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Série: Domínio e Esperança 15 de dezembro de 2024 – IBJM  Nossa igreja está em guerra. Cada um de nós está em uma guerra. E nessa guerra, nós temos três inimigos: o mundo, a carne e o diabo.   O MUNDO é esse sistema mal ao nosso redor que se opõe a Deus. A CARNE é a nossa velha natureza que se opõe a Deus. O DIABO é o líder do império das trevas que se opõe a Deus.   O foco de Daniel 10 está no nosso terceiro inimigo: o diabo e seus demônios.   Lutero, como o seu estilo nada sutil, disse que o cristão, muitas vezes, é como um bêbado tentando subir em um cavalo. Ele sobe, mas acaba caindo do outro lado. Ele tenta subir de novo, e cai para o outro lado [Spiritual Warfare, Borgman & Ventura, p. 1].   E quando nós estamos lidando com esses inimigos invisíveis—Satanás e os demônios, nós precisamos evitar, a todo custo, dois extremos não-bíblicos e não cair do cavalo.   O MOVIMENTO (RECENTE) DA BATALHA ESPIRITUAL   O primeiro extremo é viver como se toda a nossa batalha espiritual se restringisse a lutar contra Satanás. Existe um grupo de pessoas que vive obcecada com o diabo. A vida cristã se resumir a expulsar demônios, arramar Satanás, quebrar maldições hereditárias e cultos de libertação para repreender os espíritos em nome de Jesus.   No Brasil, esse movimento ganhou muita força e ficou conhecido como “o movimento de batalha espiritual”. Esse é um lado—um extremo.   O MOVIMENTO CÉTICO E ANTI-SOBRENATURAL   O segundo extremo, também perigoso, é viver como se Satanás e os demônios não existissem. Eu me lembro de uns anos atrás, em um estudo bíblico, uma pessoa me perguntando: “Mas diabo e demônio existem mesmo?”. A resposta é: “Sim, eles existem”.   Pedro fala do diabo como um leão andando ao nosso derredor rugindo e procurando alguém para devorar (1 Pedro 5:8). A Bíblia chama Satanás de “príncipe da potestade do ar que atua agora naqueles que não creem” (Efésios 2:2), o deus deste mundo (2 Coríntios 4:3) responsável por cegar os incrédulos para eles não verem a glória de Cristo no evangelho. Ele é chamado de “o sedutor de todo o mundo” em Apocalipse (12:9) e João diz que “o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 João 5:19).   O pastor puritano Thomas Brooks disse que “o cristão deve conhecer quatro coisas: Cristo, a Bíblia, a si mesmo, e as astutas ciladas do diabo” [Batalha Espiritual, Nicodemus, p. 26].   Nós estamos em uma batalha espiritual. Nosso pecado é real, o mundo é real, e o diabo é um inimigo poderoso e real também.   Daniel 10 fala de anjos e demônios e conflitos no céu com consequências na terra. Essa passagem é um lembrete para nós que:   a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais (Efésios 6:12).   CONTEXTO: A ÚLTIMA VISÃO   Daniel 10 é a quarta e última visão que Daniel registra. Os capítulos 10, 11 e 12 falam de uma mesma visão.   O corpo—o conteúdo—da visão está no capítulo 11. O capítulo 10 funciona como a introdução da visão. Daniel fez questão de registrar algumas verdades preciosas para o nosso grande conflito contra o reino das trevas. Daniel descreve a experiência dele com essa visão, e ele não fez nenhuma questão de esconder a montanha-russa de emoções que ele passa, como é a nossa vida geralmente desse lado do céu—com muitos altos e baixos.   1.     DANIEL COMEÇA DE LUTO (vv. 1-3)   [1] No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, uma palavra foi revelada a Daniel, cujo nome é Beltessazar.   O nome que ele recebeu pelos babilônios. Daniel recebeu essa visão no final da vida dele. Ele tinha quase 90 anos. E ele ainda estava no exílio. Ainda confiando no Senhor.   [1] (...) A palavra era verdadeira e envolvia grande conflito. Ele entendeu a palavra e teve entendimento da visão. [2] Naqueles dias, eu, Daniel, fiquei de luto por três semanas. [3] Não comi nada que fosse saboroso, não provei carne nem vinho, e não me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas.   Daniel não explica por que ele estava tão triste. Ele, de propósito, abriu mão do prazer de conhecer carne e vinho e abriu mão do conforto de se ungir com óleo em um clima mais seco que Sumaré no inverno para combinar com o espírito quebrantado dele diante do Senhor.   Daniel não explica explicitamente por que ele estava tão triste, mas ele dá uma pista. Ele começa dizendo que o jejum dele foi (versículo 1) “no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia”.   Dois anos antes, Ciro tinha decretado que os judeus poderiam voltar para Jerusalém para reconstruir o templo e a cidade. E um grupo voltou. Mas como toda a obra de Deus nesse mundo, eles sofreram forte oposição e foram forçados a parar.   Você sabe: quando você enfrenta obstáculos, isso não significa que Deus está dizendo que você deve desistir. Não, necessariamente. Quando o povo de Deus se propõe a fazer a obra de Deus, eles enfrentam oposição dos inimigos de Deus. Foi o que aconteceu com o povo de Israel que voltou para Jerusalém. É o que acontece conosco hoje.   Essa é a causa mais provável da enorme tristeza de Daniel. Agora que o rei autorizou a reconstrução de Jerusalém, vem oposição e a obra para. Daniel está lamentando diante de Deus. Para Daniel, é como se alguém tivesse morrido. Ele está de luto.   Até que, depois de 3 semanas de tristeza, Daniel recebe uma visita dos céus.   2.     DANIEL VÊ GLÓRIA (vv. 4-6)   [4] No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu na margem do grande rio Tigre, [5] levantei os olhos e vi um homem vestido de linho, com um cinto de ouro puro de Ufaz na cintura. [6] O seu corpo era como o berilo, o seu rosto parecia um relâmpago, os seus olhos eram como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido, e a voz das suas palavras era como o barulho de uma multidão.   Quem é esse homem vestido de linho que brilha com tanta glória?   Uma opção é que essa é mais uma aparição do Senhor Jesus antes da encarnação. A descrição é de um ser tão glorioso. A visão de Daniel que Daniel tem desse ser tão glorioso se parece muito com a visão que João em Apocalipse, quando ele estava na prisão na Ilha de Patmos e viu Jesus.   Mas o versículo 13 faz a possibilidade de ser Jesus remota:   [13] Mas o príncipe do reino da Pérsia [que é um espírito maligno, como nós vamos ver] me resistiu durante vinte e um dias. Porém Miguel, um dos príncipes mais importantes, veio me ajudar, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.   Ninguém é capaz de resistir ao Senhor Jesus. Pensar que um demônio conseguiu segurar Jesus por 21 dias e não deixou ele ir até Daniel parece impensável. Segundo, nesse mesmo versículo, esse ser glorioso que Daniel viu precisou da ajuda de Miguel, um outro anjo. Mas Jesus derrota Satanás com um sopro da boca dele, sem a ajuda de ninguém.   O mais provável é que Daniel viu um anjo. O que acontece é que os anjos servem na presença de Deus. Por isso, como eles passam tempo contemplando a glória de Deus—essa glória divina fica impressa nele e por onde eles vão. Eles refletem glória.   A mesma coisa acontece com você, quando você passa tempo contemplando a glória do Senhor na Palavra de Deus. Quando você sai para trabalhar ou servir na sua casa ou se encontrar com alguém, a glória do Senhor está impressa em você e você vai refletir essa glória nas suas palavras e nos seus atos de amor.   Mas a glória de Deus nos anjos é indescritível. Daniel faz o que ele pode para descrever o indescritível: ele usa as coisas desse mundo que brilham para falar do resplendor do anjo. Ele fala de ouro puro e berilo e rosto como relâmpago e olhos como tochas de fogo.   Mas ninguém que vê a glória de Deus nos anjos e consegue ficar indiferente. Daniel não só relata a glória.   3.     DANIEL REAGE A GLÓRIA (vv. 7-9)   [7] Só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo nada viram, mas ficaram com muito medo, fugiram e se esconderam. [8] Assim, fiquei sozinho e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim. O meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e perdi as forças. [9] Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo essa voz, caí sem sentidos, com o rosto em terra.   Algumas pessoas relatam que viram anjos como se elas estivesse escolhendo a marca do macarrão no supermercado—como se fosse uma experiência sem muitas consequências.   Não foi assim com Daniel. Os anjos são seres tão maravilhosos e tão gloriosos, que Daniel chegou a desmaiar. Ele perdeu todas as forças. Ele caiu no chão, sem sentido. E os homens que estavam perto dele, apesar de não terem visto o anjo, só de estarem perto de Daniel e verem a reação dele, ficaram morrendo de medo e saíram correndo.   Mas assim que Daniel reage ao resplendor do anjo, o anjo reage ao pavor de Daniel. Deus enviou o anjo para instruir Daniel, não para destruir esse homem de Deus.   4.     O ANJO FALA (vv. 10-14)   [10] Eis que a mão de alguém tocou em mim, e me ajudou a ficar de joelhos, apoiado nas palmas das mãos.   Olha a cena: Daniel estava esparramado no chão, sem força. O anjo toca em Daniel para ajudar Daniel se levantar. Daniel agora está de quatro: mãos e joelhos no chão. Ele ainda está se recuperando, e o anjo fala, e a primeira coisa que ele fala é:   [11] Ele me disse: — Daniel, homem muito amado, esteja atento às palavras que vou lhe dizer.   Eu vou voltar nesse ponto daqui a pouco, mas não é interessante que a primeira coisa que ele fala para Daniel é: “homem muito amado”? Guarde essas palavras no coração.   O anjo dá uma ordem para ele:   Continuação do v.[11] (...) Fique em pé, porque fui enviado para falar com você. Enquanto ele falava comigo, eu me pus em pé, tremendo.   Daniel está passando por uma montanha-russa de emoções. Ele estava chorando de luto. Agora ele está tremendo de medo. Daniel é como nós—sujeito aos meus sentimentos. Ele é um exemplo de piedade para nós. Mas ele é também feito de carne e osso e precisa desesperadamente da graça de Deus.   [12] Então ele [o anjo] me disse: — Não tenha medo, Daniel, porque as suas palavras foram ouvidas, desde o primeiro dia em que você dispôs o coração a compreender e a se humilhar na presença do seu Deus. Foi por causa dessas suas palavras que eu vim.   Vocês percebem a repetição? No capítulo anterior, Daniel estava chorando pelos pecados dele e do povo de Deus e orando, e assim que ele começou a se humilhar diante de Deus, Deus enviou um anjo para falar com Daniel. Deus ouviu e Deus agiu.   O mesmo fenômeno espiritual está acontecendo aqui no capítulo 10. Daniel se humilha diante de Deus, e “desde o primeiro dia”, o anjo diz, as palavras deles foram ouvidas e o anjo veio por causa delas. A mensagem para nós é: ore porque Deus ouve.   Mas apesar do anjo ser um ser espiritual que consegue se mover mais rápido que luz, ele ficou preso e demorou 21 dias (3 semanas) para chegar. Foi por isso que Daniel ficou 3 semanas de luto, esperando no Senhor. A explicação que o anjo dá é surpreendente:   [13] Mas o príncipe [um anjo maligno] do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias. Porém Miguel, um dos príncipes mais importantes, veio me ajudar, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. [14] Agora, vim para fazer com que você entenda o que vai acontecer com o seu povo nos últimos dias. Porque a visão se refere a dias ainda distantes.   O anjo demorou 21 dias para chegar até Daniel, e o motivo foi uma guerra no céu. O anjo bom, enviado pelo Senhor, ficou em um conflito celestial com um anjo maligno—que ele chama no começo do versículo 13 de “o príncipe do reino da Pérsia”.   Existem guerras acontecendo não só na terra. Elas acontecem também no céu, no mundo espiritual. Esse anjo maligno—esse demônio—estava influenciando os reis da Pérsia.   É por isso que Paulo disse que:   a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades [que são os demônios], contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais (Efésios 6:12).   Nós nunca saberíamos desse conflito no céu se a Bíblia não nos contasse. Mas ela conta. Existe uma batalha espiritual.   Um extremo seria ignorar nossos pecados, ignorar que esse mundo vive em rebelião contra Deus, e entender que nossa única batalha é contra os espíritos malignos.   Mas um outro extremo, também perigoso, é achar que os demônios não existem e que Satanás não é real e que ele não podem fazer nada conosco e com a nossa famílias e com a nossa igreja e com o povo de Deus.   De acordo com a Bíblia, eles podem. Eles são poderosos e perigosos. Veja o que ele fez com Jó. Nós precisamos tomar cuidado para não cair para nenhum dos lados do cavalo. Nós precisamos ficar montados no equilíbrio bíblico e continuar cavalgando rumo a glória—a cidade celestial.   Enquanto nós não chegamos no nosso lar celestial, nós estamos em guerra. Nós estamos em uma batalha.   Daniel estava de luto. 21 dias chorando diante do Senhor por causa da oposição que o povo de Deus na terra. Um anjo vem e explica que conflitos estão acontecendo nas regiões celestiais também, mas o anjo chegou com uma mensagem de Deus para explicar o que vai acontecer (versículo 14) “nos últimos dias”. Essa mensagem está registrada no capítulo 11.   Mas antes de ouvir a mensagem, Daniel continua experimentando uma montanha-russa de emoções. O diálogo entre o anjo e Daniel continua. Agora é a vez de Daniel falar.   5.     MAIS EMOÇÕES: FORÇA, DOR, MEDO E AMOR (vv. 15-19)   [15] Enquanto ele me dizia essas palavras, dirigi o olhar para o chão e fiquei mudo. [16] Então um ser semelhante aos filhos dos homens me tocou os lábios, e passei a falar. Eu disse àquele que estava diante de mim: — Meu senhor, essa visão me causou muita dor, e eu fiquei sem força alguma. [17] Como pode este seu servo falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta mais nenhuma força, e quase não posso respirar.   Muitas pessoas, hoje em dia, classificariam essa experiência de Daniel como uma ataque de pânico. Ele se sente sufocado e não consegue respirar direto. Ele está completamente sem força. Ele não consegue falar.   Esse senhor piedoso, com seus quase 90 anos, está mais uma vez com medo e prostrado diante do que ele ouve e vê. Falar com um anjo não é uma experiência fácil. Ser profeta não é fácil.   Mas o anjo veio para instruir, não para destruir esse homem de Deus.   [18] Então aquele ser semelhante a um homem tocou em mim outra vez e me fortaleceu. [19] E disse: — Não tenha medo, homem muito amado! Que a paz esteja com você! Anime-se! Sim, anime-se! Enquanto ele falava comigo, fiquei fortalecido e disse: — Fale agora, meu senhor, pois as suas palavras me fortaleceram.   As palavras do anjo tiveram a força para levantar Daniel e animá-lo e fortalecê-lo.   MORTE E VIDA  É impressionante o poder que as palavras têm. Todos nós já experimentamos isso. As palavras têm o poder de nos derrubar e de nos levantar. Elas têm poder para nos animar e nos machucar. Como Salomão disse: “a morte e a vida estão no poder da língua” (Provérbios 18:21).   Alguém usa palavras duras com um tom grosseiro ou uma crítica injusta e as palavras entram no nosso coração como uma espada afiada (Provérbios 12:18). A morte está no poder da língua.   Mas a vida também. Quando as nossas palavras carregam a glória de Deus e tem o aroma de menta celestial, o que você fala tem força para levantar um filho ou uma filha de Deus prostrada no chão, como o anjo fez com Daniel.   Provérbios 16:24—Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e remédio para o corpo.   Que nós sejamos mensageiros do céu e que nossas palavras carreguem o poder da vida. Como esse anjo abençoado que foi enviado para Daniel. Com a sabedoria angelical dele, ele entendeu que ele deveria repetir duas coisas que ele tinha acabado de falar com Daniel.   [12] Então ele me disse: — Não tenha medo, Daniel... [11] Ele me disse: — Daniel, homem muito amado...   MEDO E AMOR   Não tenha medo. Homem muito amado. Agora volte para:   [19] E disse: — Não tenha medo, homem muito amado! Que a paz esteja com você! Anime-se! Sim, anime-se!   Aqui estão verdades que nós precisamos ouvir todo o dia. Não todo ano. Não todo mês. Não toda semana. Todo dia. E o dia todo.   Nós vivemos em um mundo perigoso e existe uma batalha espiritual acontecendo nas regiões celestiais contra seres perigosos que podem causar grande mal a nós. Ninguém precisa nos explicar o que é ficar ansioso, preocupado e com medo.   Nós sabemos muito bem o que é isso: nós temos medo de não ter dinheiro o suficiente, nós temos medo de não termos saúde suficiente, de não termos reconhecimento suficiente, de não termos uma condição de vida boa o suficiente, e nossa lista pode ir até os céus.   Nós precisamos ser lembrados que nós não devemos ter medo. Em 2 minutos de conversa, Daniel foi lembrado 2 vezes pelo anjo: “Não tenha medo”. Nós precisamos da Palavra de Deus nos dizendo (todo dia): “Não tenha medo”.   A segunda verdade que ele repetiu é a razão para não ficarmos com medo.   [19] E disse: — Não tenha medo, homem muito amado!   Essa é uma das armas mais importantes em nossa batalha espiritual. Por que vocês acham que Daniel fez questão de registrar (duas vezes!) que ele é um homem muito amado? Só para que nós soubéssemos que ele  é muito amado? Não faz muito sentido.   Daniel está nos lembrando que ele é amado porque ele quer que nós saibamos que nós somos amados, mesmo em toda a nossa montanha-russa de emoções:   Quando nós estamos tristes, Deus nos ama muito. Quando nós estamos com medo, Deus nos ama muito. Quando nós estamos de luto, Deus nos ama muito. Quando nós estamos fracos e sem força, Deus nos ama muito.   Meditar no amor de Deus é uma das armas mais poderosas na batalha espiritual. Essa é uma das batalhas mais difíceis que nós travamos no nosso coração. A carne nos puxa para a incredulidade. O Espírito nos arrasta para crermos no amor de Deus por nós em Cristo Jesus, nosso Senhor.   