um aspecto pessoal, relacional, um experimentar da aliança, quando você abre a Bíblia e ora.   Que plano de salvação! Que Salvador o plano de Deus tem!   Jesus não é só o cumprimento final das alianças. Jesus não é só o centro da história da salvação. Jesus é o centro de tudo o que existe e de tudo o que nós fazemos.   Tudo foi feito por ele e para ele (Colossenses 1:16).   A Bíblia é tanto um livro preciso—com cada letra inspirada—quanto um livro precioso—porque você encontra e se encontra com o Senhor Jesus.   E se isso é verdade, marque encontros com Jesus durante a sua semana. Por que você vai ficar longe dele, se ele está disposto a se encontrar com você a qualquer hora?   O primeiro argumento foi o argumento do dia a dia. O segundo argumento para mostrar que a lei de Moisés não anula a promessa da salvação pela fé foi o argumento do singular—todas as alianças apontam para Cristo—o descendente.   O terceiro argumento é:   3.     O ARGUMENTO DO TEMPO (v. 17)   A LEI NÃO PODE ANULAR A GRAÇA PORQUE ALIANÇAS POSTERIORES NÃO ANULAM ALIANÇAS ANTERIORES.   [17] E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus não pode ser revogada pela lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, a ponto de anular a promessa.   Veja como entender a relação entre as alianças na Bíblia é importante. A ordem dos vagões da história da Bíblia afeta como você entende o que Deus espera de você.   O argumento de Paulo aqui é temporal. Paulo está simplesmente dizendo que o livro de Gênesis vem antes do livro de Êxodo. Paulo está dizendo que a aliança com Abraão em Gênesis vem antes da aliança de Moisés em Êxodo.   E uma aliança que vem depois não pode cancelar as promessas de uma aliança que veio antes. Esse é o argumento do tempo.   Deus prometeu para Abraão terra, nação, benção para das famílias da terra. Deus escreveu essas promessas e assinou. 430 anos depois, quando o povo de Deus era escravo no Egito, Deus levantou um Mediador—Moisés—para libertador o povo e Deus deu a lei para o povo com vários mandamentos.   Mas Deus não pegou uma tesoura, picotou o que ele tinha prometido para Abraão, e disse: a partir de agora vocês são salvos obedecendo a lei de Moisés. Esqueçam as promessas que fiz antes.   A função da lei não é anular a graça de Deus. A função da lei não é dar um novo caminho de salvação—uma salvação pela obediência.   A lei não pode anular as promessas que vieram 430 anos antes. Não é assim que as alianças funcionam. Não é assim que as coisas funcionam com Deus.   VIAGEM AO MUNDO   Eu vou tentar ilustrar: eu chego para os meus filhos hoje à tarde e digo:   Escutem isso: eu prometo a vocês que em 2030 nós vamos fazer uma viagem pelo mundo. Nós vamos conhecer todos os países do planeta Terra. Podem começar a se preparar. Nós temos um pacto.   (Davi e Sara, calma. Isso é só uma ilustração. Não se empolguem!).   Mas imagine que no dia seguinte (amanhã), eu chame a eles e diga: “Aqui em casa vai funcionar assim: Sara, você tira a mesa no almoço. Davi, você tira a mesa no jantar. Essa será a regra na nossa casa”. Eles entendem. E eles dizem: “Está bem!”.   A primeira semana foi ótima. A segunda também. Mas na terceira semana eles se esqueceram de tirar a mesa. Ou eles estavam cansados. Ou simplesmente eles desobedeceram.   Eu não posso chegar para eles e dizer: “Acabou. Esqueçam a viagem. Vocês não tiraram a mesa, eu retiro minha promessa”. Isso não seria justo. Eu não criei uma condição: vocês vão conhecer o mundo todo se vocês cumprirem as minhas regras. Eu fiz uma promessa sem asterisco no final da página.   A quebra de uma regra que eu dei para eles 430 minutos depois da promessa da viagem pelo mundo não pode anular a promessa. Esse é o argumento do tempo de Paulo aqui. Os legalistas da Galácia e do Brasil não entendem como as alianças de Deus funcionam.   As promessas de Deus não são como água que Deus colocou em uma garrafa, e alguém chega depois abre joga fora. As promessas de Deus são como uma montanha. Elas estão firmes e não tem como tirar do lugar.   No mesmo fôlego, Paulo emenda o quarto argumento. A lei não pode anular a graça que foi prometida antes—não só por causa do tempo, mas por causa da diferença do tipo (da natureza) da aliança que Deus fez com Abraão e com Moisés. Duas alianças de natureza diferentes.   O último argumento é o:   4.     O ARGUMENTO DA GRAÇA: A LEI NÃO PODE ANULAR A GRAÇA PORQUE O FUNDAMENTO DESSAS DUAS ALIANÇAS (COM ABRAÃO E COM MOISÉS) SÃO DIFERENTES (v. 18)   Paulo conecta os dois últimos argumentos com um “porque”. Por que obediência a lei de Moisés não pode anular a promessa da salvação (da herança) que Deus fez a Abraão?   [18] Porque, se a herança [a salvação] provém de lei, já não decorre de promessa. Mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.   Paulo coloca as duas alianças lado a lado e mostra a diferença no fundamento delas. A aliança com Moisés promete que o povo habitaria com Deus na terra se eles obedecessem. Todos nós sabemos o que aconteceu. Eles não obedeceram. Por isso eles foram para o exílio.   Deus salvou o povo do Egito por causa da graça dele, mas a promessa de viver com Deus na terra estava condicionada à obediência deles. Esse era o fundamento da lei—da aliança com Moisés.   Mas a aliança com Abraão era fundamentalmente diferente. Deus prometeu a terra a Abraão por causa da graça dele. A segunda frase do versículo 18:   [18] (...) Mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.   Dentro dessa palavra “gratuitamente” tem a palavra “graça”. Deus deu graciosamente a Abraão. O argumento de Paulo é que as duas alianças (com Abraão e com Moisés) tem natureza diferente. Tem um fundamento diferente.   A aliança com Moisés é baseada na obediência—obras. A aliança com Abraão é baseada na promessa—na graça.   Isso não significa que não existe nenhum aspecto da aliança com Abraão em que Deus espera a obediência. E isso também não significa que não existe um aspecto de graça em Deus dar a lei de Moisés para o povo—uma lei que é boa e santa. Mas o fundamento é diferente.   Deus prometeu para Abraão que o povo herdaria a terra por causa da graça dele. Deus prometeu que o povo permaneceria na terra se eles obedecessem a lei de Moisés.   Não perceber essa diferença é perigoso. Aqueles que pregam e creem na salvação por obediência aos mandamentos de Deus—seja guardar o sábado ou não comer carne de porco ou até ser batizado e fazer boas obras—não entenderam como as alianças se encaixam. Os vagões da teologia deles estão descarrilhados.   A maneira como Deus desenhou a história e a nossa salvação mostra que a ênfase está na graça de Deus para nos salvar—simplesmente porque ele prometeu nos salvar, em vez da nossa capacidade de obedecer e sermos perdoados porque nós somos boas pessoas.   Se a salvação é pela lei, então o fator determinante para você ir para o céu e viver com Deus é a sua obediência. E se é assim que nós nos relacionamos com Deus, então nós temos do que nos orgulhar.   E pior, se a salvação—se nós recebemos a herança de um lugar para habitar com Deus—através da nossa obediência, então Cristo veio à toa. A cruz e os cravos nas mãos e nos pés foram um desperdício. Todo o sofrimento dele foi em vão.   Gálatas 2:21—(…) se a justiça é mediante a lei, segue-se que Cristo morreu em vão.   Mas o coração humano é estranhamente atraído para a salvação pelas obras, como um grande imã atraí um prego. Esse é o problema de todas as religiões diferentes do cristianismo bíblico. Todas.   Mas esse é um problema que ainda habita no coração de todos nós. No seu coração, cristão. Nós ainda precisamos lutar contra pensamentos anti-graça—anti-evangelho.   Nós temos a tendência a avaliar nosso relacionamento com Deus baseado no nosso desempenho em vez de descansarmos no que Jesus fez por nós—no desempenho dele.   DOIS DIAS DIFERENTES   Por exemplo, você acorda. Seu primeiro pensamento é que Deus é bom. Você faz uma breve oração de gratidão e pede a ajuda dele para o seu dia. Você toma café da manhã lendo um Salmo e no final ouve um hino e canta junto.   Cada passo que você dá, você se sente andando pelas nuvens de tão espiritual. Durante o dia, você evangeliza duas pessoas. Parece que Deus ungiu você com o mesmo óleo que o profeta Samuel usou com o Rei Davi. Você está cheio do Espírito.   À noite: mais música, mais leitura da Bíblia, mais oração e mais conversas espirituais. Você sente que Deus está tão perto quanto sua pele. Você vai para a cama e adormece sonhando com o céu com um sorriso no rosto. Você tem certeza de que Deus ama você.   Mas e se o seu dia for diferente, como você entende o amor de Deus por você? E se você acorda já preocupado com o que você precisa fazer? E se você não consegue orar direito porque você não está conseguindo se concentrar de tanta coisa em sua cabeça?   Você já não dormiu muito bem porque você estava ansioso ontem. Você coloca uma música ou um sermão para ouvir, mas a única coisa que você consegue pensar são os problemas que você precisa resolver.   Durante o dia surgem oportunidades para você falar de Jesus, mas você está tão mal que você acha que não tem condições de ter conversas espirituais. No final do dia, você está exausto e culpado.   Você fica se perguntando se Deus pode realmente amar alguém como você? Alguém fala alguma coisa—o marido, a esposa, um filho—e em vez de você responder com amor—você fala de forma seca ou impaciente.   Você se arrepende. Pede perdão, mas o estrago já foi feito.   Você se sente ainda mais culpado, sua consciência acusa você, mas parece que o pecado da sua carne tem mais força do o Espírito. Você ora, você pede ajuda, mas a impressão é que nada acontece.   Você vai dormir pensando em como você está longe do que você deveria ser como cristão. Sua sensação é que Deus está distante, que suas orações não passam do teto, e que o Deus que está no trono olhando para todo o mundo, menos para você.   Sabe o que você precisa nesses dias?   • Você precisa parar de definir o amor de Deus por você baseado no que você faz. • Você precisa definir o amor de Deus pelo que Jesus fez na cruz. • Você precisa deixar Deus definir a razão por que ele ama você.   Deus disse que ele ama você porque ele escolheu amar você. Ele chama você a se arrepender dos pecados e andar em santidade, mas Deus não define o tamanho do amor dele por você a partir do que você faz.   Isso irá mortificar o judaizante legalista que ainda habita em nós e nós vamos viver mais na alegria da graça de Deus. E esse amor de Deus por você, mesmo sem você merecer, irá constranger você a viver mais para ele—e você vai andar em mais arrependimento e mais fé.   Deus nos ama porque ele prometeu nos amar. Deus nos ama porque nós estamos unidos—pela fé— ao Filho amado dele.   Essa verdade nos abaixa quando nós nos sentimos superiores porque nos achamos muito espirituais. E, ao mesmo tempo, ela nos levanta quando nós nos sentimos muito longe do Senhor.   A obediência a Palavra de Deus tem seu lugar na vida cristã. Mas nossa obediência nunca é a causa do amor de Deus. Nossa obediência é a resposta à graça de Deus. E como nós vamos ver na semana que vem, se o Senhor assim permitir—nós precisamos entender o que Deus nos chama a obedecer hoje.   Como a Lei de Moisés se aplica a mim hoje, um cristão em 2025? Cenas do próximo domingo, se o Senhor assim permitir.   A salvação foi, é e sempre será por causa da graça de Deus, por meio da fé nas promessas de Deus. Promessas essas que são cumpridas por Jesus, o Filho de Deus—o Esmagador da Serpente, o descendente de Abraão, o Rei da linhagem de Davi—nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.   DOIS PROBLEMAS COM A VIAGEM AO MUNDO   Eu acho que minha história da viagem ao mundo ilustra o argumento do tempo que Paulo está usando, mas minha ilustração tem dois problemas. Eu diria que ela dois problemas bons. Graças a Deus!   PRIMEIRO PROBLEMA: DEUS É MAIOR   O primeiro problema é que alguma coisa pode acontecer que me impeça de cumprir a minha promessa de viajar pelo mundo: algum problema de saúde ou eu não ter dinheiro suficiente ou até eu morrer antes.   Mas com Deus, isso nunca vai acontecer. Deus tem todo o poder para cumprir o que ele prometeu para nós. Nunca falta dinheiro para Deus fazer o que ele quer—tudo é dele. Nunca falta sabedoria a ele. Ele não morre e nunca fica doente.   SEGUNDO PROBLEMA: A PROMESSA É MAIOR   O segundo problema na minha história da viagem ao mundo é que, por mais que minha promessa pareça maravilhosa—uma viagem ao mundo para conhecer todos os países!—isso não é nada (nada!) perto do que Deus prometeu para Abraão, para Jesus e para você que está unido a Jesus pela fé.   Deus não prometeu só uma viagem ao mundo. Deus prometeu o mundo. Foi assim que Abraão entendeu. Que a Terra Prometida—que a herança que Deus prometeu—apontava para toda a terra, todo o mundo. Em Romanos 4, Paulo diz que Abraão seria o herdeiro do mundo (v. 13), não só da terra de Canaã.   E aqueles que tem fé, como Abraão, se tornam filhos de Deus e, portanto, herdeiros também. Eu sei que parece bom demais para ser verdade. Mas é verdade. Por causa da sua fé em Cristo, você vai herdar o mundo com ele.   Mas calma. A promessa é ainda melhor. Você não vai herdar esse mundo do jeito que ele está agora.   A Bíblia chama o lugar onde nós vamos viver para sempre de “novos céus e nova terra” (2 Pedro 3:13). Você vai herdar um mundo livre do pecado e completamente preenchido pelo amor de Deus.   Mas calma. A promessa é ainda melhor. Agora vem a melhor parte: nesse mundo novo, nessa nova terra sem pecado e cheia de amor, nós teremos companhia—a companhia dele.   Apocalipse 21:1,3,23-24—E vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram... Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles... A cidade não precisa do sol nem da lua para lhe dar claridade, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua lâmpada.   CONCLUSÃO   O que Paulo quer deixar claro aqui é que é um grande erro—um erro fatal—pensar que a lei de Moisés substitui (anula) a promessa que Deus fez para Abraão de salvar as nações através de um descendente dele. A lei não pode anular a graça. Nunca. Nós precisamos conectar (enganchar) corretamente os vagões das histórias da Bíblia através da alianças.   A nossa salvação não é uma conquista nossa. A salvação é uma conquista de Cristo na cruz.   Nossa salvação é um presente da graça do amor de Deus. Ele nos ama simplesmente porque ele prometeu nos amar. Ele quis prometer habitar conosco. E ele vai cumprir a promessa dele. Como ele sempre cumpre. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Gálatas 3:15-18: A Lei Não Pode Anular a Graça

A obediência a Palavra de Deus tem seu lugar na vida cristã. Mas nossa obediência nunca é a causa do amor de Deus. Nossa obediência é a resposta à graça de Deus. E como nós vamos ver na semana que vem, se o Senhor assim permitir—nós precisamos entender o que Deus nos chama a obedecer hoje.