Quando o Senhor nos faz esperar e não responde uma oração, como ele fez com Daniel. Quando o Senhor frustra o plano que nós tínhamos que parecia tão bom, a nossa tentação é ficarmos só de luto e com medo.   Nós precisamos ouvir: “Alex, homem muito amado”. É impressionante o poder que as palavras têm. Elas têm o poder para nos levantar, especialmente quando elas transmitem as verdades de Deus.   Daniel continua em uma montanha-russa das emoções. Ele passou pelo vale da sombra da morte, mas agora ele está no alto:   Segunda metade do v.[19] (...) Enquanto ele falava comigo, fiquei fortalecido e disse: — Fale agora, meu senhor, pois as suas palavras me fortaleceram.   E o anjo explica para Daniel o conflito que aconteceu no céu:   6.     BATALHA ESPIRITUAL (vv. 20-21)   [20] E ele [o anjo] disse: — Você sabe por que eu vim? Agora voltarei a lutar contra o príncipe da Pérsia [o demônio que está atuando na força mais poderosa do mundo na época]. Quando eu sair, eis que virá o príncipe da Grécia [um outro demônio irá influenciar o próximo império, o império grego]. [21] Mas eu direi a você o que está expresso no Livro da Verdade. E na minha luta contra eles não há ninguém que esteja ao meu lado, a não ser Miguel, o príncipe de vocês.   O anjo está contando para Daniel que a luta contra o demônio da Pérsia vai continuar—“voltarei a lutar”, e depois um outro demônio virá contra ele—um demônio que irá influenciar a Grécia. Mas o anjo Miguel, que defende Israel—“o príncipe de vocês”—irá ajudar esse anjo.   O Livro da Verdade que o anjo está falando aqui são os planos de Deus, os decretos de Deus, sobre esses conflitos, que o anjo vai revelar no capítulo 11.   Isso nos lembra que o diabo e seus demônios têm poder, muito poder, mas Todo-Poderoso , só existe um: Deus. O diabo e seus demônios são perigosos, mas eles não são soberanos. Soberano, só existe um: Deus.   Sabe o que o nome Miguel significa (em Inglês, “Michael”)? Miguel (ou Michael) é uma pergunta. Significa: “Quem é como Deus?” Um bom nome para um anjo que protege o povo de Deus contra seres espirituais malignos. “Quem é como Deus?”. Ninguém.   O diabo faz muitas coisas horríveis nesse mundo, mas ele não está solto. O diabo está em uma coleira. Jesus disse que não cai um pardal no chão sem o consentimento de Deus. Isso significa que o conflito é real, mas nós também já sabemos o final.   O FINAL DA BATALHA   Eu quero ler com vocês o final da guerra. Eu quero ler como vocês como vai terminar a batalha espiritual. Vamos para Apocalipse, capítulo 12. O último livro da Bíblia.   Apocalipse 12:7-11—[7] Então estourou a guerra no céu. Miguel e os seus anjos lutaram contra o dragão. Também o dragão e os seus anjos lutaram, [8] mas não conseguiram sair vitoriosos e não havia mais lugar para eles no céu. [9] E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo. Ele foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. [10] Então ouvi uma voz forte no céu, proclamando: “Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite diante do nosso Deus. [11] Eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo diante da morte, não amaram a própria vida.   É assim que vai terminar a batalha espiritual. Essa passagem de Apocalipse está falando da vitória de Jesus na cruz. O dragão já perdeu. Os anjos malignos já perderam. O que eles querem fazer é causar o máximo de dano antes de serem lançados no lago de fogo.   Como um reformador chamado João Huszgen (1482-1531) disse: “Se Satanás não temer nem mesmo atacar a Cristo, ele nos pouparia?” [Pregação Reformada, Beeke, p. 159, paráfrase minha].   Crente, você pode esperar os ataques do Maligno. Você pode esperar armadilhas e ciladas. Ele odeia todos os soldados do exército do Príncipe da Paz. Uma das principais armas dele é tentar tirar a nossa paz nos enchendo de medo e tentando nos enganar dizendo que Deus não nos ama.   Mas ele é o pai da mentira. Se você está em Cristo, toda a ira de Deus que você merece por causa do seu pecado já foi derramada nele. Naquela cruz. Mas Satanás vai continuar a atacar você.   SATANÁS, O PROBLEMA É SEU!   Quando eu estava na África, eu ouvi um pastor chamado Timóteo Bila contando a história de um menino de 10 anos foi ouvir um evangelista pregar. O texto que o evangelista usou foi João 5:24.   — Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida (João 5:24).   Esse menino creu em Jesus e voltou para a casa feliz e aliviado da culpa. Mas durante a noite o diabo aparece e acusa o menino de vários pecados. “Ah, mas você desobedeceu a seus pais. Você não é um cristão verdadeiro”. O menino fica atordoado. Ele pega a Bíblia, lê João 5:24 de novo, e vai dormir.   Na noite seguinte, a mesma coisa. O diabo vem e acusa o menino. “Mas você já mentiu. Deus não perdoou você”. O menino levanta de novo, perturbado, pega a Bíblia, abre em João 5:24, e lê:   Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida (João 5:24).   E ele foi dormir mais tranquilo, com certeza da salvação dele.   Terceira noite, o diabo aparece, de novo, para acusar o menino. “Você é um pecador. Deus nunca vai perdoar você”.   O menino perdeu a paciência com o diabo, pegou a Bíblia e disse: “Seu diabo, aqui diz que se eu crer em Jesus, eu tenho a vida eterna. Se você não sabe ler, o problema é seu!”.   E o diabo parou de atormentar o menino.   Crente, Satanás perdeu todo o poder para acusar você. A única coisa que nós precisamos fazer agora é apontar a Bíblia, apontar para o nosso Rei no trono e dizer: “Ele já pagou tudo. Vai embora!”   Agora, se você está aqui e não está confiando em Cristo. Se você ainda se recusa a se submeter ao Senhor, eu quero dizer para você que você também está em uma batalha espiritual. A diferença é que você está do lado errado, do lado do mal, do lado que vai perder. E a ira de Deus ainda está sobre você.   João 3:36—Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.   Mas você pode mudar de lado. Você precisa mudar de lado. Mude de lado. Vá até Jesus, o Príncipe da Paz, e peça perdão por viver tanto tempo para você mesmo e creia que ele foi morto naquela cruz pelos seus pecados, e ele vai transportar você do império das trevas para o reino dele.   A batalha espiritual não vai terminar, mas agora você lutará do lado certo. Ao lado daquele que venceu na cruz.   APLICAÇÕES: NOSSA BATALHA ESPIRITUAL Povo de Deus, nesse assunto de batalha espiritual, nós precisamos ser sóbrios para não cairmos para nenhum dos lado do cavalo. Nós precisamos evitar os extremos. Eu quero fazer algumas aplicações para o nosso contexto aqui no Brasil.   O movimento evangélico no nosso país é muito influenciado pelo “movimento de batalha espiritual”. Não tem como nós falamos tudo sobre esse movimento e seus problemas. Mas eu acho que não seria sábio não falar nada.   Eu quero expor 3 problemas graves desse que são crenças e práticas muito comuns. Se você quiser saber mais, eu recomendo o excelente livro que o pastor Augustus Nicodemus escreveu sobre esse assunto. Ele mostra muito bem os problemas que esse movimento tem trazido para a igreja evangélica.   Primeiro, eles dizem que todo mal que existe no mundo é demoníaco.   Essa é a doutrina mais fundamental do movimento. Para eles, a causa de todo o mal no mundo é causada diretamente pelo demônios. A fome no mundo, as guerras e corrupção na sociedade, tudo é causado pelo diabo e seus demônios.   Eles falam do demônio da embriaguez, o demônio do adultério, o demônio da depressão. Eles não consideram os outros aspectos da nossa batalha espiritual, como a luta contra a nossa carne (o pecado) e o mundo. Eles creem que a causa dos nossos problemas são os demônios que morando dentro do coração humano.   E como todo mal que existe no mundo e na nossa vida é demoníaco, então a solução (a estratégia) é expulsar os demônios.   É por isso que tem tanto culto de libertação e cura e muitas técnicas para expulsar os demônios foram criadas. O objetivo é amarrar Satanás.   É por isso também que a pregação da Palavra de Deus é negligenciada nesses lugares. Porque o que as pessoas realmente precisam é serem libertadas do demônio. Quando alguém precisa de ajuda, em vez de aconselhar biblicamente, a solução é exorcizar.   Eles estão deixando de lado a arma mais poderosa contra o diabo e seus demônios: o evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16). Eles estão deixando de lado a espada do Espírito, que é palavra de Deus (Efésios 6:17).   Eles negligenciam também a enorme ênfase da bíblica na mortificação do nosso pecado e a busca por santidade. Os demônios certamente causam males, mas afirmar que todo mal é demoníaco não é uma visão bíblica da nossa batalha espiritual.   A segunda crença importante desse movimento são os espíritos territoriais.   E um dos textos que eles mais usam é Daniel 10—a passagem de hoje. Como nós temos aqui em Daniel o príncipe (ou demônio) da Pérsia, e o demônio da Grécia, a conclusão deles é que cada entidade geográfica tem um demônio também.   Existe o demônio do Brasil, e o demônio do estado de São Paulo e o demônio de Sumaré. Satanás colocou um demônio responsável por cada continente, e debaixo desses 6 demônios, existem outros demônios.   A proposta desse movimento é que as igrejas devem fazer o “mapeamento espiritual” do lugar. Os crentes devem sair pela cidade com um mapa na mão e orando. Quando eles sentirem uma opressão espiritual, ali está o que eles chamam de “o trono de Satanás”. Eles devem, então, declarar em oração a queda do trono de Satanás. Assim a cidade ficará liberta e o igreja pode evangelizar à vontade para ganhar as pessoas para Cristo.   Esse conceito de “espíritos territoriais” e “mapeamento espiritual” não tem uma base bíblica sólida. Em Daniel 10, Miguel é o anjo responsável por defender Israel, mas quando nós olhamos para Apocalipse 12, quando Miguel aparece novamente, ele está defendo a igreja. A conclusão mais natural é que Miguel é responsável por defender um povo (o povo de Deus), e não um lugar específico.   Não existe nenhuma passagem do Novo Testamento que diga que existem demônios específicos para um determinado lugar. No trecho de Efésios 6, Paulo fala que nos luta é contra:   os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso (Efésios 6:12).   Ele coloca todos os demônios juntos na categoria de “dominadores deste mundo tenebroso”.   Mas ainda que tivesse um demônio para cada lugar, a estratégia dos apóstolos não era fazer um “mapeamento espiritual” da cidade para descobrir onde está o “trono de Satanás”. Eles entravam nas cidades pregando Cristo crucificado, chamando as pessoas a crerem nele e se arrependerem de seus pecados, e prometendo perdão e vida eterna.   Terceiro prática: a quebra de maldição hereditária.   Essa é uma prática bastante comum no movimento. Eu arrisco dizer que alguns aqui (se não, muitos) já receberam esse diagnóstico. “Essa coisa de ruim está acontecendo porque existe uma maldição que ainda não foi quebrada”.   Você pode estar com uma maldição sobre você por várias causas. Pode se que alguém, quando você era criança, disse: “Vai para o diabo que te carregue!” e assim um demônio ganhou autoridade para entrar na sua vida. Ou pode ser porque você se envolveu com alguma religião espírita ou pode ser que seus pais ou antepassados fizeram algum pacto com demônios ou mesmo eles cometeram algum pecado que ainda não foi confessado e a maldição foi passada para você.   Eles usam a passagem em Êxodo 20 quando Deus fala que ele visitaria a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração.   Esse é um exemplo do perigo de pegar uma passagem bíblica, retirá-la do contexto e não considerar o restante do ensino da Bíblia sobre um assunto.   O texto de Êxodo 20 não está ensinando maldição hereditária. Deus está mostrando que os filhos sofrem as consequências dos pecados dos pais, não que existe uma maldição que passa pelas gerações e que precisa ser quebrada com determinados rituais.   Em Ezequiel 18, o povo de Deus estava reclamando que estava no exílio por causa do pecado dos pais. Deus disse claramente:   Ezequiel 18:20—A pessoa que pecar, essa morrerá. O filho não pagará pela iniquidade do pai, nem o pai pagará pela iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a maldade do ímpio cairá sobre este.   Ou seja, a culpa pelo pecado não é transferida de pessoa para pessoa. A responsabilidade é pessoal. Os meus filhos podem sofrer a consequência do meu pecado, mas a culpa continua sendo minha.   Se você está aqui hoje e você já participou de rituais de magia negra, se você já invocou espíritos malignos, se você viveu por anos em uma seita religiosa, se você se envolveu com bruxaria, se no passado você se envolveu com todo o dia de pecado, roubo, imoralidade, mentira, se sua família era uma família pagã da região, você não precisa de um ritual de quebra de maldição.   Eu tenho boas notícias: você precisa de um Salvador que se fez maldição no seu lugar. Ele se chama Jesus Cristo.   Colossenses 2:14-15—Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz.   Jesus já venceu os demônios. Ele já triunfou sobre eles na cruz. E a maldição que nós merecemos pela nossa desobediência a Deus já foi derramada sobre Jesus. Se você está em Cristo, você está livre. Você já foi liberto. Não existe nenhum pecado não-pago que Satanás pode usar para acusar você. Ele pagou tudo.   Escrito de dívida está cancelado. Nesse sentido, o sangue de Jesus realmente tem poder.   CONCLUSÃO   Povo de Deus, nós estamos em uma guerra. Nós estamos em uma batalha espiritual—contra a carne, contra o mundo e contra o diabo e seus demônios.   Satanás quer empurrar a igreja—a Noiva de Cristo—para ela cair em um dos lados do cavalo e não chegar até o fim. Mas na força do Espírito Santo, nós vamos continuar montados no Cavalo da Verdade de Deus e cruzar a linha de chegada.   Nós vamos chegar no lugar onde já não haverá batalha nenhuma. O lugar onde nós vamos desfrutar da presença de Deus em perfeita paz. E nesse dia Jesus receberá toda a glória que ele merece por causa do triunfo dele sobre as forças do mal na cruz. 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Daniel 10: Batalha Espiritual

Daniel 10: Batalha Espiritual

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Série: Domínio e Esperança 08 de dezembro de 2024 – IBJM GEORGE MULLER Essa passagem me fez lembrar de um homem chamado George Muller. 
 George Muller nasceu em 1805, na Alemanha. Ele descreve a juventude como ele sendo um jovem mentiroso e imoral. Ele chegava até a roubar dinheiro do pai na casa dele. Mas ainda jovem, ele começou a frequentar um estudo bíblico. Ele ficou admirado com o homem que estava liderando o estudo. Ele pensou: “Eu não sou capaz de orar como esse homem, apesar de ter estudado muito mais do que ele”. 
 Com o tempo, George Muller ficou admirado não só com aquele homem. Ele começou a ficar admirado com Jesus. Ele disse que começou a ficar constrangido pelo amor de Jesus durante esse tempo. Mas a medida que ele crescia na fé, ele começou a ficar incomodado com a falta de fé que as pessoas tinham, mesmo dentro da igreja. Ele queria viver de uma maneira em que desse “provas visíveis que o nosso Deus e Pai é o mesmo criador fiel que sempre foi”. 
 George Muller acabou se mudando da Alemanha para a Inglaterra. Ele ficou incomodando também com a quantidade de crianças nas ruas, órfãs e sem ninguém para cuidar delas. Ele decidiu lidar com essa necessidade criando um orfanato para elas já que não existia nenhuma instituição fazendo alguma coisa por essas crianças. 
 Ele tinha alguns desejos no coração com o orfanato. Ele tinha o desejo de cuidar das  necessidades físicas dos órfãos, o que é uma causa maravilhosa. Ele desejava também que esses órfãos fossem treinados no temor do Senhor, o que certamente era uma causa maravilhosa. Mas ele disse também o seguinte: 
 O primeiro e maior objetivo dessa obra—os orfanatos—era que Deus fosse magnificado pelo fato dos órfãos debaixo do meu cuidado recebessem tudo o que eles precisavam somente através da oração e fé, sem que eu ou alguém que trabalhasse comigo pedisse a alguém, de forma que assim fosse visto que Deus ainda é fiel e que ele ainda ouve orações. 
 E foi o que ele fez. De 1836, quando ele fundou a primeira casa para abrigar órfãos, até o dia em que ele morreu, 1898, ele nunca pediu dinheiro para nenhuma uma pessoa. George Muller fundou 5 orfanatos e cuidou de mais de 10 mil crianças. E durante esses 62 anos, o Senhor proveu para todas as necessidades dele e dos órfãos somente através de oração. 
 Ele registrou no diário dele 50 mil respostas de oração. Dessas 50 mil, 30 mil o Senhor respondeu em menos de 1 hora. 
 Ele conta que um dia ele não tinha nada para oferecer para as crianças de café da manhã no orfanato. Ele se sentou na mesa com eles e começou a orar e agradecer o Senhor. Logo depois, ele ouviu alguém batendo na porta. Um padeiro disse que acordou 2 horas da manhã, incomodado e entendeu que deveria preparar alguns pães e levar para o orfanato. Logo em seguida, outra batida na porta. Um homem aparece na porta e diz: “O meu caminhão de leite quebrou aqui em frente, eu quero dar essas garrafas de leite para vocês. E Deus proveu, naquela hora, em resposta à oração, o leite e o pão que eles precisavam. 
 Essa é só uma de muitas e muitas respostas de Deus à oração. Milhares de respostas. Eu lembrei de George Muller porque a passagem de hoje também é a resposta (rápida!) de Deus à oração de um homem. No trecho anterior do capítulo 9 (até o versículo 19), Daniel está orando: pedindo a Deus para perdoar os pecados do povo e acabar com o exílio e levá-los de volta para de Israel. 