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20 de abril de 2025 – IBJM A palavra Evangelho significa boas novas. Boas Notícias. O Evangelho sem dúvida é uma boa notícia.   Na verdade, ele não é uma boa notícia. Ele é A BOA NOTÍCIA. É a notícia mais importante do Universo. A notícia que o ser humano mais precisa!   A nossa expectativa por uma notícia é proporcional à importância dessa notícia. E a importância da notícia é proporcional à necessidade em volta da notícia.   Vou tentar ilustrar essa realidade com alguns exemplos.   Um homem que gosta de futebol ouve dizer que um grande jogador está sendo especulado para jogar no time que ele torce. Isso gera uma expectativa sobre a notícia dessa contratação. Esse homem fica esperando para saber se o jogador será contratado para jogar no seu time ou não.   Agora imagina, esse mesmo homem, se ele é um pai de família e está desempregado e fez uma entrevista concorrendo a uma vaga de emprego. E agora ele tem expectativa, ele espera a notícia sobre o resultado da entrevista. Se ele será contratado ou não. Se ele terá um meio de prover para sua família ou não.   Agora, imagina que esse mesmo homem, esteja passando por uma situação de um problema grave de saúde do seu filho. E que o seu filho tenha passado por exames que trarão respostas sobre a saúde dele e a real gravidade do problema... Se você pegar esse homem e perguntar qual das três situações gerou mais expectativa sobre a notícia a ser recebida, eu não tenho dúvida de que ele vai responder que é essa última. Ele quer saber sobre a saúde do seu filho!   Por quê? Por que a notícia do emprego gera uma expectativa maior que a notícia da contratação do seu time de futebol? E por que a notícia sobre a saúde do seu filho gera maior expectativa do que ambas?   Porque a expectativa é proporcional a importância da notícia! Quanto maior é a importância da notícia na nossa vida, maior é a nossa expectativa. E a importância ganha peso conforme a necessidade da situação!   E por que eu estou falando tudo isso? Porque eu comecei dizendo que o Evangelho não é uma boa notícia, mas é A BOA NOTÍCIA. A mais importante do Universo.   E o Evangelho é essa boa notícia, justamente porque ela responde à maior necessidade que temos em toda a nossa vida. E qual é essa necessidade? É a necessidade que temos de SALVAÇÃO!   Mais do que um emprego. Mais do que saúde das pessoas que amamos. Mais do que a nossa própria saúde.   A Bíblia diz que a nossa maior necessidade é que precisamos de salvação! Não de bens materiais, não de sucesso na carreira... de salvação!   Precisamos de salvação porque somos pecadores, e porque Deus é santo! O nosso pecado nos traz condenação. E nós precisamos de salvação para essa condenação que está sobre nós!   Essa é a maior necessidade da sua vida! E ela afeta todas as outras.   Ou Deus nos salva dessa condição de condenação... Ou nós sofreremos eternamente muito mais do que qualquer sofrimento que a gente possa experimentar nessa vida presente.   Por isso, eu quero te dar uma boa notícia: Deus proveu esse caminho de salvação!   Deus proveu salvação para pecadores serem livrados do sofrimento eterno, e mais do que isso, poderem desfrutar da sua doce e gloriosa presença para todo o sempre! Ter comunhão com ele para sempre.   É disso que se trata a mensagem do Evangelho. É disso que se trata a Páscoa comemorada no calendário cristão. É disso que se trata Lucas 24.    A narrativa que acabamos de ler em Lucas 24 acontece no ponto alto do cumprimento da mensagem do Evangelho. O Senhor Jesus havia acabado de passar pelo mais terrível sofrimento da cruz, sendo esmagado pela ira de Deus por causa dos nossos pecados, passando pela morte que era nossa.   Mas a mensagem do Evangelho não acaba na cruz! O Evangelho diz que Jesus passou pela morte, sim. Mas a boa notícia consiste em que Jesus venceu a morte!   O propósito de Lucas no capítulo 24 é mostrar de forma concreta e comprovada que Cristo, sim, ressuscitou segundo as Escrituras.   Ele faz isso relatando três narrativas sobre homens e mulheres que seguiram Jesus, e que tal como atestaram a sua morte na cruz, também atestaram a sua ressurreição. Eles o viram com os próprios olhos!   O nosso trecho de hoje se trata da segunda narrativa dentre essas três. Quando dois discípulos tiveram esse encontro pessoal com Cristo ressuscitado.   Eu quero expor essa maravilhosa história dividindo-a em 5 capítulos.   1.     A Tristeza dos Discípulos antes da Ressurreição 2.     As Convicções dos Discípulos antes da Ressurreição 3.     As Palavras de Cristo aos Discípulos depois da Ressurreição 4.     A Visão dos Discípulos sendo aberta para a Ressurreição 5.     A Reação dos Discípulos depois da Ressurreição   Vamos começar pela tristeza dos discípulos antes da ressurreição de Cristo. Temos dois discípulos, entristecidos e incrédulos sobre a morte do seu Senhor.   1.   A TRISTEZA DOS DISCÍPULOS [vv. 13-18] [verso 13] Naquele mesmo dia, dois discípulos estavam indo para uma aldeia chamada Emaús, que ficava a uns dez quilômetros de Jerusalém. [14] E iam conversando a respeito de tudo o que tinha acontecido.    Lucas começa nos relatar aqui uma história. E Lucas nos dará muitas informações do que aconteceu nessa história. Mas ele também não nos dará algumas informações dessa história.   • QUANDO: naquele mesmo dia Ele começa dizendo quando aquele fato ocorreu: naquele mesmo dia . Que dia? Mesmo dia do que?   O mesmo dia que aconteceu o fato anteriormente narrado, nos versículos 1 ao 12.   [verso 1] Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, as mulheres foram ao túmulo, levando os óleos aromáticos que haviam preparado.    A nossa história se passa no domingo da ressurreição de Jesus. Que aconteceu no primeiro dia da semana, domingo.   Nesse dia algumas mulheres tinham ido ao túmulo de Jesus levando óleos aromáticos, imaginando que ali estaria o corpo de Jesus que havia sido morto. Mas ao chegarem ao túmulo, elas não encontram o corpo. Elas encontram um anjo que lhes anunciou que Jesus havia ressuscitado, conforme ele tinha dito que aconteceria (vs. 6).   Isso foi a informação do QUANDO aconteceu a história. Agora, Lucas informa:   •  ONDE: a história se passou em algum ponto do percurso de Jerusalém para uma aldeia chamada Emaús.   