 [19] Ó Senhor, ouve! Ó Senhor, perdoa! Ó Senhor, atende-nos e age! Não te demores, por amor de ti mesmo, ó meu Deus, porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome. 
 Agora, Deus vai responder. Nós vimos como é maravilhoso podermos orar—podermos falar com Deus. Orar é um dos maiores privilégios que nós podemos experimentar nessa vida. Mas nossa comunhão com Deus é ainda mais maravilhosa. 
 Como se não bastasse podermos falar com Deus, quando você ora, Deus ouve. Jesus não só conquistou o direito de falarmos com Deus. Jesus conquistou a atenção dos ouvidos de Deus. Você fala. E Deus ouve! Mas nossa comunhão com Deus é ainda mais maravilhosa e completa. Não só você fala com Deus. E não só Deus ouve. Deus ainda responde. George Muller tem razão: “Deus ainda é fiel e ele ainda ouve orações”... e responde! 
 Mas antes de chegar na profecia, o texto nos dá duas motivações para irmos até o Senhor em oração. 
 INTRODUÇÃO À ORAÇÃO (VV. 24-27) 1. DEUS ESTÁ DISPOSTO A NOS AJUDAR Existe uma disposição—uma inclinação—no ser de Deus para nos ajudar e nos perdoar e agir em nosso favor. Essa é uma motivação para nós orarmos. Daniel fez questão de enfatizar que ele ainda estava orando, ele ainda estava chorando pelos pecados, e Deus já estava respondendo. Ele enviou Gabriel, e Gabriel foi voando, rápido, para levar a resposta para Daniel. 
 [20] Enquanto eu ainda falava, orava, confessava o meu pecado e o pecado do meu povo de Israel e lançava a minha súplica diante do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus, [agora ele repete!] [21] sim, enquanto eu assim orava, Gabriel, o homem que eu tinha visto na minha visão anterior, veio rapidamente, voando, e tocou em mim; era hora do sacrifício da tarde. 
 Isso foi o que Daniel viu na terra. O que Gabriel experimentou no céu confirma essa disposição divina em nos ajudar e agir em nosso favor. 
 [22] Ele queria instruir-me, falou comigo e disse: — Daniel, agora eu vim para dar a você inteligência e discernimento. [23] Quando você começou a fazer as suas súplicas, foi dada uma ordem, e eu vim para explicar tudo a você... Daniel começou a fazer súplicas, ele nem terminou ainda, e Deus já deu ordem para Gabriel ir falar com Daniel e responder a oração. Esse é o nosso Deus e Pai. Daniel fez questão de enfatizar essa disposição de Deus de nos ouvir e agir para nós incentivar a confessar e orar. 
 “SUAS ORAÇÕES JÁ FORAM ATENDIDAS” 
 Semana passada eu li uma história do professor Russell Shedd—um homem de Deus que serviu no Brasil por muitos anos. Ele recebeu uma oferta em dinheiro que ele não estava esperando. Em vez de gastar o dinheiro rápido, ele disse para a esposa: “Vamos pedir sabedoria para ver como o Senhor quer que nós gastemos esse valor”. 
 Depois de alguns dias, ele chegou mais cedo na sala de aula e tinha um aluno, sozinho, ajoelhado e chorando. O professor Shedd chegou perto e perguntou para ele: “Qual é o problema?” O aluno disse que um dos filhos tinha morrido de leucemia e agora o segundo filho estava tendo os mesmos sintomas. O médico falou para ele levar o filho para fazer um exame, mas ele não tinha condições de pagar o exame do filho. 
 Russell Shedd sorriu e disse: “Suas orações já foram atendidas. Deus colocou o dinheiro na minha conta justamente para sua necessidade”. Ele se sentou, fez o cheque na hora e deu para aquele homem. [ https://teologiabrasileira.com.br/biografia-de-russell-phillip-shedd/ ] 
 Você vê o que pode acontecer quando duas pessoas, um pai desesperado e um professor piedoso, pedem ajuda a um Deus que ouve orações. O resultado são pessoas abençoadas e Deus glorificado. Deus é assim. Quando você começa a orar, Deus já começa a responder. 
 Às vezes, ele responde com “sim”. Às vezes, ele responde com “não”. Às vezes, ele responde com “espera, meu filho”, “espera, minha filha”. Mas para você que está unido a Cristo pela fé, Deus sempre ouve e sempre responde. E ele sempre sabe o que é melhor para os seus filhos. Deus não está de braços cruzados, de mau-humor, precisando de 500 razões para finalmente aceitar fazer alguma coisa por você. Existe uma disposição divina em ajudar os filhos dele. Vocês que têm filhos, vocês já experimentaram uma faísca dessa disposição santa. Seu filho pede alguma coisa para você, e no momento em que ele fala, esse impulso acorda em você e, se você pudesse, você compraria o mundo para eles. Nem sempre é sábio dar o que eles pedem. E nem sempre você tem dinheiro para comprar o que eles querem. Mas a sua disposição é dar. Jesus disse: 
 Ora, se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem? (Mateus 7:11). 
 Deus é o Pai mais generoso desse mundo. E ele tem o mundo todo a dispor dele. Essa é uma motivação maravilhosa para nós orarmos. A segunda motivação é que não só Deus está disposto a nos ajudar. 
 2. DEUS ESTÁ TAMBÉM DECIDIDO A NOS AMAR. E MUITO. Olha a razão que Gabriel dá para Daniel para Deus ter respondido. 
 [23] Quando você começou a fazer as suas súplicas, foi dada uma ordem, e eu vim para explicar tudo a você, porque Deus o ama muito. Portanto, preste atenção à mensagem e entenda a visão. 
 Nós amamos a Deus. Nós que estamos em Cristo, o Espírito colocou essa fé e esse amor a Deus em nós. Você poder dizer, cristão—mesmo com todos os pecados que ainda restam em você—você pode dizer sinceramente: “Meu Deus, eu amo o Senhor”. Mas sabe o que é ainda mais maravilhoso do que falar que você ama a Deus. É ouvir Deus falar que ama você. 
 Cristão, você precisa acreditar que, se você está em Cristo, o amor que Deus tem por Daniel é o mesmo amor que ele tem por você. Se nós acreditarmos nisso, nós vamos orar mais e com mais fé. Nós precisamos acreditar que Gabriel diria a mesma coisa para você: “Alex, Deus o ama muito”. E Deus confirma o amor dele por nós hoje. Ele faz isso, não enviando o anjo Gabriel. Ele faz algo ainda maior. Ele mesmo vem através do Espírito dele para selar esse amor em nós. Romanos 8:16—O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus. E essa confirmação do amor de Deus—de que somos filhos amados—nós faz orar. Daniel não escreveu essa “introdução” à profecia que ele recebeu por acaso. Ele está colocando diante de nós a disposição de Deus de nos ajudar e a decisão de Deus de nos amar para nos fazer orar durante o exílio. Para nos levar a buscar o Senhor até chegar a hora de irmos para a casa. Para mostrar que “Deus ainda é fiel e que ele ainda ouve orações”. Agora, se você está aqui e você ainda não confia em Cristo, então Deus ainda não é o seu Pai e ele não ouve as suas orações. Tentar se aproximar de Deus sozinho, sem que seja por meio de Cristo, é uma afronta a santidade de Deus. Nenhum pecador pode entrar na presença de Deus sem ser fulminado pelo calor da santidade dele. Quem rejeita o Filho, o rejeita o Pai. Isso significa que você ainda está debaixo de culpa e da condenação de Deus. Você ainda está debaixo da ira de Deus. E por causa da sua rejeição, a força divina que estaria disponível para ajudar você irá na direção de julgar você. Mas Deus proveu uma maneira segura de se aproximar dele. Deus proveu uma maneira de se tornar um filho amado dele. E só uma maneira. Não é através do que você faz. É confiando no que Cristo já fez. Crendo que, quando ele morreu naquela cruz, ele estava carregando os seus pecados. E quando você crê, Cristo veste você com o manto da justiça dele. E vestido da justiça de Cristo, você pode entrar na sala do trono e falar com o Rei. E ele vai ouvir você, ele vai sorrir para você, e ele vai agir em seu favor. Que hoje seja um dia de salvação. Pare de confiar nos seus bons atos. Para de confiar em você mesmo. Pare de fugir de Deus. Confesse seus pecados. E creia no Senhor Jesus. E você será salvo. E você terá para sempre ao seu lado um Deus que ouve, que perdoa, que atende, que age e que ama você. A PROFECIA DAS SETENTA SEMANAS (VV. 24-27) Agora nós chegamos na resposta de Deus. E Deus responde com a profecia da 70 semanas: [24] — Setenta semanas estão determinadas para o seu povo e para a sua santa cidade, para acabar com a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Essa é uma das passagens mais difíceis da Bíblia. Sem exagero, existem 70 interpretações diferentes para a profecia das 70 semanas, mesmo entre os cristãos que creem que a Bíblia é a Palavra de Deus e não tem erro. E para provar o meu amor por vocês, eu não vou tentar explicar as 70 interpretações diferentes. Eu vou falar para vocês só a interpretação certa. Sinceramente, eu vou tentar explicar o que eu entendo que a profecia está dizendo. Algumas coisas são mais simples, outras são mais difíceis de entender. Mas aqui vai a boa notícia: os fatos mais importantes sobre a profecia são claros. E são neles em que nós devemos nos agarrar com mais força. SETENTA SETES A primeira decisão que nós precisamos tomar é o que significam essas “Setenta Semanas”. [24] — Setenta semanas estão determinadas para o seu povo [Israel] e para a sua santa cidade [Jerusalém]... Nós precisamos lembrar que Deus está respondendo a uma oração de Daniel. Daniel leu que o profeta Jeremias disse que o exílio duraria 70 anos. O tempo chegou. Daniel vai até o Senhor e pede: “Ó Senhor fiel e misericordioso, nos leva de volta para a terra que o Senhor nos deu. Acaba com o nosso exílio”. Deus responde que o exílio vai acabar, mas não em 70 anos, mas em 70 semanas. A palavra “semana” não pode ser entendida como uma semana de dias—7 dias. A linguagem aqui é mais enigmática. Eu diria, mais simbólica. A palavra “semana”, em Hebraico, a língua dos judeus, é a mesma palavra para o número 7. A resposta de Deus é: “Daniel, o exílio vai acabar em 70 setes”. Vamos interpretar, por enquanto, a profecia como 70 semanas simbólicas—70 períodos de tempo. O PROPÓSITO DA PROFECIA O propósito da profecia é mais direto. Deus dá 6 propósitos ou 6 coisas que o Senhor irá fazer. Os 3 primeiros estão relacionados ao pagamento dos pecados: [24] — Setenta semanas estão determinadas para o seu povo e para a sua santa cidade, para (1) acabar com a transgressão, (2) para dar fim aos pecados, (3) para expiar a iniquidade, Daniel estava com uma angústia santa por causa dos pecados de Israel. Deus está dizendo: “Em setenta semanas, eu vou dar fim aos pecados e pagar por eles. A iniquidade de vocês será expiada”. O próximo propósito é a parte positiva do evangelho: [24] (...) (4) para trazer a justiça eterna, Foi o que Jesus veio fazer. Jesus não veio nos dar uma justiça temporária. Quando nós cremos no evangelho, nós somos declarados justos—por toda a eternidade. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus” (Romanos 5:1). [24] (...) (5) para selar a visão e a profecia... Uma profecia é selada quando ele é cumprida. O rolo é aberto, a profecia é lida, Deus executa, e agora o rolo pode ser fechado e selado. Seu propósito já foi consumado. E por último, sexta promessa de Deus: Final do v.[24] (...) e (6) para ungir o Santo dos Santos. O Santo dos santos era o lugar dentro do Templo onde Deus manifesta a presença dele com o povo. Ungir o Santo dos Santos é uma promessa para restaurar o lugar onde Deus habita. Em outras palavras, Deus está dizendo: “Eu vou habitar com vocês novamente”. A chave para entender o que Deus está dizendo é entender que existem dois tipos de exílio. Existe um exílio físico—o povo está geograficamente longe da terra, mas existe também um exílio espiritual—o povo está espiritualmente longe de Deus, por causa dos pecados. A resposta de Deus lida com os dois exílios—o físico e o espiritual (e mais importante!). Deus está dizendo para Daniel: “Daniel, o exílio na Babilônia vai acabar depois de 70 anos. Mas eu determinei 70 semanas para acabar com o exílio espiritual—para pagar pelos pecados e trazer justiça eterna para o meu povo. Continue confiando em mim”. Nos próximos versículos, Gabriel dá mais detalhes sobre esse período de 70 semanas. Ele divide esse período em 3 partes: [Gentry & Wellum, Kingdom through Covenant, p. 531s; Ollyot, Ouse Ser Firme, p. 152s] O primeiro período será de 7 semanas, o segundo de 62 semanas e o último período de 1 semana: 7, 62, 1. Crianças, vocês percebem por que vocês precisam continuar estudando matemática. Matemática é importante. 3 períodos: 7 + 62 + 1. O total é:70. 70 semanas. PRIMEIRO PERÍODO: 7 SEMANAS O primeiro período começa com a ordem para restaurar Jerusalém. [25] Saiba e entenda isto: desde que foi dada a ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até a vinda do Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas. As ruas e as muralhas serão reconstruídas, mas será um tempo de muita angústia. Nessa última frase, Gabriel está claramente falando do tempo em que Esdras e Neemias voltaram para Jerusalém para reconstruir as muralhas e o templo. Essa parte da profecia já se cumpriu. A Bíblia tem dois livros chamados “Esdras e Neemias” que narram em detalhes a reconstrução das muralhas e o do Templo em Jerusalém e a enorme oposição que o povo teve que enfrentar. Foi “um tempo de muita angústia”. SEGUNDO PERÍODO: 62 SEMANAS O segundo período é o tempo de 62 semanas. Gabriel não dá detalhes doque vai acontecer durante esse período. É um período mais longo que o primeiro (62 semanas é maior que 7 semanas), mas ele não fala de nenhum evento específico durante essas 62 semanas. Existe uma razão para isso. Esse segundo período de 62 semanas termina com o evento mais importante da história: a vinda do Ungido. [25] Saiba e entenda isto: desde que foi dada a ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até a vinda do Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas. A palavra Ungido é a mesma palavra para “Cristo”. A chegada do Ungido—de Cristo—vai acontecer depois desses dois períodos. Resumo: no primeiro período, de 7 semanas, Jerusalém será reconstruída. E depois de mais 62 semanas, vem o Ungido. A profecia está falando do Messias—o Rei prometido que iria salvar o povo de Deus. Os próximos versículos vão deixar ainda mais claro quem é esse Ungido. Até aqui, então, já se passaram 7 semanas mais 62 semanas, que dão 69 semanas. Só falta uma semana para completar o período das 70 semanas. TERCEIRO (E ÚLTIMO) PERÍODO: A ÚLTIMA SEMANA [26] Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto e não terá nada. Gabriel está claramente falando de Jesus. Ungido significa Cristo. Cristo, o Ungido, será morto. Isaías tinha profetizado que Cristo seria “cortado da terra dos viventes” (Isaías 53:8). E ele foi. Essa profecia se cumpriu 2 mil anos atrás, quando Jesus de Nazaré foi pregado naquela cruz romana e morreu—pelos nossos pecados, para expiar a nossa iniquidade, para nos dar justiça eterna. Olhe novamente para o versículo 26. O texto está dizendo que: [26] Depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto e não terá nada. “Não terá nada” é uma tradução possível, mas aqui eu estou convencido que seria melhor traduzir como “o Ungido será morto, mas não por ele ”. A mensagem é: a morte do Messias não será pelos pecados dele, mas será pelos pecados do povo. Será uma morte substitutiva, uma morte “não por ele”, mas por nós. Isso casa com a profecia de Isaías 53 sobre o Salvador, quando Isaías diz que: [Ele] foi ferido por causa da transgressão do meu povo (Isaías 53:8). E que ele levará sobre ele mesmo as nossas iniquidades (Isaías 53:11). Deus revela mais eventos da última semana—a semana 70: [26] (...) O povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário. O seu fim virá como uma inundação. Até o fim haverá guerra, e desolações foram determinadas. Esse povo que irá destruir a cidade de Jerusalém e o santuário é o povo de Roma—o Império Romano. Essa profecia também já se cumpriu. No ano 70, o general romano Tito avançou contra Jerusalém e destruiu o templo. Colocou fogo em tudo e não ficou pedra sobre pedra, como Jesus também profetizou antes de ele morrer. Gabriel tem ainda 3 revelações sobre a última semana—a semana que nós estamos vivendo. 1. A ÍNÍCIO DE UMA ALIANÇA [27] Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana. Muitas pessoas entendem que esse versículo está falando do Anticristo que fará aliança com muitos judeus antes da volta de Cristo. Faz mais sentido entender esse texto como a aliança que Jesus fez conosco. Na Ceia, o Senhor Jesus disse: Mateus 26:28—Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. Jesus fez uma firme aliança com muitos. Ele fez essa aliança com o sangue dele. O versículo 26 e 27 estão falando da mesma semana—a última semana. É como se o versículo 27 desse mais detalhes do que ele já falou no versículo 26. A Bíblia faz muito isso. Primeiro ele fala de uma maneira mais geral, e depois fala do mesmo evento, mas sendo ainda mais específico. A Bíblia começa assim: Gênesis 1 fala de toda a criação, e Gênesis 2 volta e dá mais detalhes sobre a criação do homem e da mulher. Aqui em Daniel 9 está acontecendo a mesma coisa. No versículo 26, Gabriel disse que o Ungido seria morto. Agora ele está voltando para dar mais informações sobre o que a morte do Ungido irá conquistar: uma aliança com muitos. Uma confirmação dessa interpretação vem quando nós trazemos novamente a profecia de Isaías 53 para nos ajudar. Duas vezes, Isaías usa a palavra “muitos” no contexto da morte do Messias pagando pelos nossos pecados. O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si... [Ele] levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu (Isaías 53:11-12). Jesus fez firme aliança com muitos . É só nós olharmos para a história da igreja. Alguns desses muitos estão aqui na IBJM e muitos mais espalhados pelas tribos, línguas, povos e nações desse mundo. E Jesus tem poder para salvar ainda muitos . E é por isso que nós precisamos evangelizar nossos vizinhos e nossos parentes e colegas de trabalho. É por isso que nós precisamos enviar missionários pelo Brasil e pelo mundo. Jesus já comprou muitos. Ele vai trazer as ovelhas dele para o céu. Nosso papel é chamá-los para crer no Ungido que morreu e ressuscitou e vai voltar. Nosso papel e nosso privilégio. Além do início de uma nova aliança, Gabriel revela o fim da antiga aliança. 2. O FIM DOS SACRIFÍCIOS Continuação do v.[27] (...) Na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais. Ou seja, durante essa última semana, na metade da semana, o sacrifício e as ofertas vão acabar. E acabaram mesmo. Primeiro, porque o templo de Jerusalém foi destruído. Mas segundo e mais importante, porque o sacrifício de Jesus colocou um fim em todo o sistema de sacrifícios do Antigo Testamento—porque ele é o Cordeiro de Deus para o qual todos os outros cordeiros apontavam. Os bilhões de litros de sangue que foram derramados apontavam para ele. Jesus ungiu o Santo dos santos. Não com óleo, mas com sangue dele. Ele nos deu acesso a presença de Deus. Não reconstruindo o templo, mas rasgando o véu. A última revelação do anjo Gabriel sobre os últimos dias mantém o espírito das profecias do livro de Daniel. 3. A VINDA E A DESTRUIÇÃO DO ANTICRISTO [27] (...) Sobre a asa das abominações virá aquele que causa desolação, até que a destruição, que está determinada, seja derramada sobre ele. O Anticristo virá para destruir o povo. Mas vai chegar o dia em que ele será destruído. A destruição determinada será derramada. Essa interpretação casa com o restante da Bíblia. A vinda de Jesus inaugura a última semana, os últimos dias, os últimos tempos. O que nós podemos esperar agora são guerra e desolação do lado do mal. O que nós também podemos esperar agora é paz e salvação do lado do bem—do lado do Ungido (Cristo) que morreu e ressuscitou e continua fazendo uma firma aliança com muitos e salvando pessoas de todas as nações. O que nós podemos esperar também desses últimos dias é que nenhuma palavra do Senhor deixará de ser cumprida. Tudo o que Deus diz que vai acontecer, acontece. É por isso que você tem todas das razões do mundo para perseverar e continuar esperando a volta do seu Rei. Deus profetizou que ele nasceria em Belém, e a profecia se cumpriu. Deus profetizou que ele entraria em Jerusalém em um jumentinho, e a profecia se cumpriu. Deus profetizou que ele seria morto no madeiro, e a profecia se cumpriu. Deus profetizou que ele ressuscitaria no terceiro dia, e a profecia se cumpriu. E por isso também, povo de Deus, nenhum detalhe da profecia das setenta semanas deixará de se cumprir. SETENTA SEMANAS, DE ANOS Agora, ouça isso: eu disse que, quando Daniel recebeu a profecia das 70 semanas, ou 70 setes, ele deve ter entendido de forma simbólica. O número 7 carrega o símbolo de plenitude, de completo. Quando Daniel recebeu essa profecia, não estava explicitamente claro se as semanas deveriam ser entendidas como um símbolo de período de tempo ou se deveria ser entendido de forma mais literal. Mas conforme o tempo avançou e Jesus veio inaugurar a nova aliança, nós ganhamos mais clareza para interpretar essa profecia. Assim como nós temos mais clareza para ler o Antigo Testamento com o Novo Testamento já revelado a nós. Quando Jesus vem, é como se os raios da glória dele iluminassem os textos do Antigo Testamento e, o que antes já estava lá e não dava para ver, agora fica mais aparente. Por que eu estou falando tudo isso? Porque eu entendo que nós podemos, hoje, olhar para a profecia das 70 semanas e ver mais claramente que Deus estava falando também de 70 semanas de anos—ou 70 períodos de 7 anos, literalmente. Ouça isso: em 458 AC, um rei persa chamado Artaxerxes deu uma ordem para restaurar Jerusalém, como no versículo 25—“dada a ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. A profecia fala que essa restauração levaria 7 semanas, ou 7 x 7 anos, o que dá 49 anos. Sabe quanto tempo levou para a restauração de Jerusalém—desde a ordem dada por Artaxerxes até as muralhes serem completadas? 49 anos. Depois disso, a profecia fala de um segundo período de 62 semanas, quando apareceria o Ungido, Cristo. Muito bem, 62 semanas de anos (62 x 7 anos) dá um total de 434 anos. Sabe onde essa data cai? 434 anos depois das muralhas de Jerusalém reconstruídas cai no ano de 27 DC. Sabe quem foi batizado e começou seu ministério público nesse ano? Jesus de Nazaré, o Ungido. A profecia das 70 semanas diz ainda que na metade dessa última semana, na metade de 7 anos—ou seja, depois de 3 anos e meio, o Ungido seria morto para fazer aliança com muitos. Você sabe depois de quanto tempo de ministério público o Senhor Jesus foi morto em uma cruz? 3 anos e meio, metade de 7 anos. É muito difícil imaginar que tudo isso foi coincidência. Faz muito mais sentido entender como providência. Faz muito mais sentido entender que existe um Deus que governa a história e o mundo e vai salvar o povo dele, como ele prometeu, do jeito que ele prometeu. Não estava claro na época de Daniel, mas olhando agora para trás, iluminados pelos raios da glória da vinda de Cristo, a profecia das 70 semanas é uma profecia de 70 semanas de anos, 70 x 7 anos, o que dá 490 anos. Se os 70 anos do exílio profetizados por Jeremias se cumpriram literalmente, faz sentido a profecia das 70 semanas de anos se cumprir literalmente também. CONCLUSÃO Povo de Deus, eu pergunto para vocês: nós não temos todas as razões do mundo para confiar no nosso Deus? O Deus soberano e fiel. O Deus que declara o futuro e cumpre o que ele prometeu. Deus acabou com a transgressão, como ele prometeu. Deus deu fim aos pecados e expiou a nossa iniquidade, como ele prometeu. Deus trouxe justiça eterna, ele selou a profecia e ele ungiu o Santo dos santos com o sangue da cruz do Ungido, o nosso Senhor Jesus. Nós estamos vivendo nos últimos dias, nos últimos tempos, na última semana. Quando Jesus voltou para o céu para assumir o trono dele: • Ele prometeu que ele voltaria entre as nuvens com grande poder e glória. • Ele prometeu enxugar todas as nossas lágrimas. • Ele prometeu que nós vamos reinar com ele por toda a eternidade. Ele vai cumprir. George Muller e Daniel são prova de que Deus ainda é fiel e ele ainda ouve orações. O que você faz, então, enquanto você espera Jesus voltar? Você ora. E você confia no Ungido que foi morto—não por ele, mas por você—e que ressuscitou e em breve voltará com poder e glória, para enxugar nossas lágrimas e reinar conosco. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Daniel 9:20-27: A Profecia das Setenta Semanas

O que nós podemos esperar também desses últimos dias é que nenhuma palavra do Senhor deixará de ser cumprida.

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Série: Domínio e Esperança 01 de dezembro de 2024 – IBJM Povo de Deus, vocês viram o que acabou de acontecer? Nós oramos. Nós fechamos nossos olhos, curvamos nossa cabeça e nós falamos com Deus! Nós acabamos de falar com o Criador do Universo, o Deus Todo-Poderoso, o nosso Pai. Que honra! Que glória! Que privilégio!   João Calvino disse que a oração é o principal  exercício da fé. Ele está dizendo que a principal maneira como você manifesta sua fé é orando. Charles Spurgeon disse que a oração não nos prepara para grandes obras. A oração É a maior obra.   E que obra! Ter comunhão com Deus.   Daniel é um exilado piedoso. Um exemplo para nós. E um dos segredos de Daniel—não tão segredo assim—era a vida de oração dele.   No capítulo 2, quando ninguém conseguia entender o sonho de Nabucodonosor e ele ameaçou matar todos os sábios, Daniel não se desesperou. Daniel orou. E Deus revelou o sonho do Rei da Babilônia.   No capítulo 6, quando o Rei da Pérsia, Dario, emitiu um decreto dizendo que quem orasse para um deus seria jogado na cova dos leão, Daniel preferiu morrer a parar de orar. E Deus salvou Daniel.   Agora, de novo, Daniel ora. Daniel 9 é uma das orações mais maravilhosas de toda a Bíblia. Que o Senhor use a Palavra dele agora para que nós sejamos uma igreja que ora.   Orar não é opcional para nós, povo de Deus. Orar é uma questão de sobrevivência no exílio—sobrevivência espiritual. Mas que honra! Que glória! Que privilégio é podermos falar com Deus em oração.   ORAÇÃO DE DANIEL E A RESPOSTA DE DEUS  Esse capítulo está dividido em 2 partes. Você pode perceber que, até o versículo 19, Daniel está orando. E do versículo 20 até o final nós temos a resposta de Deus à oração dele na forma de uma profecia. A profecia das 70 semanas. A profecia ficará para semana que vem, se Deus assim permitir.   Hoje nós vamos ouvir como Daniel fala com Deus e aprender a orar como um exilado. A oração dele mistura elementos de adoração, confissão e petição—pedidos a Deus. Mas existe uma razão por que essa oração é tão maravilhosa.   Ela é moldada por 3 tipos de conhecimento. Esses 3 tipos de conhecimento dão forma a oração que Deus ouve.   1.     NOSSA ORAÇÃO DEVE SER MOLDADA PELO CONHECIMENTO DA PALAVRA  Nós precisamos deixar a Bíblia definir—formatar, moldar—como nós oramos. Nós precisamos orar com a Bíblia aberta. Dobrar os joelhos é opcional. Curvar as cabeças é opcional. Fechar os olhos é opcional. O que é obrigatório em nossa orações durante o exílio—durante nossa vida nesse mundo—é orar com a Bíblia aberta.   Porque quando nós falamos com Deus, nós estamos respondendo ao que Deus já falou na Palavra dele. O que levou Daniel a orar desse jeito foi o que ele leu na Bíblia que ele tinha na época dele.   [1] No primeiro ano do reinado de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, que foi constituído rei sobre os caldeus, [2] no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que, de acordo com o que o SENHOR havia falado ao profeta Jeremias, a desolação de Jerusalém iria durar setenta anos.   O primeiro ano do reinado de Dario foi o ano de 538 AC. E Daniel tinha ido para o exílio no ano 605 AC, quase 70 anos atrás, quando Daniel tinha 14 anos. Isso significa que Daniel está com 80 anos de idade agora. Se Daniel fosse membro da IBJM, ele seria o nosso membro mais velho e com mais anos de caminhada com o Senhor.   E o que esse senhor de 80 anos, vivendo em um mundo pagão há tantos anos, com tanto sofrimento acumulado nas costas, está fazendo?   Ele está lendo a Bíblia! Ele está lendo os rolos do profeta Jeremias. Essa é uma parte essencial da nossa vida como exilados: suas orações e sua vida são moldadas pela Palavra—pela gloriosa e poderosa e infalível Palavra de Deus.   Daniel estava lendo duas passagens no livro de Jeremias. A primeira, no capítulo 25. Eu vou ler para vocês:   Toda esta terra virá a ser uma ruína, objeto de horror, e estas nações servirão o rei da Babilônia durante setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei da Babilônia e aquela nação, a terra dos caldeus, por causa de sua iniquidade, diz o Senhor; farei deles ruínas perpétuas (Jeremias 25:11-12).   A segunda passagem que Daniel estava lendo está no capítulo 29. Foi a passagem que nós ouvimos antes no culto. Eu quero ler novamente com vocês. Abra em Jeremias 29 comigo, por favor.   Daniel tem o rolo do profeta Jeremias diante dele. Ele lê:   J eremias 29:[10] Assim diz o Senhor: “Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vocês e cumprirei a promessa que fiz a vocês, trazendo-os de volta a este lugar. [O exílio vai acabar e vocês vão voltar para a Terra Prometida] [11] Eu é que sei que pensamentos tenho a respeito de vocês”, diz o Senhor. “São pensamentos de paz e não de mal, para dar-lhes um futuro e uma esperança. [12] Então vocês me invocarão, se aproximarão de mim em oração, e eu os ouvirei. [13] Vocês me buscarão e me acharão quando me buscarem de todo o coração. [14] Serei achado por vocês”, diz o Senhor, “e farei com que mude a sorte de vocês. Eu os congregarei de todas as nações e de todos os lugares para onde os dispersei”, diz o Senhor, “e trarei vocês de volta ao lugar de onde os mandei para o exílio.”   Daniel lê Deus dizendo: “Eu quero o bem de vocês. Quando vocês me buscarem, vocês vão me encontrar. Eu vou castigar a Babilônia e eu vou trazer vocês de volta”.   E Daniel, então, ora a Bíblia de volta para Deus.   A promessa que Deus deu de que eles voltariam para casa faz Daniel pedir para eles voltarem para casa. Se Deus prometeu na Palavra, ele vai cumprir.   [3] Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, vestido de pano de saco e sentado na cinza. [4] Orei ao SENHOR, meu Deus, e fiz a seguinte confissão...   O que fez os joelhos de Daniel se dobrarem foi a Bíblia aberta. A mente de Daniel é cheia da Bíblia. Daniel resolveu viver não baseado no que o mundo em volta dele diz que é verdade. Daniel resolver viver baseado no que o Deus dele disse na Palavra.   E é assim que nós também devemos viver também.   Olha como Daniel interpreta o sofrimento dele no exílio também a partir da Palavra de Deus. Ele vai para Lei de Moisés, os 5 primeiros livros da Bíblia:   [11] Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei e se desviou, deixando de ouvir a tua voz. Por isso, as maldições que estão escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, e que foram confirmadas com juramento, se derramaram sobre nós, porque pecamos contra ti. [12] Ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós e contra os nossos juízes que nos julgavam, e fez vir sobre nós um grande mal. Nunca antes, debaixo do céu, havia acontecido algo como o que aconteceu com Jerusalém! [13] Como está escrito na Lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio. Mas mesmo assim não temos implorado o favor do Senhor, nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades e nos aplicarmos à tua verdade. [14] O Senhor tinha preparado esse mal e o fez cair sobre nós, pois o Senhor, nosso Deus, é justo em tudo o que faz, e nós não obedecemos à sua voz.   Daniel entende o que está acontecendo com ele como o resultado do pecado do povo de Israel. Eles estão no exílio, não porque Deus não tem poder para parar Nabucodonosor. Não porque os deuses das outras nações são mais fortes. Eles estão no exílio porque eles abandonaram o Senhor.   Mas como ele chegou a essa conclusão?   [13] Como está escrito na Lei de Moisés.   Olha a visão alta e grandiosa que ele tem da Bíblia. Ele chega a falar que ouvir a Bíblia é ouvir a voz do próprio Deus. Esse tipo de visão da Palavra de Deus afeta o nosso relacionamento com esse livro. Afeta o nosso relacionamento com o culto. Afeta o nosso relacionamento com a pregação. Afeta o nosso relacionamento com Deus. Afeta a nossa vida de oração.   IBJM, quando a Bíblia fala, Deus fala! O nosso Deus fala conosco através da Palavra dele. Que honra! Que glória! Que privilégio é ter a Palavra de Deus!   A Palavra de Deus molda o nosso coração, molda a nossa fé e o resultado é moldar as nossas orações.   Essa é uma lição simples e revolucionária: ore com a Bíblia aberta. Deixe a Bíblia moldar o que você fala com Deus—o que você pede para Deus.   Leia os Salmos e deixe os palavras de Davi serem as suas palavras para Deus. Leia Provérbios e deixe as palavras de Salomão serem as suas palavras para Deus. Leia a Bíblia transforme a sua leitura da Palavra de Deus em oração para Deus.   Abra o seu coração para Deus em oração com a Bíblia aberta.   Se você é uma pessoa normal, se você tentar orar de olhos fechados, sem a Bíblia, sozinho, rapidamente sua mente irá divagar e você vai se distrair com alguma coisa. Quando eu falo rapidamente, eu não estou dizendo depois de alguns minutos. Eu estou dizendo depois de alguns segundos. Essa é a minha experiência.   Nós precisamos de uma âncora para que nossa mente não saia vagando pelos mares da distração. Essa âncora existe. Ela se chama “Palavra de Deus”.   É possível você passar por esse mundo mal com esperança, mesmo em meio às situações mais difíceis. Nossas orações devem ser moldadas pela Palavra de Deus.   Salmo 56, Davi orou:   Quando eu ficar com medo, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal? (Salmos 56:3-4).   