E Lucas também nos dá a informação do:   • QUEM: Quem estava naquele mesmo dia a caminho de Emaús? Dois discípulos. Discípulo era o termo usado para aqueles que seguiram Jesus durante o seu ministério terreno, que se colocaram debaixo de seu ensino.    Então Lucas nos dá muitas informações da nossa história relatada: Quando aconteceu, onde aconteceu e com quem aconteceu.   Mas Lucas não nos dá algumas informações.   1.     Quem exatamente eram esses discípulos? A princípio Lucas não diz quem era nenhum dos dois. E depois ele só diz quem era um deles. No verso 18 ele diz que um deles era: Cleopas.   2.     Mas quem era esse tal Cleopas? Lucas não diz. Ele nunca foi apresentado em nenhum texto dos evangelhos.   3.     E quem era o outro que estava com Cleopas? Lucas também não diz.   4.     Por que eles estavam indo para Emaús? Lucas também não diz.   Muitas informações são dadas. Algumas não. Isso vai acontecer algumas vezes nessa e em outras narrativas.   E por que? Por que algumas informações são dadas e outras não? É uma boa pergunta.   E uma boa resposta é que: Lucas nos dá as informações que precisamos saber. E não foi Lucas que jugou o que precisávamos saber. Mas o próprio Deus, que inspirou o texto, que jugou isso.   E as informações que nos SÃO dadas, e a ausência daquelas que NÃO nos são dadas, nos ajudam a entender qual é o foco do texto, qual é o seu ponto central.   Neste caso, nos ajuda a perceber que: apesar de ser uma narrativa dos dois discípulos, o foco não é os discípulos. O ponto não está em contar uma biografia de um homem chamado Cleopas. Ou o relato de uma grande viagem de Cleopas e seu companheiro.   O foco estava em outro quem. Não nos dois discípulos, mas em QUEM ESTAVA COM os discípulos. E quem era? Jesus! O mestre deles!   • OUTRO QUEM: JESUS [15] Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles.   Pronto, agora temos o protagonista presente! Literalmente presente! Literalmente em carne e osso! Essa expressão nunca teve tanto poder quanto nessas narrativas da presença de Jesus ressuscitado.   Sim, aquele Jesus que havia padecido numa cruz... agora estava ali, ressuscitado! Tão vivo quanto os dois discípulos, tão real quanto eles, tão corporalmente presente quanto eles. Ele, Jesus, é o protagonista dessa história! A história se trata dele e da sua ressurreição!   Os discípulos foram usados como instrumentos para confirmarem o que era mais importante nesse enredo: a notícia que Cristo ressuscitou.   E essa é a mesma realidade sobre a nossa história. Nós não somos protagonistas. Você não é o protagonista da sua história.   A sua vida encontrará propósito real à medida que você entende que você vive para a glória de outro! Para a glória do único digno de receber glória: Deus!   O nosso trabalho não é sobre nós. A nossa família não é sobre nós. As nossas conquistas, as nossas lutas e dificuldades...   Não se trata de nós! É tudo sobre ele! Uma vida para a glória dele! Um canal para que Cristo seja proclamado, e glorificado!   E é assim que devemos viver. Que as pessoas nem saibam o nosso nome... Mas que elas saibam o nome daquele em quem nós cremos! Não saibam que somos. Mas saibam quem nos salvou.   Lucas está relatando, com informações e ausência de informações, de uma forma intencional com que a situação não esteja focada nos discípulos. Mas em Cristo!   • Impedidos de o Reconhecer E os discípulos, que eram chamados assim porque seguiram Jesus, caminharam com Jesus... não reconheceram Jesus.   [16] Porém os olhos deles estavam como que impedidos de o reconhecer.   E como que impedidos de o reconhecer, eles ouvem uma pergunta de Jesus, que os faz expressar o que estava no seu coração: tristeza!   [17] Então ele lhes perguntou:   — O que é que vocês estão discutindo pelo caminho?   E eles pararam entristecidos.      Lucas novamente está nos dando muitas informações da história.   • O QUE Agora ele nos diz o que os discípulos faziam: conversavam, iam conversando. E Lucas ainda nos diz o que conversavam: sobre tudo o que tinha acontecido. Ele nos diz até o que estava no coração daqueles discípulos: tristeza. Estavam entristecidos.   Mas novamente, Lucas não nos dá algumas informações:   1.     Por que Jesus se encontrou exatamente com esses dois discípulos? Que até então são desconhecidos aos leitores do Novo Testamento? Lucas não diz.   2.     E a pergunta que, para mim, é a mais intrigante: por que esses discípulos não puderam reconhecer o próprio mestre deles?   3.     E mais especificamente, por que eles foram “como que impedidos de o reconhecer”?Essa expressão mostra que foi algo externo aos discípulos que fez com que eles não reconhecessem Jesus. Eles foram como que impedidos!   Bom, Lucas não nos dá essas informações. Pelo menos não diretamente.   Mas novamente: as informações que Lucas dá, e a ausência das informações que ele NÃO dá, quer nos mostrar o que é mais importante!   Nesse trecho, a informação importante é que os discípulos estavam entristecidos!   Se o coração dos discípulos fosse expresso por uma estação do ano, certamente seria o inverno. O coração deles estava gelado de tristeza.   Mas por que eles estavam entristecidos?   Esse o próximo capítulo da nossa história. A tristeza dos discípulos tinha a ver com as convicções dos discípulos!   2.   AS CONVICÇÕES DOS DISCÍPULOS [vv. 18-24] Os discípulos pararam entristecidos quando Jesus fez uma pergunta: o que eles estavam discutindo no caminho.   E Lucas continua relatando a história no verso 18: [18] Um, porém, chamado Cleopas, respondeu:   — Será que você é o único que esteve em Jerusalém e não sabe o que aconteceu lá, nestes últimos dias?   A resposta desse irmão amado chamado Cleopas, nos mostra que ele realmente não reconhecia que era Jesus!   Cleopas, meu irmão, como você fala assim com o Rei do Universo? Como você fala assim com quem havia acabado de morrer numa cruz justamente por você, para perdoar os seus pecados?   Se tem alguém que realmente sabe o que aconteceu em Jerusalém nos últimos dias era ele, Jesus! O protagonista de tudo o que aconteceu em Jerusalém e de tudo que acontece no Universo!   Mas Cleopas estava impedido de ver com quem ele conversava.   E Jesus vai questioná-lo, justamente para ouvir a sua resposta sobre o que havia acontecido. Jesus está conduzindo esse diálogo e essa história.   E na resposta dos discípulos, podemos ver suas convicções! Que eram também a causa de sua tristeza.   Veremos na resposta deles, três categorias de convicções que eles tinham:   1.     