Um homem de oração é um homem da Palavra. Uma mulher de oração é uma mulher da Palavra.   Ore com a Bíblia aberta. Como Daniel fez. E Deus ouve.   Os próximos dois tipos de conhecimento nos levam para direções opostas, mas eles são fundamentais para que nossas orações sejam alargadas e agradem a Deus.   Um conhecimento nos leva para baixo e o outro nos leva para o alto. Nós precisamos passar para o vale da sombra da morte para depois chegar no monte da transfiguração.   O próximo tipo de conhecimento que define a forma das nossas orações é o conhecimento do nosso pecado.   2.     NOSSA ORAÇÃO PRECISA SER MOLDADA PELO CONHECIMENTO DO PECADO Nós nos aproximamos de Deus reconhecendo nossa necessidade de perdão e confissão e arrependimento. Nós nos aproximamos de Deus em oração com um espírito quebrantado e contrito, e Deus diz que esse espírito, ele não despreza. Ele ouve. Daniel sabe disso. Olha como ele ora:   [4] Orei ao SENHOR, meu Deus, e fiz a seguinte confissão: — Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos, [5] nós temos pecado e cometido iniquidades. Procedemos mal e fomos rebeldes, afastando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos. [6] Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos pais e a todo o povo da terra.   Agora ele se concentra na vergonha e na humilhação de terem se rebelado contra um Deus tão justo e bom:   [7] A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós cabe o corar de vergonha, como hoje se vê, a saber, aos homens de Judá, aos moradores de Jerusalém, a todo o Israel, tanto os de perto como os de longe, em todas as terras para onde os expulsaste, por causa das transgressões que cometeram contra ti. [8] Ó Senhor, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti. [9] Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos rebelamos contra ele [10] e não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por meio dos seus servos, os profetas.   Um cristão feliz é um cristão que chora. Esse é mais um dos paradoxos da vida cristã. Existe uma alegria libertadora naqueles que choram pelo seu pecado e pelo pecado dos outros. Jesus disse no Sermão do Monte:   Bem-aventurados [abençoados!] os que choram, porque serão consolados (Mateus 5:4).   O conhecimento do nosso pecado deve moldar nossas orações—e nos fazer confessar mais e pedir mais perdão a Deus.   Nós acabamos de cantar:   O meu ser é vacilante, toma-o, prende-o com amor Para que eu a todo instante glorifique a ti, Senhor.   Esse conhecimento do nosso “ser vacilante”—de que nós somos tão facilmente atraídos pelo pecado—esse senso de fraqueza e insuficiência em nós mesmos e dependência do Senhor nos leva a orar de uma determinada forma.   Daniel era um homem piedoso. Um homem santo. E por isso, um homem que sabia que precisava da graça de Deus e do perdão dele. Para ele e para o povo dele.   Pouca confissão de pecado não é sinal de pouco pecado. Pouca confissão geralmente é sinal de pouco conhecimento do próprio pecado—o que deixa nossas orações mais pobres e nossa vida nesse mundo mais triste. A alegria do perdão só abraça aqueles que passam pelo vale do arrependimento e da confissão.   Mas nós não confessamos o pecado sem saber o que Deus irá fazer. Se nós olhamos para Cristo com fé—se você reconhece que o Filho de Deus foi morto no seu lugar porque você pecou contra Deus—então você sabe como Deus responde:   1 João 1:9—Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.   Deus responde aos “confessadores” de pecado com perdão e purificação. Que essa verdade nos leve a confessar mais.   Deus se agrada quando o pecado é confessado. E Deus é honrado. Confessar o pecado é reconhecer que Deus é santo e nós não. É reconhecer que existe alguém acima de nós a quem nós devemos toda a devoção e confiança e obediência.   O conhecimento do nosso pecado é fundamental. Esse conhecimento—esse reconhecimento—do nosso pecado cria em nós um espírito de contrição, de quebrantamento, de humilhação santa que molda a nossas orações com um formato que honra a Deus.   Mas tem um conhecimento ainda mais fundamental: é o conhecimento de Deus—de quem Deus é para nós em Cristo:   3.     NOSSA ORAÇÃO PRECISA SER MOLDADA PELO CONHECIMENTO DE DEUS Daniel ora desse jeito porque ele conhece a Deus. Conhecer a Deus muda as nossas orações. Conhecer a Deus muda tudo.   A oração de Daniel foi imersa—ela foi batizada—no mar dos atributos de Deus. As palavras de Daniel estão encharcadas do conhecimento de Deus—e isso explica a simplicidade e a beleza dessa oração.   O conhecimento de Deus está espalhado na oração inteira. Ele começa com a GRANDEZA de Deus:   [4] Orei ao SENHOR, meu Deus, e fiz a seguinte confissão: — Ah! Senhor! Deus grande e temível   Daniel reconhece que Deus é JUSTO.   [7] A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós cabe o corar de vergonha... [14] O Senhor tinha preparado esse mal e o fez cair sobre nós, pois o Senhor, nosso Deus, é justo em tudo o que faz, e nós não obedecemos à sua voz.   Daniel, mesmo tendo sido tirado da casa dele em Jerusalém, mesmo sofrendo injustamente e sendo perseguido, não atribui culpa a Deus. Daniel sabe que é impossível Deus fazer alguma coisa errada porque ele é “justo em tudo o que faz”.   Que o Senhor nos ajude a responder da mesma forma. Que nossos lábios e nosso coração nunca atribua culpa a Deus. Nós atribuímos soberania e domínio e majestade a Deus. Mas não culpa. É impossível Deus fazer algo errado com a nossa vida e a nossa igreja porque ele é justo, santo e bom.   Mas existe ainda um atributo de Deus que é essencial para nos levar a orar—para nos aproximarmos de Deus para confessarmos os nossos pecados e pedirmos ajuda em nossas necessidades.   É A VERDADE GLORIOSA DE QUE ESSE DEUS GRANDE, TEMÍVEL E JUSTO É TAMBÉM UM DEUS MISERICORDIOSO E FIEL.   [4] (...) — Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança [ele é fiel!] e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos   Se Deus fosse um tirano poderoso que não tem a capacidade de se compadecer das nossas fraquezas, nós deveríamos ficar longe dele.   Mas esse não é o Deus da Bíblia. O Deus da Bíblia é um Deus de misericórdia. E de fidelidade. É por isso que nós oramos e pedimos perdão.   O Deus que governa o Universo com poder é o mesmo Deus que governa a nossa vida com misericórdia. O Deus que sustenta o mundo com braço forte é o mesmo Deus que sustenta nossa vida com braço compassivo.   Existe uma estranha inclinação da nossa carne de nos afastarmos de Deus quando nós pecamos. Parte se explica por causa da nossa vergonha. O pecado traz vergonha.   Mas nos afastarmos do Senhor nunca é a direção certa. Nunca. A direção certa, sempre, é em direção a Deus, em direção a Cristo e em direção a cruz. Para onde iremos? Só o Senhor tem as palavras de vida eterna.   Quando o peso do pecado nos esmagar, nós fazemos o que Daniel fez. Nós vamos até o Senhor com nossa culpa e nossa vergonha e nos humilhamos e pedimos perdão.   [8] Ó Senhor, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes e aos nossos pais, porque temos pecado contra ti. [9] Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão, pois nos rebelamos contra ele.   O maior incentivo para a nossa confissão para Deus é a própria compaixão de Deus. Como nós sabemos que ele é misericordioso, isso nos faz confessar com fé. Nós confessamos com tristeza, por termos pecado contra um Deus tão bom. E nós confessamos com confiança, por termos um Deus tão pronto para perdoar.   Provérbios 28:13—Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e abandona alcançará misericórdia.   REVERÊNCIA E INTIMIDADE Esse conhecimento que Daniel tem de Deus leva ele a orar. Deus é tanto um Deus GRANDE, TEMÍVEL, SANTO E JUSTO—existe uma distância entre Deus e nós, como é também um DEUS FIEL, MISERICORDIOSO, CHEIO DA GRAÇA—existe uma proximidade com conosco. Distância e Proximidade.   Não foi exatamente como Jesus nos ensinou a orar:   “Pai Nosso, que estás nos céus” (Mateus 6:9) .   Deus está nos céus. Ele está acima de tudo e de todos aqui na terra. Ele é grande e temível. E justo. E santo. Mas ele é também o “Pai Nosso”. Deus é o nosso Pai.   Se você olha para Deus como o Soberano Rei do Universo, mas também como o seu Pai, cheio de misericórdia e que ama você, suas orações mudam. Sua vida muda.   Sim, nós precisamos do conhecimento do nosso pecado. Porque é o conhecimento do nosso pecado que nós leva a confissão, ao arrependimento e, mais importante: que nos leva a Cristo. Mas uma vez que você está em Cristo, unido a ele pela fé, agora o Des Soberano e Rei do Universo se tornou o seu Pai.   Eu não lembro muita coisa da minha infância, mas eu tenho algumas lembranças do meu relacionamento com o meu pai. Eu cresci com o meu pai sendo o meu herói. Até uma certa idade, eu não tinha nenhuma dúvida que o meu pai era o homem mais forte, mais sábio e mais amoroso do mundo. Eu tinha uma sensação de segurança só de ficar perto dele. Eu carregava um senso de admiração por aquele homem.   Eu ainda admiro muito o meu pai. Ele continua sendo exemplo para mim. Mas conforme eu fui amadurecendo e conhecendo mais sobre a vida, sobre esse mundo e sobre o meu pai, eu entendi que ele também tinha limitações, como todos nós temos.   Talvez você não tenha tido um pai que fosse um exemplo para você. Mas por causa da sua fé em Cristo, você agora tem um Pai perfeitamente bom.   No nosso relacionamento com Deus, com o nosso Pai Celeste, quanto mais o tempo passa e mais o nosso conhecimento de Deus aumenta, mas nós percebemos que ele não tem nenhuma limitação. Nosso senso de segurança e admiração não para de crescer.   Um homem chamado Michael Reeves escreveu um livro maravilhoso chamado “Deleitando-se na Oração”. Ele fez um comentário simples e revolucionário para as nossas orações:   Quando você pensa em oração como uma atividade abstrata, uma “coisa a fazer”, a tendência será você focar na oração como uma atividade—o que faz ela ficar chata. Em vez disso, foque naquele para quem você está orando. [Deus!] Lembrar-se diante de quem você orando é uma grande ajuda contra distração, e muda a oração [Reeves, Enjoy Your Prayer Life, p. 30].   Se, em vez de nós vermos a oração como uma tarefa que precisa ser feita, nós entendermos a oração como falar com o meu Pai, que me ama e quer me ouvir e me ajudar, nossas orações mudam. Nossa disposição para orar muda.   A oração se torna um relacionamento com a pessoa mais forte, mais sábia e mais amorosa do mundo. Conhecer a Deus molda nossas orações—aumenta nossa vontade de orar, nossa alegria para orar, e aumenta nossa fé no Deus que ouve orações.   UM PEDIDO POR GLÓRIA E GRAÇA Na parte final da oração, Daniel faz uma transição da confissão dos pecados para pedir para Deus perdoar e agir e tirar seu povo do exílio e levá-los de volta para a casa—Israel.   Daniel leu na Palavra que eles estão no exílio por causa dos pecados deles. Ele leu também que o exílio duraria 70 anos, e depois Deus traria o seu povo de volta se eles buscassem o Senhor. Então, Daniel busca o Senhor em oração.   Repare que Daniel coloca esses 3 tipos de conhecimentos—da Palavra, do pecado e do Pai (de quem Deus é)—e mistura esses conhecimentos no caldeirão do coração dele. O que sai é um clamor cheio de fervor e com aroma da glória de Deus.   [17] E agora, ó nosso Deus, ouve a oração e as súplicas do teu servo. Por amor do Senhor, faze resplandecer o teu rosto sobre o teu santuário, que está abandonado. [18] Inclina, ó Deus meu, os ouvidos e ouve! Abre os olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome! Lançamos as nossas súplicas diante de ti não porque confiamos em nossas justiças, mas porque confiamos em tuas muitas misericórdias.   O conhecimento que Daniel tem de quem Deus é faz ele orar com fé e fervor:   [19] Ó Senhor, ouve! Ó Senhor, perdoa! Ó Senhor, atende-nos e age! Não te demores, por amor de ti mesmo, ó meu Deus, porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.   Daniel ora por perdão. Daniel por salvação. Mas olha a motivação que Daniel!   Versículo 17: “Senhor, ouve as minhas súplicas ‘por amor do Senhor’”–pelo amor que o Senhor tem pela sua própria glória.   Daniel está pedindo: “Deus, nos leva de volta para Jerusalém e reconstrói o templo que foi abandonado para que o mundo veja que o Senhor tem poder para nos salvar, para que o mundo veja que o Senhor tem misericórdia para nos perdoar. Mostra a glória do teu poder e da tua graça.   A motivação de Daniel não é o conforto pessoal. Não é porque é mais fácil viver na casa dele em Jerusalém do que viver na corte do Império da Babilônia. Mas o que deixa o coração de Daniel mais angustiado é não ver o nome de Deus glorificado.   Nós podemos e devemos orar pelo pão nosso de cada dia, por uma situação financeira digna, por uma saúde melhor, por relacionamentos com mais paz e menos conflito. Mas que a nossa motivação em ver Deus agindo seja, principalmente, o nome dele, a glória dele. Que o nosso maior desejo em ver Deus respondendo seja ver Deus sendo adorado.   Que o nosso desejo seja que as pessoas vejam o que Deus está fazendo—curando, salvando, sustentando—e que ele seja reconhecido como Deus. Esse é um conhecimento e um desejo que precisa moldar nossas orações durante o exílio nesse mundo.   NOSSO INTERCESSOR Daniel funciona como um exemplo de exilado para nós. Um exemplo a ser seguido. Nós devemos orar como Daniel orava.   Mas Daniel é mais do que um exemplo. Daniel é também uma sombra. O papel que Daniel tem no povo de Israel é uma sombra do papel que Jesus tem para nós.   Essa oração de Daniel é uma oração de confissão. É uma oração de pedido de salvação. Mas é também uma oração de intercessão. Daniel está intercedendo em favor do povo de Israel.   Daniel se identifica com o povo de Deus como se ele mesmo tivesse cometido todos os pecados que o povo cometeu.   [5] nós temos pecado e cometido iniquidades. Procedemos mal e fomos rebeldes, afastando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos.   No versículo 8 ele fala que o corar de vergonha pertence a ele. Ele está assumindo a vergonha do povo, mesmo ele não tendo pecado como o povo pecou.   Antes de entrar na intercessão dele, olha a última coisa que ele faz no:   [14] O Senhor tinha preparado esse mal e o fez cair sobre nós, pois o Senhor, nosso Deus, é justo em tudo o que faz, e nós não obedecemos à sua voz.   NÓS não obedecemos à sua voz? Daniel obedecia. Daniel não rejeitou a Palavra de Deus como o povo rejeitou. Ele não prestou culto a falsos deuses. Ele vivia pela fé.   Mas Daniel se vê como um homem inseparável do seu próprio povo, mesmo que ele não tenha cometido os pecados deles. Ele se vê unido ao seu povo de uma maneira em que os pecados do povo são os pecados que ele assume como dele.   Você percebe o formato da sombra que Daniel tem. A sombra de Daniel tem o formato da Pessoa de Cristo.   A diferença—a enorme diferença é que—apesar de ser um homem piedoso, Daniel era um pecador também. Daniel também tinha pecados a serem confessados. Mas Jesus não. Jesus nunca fez uma oração de confissão pelos próprios pecados porque ele nunca pecou.   Mas apesar de Jesus ser o grande e temível Deus, justo e santo, Jesus é também o nosso sacerdote. E como Daniel, Jesus intercede por nós junto a Deus. E o escândalo da graça e do amor de Deus é que Jesus—o grande e temível Deus—também escolheu se identificar conosco—um povo pecador—para nos salvar.   Jesus se vê tão unido a nós que os nossos pecados foram considerados os pecados dele.   2Coríntios 5:21—Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.   Jesus intercedeu por nós com palavras e com o sangue dele. E Deus respondeu com salvação.   Povo de Deus, com um sacerdote assim, como Jesus, você pode orar com confiança. Nossos pecados nos separam de Deus. Mas quando Jesus se uniu a nós em uma aliança de amor e morreu a morte que nós merecíamos naquela cruz, ele nos deu o direito de sermos chamados filhos de Deus e entrarmos na sala do trono de Deus.   CONCLUSÃO Ore com a Palavra de Deus aberta e ore as promessas de Deus. Ore reconhecendo seu pecado e pedindo perdão. E nós temos tanto pecado para confessar. Nossa montanha de pecados chega até o céu. Mas ore olhando para o Deus que é grande, temível, justo, mas também misericordioso e fiel. O Deus que, por causa de Cristo, lança nossa montanha de pecados no fundo do mar e nos perdoa.   Que glória! Que honra! Que privilégio o Senhor Jesus comprou para nós com o sangue dele: termos comunhão com Deus. Uma comunhão que nós já temos aqui toda a vez que nós oramos em nome de Jesus. Amém. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Daniel 9:1-19: A Oração de Daniel

Daniel é um exilado piedoso. Um exemplo para nós. E um dos segredos de Daniel—não tão segredo assim—era a vida de oração dele.