Convicções sobre quem era Jesus 2.     Convicções sobre o que envolveu a crucificação de Jesus 3.     Convicções sobre a ressurreição de Jesus [ou falta de convicção sobre isso]   Vejam o que eles acreditavam sobre Jesus.   • SOBRE JESUS [verso 19] Ele lhes perguntou:   — Do que se trata [o que aconteceu nos últimos dias em Jerusalém]?   Eles explicaram: — Aquilo que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que era profeta, poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo   Percebam, esses homens de fato seguiram Jesus, de fato eram discípulos! Eles acreditavam que Jesus tinha um ministério profético. Eles acreditavam que Jesus era poderoso! Tanto em obras: ele fez maravilhas, multiplicando alimento, transformando água em vinho; fez milagres, curando enfermos, ressuscitando mortos, ele expulsou demônios e perdoou pecados. Quanto em palavras: o seu ensino tinha autoridade, tinha poder! E tudo isso tanto diante de Deus, quanto dos homens!    Mas Jesus não era somente profeta. E nem somente alguém poderoso. Jesus era o Salvador prometido! O Messias!   E parece que os discípulos acreditaram nisso também. Pelo menos em algum sentido.   [verso 21] Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir Israel.   Eles disseram que esperavam algum tipo de redenção em Jesus!   Talvez a sua convicção sobre o papel messiânico de Jesus poderia estar um pouco nebulosa com expectativas terrenas, de redenção política a Israel que estava sendo dominado por Roma naqueles dias. Mas Lucas não nos dá essa informação com clareza.   A informação que Lucas nos dá é que os discípulos acreditavam em muitas verdades sobre Jesus. Eles tinham convicções sobre quem Jesus era.   E eles também tinham convicções sobre o que aconteceu na sua crucificação.   • SOBRE A CRUCIFICAÇÃO [20] e como os principais sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.   Jesus foi crucificado na mão de Pôncio Pilatos, autoridade do governo de Roma. Em um sentido, foram os Romanos que executaram Jesus.   Mas esses dois discípulos tinha uma perspectiva mais apurada sobre a crucificação: Jesus foi morto pelo seu próprio povo!   Lucas diz que foram “os sacerdotes e as nossas autoridades” , que o entregaram e o crucificaram. Jesus foi entregue aos romanos pelo seu próprio povo, que clamava para que ele fosse crucificado.   Essa é a mesma abordagem usada por Pedro em seu sermão em Atos 2:   [Atos 2:22] — Israelitas, escutem o que vou dizer: Jesus, o Nazareno, homem aprovado por Deus diante de vocês com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou entre vocês por meio dele, como vocês mesmos sabem, [23] a este, conforme o plano determinado e a presciência de Deus, vocês [israelitas] mataram, crucificando-o por meio de homens maus.    Em Atos 3 Pedro repete isso no templo. E Paulo dá a mesma ênfase quando prega na sinagoga em Antioquia, em Atos 13.   Portanto, a perspectiva desses dois discípulos sobre a crucificação de Jesus estava alinhada com a perspectiva dos apóstolos, e da Bíblia.   Os Romanos não são inocentes, Pilatos não foi inocente. Mas Jesus foi rejeitado e traído pelo seu próprio povo.   Portanto, os discípulos tinham boas convicções sobre Cristo. E tinham convicções ajustadas sobre questões que envolviam a crucificação.   Mas seguindo o relato, veremos que eles tinham dilemas graves sobre a morte de Jesus e a sua ressurreição.   • SOBRE A RESSURREIÇÃO [21] Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir Israel. Mas, depois de tudo isto, já estamos no terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. [22] É verdade também que algumas mulheres do nosso grupo nos surpreenderam. Indo de madrugada ao túmulo [23] e não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo que tinham tido uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive. [24] De fato, alguns dos nossos foram ao túmulo e verificaram a exatidão do que as mulheres disseram; mas não o viram.   Já estava no terceiro dia desde que aquelas coisas tinham acontecido. E isso já demonstrava uma frustração no coração dos discípulos.   Eles esperavam que Jesus era quem havia de redimir Israel. MAS. Já estava no terceiro dia e nada havia acontecido.   O relato dos discípulos mostra que apesar de boas convicções, eles tinham dilemas problemáticos sobre o que tinha acontecido!   Eles sabiam quem havia matado Jesus – o seu próprio povo. Mas eles tinham problemas de fé para entender a sua morte e a sua ressurreição.   Eles atestavam que Jesus não estava morto no túmulo. Mas ainda não criam que Jesus estava vivo fora do túmulo. Porque ninguém tinha o visto.   E por isso, por causa dessa incredulidade, depois de ouvir, Jesus agora vai FALAR aos discípulos! Ele tinha uma palavra para eles.   E a sua palavra consistia em repreensão e exposição. Esse é o terceiro capítulo dessa história.   3.   A PALAVRA AOS DISCÍPULOS [vv. 25-28] • A REPREENSÃO [25] Então ele lhes disse:   — Como vocês são insensatos e demoram para crer em tudo o que os profetas disseram! [26] Não é verdade que o Cristo tinha de sofrer e entrar na sua glória?   Meus irmãos, Jesus começa os respondendo com uma palavra de repreensão. E a repreensão de Jesus está à altura da gravidade dos problemas teológicos dos dois discípulos!   Se eles não cressem no que de fato aconteceu na cruz, e no que Jesus havia dito sobre a ressurreição, a salvação deles estaria comprometida!   O que nós cremos sobre Cristo é fundamental sobre a nossa salvação. Não tem espaço para imprecisões fundamentais sobre quem Cristo é e a sua obra. Essas convicções precisam estar claras e precisas em nossos corações!   Por isso, Jesus os repreende por insensatez. A forma como eles estavam enxergando os fatos não era sensata! Mais do que isso: a forma como eles estavam CRENDO não era sensata!   Jesus os repreende mostrando qual era o problema na insensatez deles: [25] Como vocês demoram para crer em tudo o que os profetas disseram!   O problema dos discípulos não estava na demora dos três dias! O problema dos discípulos estava na demora deles em crer!   O problema dos discípulos não estava no fato de Jesus não ter sido visto pelos homens que foram verificar o túmulo. O problema dos discípulos estavam em não ver o que as Escrituras já tinham dito sobre a morte e ressurreição de Cristo!   E esse contexto traz luz ao fato de os discípulos serem impedidos de reconhecer Jesus!   