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Série: Domínio e Esperança 17 de novembro de 2024 – IBJM O “ATEÍSMO” DE POLICARPO Durante o Império Romano, na época dos apóstolos, os cristãos eram considerados ateus. Os romanos olhavam para os cristãos como ateus—“sem deus”—porque eles não adoravam os deuses romanos nem o Imperador. E por isso, eles eram perseguidos.   Mas mesmo com toda perseguição, os apóstolos e os cristãos continuaram proclamando o evangelho. Eles continuaram dizendo que só Jesus era o Rei digno de ser adorado e que eles não iriam adorar a César.   E enquanto eles tinham fôlego de vida, eles espalhavam a mensagem da cruz e faziam discípulos de todas as nações. Isso teve um custo. Até o ano 70 DC, todos os apóstolos já tinham sido mortos. O único que sobreviveu foi apóstolo João.   E o que João fez depois que todos os seus companheiros apóstolos morreram? João continuou espalhando a mensagem da cruz e fazendo discípulos.   Um dos discípulos do apóstolo João foi um homem chamado Policarpo. Ele acabou se tornando pastor em Esmirna.   Durante um momento de maior perseguição, em vez de fugir, Policarpo decidiu ficar orando em uma casa fora da cidade. Nesse tempo, ele teve uma visão em que o travesseiro na cabeça dele ficava queimando. Ele disse para seus amigos: “Eu tenho de ser queimado vivo”.   Os guardas romanos torturaram um dos servos de Policarpo e o servo acabou contando onde Policarpo estava. Os guardas chegaram e ficaram impressionados com a idade avançada dele e como ele estava sereno. Ele ofereceu comida e foi hospitaleiro com os guardas. Ele só pediu para, antes de ser levado, ter uma hora de oração no quarto.   No caminho para ser executado, o procônsul disse para Policarpo: “Respeite sua própria idade... Jure por César... Arrependa-se...”. Policarpo disse “não”. O chefe da guarda levou, então, Policarpo para o estádio cheio de pagãos furiosos.   Mais uma vez, em público, o procônsul falou para ele: “Jure por César, e eu libertarei você. Amaldiçoe a Cristo”.   Policarpo deu uma resposta que ficou famosa na história da igreja. Ele disse:   “Eu tenho servido a Cristo por 86 anos, e ele não me fez mal algum. Como eu poderia blasfemar o meu rei, que me salvou?”     Juntaram madeira e amarraram Policarpo enquanto ele cantava um hino de louvor a Deus. Eles colocaram fogo na madeira, mas milagrosamente, o fogo não consumia o corpo de Policarpo. Até que um executor romano pegou uma espada e matou Policarpo. E Policarpo foi enviado para os braços de Cristo.   Nós ouvimos uma história dessa, e eu me pergunto: o que leva um homem de 86 anos agir assim? O que passa pela mente e pelo coração de um homem desse para ele preferir morrer a negar a Cristo?   AMOR SOBERANO  A resposta, eu entendo, é o conhecimento do amor soberano de Deus em Cristo. Policarpo estava tão convencido que Deus amava a ele e que Deus era soberano, ele estava tão convencido de que Cristo comprou a vida eterna para ele, que essa convicção teve força suficiente para sustentar a adoração dele mesmo quando ele está sendo preparado para ser executado.   Daniel é um livro sobre esse amor soberano. O propósito do livro de Daniel é mostrar a soberania de Deus sobre a história e sobre a nossa vida para sustentar nossa adoração, mesmo quando o mundo está contra nós.   Nós podemos ver as visões que Deus dá a Daniel nesses capítulos como se Deus estivesse escrevendo cartas para ele (e para nós) dizendo:   “Daniel (e IBJM), apesar do sofrimento que vocês precisam passar, vocês precisam confiar em mim. Eu governo a história. Eu vou salvar vocês. Perseverem”.   No capítulo 7, Deus deu uma visão para Daniel com animais representando os reinos desse mundo para revelar a história até a volta de Cristo.   No capítulo 8, ainda auge do Império da Babilônia (v. 1), Deus dá uma segunda visão para Daniel dois anos depois da primeira visão. Deus levou Daniel em uma visão para a “cidadela de Susã” (v. 2), a cidade que se tornaria a capital do Império Persa e mostrou para Daniel o que vai acontecer, mas dessa vez, o Senhor se concentra nos próximos dois Impérios: a Pérsia e a Grécia.   A experiência de ter recebido essa visão não foi tranquila e divertida. Daniel quase morreu do coração. Sabe quando você está tendo um pesadelo—que você está sendo perseguido ou perto da morte, e você acorda suado, com o coração acelerado, de tão real que o sonho parece. Aumente essa sensação por mil. Foi a experiência de Daniel.   DANIEL, GABRIEL E JESUS   [15] Depois que tive a visão, eu, Daniel, procurei entendê-la. Foi quando se apresentou diante de mim um ser que tinha a aparência de homem. [16] E ouvi uma voz de homem que vinha das margens do rio Ulai e que gritou assim: — Gabriel, explique a visão a esse homem.   Gabriel é o mesmo anjo que falou com José para casar com Maria. É o mesmo anjo que falou para Maria que ela teria um filho e que ela deveria colocar o nome dele de Jesus. E que esse filho dela reinaria para sempre no trono de Davi.   Agora, quem é esse ser no versículo 15 que tinha a aparência de homem e deu ordem para o anjo explicar a visão para Daniel? Eu preciso concordar com Stuart Ollyot e com João Calvino: era Jesus, antes da encarnação. Quem mais teria a aparência de homem e poderia dar ordem a um anjo, se não o Criador dos anjos que se tornaria homem daqui a alguns anos?   [17] Ele [o anjo Gabriel] veio para perto de onde eu estava. Quando chegou, fiquei com muito medo e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse: — Filho do homem, você precisa entender que esta visão se refere ao tempo do fim. [18] Ele ainda falava comigo quando caí sem sentidos, com o rosto em terra.   Ele não consegue ficar em pé. Daniel fica com tanto medo que ele desmaia e cai no chão—“rosto em terra”. Os anjos são seres tão poderosos e tão gloriosos, que um ser humano ainda com pecado não consegue ficar perto deles sem os joelhos tremendo.   Mas Deus ama Daniel. Deus enviou o anjo Gabriel não para assustar Daniel, mas para revelar o que vai acontecer—para preparar o povo de Deus para ser fiel durante o exílio. Gabriel toca em Daniel, coloca ele em pé e mostra o futuro.   [18] (...) Ele, porém, me tocou, me pôs em pé [19] e disse: — Eis que vou lhe contar o que há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim.   Vamos interpretar a visão com a ajuda do anjo Gabriel.   1.     A REVELAÇÃO DA VISÃO   Essa segunda visão que Daniel tem se concentra em 4 personagens: um carneiro, um bode, um chifre e um santo.   1.     O CARNEIRO (vv. 3-4; 20)   [3] Levantei os olhos e eis que, diante do rio, estava um carneiro, que tinha dois chifres. Os dois chifres eram compridos, mas um era mais comprido do que o outro; e o mais comprido apareceu por último. [4] Vi que o carneiro dava chifradas para o oeste, para o norte e para o sul, e nenhum animal podia resistir a ele, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder. Ele fazia o que bem queria e, assim, se engrandeceu cada vez mais.   Agora a interpretação:   [20] Aquele carneiro com dois chifres, que você viu, são os reis da Média e da Pérsia.   Daniel ainda está debaixo do Império da Babilônia, mas Deus leva Daniel para o futuro e mostra que a Babilônia vai cair e o Império da Média e da Pérsia irá conquistar a Babilônia.   O chifre mais curto é a Média e o chifre mais longo é a Pérsia porque foi a Pérsia que engoliu a Média e ficou no poder um tempo mais longo.   Usando um carneiro e dois chifres, Deus resume para Daniel os próximos 200 anos de história, antes da história acontecer, para mostrar que acima dos reis desse mundo, existe um Rei dos reis. A história não está nas mãos das feras desse mundo.   2.     O BODE (vv. 5-8; 21-22)   [5] Enquanto eu procurava entender isso, eis que um bode vinha do oeste percorrendo toda a terra, mas sem tocar no chão. Esse bode tinha um chifre bem visível entre os olhos.   Sabe nos desenhos animados quando alguém está correndo tão rápido, tão rápido, que os pés param de tocar no chão e parece que a pessoa está voando. Esse é o bode. Ele avança—ele corre—tão rápido que não dá para ver nem o pé ele.   Os bodes geralmente têm dois chifres pequenos. Esse bode é diferente. Ele tem um chifre só grande entre os olhos. E ele vem voando com toda a força na direção do carneiro:   [6] Foi na direção do carneiro que tinha os dois chifres, que eu tinha visto diante do rio, e correu contra ele com todo o seu furioso poder. [7] Eu vi quando o bode chegou perto do carneiro e, enfurecido contra ele, o atacou e lhe quebrou os dois chifres. O carneiro não tinha força para resistir ao bode. O bode jogou o carneiro no chão e o pisou com os pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder do bode.   Quem é esse bode nervoso que colocou o carneiro—que é o Império Persa—no chão?   [21] O bode peludo é o rei da Grécia, e o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei.   O bode peludo com chifre grande representa Alexandre, o Grande. O primeiro rei da Grécia. Alexandre se tornou rei quando ele tinha só 20 anos e em somente 10 anos ele conquistou todo o Império Persa. Nem os foguetes do Elon Musk são tão rápidos.   É por isso que Alexandre, o Grande, é representado por um bode que corre tanto que ele chega a levantar do chão—e na visão do capítulo 7 ele era um leopardo.   Deus está falando para Daniel o que vai acontecer—no futuro. Deus não é um observador da história humana. Deus é o Governador. E Deus revela o futuro para Daniel e para nós termos confiança nele, mesmo em tempos difíceis.   Mas Deus dá ainda mais detalhes sobre o bode com um chifre grande que representa a Grécia. O chifre grande é quebrado e nascem 4 chifres (v. 8).   O anjo Gabriel explica o que isso significa:   [22] O fato de o chifre ter sido quebrado, levantando-se quatro chifres em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha.   Olha o nível de detalhe que o Senhor dá para Daniel sobre o futuro. Isso é profecia divina.   Com toda a nossa tecnologia, muitas vezes nós erramos a previsão do tempo para os próximos 30 minutos. Mas Deus revela a previsão do tempo e do espaço e da história pelos próximos 500 anos. E ele nunca erra.   Povo de Deus, quando nós vemos os governos desse mundo perseguindo a fé cristã—e a nossa cultura se tornando cada vez mais “anticristã”, isso não é prova que Deus não está no controle. Isso é prova, na verdade, que está acontecendo o que Deus disse que aconteceria. Justamente porque ele está no controle.   Jesus disse para os discípulos:   João 16:1-4—Falo essas coisas para que vocês não se escandalizem. Eles expulsarão vocês das sinagogas, e até chegará a hora em que todo aquele que os matar pensará que, com isso, está prestando culto a Deus. Isso farão porque não conhecem o Pai nem a mim. Mas estou falando essas coisas para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem de que eu já tinha dito isto para você s.   Profecia nos prepara para perseguição e para perseverança. É por isso que Deus está dando essas visões para Daniel e para nós, hoje.   Mas Deus revela ainda mais detalhes sobre o futuro. E as notícias são ainda mais difíceis agora. Depois do carneiro e do bode, vem o chifre:   3.     O CHIFRE (vv. 9-12; 23-25)   [9] De um deles saiu um chifre pequeno, que se engrandeceu na direção do sul, do leste e da terra gloriosa [Israel]. [10] Ele se engrandeceu tanto, que alcançou o exército dos céus [representa o povo de Deus—o povo do reino dos céus]. Lançou por terra alguns desse exército e das estrelas e os pisou com os pés. [Ele vai matar milhares de judeus.] [11] Ele se engrandeceu tanto, que chegou a desafiar o príncipe desse exército. [Se o exército é o povo de Deus, o príncipe é o próprio Deus]. Tirou dele o sacrifício diário e destruiu o lugar do seu santuário [o Templo em Jerusalém]. [12] O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões. Lançou por terra a verdade, e tudo o que ele fez prosperou.   Deus está descrevendo um rei durante o Império Grego chamado Antíoco IV, que governou entre 175 e 164 AC. Ele foi como um Hitler naquela época. Ele foi um “rei cruel” (v. 23). Ele foi uma sombra, uma representação do anticristo que virá no final dos tempos.   • Antíoco IV proibiu a circuncisão que a lei de Deus exigia na época. • Ele entrou no Templo de Jerusalém e sacrificou um porco no altar—que era considerado um animal impuro para os judeus. • Ele colocou um objeto consagrado a Zeus (um deus grego) no Santo dos santos—o lugar que representava a presença de Deus com o povo. • Ele queimou as cópias das Escrituras que existiam e mandou matar todas as pessoas que eram fiéis a Deus.   Essa não é uma profecia fácil de se ouvir. Deus está dizendo que esse protótipo do anticristo irá destruir o povo santo. E assim como Antíoco IV era um anticristo, o apóstolo João disse que muitos anticristos têm surgido nesse mundo: Hitler, Stalin, Mao Tse-Tung e vários papas. Até a volta de Cristo, anticristos surgirão, até o último Anticristo, como nós vimos na visão do capítulo 7.   Como um Deus de amor soberano permite essas coisas? O “povo santo” (v. 23) sendo destruído!? E como nós devemos reagir diante do mal nesse mundo e o mal que nós sofremos?   Uma das resposta vem do próximo personagem na visão. Depois do carneiro, do bode e do chifre, Daniel ouve dois santos—que são dois anjos—conversando:   4.     O SANTO (vv. 13-14; 25)   [13] Depois, ouvi um santo que falava; e outro santo lhe perguntou: — Até quando vai durar a visão do sacrifício diário suprimido e da transgressão desoladora? Até quando o santuário e o exército ficarão entregues, para que sejam pisados aos pés?   LAMENTAR É PERMITIDO   As duas perguntas do anjo começam da mesma forma: “Até quando? Até quando?”   Até quando Deus vai tolerar esse tipo de coisa acontecendo no mundo?   Os anjos também sabem que Deus é soberano. Eles também sabem que Deus é a fonte de todo amor. Eles não tem nenhuma dúvida que Deus é perfeitamente justo e santo.   Existe uma maneira santa de perguntar para Deus: “Até quando?” Existe uma maneira errada também. Ir até Deus reclamando, exigindo de um Deus uma resposta, como se nós estivéssemos no trono, e não Deus.   Reclamar é pecado. Murmuração tem sua raiz em nossa ingratidão. Essa é uma maneira errada.   Mas existe uma maneira correta. Uma maneira bíblica. Existe um tipo de lamento piedoso—um tipo de “Até quando, Senhor?” que flui dos lábios de um filho crente, mas confuso, que sabe que o Pai é bom e tem poder para mudar a situação:   O profeta Habacuque perguntou para Deus diante da crueldade em volta dele:   Até quando, Senhor, clamarei pedindo ajuda, e tu não me ouvirás? (Habacuque 1:2).   O rei Davi perguntou para Deus diante dos seus inimigos que perseguiam ele sem parar. Veja como Davi é honesto e reverente ao mesmo tempo.   Salmos 13:1-3—Até quando, Senhor, te esquecerás de mim? Será para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando estarei relutando em minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim? Olha para mim e responde-me, Senhor, meu Deus!   Lamentar é permitido. Deus ouve. Deus não tampa os ouvidos. Deus não vira o rosto.   Que pai fica ofendido com um filho se aproxima chorando, confuso, sofrendo, pedindo ajuda para entender o que está acontecendo? Deus, não.   Murmurar contra Deus é pecado. Mas lamentar diante de Deus é santo.   • Você é injustiçado onde você estuda ou onde você trabalha, e tem alguém perseguindo você, você pode perguntar a Deus em oração: “Até quando, Senhor?” • Você que quer muito se casar, mas Deus ainda não deu um marido ou uma esposa, você pode perguntar em oração: “Até quando, Senhor?” • Você que quer filhos, mas Deus ainda não deu, você pode perguntar: “Até quando, Senhor?” • Você está em uma fase difícil no seu casamento, um relacionamento difícil com os filhos, ou alguém da família persegue você, e a situação se estica, se estica e nunca termina, existe uma maneira santa de clamar a Deus: “Até quando, Senhor?”   Prova que lamentar é não é pecado é que até os crentes, no céu, que já foram glorificados, eles clamam por justiça e perguntam para Deus:   Apocalipse 6:10—Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?   Muitas vezes, é o que você precisa fazer para lidar com seu sofrimento diante do Senhor. Derramar seu coração e falar o que você realmente está sentido, sem pecar contra Deus.   Lamentar é o caminho que Deus nos dá, em oração, para nos aproximarmos dele e renovarmos nossa fé no Deus soberano que é também um Deus de amor. Jesus disse:   Lucas 18:7-8—Será que Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo a vocês que, depressa, lhes fará justiça.   Deus fará justiça. Ou nessa vida. Ou na próxima. Ou na terra. Ou no céu. Ou na semana que vem. Ou quando ele voltar. Mas Deus certamente irá satisfazer todos os nossos desejos santos por justiça e irá vindicar o povo dele e a glória dele.   Olha a resposta que o anjo deu para a pergunta: “Até quando, Senhor, o povo será entregue e pisado?”   [14] Ele me disse: — Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será purificado.   Isso é profecia bíblica: 2.300 dias—tardes e manhãs. O nível de detalhe que Deus dá só tem uma explicação. Deus é Deus. Ele realmente governa a história do mundo e a nossa história.   2.300 dias deve ter entendido de forma literal. Esse número não tem um simbolismo específico como o número 7, ou 10, ou 12, ou 1000.   2.300 dias dá quase 6 anos e meio. Agora, ouça isso:   2.300 dias é o número de dias—de tardes e manhãs—entre a morte do sumo-sacerdote Onias III, em 170 AC até o dia 1 de dezembro de 164 AC, quando o Templo foi purificado através da revolta que Judas Macabeu liderou. Deus é realmente Deus.   Deus está mostrando para Daniel que Antíoco IV terá um fim. Os reis cruéis desse mundo não vão profanar e blasfemar para sempre. E o povo de Deus não irá sofrer para sempre. Nem em Israel na época de Daniel. Nem em Moçambique hoje. Nem na Coreia do Norte. Nem no Brasil.   UM CORDEIRO   Mais uma vez, Deus está mostrando que os reinos desse mundo vão desaparecer. O único reino que irá durar para sempre é o Reino de Deus—o Reino do Senhor Jesus Cristo.   Esse mundo não será governando por carneiros, nem bodes, nem chifres pequenos. Esse mundo é governado por um Cordeiro. O Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1:29). O Cordeiro que foi morto, se sentou no trono e vai reinar para sempre em justiça e amor.   