Antes de reconhecer Jesus pelos olhos do corpo, aqueles homens deveriam reconhecer Jesus pelos olhos da fé!   Eles deveriam CRER que Jesus ressuscitou pelo que a Bíblia dizia, e não somente porque eles viram com os olhos.   O que Jesus respondeu a Tomé depois dele ter crido na ressureição somente após tocar o corpo físico de Jesus?   [João 20:29] Jesus lhe disse: — Você creu porque me viu? Bem-aventurados são os que não viram e creram.   Os discípulos deveriam crer na ressurreição antes de ver que era Jesus ali ressuscitado!   Pergunta: E qual é o caminho para alguém crer na ressurreição? Resposta: No caminho de Emaús, Jesus mostrou o caminho: É PELA PALAVRA!   [Romanos 10:17] E, assim, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo.    Jesus na repreensão diz que eles demoraram para crer em tudo que OS PROFETAS disseram.   Por isso, após a palavra de repreensão, vem a palavra de exposição do Senhor. Ou melhor ainda, a exposição da Palavra!   • A EXPOSIÇÃO [27] E, começando por Moisés e todos os Profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.   Meus irmãos amados... eu tenho ouvido comentários maravilhosos sobre as aulas do Pr. Brian Pate na sala de estudos bíblicos sobre o Pentateuco e agora os Livros Históricos.   Irmãos dizendo como têm aprendido a ver Jesus em cada livro do Antigo Testamento. Eu sei bem como é esse sentimento, porque eu também já aprendi muito com o Brian sobre isso.   Agora, eu sei que o Brian vai concordar comigo: você pode imaginar ter uma aula dessa com o próprio Senhor Jesus?!   Jesus está com esses dois homens, que criam nele, que seguiram ele, que estavam com problemas teológicos sérios e com falta de fé... E ele abre A BÍBLIA, e mostra para os discípulos na BÍBLIA como tudo na BÍBLIA dizia a respeito dele!!!   Meus irmãos, Jesus estava dando a melhor aula de Teologia Bíblica que nenhum seminário jamais teve! E ainda depois teve parte 2 dessa aula!   Logo depois de toda essa história com os dois discípulos no caminho de Emaús. Jesus se encontra com eles e com os onze apóstolos e outros discípulos que estavam todos reunidos. Ele mostra suas mãos, seus pés, fala para tocarem nele e ver que era real. Ele come com eles. E em seguida, o que acontece?   [44] A seguir, Jesus lhes disse:   — São estas as palavras que eu lhes falei, estando ainda com vocês: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito a respeito de mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. [45] Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras.    Percebam as semelhanças nas duas narrativas! 1.     Jesus se apresenta diante de seus discípulos. 2.     Os discípulos não reconhecem Jesus. No caso dessa segunda narrativa, Jesus ainda colocou diante deles a materialidade do seu corpo! Falou para tocarem, e ainda comeu com eles! Era Jesus em carne e osso!   Mas Jesus não mostrou somente a prova física. 3.     Jesus os levou à Palavra!   E lhes abriu o entendimento para que compreendessem que as Escrituras, especialmente nesse contexto, o Antigo Testamento, se tratava dele! Toda a Bíblia se trata de Jesus!   A Bíblia hebraica, o Antigo Testamento, era categorizada nesses três maiores grupos: - A Lei de Moisés: que incluía os cinco primeiros livros, o chamado também de Pentateuco. - Os Profetas: que incluíam os livros dos Profetas Maiores, os Profetas Menores e os Livros Históricos. - e Os Salmos: que além dos 150 salmos do saltério, incluía também os livros de sabedoria da Bíblia.   Ou seja, Jesus estava dizendo que toda a Bíblia se tratava dele!   Imagino Jesus passando por Isaías 52 e 53 com aqueles homens. Passando por Gênesis 3:15. Por cada aliança instituída pelo Senhor. Por cada narrativa que mostrava um padrão messiânico. Por cada livro das Escrituras, mostrando que elas se trata de Jesus!   E você pode ser perguntar: o que a Bíblia diz a respeito de Jesus? Por um lado, muitas coisas.   Por outro lado, Jesus faz um resumo aqui!   [26] Não é verdade que o Cristo tinha de SOFRER e ENTRAR NA SUA GLÓRIA?   [46] — Assim está escrito que o Cristo tinha de SOFRER, RESSUSCITAR dentre os mortos no terceiro dia, [47] e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando em Jerusalém.   Jesus mostrou que o que as Escrituras diziam a seu respeito é que: ELE ERA O SALVADOR QUE PECADORES PRECISAVAM!   Jesus estava mostrando que as Escrituras anunciam uma grande notícia! Anunciam A BOA NOTÍCIA! QUE EXISTE SALVAÇÃO PARA PECADORES NECESSITADOS DE REDENÇÃO! Existe salvação para uma humanidade caída e debaixo da condenação.   E essa salvação viria por meio de sofrimento, de morte, de cruz. Mas seguida de triunfo, de glória. Na ressurreição e na ascensão de Jesus.   Cristo TINHA de sofrer e entrar na sua glória! Isso tinha a ver exatamente com o termo que os discípulos usaram: REDIMIR.   Os dois discípulos no caminho de Emaús diziam que esperavam que Jesus havia de redimir Israel. REDENÇÃO é o termo usado para falar sobre livramento por meio de pagamento de um preço. Um escravo era redimido, quando ele era liberto por determinado preço que havia sido pago por sua liberdade.   Os discípulos que esperavam por redenção de Israel mostraram que não havia entendido exatamente qual seria a redenção de Israel! Eles não entenderam, ou não creram, exatamente no preço que era necessário para que o povo de Deus fosse liberto.   E Cristo mostrou na Bíblia que o preço era o sofrimento do próprio filho de Deus. O Messias viria para resgatar o seu povo não por meio de revolução política. Ele viria para resgatar o seu povo pagando o preço da condenação de morte. Ele morreria no lugar de pecadores, sendo esmagado pela ira santa de Deus que estava em direção a pecadores.   E assim, não somente Israel, mas todo aquele que cresse, de toda a nação, seria liberto da condenação do pecado!   Na morte de Jesus, onde os discípulos estavam perdendo a esperança de redenção, foi exatamente onde Jesus conquistou a redenção.   Na cruz o Filho de Deus se fez sacrifício diante do Pai, para que a condenação dos nossos pecados fosse paga.   E na ressurreição, temos a certeza de que o Pai recebeu o sacrifício do Filho, mostrando que a dívida realmente havia sido paga.   Os discípulos ainda não enxergavam tudo isso, e esperavam por uma boa notícia!   E depois de ver nas Escrituras a verdade na qual o coração deles deviam crer sobre a sua ressurreição, agora eles estavam prontos para reconhecer com os próprios olhos, que era o seu Mestre que estava ali diante deles ressuscitado.   E esse é o quarto capítulo da nossa história. Jesus não deixaria seus discípulos amados impedidos de o reconhecer! Ele abriria a sua visão.   4.   A VISÃO DOS DISCÍPULOS [vv. 28-32] [28] Quando se aproximavam da aldeia para onde iam, ele fez menção de passar adiante. [29] Mas eles o convenceram a ficar, dizendo:   — Fique conosco, porque é tarde, e o dia já está chegando ao fim. E entrou para ficar com eles.   Depois das aulas de Teologia Bíblia, os três estavam chegando a Emaús. E Jesus então faz menção de passar adiante da aldeia.   Lucas nos dá muitas informações nas narrativas. Mas ele não nos dá algumas informações.   Ele não diz o porquê que Jesus passaria adiante. Mas ele diz que os discípulos o convenceram a ficar. Dizendo acerca do fim do dia, o que significava que não era um horário seguro para seguir viagem.   A ideia aqui não é que Jesus foi contrariado, foi convencido a fazer algo que não queria.   Se Jesus é o Rei do Universo, poderoso em obras e palavras, então podemos saber que Jesus PERMITIU SER CONVENCIDO a ficar!   Ninguém pode convencer o Rei a fazer algo que ele não queira. E não tem nenhum perigo da estrada que teria poder sobre aquele quem criou a estrada, os seres, e todo o Universo.   O ponto de Lucas é mostrar que o coração dos discípulos que no início da jornada estava entristecido, agora já no final estava desejoso de passar mais tempo com aquele quem os ensinou tanto a respeito do Salvador deles, por meio das Escrituras.   E Jesus ficou, porque Jesus ainda tinha mais a fazer na vida daqueles dois homens.   Lucas continua nos contando.   [30] E aconteceu que, quando estavam à mesa, ele pegou o pão e o abençoou; depois, partiu o pão e o deu a eles. [31] Então os olhos deles se abriram, e eles reconheceram Jesus; mas ele desapareceu da presença deles.   Lucas não nos diz o porquê Jesus passaria adiante da aldeia. Mas aqui ele nos mostra o porquê Jesus FICOU na aldeia. Jesus ficou na aldeia porque ele amava aqueles dois homens.   Depois de expor a Palavra para eles, e pregar a boa notícia a eles, agora Jesus os chamava para a COMUNHÃO com ele!   Quando estavam à mesa, lugar de comunhão, Jesus pega o pão, abençoa, parte e dá aos discípulos. Linguagem semelhante à usada por Lucas para descrever o que Jesus fez na última ceia com os discípulos.   Existe intencionalidade na linguagem!   Não parece que Jesus estava celebrando a Ceia, já que o vinho não é mencionado.   Mas a mesma linguagem da Ceia certamente lembrou os discípulos novamente do que Jesus já havia dito sobre o seu sacrifício naquela ocasião dos últimos momentos com os onze, na Ceia!   O sacrifício de Jesus foi o que possibilitou comunhão de pecadores com o Deus Santo.   E a comunhão acontece com os olhos abertos! No partir do pão, a visão dos discípulos foi aberta!   E eles reconheceram Jesus. O seu Mestre, o seu Redentor, o seu Salvador, ressuscitado diante deles, conforme havia sido escrito por Moisés, em todos os Profetas, e em todas as Escrituras. Eles estavam com Jesus, que sofreu a morte, mas triunfou sobre ela!   Meus irmãos, é triste como a nossa visão pode ficar turva com a nossa fé imperfeita.   É triste como podemos ser lentos na estrada da nossa vida, em crermos em tudo o que a Bíblia diz respeito a Cristo e a forma que devemos viver digna do Evangelho.   Mas como é esperançoso saber que Jesus não deixa suas ovelhas ficarem perdidas. O Senhor repreende. O Senhor expõe pela Palavra. O Senhor nos traz à comunhão.   Por isso, eu quero te encorajar a ouvir a repreensão do Senhor com alegria! Abra sua Bíblia em Hebreus 12! Ouça o que o Senhor tem a dizer sobre a repreensão, sobre disciplina:   [Hebreus 12:4] Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o sangue. [5] E vocês se esqueceram da exortação que lhes é dirigida, como a filhos:   "Filho meu, não despreze a correção que vem do Senhor, nem desanime quando você é repreendido por ele; [6] porque o Senhor corrige a quem ama e castiga todo filho a quem aceita." [7] É para disciplina que vocês perseveram. Deus os trata como filhos. E qual é o filho a quem o pai não corrige? [8] Mas, se estão sem essa correção, da qual todos se tornaram participantes, então vocês são bastardos e não filhos. [9] Além disso, tínhamos os nossos pais humanos, que nos corrigiam, e nós os respeitávamos. Será que, então, não nos sujeitaremos muito mais ao Pai espiritual, para vivermos? [10] Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para o nosso próprio bem, a fim de sermos participantes da sua santidade. [11] Na verdade, toda disciplina, ao ser aplicada, não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza. Porém, mais tarde, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. [12] Por isso, levantem as mãos cansadas e fortaleçam os joelhos vacilantes. [13] Façam caminhos retos para os seus pés, para que o manco não se desvie, mas seja curado.   Os dois discípulos no caminho de Emaús eram filhos amados por Deus. Eles estavam mancos, em um momento muito específico da história da redenção. Sua lentidão em crer foi repreendida, corrigida, por Jesus. E o propósito da sua correção foi levá-los a comunhão!   Os nossos pais terrenos nos corrigem por pouco tempo, segundo melhor lhes parece. Mas o nosso Pai Eterno nos disciplina a fim de sermos participantes da sua santidade!   Meu irmão, receba a correção do Senhor com alegria! Mesmo que no momento que é aplicada lhe pareça motivo de tristeza, ela trará fruto pacífico e fruto de justiça.    Os dois discípulos colhiam tais frutos da repreensão de Jesus. Agora, à mesa, eles desfrutavam da comunhão com o Cristo ressurreto.   Mas voltem para Lucas 24. Voltem especialmente para o versículo 31.   [Lucas 24:31] Então os olhos deles se abriram, e eles reconheceram Jesus; mas ele desapareceu da presença deles.   Você olha para o final desse versículo e deve estar pensando:   Lucas nos dá muitas informações sobre a história. Mas ele não nos dá algumas informações...   Logo após terem tido os olhos abertos, Lucas nos conta que Jesus desapareceu da presença dos dois discípulos. Por que? Por que Jesus desapareceu repentinamente? Ele não diz.   Mas ele nos conta qual foi a reação dos discípulos depois de toda aquela experiência que eles tinham vivido.   