Eu quero mostrar para vocês no texto mais duas manifestações do amor soberano de Deus por nós. A primeira pode não parecer amor, especialmente no início, mas ela é uma categoria fundamental no nosso relacionamento com Deus.   PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO: A DISCIPLINA DO AMOR   [12] O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões. Lançou por terra a verdade, e tudo o que ele fez prosperou.   Por causa das transgressões, o exército (os crentes em Israel) foi entregue a Antíoco IV, aquele rei mal. E anjo Gabriel confirma essa interpretação.   [23] Quando se aproximar o fim desses reinos e as transgressões tiverem chegado ao máximo, surgirá um rei cruel e mestre em intrigas.   Deus traz julgamentos temporários e sofrimento e tira das nossas mãos aquilo que está nos afastando dele por amor—para não abandonarmos a fé.   Todo o livro de Daniel se dá nos 70 anos de exílio na Babilônia. O que foi parte da disciplina de Deus com o povo. Eles estavam longe da Terra Prometida porque eles haviam abandonado o Senhor. Mas em vez de o Senhor abandoná-los de vez, o Senhor disciplina o seu povo—tira o Templo e Terra deles—para depois trazê-los para perto dele de novo. Como o Senhor faz conosco.   Como Deus fez com o profeta Jonas. Jonas estava se afastando do Senhor. Deus enviou uma tempestade para jogar Jonas no mar. Mas a intenção de Deus não era matar Jonas. A intenção de Deus era salvar Jonas. A tempestade foi uma disciplina, mas não foi o final. Deus enviou um grande peixe para engolir Jonas e salvar Jonas e não deixar que Jonas morresse no mar.   Talvez seja isso que Deus está fazendo com você agora. Seu Pai Celeste está disciplinando você para que o pecado não domine você. Você pode estar no meio de uma tempestade.   A disciplina de Deus pode tomar tantas formas em nossas vidas:   Às vezes, Deus nos disciplina frustrando nossos planos para nos lembrarmos que ele é suficiente e não precisamos disso que nós tanto desejamos e está nos controlando tanto.   Às vezes, Deus vê que nosso coração está se orgulhando com algo que Deus que está dando—algum dom que ele nos deu, algo tipo de sucesso visível no seu trabalho ou com a vida financeira—e Deus tira aquilo da nossa mão para nós nos machucarmos com o orgulho do pecado, como um pai tira uma tesoura da mão de uma criança para ela não se ferir.   Às vezes é claro para nós que o Senhor está nos disciplinando. Nós vemos o pecado no nosso coração—vemos o nosso orgulho—e vemos o amor soberano de Deus nos protegendo de nós mesmos.   Mas muitas vezes é difícil saber se Deus está nos disciplinando ou se simplesmente estamos sofrendo porque esse mundo ainda é um mundo caído no pecado. Às vezes são as duas coisas ao mesmo tempo. Mas às vezes, simplesmente não sabemos.   No final das contas, a nossa resposta é mesma: fé. Confiar em Deus e perseverar. No final das contas, o resultado também é o mesmo: Deus nos disciplina por amor, para nos atrair para mais perto dele, mais perto do nosso Pai que nos ama e não vai o nosso pecado nos destruir. Na hora certa, ele vai mandar um grande peixe para nos tirar das profundezas e nos devolver para terra firme, andando com o Senhor.   É um processo que causa dor—como um bisturi nos cortando sem anestesia. Mas o fruto é a cura. A disciplina produz santidade em nós.   Hebreus 12—E vocês se esqueceram da exortação que lhes é dirigida, como a filhos: “Filho meu, não despreze a correção que vem do Senhor, nem desanime quando você é repreendido por ele; porque o Senhor corrige a quem ama e castiga todo filho a quem aceita.” (...) Na verdade, toda disciplina, ao ser aplicada, não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza. Porém, mais tarde, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça (vv. 5-7, 11)   Deus está disciplinando você? Sinta-se amado por ele. Aqueles que não são filhos, Deus não trata. Mas o Senhor corrige a quem ele ama.   Que o Senhor nos dê graça não só para nos humilhar na presença dele, mas conseguirmos ver também que é o amor soberano dele tirando da nossa mão aquilo que irá manchar a glória de Deus e nos machucar com a tesoura do pecado.   SEGUNDA MANIFESTAÇÃO: SEM INTERVENÇÃO   A segunda manifestação do amor soberano de Deus está em uma expressão no versículo 25:   O anjo Gabriel está falando de Antíoco IV, aquele rei cruel que é a representação do mal. Ele disse:   [25] Por sua astúcia, fará prosperar o engano. No seu coração ele se engrandecerá, e destruirá muitos que vivem despreocupadamente. Ele se levantará contra o Príncipe dos príncipes [que é Deus], mas será destruído sem intervenção humana.   Deus prometeu que ele lidaria com o mal. Isso nós podemos ter certeza. Ele é santo e justo. Mas Deus irá eliminar o mal “sem intervenção humana”. Nossa intervenção humana não tem força para lidar com o nosso pecado, com Satanás e com a morte.   Volte para Daniel, capítulo 2. Existe uma conexão importante para entendermos como Deus elimina o mal “sem intervenção humana”:   Daniel 2:34—Enquanto o senhor estava olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos humanas, atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os despedaçou.   Se o mal será eliminado, Deus precisa enviar alguém mais forte. E é isso que o amor soberano de Deus faz. Ele envia alguém que tem poder para vencer: o Filho dele.   É assim que nós nos relacionamos com Deus. É assim que você é salvo e perdoado por Deus. “Sem intervenção humana”. Em outras palavras: graça.   O amor soberano de Deus, através de Cristo, tem poder para nossos inimigos:   Pela fé em Cristo, a MORTE não tem mais poder sobre nós. Jesus disse:   — Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá (João 11:25).   Pela fé em Cristo, SATANÁS não tem mais poder sobre nós. Jesus disse:   (...) sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mateus 16:18).   Pela fé em Cristo, o PECADO não tem mais poder sobre nós. Romanos 6:   Sabendo isto: que a nossa velha natureza foi crucificada com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sejamos mais escravos do pecado. Assim também vocês considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus (vv. 6,11).   Deus prometeu no versículo 14:   [14] Ele me disse: — Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será purificado.   E ele foi purificado. Mas foi uma purificação temporária. Uma purificação temporária que apontava para a purificação permanente do Templo. A purificação que Jesus fez com o sangue dele. No dia em que o véu do santuário foi rasgado de alto a baixo “sem intervenção humana”.   Mas a mensagem de Daniel 8 (e a mesma mensagem de toda a Bíblia) é:   (...) através de muitas tribulações, nos importa entrar no Reino de Deus (Atos 14:22).   Foi difícil para Daniel lidar com tudo isso:   [27] Eu, Daniel, enfraqueci e fiquei doente durante vários dias. Depois, me levantei e tratei dos negócios do rei. Fiquei espantado com a visão, e não havia quem a entendesse.   A visão derrubou Daniel. Foi muito para ele. Como é muito para nós também. Mas o Senhor levantou Daniel e ele continuou tratando “dos negócios do rei”. Ele continuou servindo para a glória de Deus na Babilônia. Como você também deve fazer.   Na vida cristã, não é possível separar a coroa da cruz. Mas na vida cristã, também não é possível sermos separados do amor soberano de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.   O custo pode ser alto. Mas a alegria de viver para sempre com Cristo é maior.   CONCLUSÃO   Foi o amor divino e soberano que sustentou Daniel a permanecer fiel na Babilônia. Foi o amor divino e soberano que sustentou Policarpo a permanecer fiel em Roma. É esse mesmo amor divino e soberano que vai nos sustentar hoje.   No fim, só o reino dele permanecerá e só ele será adorado:   Apocalipse 5:13—Então ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o domínio para todo o sempre.”   Amém!   Esse mundo não é governado por carneiros, nem bodes, nem homem nenhum. Esse mundo é governado pelo Cordeiro que foi morto e venceu “sem intervenção humana”. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Daniel 8: Sem Intervenção Humana

propósito do livro de Daniel é mostrar a soberania de Deus sobre a história e sobre a nossa vida.

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Série: Domínio e Esperança 10 de novembro de 2024 – IBJM Depois de 40 dias e 40 noites, nós estamos voltamos para o livro de Daniel. Hoje nós entramos na segunda metade do livro. E como vocês vão perceber, a segunda metade é bem diferente da primeira.   Nos 6 primeiros capítulos de Daniel, nós temos uma série de narrativas:   • No capítulo 1, Daniel e seus 3 amigos são levados de Jerusalém para o exílio, na Babilônia. Daniel e seus amigos são fiéis, apesar de viverem em um ambiente pagão.   • No capítulo 2, Daniel interpreta o sonho que Nabucodonosor teve, de uma estatura gigante que é destruída por uma pedra.   • No capítulo 3, Nabucodonosor constrói uma estátua gigante e ordena que o mundo inteiro adore a estátua. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se recusam porque eles são fiéis. Eles são jogando na fornalha ardente. Jesus entra no fogo com eles e os protege, e eles são salvos. Porque Deus salva os seus.   • No capítulo 4, Nabucodonosor tem outro sonho. O sonho agora é com uma árvore gigante que é arrancada. Daniel interpreta o sonho. A árvore arrancada é o rei Nabucodonosor por causa do orgulho dele. Deus humilha o rei, o rei se humilha diante de Deus e confessa que só Deus é Deus.   • No capítulo 5, Belsazar, o neto de Nabucodonosor prepara um banquete pagão. Ele usa os objetos do templo de Jerusalém para blasfemar o Senhor. Deus escreve na parede, Daniel desvenda o significado, e o rei Belsazar é julgado e humilhado e morto porque ele não se arrependem e se humilhou diante de Deus. Porque Deus humilha quem se exalta, e exalta quem se humilha. Daniel continua sendo fiel.   • No capítulo 6 é a Persa e não mais a Babilônia que domina. Mas Daniel continua servindo em um mundo pagão. E ele continua sendo fiel a Deus. O rei publica uma lei anti-oração, mas Daniel continua orando ao Deus dele. Daniel é preso e jogado na cova dos leões. Jesus entra na cova, fecha a boca dos leões. Porque Deus salva os seus.   Todas essas narrativas mostram que não há ninguém como o nosso Deus. Ele é incomparável. Indestrutível. Invencível. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Ele salva aqueles que confiam nele.   APOCALIPSE DE DANIEL  Agora, na segunda metade, o estilo em que Daniel escreve—o gênero literário—muda. Até o final do livro, Daniel registra 4 visões que ele teve enquanto ele estava no exílio. E essas visões são escritas com uma linguagem apocalíptica. A segunda metade de Daniel é o Apocalipse do Antigo Testamento.   Daniel fala de um urso com 3 costelas na boca, um leão com asas de águia, um rio de fogo fluindo de um trono, feras com vários chifres e chifres com olhos e boca.   VOLTA NO TEMPO  Uma segunda observação sobre essa segunda metade. Nós estamos voltando no tempo. Do capítulo 1 ou 6, as narrativas aconteceram na ordem e elas passam por todo o tempo em que Daniel viveu no exílio.   No capítulo 1, Daniel tinha 14 anos quando foi tirado do seu país e foi levado para a Babilônia. O capítulo 6 terminou no final do período do exílio, quase 70 anos depois, quando Daniel tinha uns 80 anos.   Nessa segunda metade do livro, nós voltamos no tempo. Cronologicamente, nós estamos antes do capítulo 5.   [1] No primeiro ano do reinado de Belsazar, rei da Babilônia, [antes da Pérsia] Daniel teve um sonho, e visões passaram diante de seus olhos, quando ele estava deitado em sua cama. Logo depois ele escreveu o sonho, fazendo um resumo de todas as coisas.   Daniel aqui não tem 80 anos ainda. Ele está com 67. Os cabelos já estão brancos. A pele mais enrugada. Faz mais de 50 anos que ele vive longe da Terra Prometida. E Deus traz uma mensagem para Daniel enquanto ele está dormindo.   O nosso Deus é um Deus que fala com seu povo. E a mensagem que Daniel precisava ouvir e repassar foi tão necessária na época dele quanto é necessária na nossa época.   Esse capítulo também se divide em duas partes. A primeira metade que o Hendrew leu (versículos 1 a 14) nós temos a VISÃO. A segunda metade (do versículo 15 ao 28), nós temos a INTERPRETAÇÃO da visão:   [15] — Eu, Daniel, fiquei alarmado, e as visões que passaram diante dos meus olhos me perturbaram. [16] Então me dirigi a um dos que estavam ali perto [um anjo] e lhe pedi a verdade a respeito de tudo isso. Ele falou comigo e me fez saber a interpretação das coisas: [17] “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. [18] Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade a eternidade.”   Segundo o anjo que ajudou Daniel a interpretar, os 4 animais da visão são 4 reis. Mas no final, o povo de Deus vence. O anjo não está preocupado em dar um spoiler. Vocês, santos do Altíssimo, vão possuir o reino por toda a eternidade.   Mas vamos voltar para a visão para interpretarmos com mais detalhes e aplicarmos a mensagem de Daniel 7 para nós hoje.   Eu quero nos lembrar que esse texto não está aqui para decifrarmos uma mensagem misteriosa. O propósito de Daniel 7 é injetar fé no nosso coração—tanto na Babilônia quanto em Sumaré.   A VISÃO (PARTE 1): AS QUATRO BESTAS   [2] Daniel disse: — Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o grande mar. [3] Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.   4 ventos porque os ventos vem de 4 lados: norte, sul, leste e o oeste. Ou seja, a agitação (a revolta) está em todo o mundo. Os grandes animais são do grande mar. Na Bíblia, muitas vezes, grandes águas são um símbolo de caos e rebelião. Em Apocalipse 13, que nós ouvimos no culto, a besta surge do mar.   E como o anjo disse para Daniel, os quatro grandes animais são 4 reis. Esse capítulo tem um paralelo com a estátua que Nabucodonosor viu em sonho no capítulo 2, que também tinha 4 partes: cabeça de ouro, peito e braços de prata, quadril de bronze, e as pernas de ferro.   As 4 bestas são 4 reis que representam 4 reinos: a Babilônia, a Pérsia, a Grécia e a Roma.   PRIMEIRO ANIMAL: O LEÃO É A BABILÔNIA   [4] — O primeiro era como um leão e tinha asas de águia. Enquanto eu olhava, as suas asas foram arrancadas, ele foi levantado da terra e posto em pé, para que andasse como homem; e foi dada a ele uma mente humana.   As asas arrancadas e depois posto em pé e dado uma mente humana é claramente uma alusão a humilhação de Nabucodonosor, quando ele viveu por anos comendo pasto com os animais do campo e depois o Senhor devolveu a mente humana quando ele se humilhou.   Esse é o único evento que já tinha acontecido na época do sonho de Daniel. A partir de agora, para Daniel, tudo é futuro:   SEGUNDO ANIMAL: O URSO É A PÉRSIA   [5] — A seguir, apareceu o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus lados. Na boca, entre os dentes, trazia três costelas. E lhe diziam: “Levante-se e devore muita carne.”   Ele não fala explicitamente aqui o nome da Pérsia, mas nos capítulos 8 e 9 a Pérsia é citada explicitamente. E a Grécia, o reino seguinte, também.   O urso se levantou sobre um dos lados porque o Império Persa era composto por uma coalisão no início: Os Medos e os Persas. Mas o lado do Império Medo ficou para baixo. Quem se levantou mesmo foi a Pérsia. E antes de isso acontecer, Deus disse que um dos lados se levantaria sobre o outro. A Palavra de Deus se cumpriu porque o nosso Deus é o Senhor da História.   O versículo 5 fala que o urso tinha 3 costelas na boca, porque foram 3 reinos principais que a Pérsia derrotou. Cada costela na boca do urso representa um reino destruído (ou devorado): Lídia (546 AC), Babilônia (539 AC) e Egito (525 AC).   E antes de acontecer, Deus disse o que aconteceria. A Palavra de Deus se cumpriu porque o nosso Deus é o Senhor da História.   TERCEIRO ANIMAL: O LEOPARDO É A GRÉCIA   [6] — Depois disto, continuei olhando, e eis que apareceu outro animal, semelhante a um leopardo. Tinha nas costas quatro asas de ave. Este animal tinha também quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio.   O leopardo representa a Grécia porque ele é o mais rápido dos animais aqui e o Alexandre, o Grande, Imperador da Grécia, conquistou todos os reinos com a velocidade de um leopardo. Em somente 10 anos, dos 23 anos de idade até o morte dele, com 32 anos, Alexandre, o Grande passou engolindo os outros reinos. Ele foi um fenômeno militar.   O leopardo tinha 4 cabeças porque depois que Alexandre morreu, o Império foi dividido em 4 partes no ano de 323 AC. E 230 anos antes de acontecer, Deus disse que isso aconteceria. A Palavra de Deus se cumpriu porque o nosso Deus é o Senhor da História.   QUARTO ANIMAL É O IMPÉRIO ROMANO:  Esse é o pior de todos. Ele é tão violento que ele não é comparado com nenhum outro animal.   [7] — Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e apareceu o quarto animal, terrível, espantoso e muito forte. Tinha grandes dentes de ferro. Ele devorava, fazia em pedaços e pisava com os pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.   O Império Romano foi maior que os anteriores, tanto em poder quanto em duração. Os chifres representam reis. Chifre, na linguagem apocalíptica, simboliza força e poder. É assim que o anjo interpreta.   [24] Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele reino.   Algumas pessoas entendem o número 10 de forma literal. Me parece mais provável entender o número 10 na linguagem apocalítica como representando um número completo.   Esses 10 chifres então que se levantam do quarto animal representam os vários reinos que surgirão depois de Roma. É uma segunda fase da história mundial. É a etapa que nós estamos vivendo agora.   Deus está mostrando para Daniel o que vai acontecer no mundo:   • Na primeira etapa, Deus fala de 4 reinos representados por animais: BABILÔNIA, PÉRSIA, GRÉCIA e ROMA.   • Em uma segunda etapa, depois do Império Romano, Deus fala de 10 chifres para representar os vários poderes que surgirão ao longo de muito tempo.   Agora ele fala de uma terceira era da História Mundial—representada por um décimo-primeiro chifre. Um chifre que tem olhos e fala palavras arrogantes [Olyott, Ouse ser Firme, p. 118-120].   [8] — Enquanto eu observava os chifres [os 10 chifres], eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados. E eis que neste chifre havia olhos, como olhos de ser humano, e uma boca que falava com arrogânci a.   O DÉCIMO PRIMEIRO CHIFRE  Quem é esse chifre com olhos humanos e boca que fala arrogância? Existe uma enorme especulação sobre quem é esse 11º chifre. Mas vamos ouvir o que o anjo que está explicando a visão para Daniel diz sobre esse chifre.   