Esse é o último capítulo da nossa história.   5.   A REAÇÃO DOS DISCÍPULOS [vv. 32-35] A primeira reação dos discípulos é, novamente, sobre os seus corações! O sentimento que estava em seus corações!   • O CORAÇÃO: MARAVILHAMENTO E CALOR [32] E disseram um ao outro:   — Não é verdade que o coração nos ardia no peito, quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?    Quando os discípulos olhavam para trás, para toda a jornada no caminho de Emaús, o que eles enxergavam não era mais a fria tristeza das incertezas sobre Cristo. E sim as chamas da verdade de Cristo!   O coração lhes ardia no peito enquanto ouviam Jesus explicar as Escrituras!   Meus irmãos, não é essa a nossa experiência? Quando ouvimos a palavra do Senhor, por meio das Escrituras, não é assim que fica o nosso coração?   Seja no culto diante do sermão. Seja no seu quarto lendo em devoção.   O discípulo de Cristo tem o seu coração em chamas quando ouve a voz do seu Mestre! Mesmo que seja em meio à repreensão! Ele ama ouvir a voz do seu pastor lhe trazendo para perto!   O crente louva como o salmista:   [Salmo 119:72] Para mim vale mais a lei que procede da tua boca do que milhares de peças de ouro ou de prata.   [103] Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca.   O coração dos discípulos queimava, ardia, ao ouvir a Palavra do Senhor.   Mas a sua reação não parou só em olhar para trás, para o que havia acontecido. Eles foram para frente!   A reação não ficou somente no coração! Ela externalizou em suas mãos. Ou melhor, em suas pernas, ao se levantarem, e em sua boca, ao anunciarem!   • PERNAS E BOCA: ANUNCIANDO O SALVADOR  [33] E, na mesma hora, levantando-se, voltaram para Jerusalém, onde acharam reunidos os onze e outros com eles, [34] os quais diziam:   — De fato, o Senhor ressuscitou e já apareceu a Simão! [35] Então os dois contaram o que lhes tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido o Senhor no partir do pão.     Lucas não nos informou o porquê Jesus desapareceu da presença dos dois discípulos repentinamente. Mas aqui ele nos mostra uma inferência importante:   Não era hora deles ficarem em casa!   O Senhor Jesus apareceu a eles, os mostrou a verdade das Escrituras, os trouxe a comunhão, e como fica claro: agora eles deveriam ir!   E anunciar Cristo Ressurreto!   Na mesma hora que Jesus desapareceu, eles também desapareceram daquela casa... Levantaram-se, pegaram a estrada de volta, agora em direção a Jerusalém.   Lucas não nos dá a informação. Mas eu posso imaginar que com o coração em chamas do jeito que estavam, esses discípulos devem ter feito a viagem de volta na metade do tempo da viagem de ida!   E quando eles chegaram e encontraram os onze apóstolos, e outros que estavam com eles, eles não poderiam ouvir uma notícia melhor: DE FATO, O SENHOR RESSUSCITOU!   O que eles foram entregar, eles também receberam! A maravilhosa notícia da ressureição!   A notícia que responde a maior necessidade do ser humano! CRISTO ESTÁ VIVO! CRISTO VENCEU A MORTE! CRISTO PAGOU O PREÇO! CRISTO CONQUISTOU O PERDÃO! CRISTOU TRIUNFOU EM GLÓRIA! SIM, CRISTO RESSUSCITOU!   Crente, essa é a mensagem que te alcançou. E essa é a mensagem que você deve sair a proclamar!   Estamos hoje aqui celebrando a Páscoa para anunciar a mensagem que tem ecoado a mais de 2.000 anos:   DE FATO, O SENHOR RESSUSCITOU!!!! O túmulo está vazio!!! A morte ele venceu!!! Cristo ressuscitou, para a glória de Deus Pai!   Escuta isso, meu irmão, e viva para proclamar essa mensagem que Pedro proclamou [Atos 2:23,24,36]:   Jesus, conforme o plano determinado e a presciência de Deus, foi morto, crucificado por meio de homens maus. Porém Deus o ressuscitou, livrando-o da agonia da morte, porque não era possível que fosse retido por ela.  Portanto, que todos estejam absolutamente certos de que este Jesus, que foi crucificado, Deus o fez Senhor e Cristo.   Para sempre e amem!   Essa é a boa notícia que a nossa alma precisa! Essa era a boa notícia que os dois discípulos levaram aos onze e os demais que estavam lá. Contaram a eles o que tinha acontecido no caminho, e como reconheceram Jesus no partir do pão. E também ouviram que Jesus também havia aparecido a Simão.   E em seguida, Jesus, que havia desaparecido diante deles em Emaús, apareceu, novamente, diante deles e dos outros em Jerusalém. Trazendo a paz que eles precisavam!   “Que a paz esteja com vocês.” - disse o Salvador quando os encontrou todos juntos.   CONCLUSÃO Meus irmãos, os nossos irmãos do passado, os dois discípulos na estrada de Emaús, as mulheres que foram ao túmulo de Jesus, os onze e todo o grupo que estava reunido em Jerusalém... eles estavam aflitos esperando pela notícia da ressureição.   Nós estamos aqui, muitos anos depois, com essa notícia estampada e comprovada diante de nós nas Escrituras!   Nós não temos mais que aguardar boas novas de ressurreição, elas já vieram! Cristo já ressuscitou! Nós já temos a esperança da ressurreição! Ele já passou pelo sofrimento, e já entrou na glória em sua ascensão!   Jesus mostrou para os discípulos na Palavra sobre as promessas que haviam sido feitas no passado e estavam se cumprindo. Hoje o seu Espírito nos mostra, na Palavra, como tudo foi cumprido!   O que cabe a nós agora é ter os nossos corações queimando em chama acesa diante da Palavra. E ter nossas mãos cansadas levantadas; nossos joelhos vacilantes fortalecidos, e os caminhos retos feitos para os nossos pés. E assim avançarmos anunciando a mensagem que, DE FATO, O SENHOR RESSUSCITOU.   Assim como foi escrito que ele viria, ele veio. Assim como foi escrito que ele sofreria, ele sofreu. Assim como foi escrito que ele ressuscitaria, ele ressuscitou. Assim também está escrito que ele voltará para buscar o seu povo. E ele vai voltar! Como ele foi ao caminho de Emaús, como ele foi a Jerusalém, ele voltará com poder e glória para buscar o seu povo, e com eles ter comunhão para todo o sempre! Essa é agora a expectativa, a certeza que carregamos! Ele voltará.   Amém. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Lucas 23:13-35: De Fato, O Senhor Ressuscitou!

A palavra Evangelho significa boas novas. Boas Notícias.
O Evangelho sem dúvida é uma boa notícia.

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Abril - Junho 2025 Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Escola Bíblica na IBJM

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