Volte para o versículo 24:   [24] Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele reino.   Essa é a segunda etapa: os vários reinos que surgem depois do Império Romano.   O anjo a partir de agora fala desse 11º chifre que inaugura uma terceira etapa da História Mundial. O anjo dá uma série de informações sobre esse chifre:   • Ele é diferente dos outros reinos e ele vai destruir três reinos:   Continuação do v.[24] (...) Depois deles, se levantará outro rei [o 11º chifre] , que será diferente dos primeiros, e derrotará três reis.   [25] Ele falará contra o Altíssimo,   Será um reino anti-Deus.   [25] (...) oprimirá os santos do Altíssimo   Ele que irá perseguir os cristãos. Será um reino anti-Cristãos.   [25] (...) e tentará mudar os tempos e a lei;   Ele irá tentar perverter a adoração a Deus e a Palavra de Deus. Será uma reino anti-Bíblia.   [25] (...) e os santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e metade de um tempo.   Duas informações aqui nessa profecia: primeiro, esse rei terá algum sucesso na perseguição aos cristãos. Segundo, essa expressão “tempo, tempos e metade de um tempo” é uma maneira apocalíptica de falar 3 anos de meio. Se você substitui pela palavra ano, fica: 1 tempo = 1 ano; 2 tempos = 2 anos; meio tempo = meio ano. Você soma: 1+2+0,5=3,5 ano. É assim também que João interpreta essa expressão no livro de Apocalipse.   Por que esse número 3,5 é importante? Esse número não é o número 7, o número que simboliza a eternidade. Ele é um número menor: metade de 7 (3,5) significa que é um tempo relativamente logo, mas é um tempo fixado por Deus e que irá acabar.   [26] Mas, depois, será instalada a sessão do tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até o fim.   Deus irá instalar uma “sessão do tribunal”. Deus irá se sentar na sua cadeira de Juiz—que também é um trono—e Deus irá tirar o domínio dele e julgá-lo e destruí-lo. Por mais poderoso que esse 11º rei seja, no final, ele não é tão poderoso quanto o Deus Todo-Poderoso.   O único reino que dura para sempre—por todos os tempos—é o reino de Deus. O reino que você, crente, entrou quando você confiou em Cristo—o Filho do Deus Altíssimo.   [27] O reino, o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.   Mas quem é esse 11º chifre de Daniel 7?   Quem é então esse rei—o 11º chifre? Ele é o anticristo. Esse é o anticristo que João fala na primeira carta de João, que é também a mesma pessoa que Paulo chama de “o homem da iniquidade e filho da perdição”.   2Tessalonicenses 2:3-4—Ninguém, de modo nenhum, os engane, porque isto não acontecerá [“isto” é a volta de Jesus] sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, apresentando-se como se fosse o próprio Deus.   A Bíblia diz que antes da vinda de Cristo, haverá um homem muito poderoso e maligno, uma pessoa usada por Satanás, que irá perseguir ferozmente a igreja e se portar como se ele fosse o próprio Deus. Paula fala ainda:   Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira (2 Tessalonicenses 2:9).   Esse iníquo é o Anticristo que, na profecia de Daniel, é o chifre com olhos humanos e boca que fala arrogância. Ele virá em um tempo de grande apostasia—muitas pessoas abandonando a fé e a perseguição aos cristãos será feroz.   Mas povo de Deus, ouça isso. Esse não é o final da História do Mundo. Essa é a primeira parte da visão. Nós paramos no versículo 8, quando Daniel está tendo uma visão do que vai acontecer na terra.   Agora nós vamos para a segunda parte da visão. A parte mais importante!   A visão que Deus dá a Daniel se move dos reinos da terra para o reino do céu. O foco agora não está nas 4 bestas e no chifre que fala com arrogância.   A VISÃO (PARTE 2): NO CÉU (VV. 9-14) Na segunda parte da visão, Daniel vê duas Pessoas.   A Primeira Pessoa que ele vê é:   1.     O ANCIÃO DE DIAS   [9] “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou. Sua roupa era branca como a neve, e os cabelos da cabeça eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono eram fogo ardente. [10] Um rio de fogo manava e saía de diante dele. Milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele. Foi instalada a sessão do tribunal e foram abertos os livros.”   A cena aqui é de um julgamento: “Foi instalada a sessão do tribunal”, Daniel disse. Mais especificamente, a cena é do Dia do Grande Julgamento. Os livros abertos são os livros que contém as obras de todas as pessoas. João teve uma visão da mesma cena em Apocalipse.   O Ancião de Dias é, claramente, Deus. Ele está sendo adorado por uma multidão—“milhares de milhares”. A roupa branca como a neve simboliza a SANTIDADE dele. Os cabelos brancos como a lã pura simboliza a SABEDORIA. O trono de chamas de fogo simboliza o PODER—poder para julgar seus inimigos.   A imagem que Daniel tem é cheia de glória e majestade. Deus é absolutamente maior que todos os reinos desse mundo. Ele está acima. Cheio de autoridade e poder. Ninguém tem o trono como o de Deus.   Deus, o Juiz de Toda a Terra, o Ancião de Dias, está assentado no trono de fogo com o martelo de juiz na mão. Ele bate na mesa, a sessão do tribunal é instalada e a vida das pessoas—registrada nos livros—é aberta.   Os governantes desse mundo se acham tão grandes e tão poderosos. Perto do nosso Deus, eles não são nada.   ACIMA DE TODOS  Imagine a injeção de coragem e ânimo que Daniel teve com essa visão. Ele estava debaixo do governo de Belsazar, na Babilônia. Um homem ímpio e poderoso. Que oprimia o povo de Deus. Mas Deus aparece para ele em uma visão e mostra: “Daniel, olha a minha glória. Olha o meu trono. Olha o meu poder e a minha sabedoria e a minha santidade. Quem governa a história sou eu!”.   Muitas vezes isso é tudo o que nós precisamos lembrar para levantar da tribulação e continua andando com esperança: levantar os olhos para o céu e ver que existe um Trono do Universo. E esse trono é ocupado pelo nosso Deus. O nosso Pai.   A História do Mundo e a história da nossa vida é governada pelo Ancião de Dias—absolutamente santo e por isso ele não pode pecar; completamente sábio e por isso ele não faz nada errado; totalmente poderoso e por isso ele pode fazer o que ele quiser.   A visão de Daniel continua:   O CHIFRE MORTO E QUEIMADO   [11] — Continuei olhando, por causa do som das palavras arrogantes que o chifre proferia. Fiquei olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e entregue para ser queimado.   O 11º chifre, o rei que parecia tão poderoso, que atacava a Deus, que atacava a Palavra de Deus, que atacava o povo de Deus, agora virou pó: uma palavra, e Deus mata, destrói e entrega a besta para ser queimada. Sem derramar nenhuma gota de suor, Deus acaba com seus inimigos.   Esse mundo pode parecer um caos. E nossa vida, às vezes, parece um caos. Deus está mostrando para Daniel (e para nós) o final da história. No final, o mal perde.   O próximo versículo funciona como um parêntesis para explicar o que aconteceu com os reinos anteriores:   [12] Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio, mas foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo.   Como Daniel não tinha falado dos impérios anteriores, ele faz esse comentário: a Babilônia, a Pérsia e a Grécia (os outros animais) também perderam o domínio, mas esses reinos ainda tiveram uma influência no mundo por um tempo. Diferente do Anticristo que foi destruído para sempre quando ele foi julgado.   A visão de Daniel continua. E agora, além do Ancião de Dias, Daniel vê uma outra Pessoa:   2.     O FILHO DO HOMEM   [13] “Eu estava olhando nas minhas visões da noite. E eis que vinha com as nuvens do céu alguém como um filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. [14] Foi-lhe dado o domínio, a glória e o reino, para que as pessoas de todos os povos, nações e línguas o servissem. O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.”   Esse Filho do Homem é o nosso Senhor Jesus Cristo. Nenhuma outra pessoa se encaixa nessa descrição. Esse filho do homem da visão de Daniel tem tanto características humanas quanto divinas.   Ele carrega a nossa humanidade no nome dele. Ele é um filho do homem . Enquanto os outros reis são descritos como animais, bestas selvagens e violentas, esse rei está no céu com Deus é como um homem. Humano. Ele se identifica conosco.   Mas além de completamente homem, ele é também descrito como um ser divino: • Ele vem com as nuvens, como se as nuvens transportassem a ele. E nos Salmos, Deus é quem “toma as nuvens por carruagem e voas nas asas do vento” (104:3). • Ele é adorado por pessoas de todos os povos, nações e língua. Que ser humano pode ocupar um lugar desse? • Ele recebe de Deus domínio, glória e o reino. E o final do v. 14 diz—(...) O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.   O Filho do Homem que tem a mesma glória e majestade de Deus e vai reinar por toda a eternidade com Deus.   Que homem pode ter esse reino eterno? Só um. Um homem que seja também Deus. E só existe um: o nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o Filho do Homem.   Esse foi o título que Jesus mais usou para ele mesmo. Mais de 70 vezes nos evangelhos.   Em um dos momentos mais importantes da vida dele, um pouco antes de ser morto, Jesus estava na casa do Sumo-Sacerdote sendo julgado. Ele estava cercado pelos escribas e os líderes de Israel. Várias pessoas vinham acusar Jesus de pecado e blasfêmia, mas Jesus ficou quieto.   Até que o sumo-sacerdote—a maior autoridade em Israel—diz para Jesus:   — Eu exijo que nos diga, tendo o Deus vivo por testemunha, se você é o Cristo, o Filho de Deus (Mateus 26:63).   No momento em que Jesus estava sendo perseguido, oprimido, atacado, cercado pelas forças do mal, o que Jesus fez? Jesus proclamou com confiança perfeita diante dos seus adversários a visão de Daniel 7:   Jesus respondeu: — É o senhor mesmo quem está dizendo isso. Mas eu lhes digo que, desde agora, vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu (Mateus 26:64).   Quando Jesus precisa de força para continuar indo em direção a cruz, Jesus usou Daniel 7. Ele usou a promessa do reino eterno que ele receberia. Jesus sabia o final da história. Ele sabia que poderia confiar no Pai dele, o Deus que se assenta no trono do Universo.   Era como se Jesus estivesse dizendo:   “Vocês não têm poder sobre mim. Eu vou me sentar à direita do meu Pai e ele irá me dar um reino eterno. Vocês estão me condenando, mas no final o Juiz de toda a Terra irá me exaltar. E isso me basta”.   Jesus carregou Daniel 7 no coração para enfrentar com fé os reinos desse mundo. O futuro prometido por Deus para ele teve poder suficiente para sustentar Jesus diante dos seus inimigos.   No final da história, o mal perde e o bem vence. O Rei vence. Um dia todos os reinos desse mundo serão destruídos. Todo o mal será expulso. O pecado deixará de existir. Nosso Rei virá das nuvens com grande poder e glória e irá estabelecer o reino dele para sempre.   Aqueles que se mantiverem rebeldes a ele, aqueles que não entregam sua vida a Cristo e recebem a Cristo como Senhor, esses terão o mesmo fim do pequeno chifre, do anticristo. Eles serão condenados a um inferno eterno—ao lago de fogo, de onde eles nunca sairão.   Mas você, crente, você que recebeu a Cristo—você que crê que Jesus é o Filho do Homem, que ele é o Rei dos reis que virá e que morreu pelos seus pecados naquela cruz, você irá participar do reino de Deus com seu Salvador.   Seu sofrimento e lutas nesse mundo podem durar alguns anos. Mas sua vida no reino quando Jesus voltar vai durar para sempre.   Vale a pena ser fiel a Deus até o fim. Vale a pena buscar o reino de Deus e a sua justiça. Vale a pena rejeitar as ofertas do mundo e de Satanás. Vale a pena buscar a santidade. Vale a pena, mesmo que todas as forças do mal se juntem contra nós.   Porque você sabe como a história termina:   [18] Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade a eternidade.   Ovelha do Senhor Jesus, você ouviu isso. O Reino eterno que Deus deu para Jesus por causa da vitória dele na cruz, ele vai dar para você. Ele é o Rei desse reino, mas você que ama o Senhor e confia nele e recebeu o evangelho da graça com fé, você vai reinar juntos. É o que está escrito. Jesus repetiu essa promessas para os seus discípulos.   Lucas 12:32—Não tenha medo, ó pequeninho rebanho; porque o Pai de vocês se agradou em dar-lhes o seu Reino .   Essa mensagem era o que Daniel precisava para permanecer fiel na Babilônia.   [28] — Aqui termina a explicação. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu. Mas guardei estas coisas em meu coração.   CONCLUSÃO  Ele ficou perturbado diante da majestade de Deus e da violência dos reinos desse mundo contra o povo de Deus. Ele ficou perturbado. Ele ficou pálido. As imagens foram muito fortes.   Deus deixou claro para Daniel que o meio da história seria de muito dor. E perto da volta de Cristo, seria ainda pior, com a vinda do pequeno chifre, o anticristo.   Povo de Deus, não devemos esperar muito desse mundo. Seja um cristão fiel onde você estuda, seja um cristão fiel onde você trabalha, seja um cristão fiel na sua casa, seja um cristão fiel na igreja, mas espere a oposição dos reinos desse mundo e de Satanás.   Mas ainda mais importante, espere a volta de Cristo. Espere a volta vitoriosa do Filho de Deus. Mais importante que o meio da história é o fim da história.   Nosso Rei voltará em triunfo e em glória. Todo o mal será destruído, e Cristo receberá um reino eterno. Todo joelho se dobrará diante dele—nos céus, na terra e debaixo da terra. Toda língua confessará que o nosso Rei Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai, o Ancião de Dias. E você irá reinar com ele. Esse é o final da história.   Daniel guardou estas coisas no coração. Guarde estas coisas no seu coração também.   Não há ninguém como o nosso Rei. Ele é incomparável. Indestrutível. Invencível. E ele salva aqueles que confiam nele.   Santos do Altíssimo, pequeninho rebanho do Senhor, vale a pena seguir a Cristo. Sempre vale a pena. Nós sabemos o final da nossa história. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Daniel 7: O Rei Virá

Nosso Deus é incomparável. Indestrutível. Invencível. Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Ele salva aqueles que confiam nele.

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03 de novembro de 2024 – IBJM Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Romanos 8:31-39: Nova Vida no Espírito: Amados

Nova Vida no Espírito: Amados

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27 de outubro de 2024 – IBJM 
 Oração Senhor, como cantamos, molda-nos a imagem de Cristo. Viemos ante a ti, a tua Palavra, confiando nessa sua graça!   Senhor, nos dê mentes sãs para compreender os teus propósitos. Mesmo quando os nossos olhos estão turvos por lágrimas de sofrimento.   Fale ó Deus, através tua Palavra, pela tua graça, para a tua glória! Nós oramos no nome de Jesus, amem.   Você já se viu em uma situação tão difícil, tão complexa, tão desafiadora, em que você não tinha força nenhuma para resolver, e que você não conseguia ter nenhuma clareza sobre o que iria acontecer? Você já experimentou um sofrimento tão profundo, um sentimento tão avassalador, que você não conseguia sequer colocar diante de Deus o que estava no seu coração? Não conseguia nem sequer organizar os pensamentos, ou produzir em palavras, a dor que tomava sua alma?   Esse tipo de experiência não é  incomum na vida. Até mesmo na vida dos filhos de Deus!   Um conhecido pastor, americano, missionário no Brasil, doutor em teologia, Dr. Brian Pate, em seu sermão em Romanos 8 disse que a biografia do cristão é marcada tanto pela glória futura, quanto pelo sofrimento presente. A biografia do cristão é marcada tanto pela glória futura, quanto pelo sofrimento presente.  Paulo não somente mostra que o sofrimento é uma experiência comum na nossa jornada, como nos mostra como devemos viver diante da realidade do sofrimento.   Ele está respondendo à pergunta: como eu, filho de Deus, que tenho em Cristo as promessas eternas... como eu devo viver hoje diante da realidade do sofrimento?   Tem algumas respostas para essa pergunta. Mas a resposta que nos é dada em Romanos 8 é: viva o sofrimento presente, à luz da realidade da glória futura.   Um outro teólogo americano, não tão importante quanto o primeiro citado, chamado Douglas Moo, em seu comentário sobre Romanos, diz que Paulo “pressupõe o sofrimento como o pano de fundo sombrio contra o qual o futuro glorioso prometido aos cristãos brilha com imensa intensidade” .   O sofrimento é o pano de fundo sombrio contra qual o futuro glorioso prometido aos cristãos brilha com imensa intensidade.   No dia 20/12/203 eu conheci a vida de uma querida irmã em Cristo.  Arielle Pedrosa. Eu conheci a sua vida por meio da nota de seu falecimento naquele dia. No dia 20/12 vários pastores e irmãos no Instagram postavam a nota de falecimento de Arielle, louvando a Deus pela vida dela, e orando por sua família. E eu fui atrás de saber qual era sua história.   Arielle tinha 31 anos, era casada com Weliton, com quem tinha 4 filhos. 4 crianças. Arielle foi ficando conhecida na internet pela sua dedicação e conteúdo produzido sobre educação de filhos. Mas entre o final de 2021 e início de 2022 Arielle e sua família tiveram mais uma dessas experiências que acontecem na vida cristã: o sofrimento.   Arielle foi diagnosticada com câncer em metástase no intestino. Quando ela descobriu o câncer já tinha se espalhado ao fígado. E pouco depois se espalhou ainda mais pelo seu corpo. Em menos de dois anos, Arielle veio a falecer.   No Instagram dela temos acesso a muitos textos que ela escreveu durante esse período de sofrimento. Se você quiser ser encorajado por um testemunho abençoado de perseverança no sofrimento, eu recomendo a leitura. 5 meses antes de o Senhor levar Arielle, em meio ao estágio avançado do câncer, e debaixo do tratamento pesado de quimioterapia, ela escreveu um de seus últimos textos. Eu gostaria de lê-lo. Abre aspas:   Estou diminuindo. Estou magra e fraca. Os resultados dos últimos exames mostram que o câncer tem se alastrado e se multiplicando em meu fígado e meu pulmão. As esperanças de manter o câncer sob controle por meio de quimioterapia são baixas. As expectativas de sobrevida não são boas. Tenho sofrido dores terríveis todos os dias em vários lugares. Dormir algumas horas tem se tornado um enorme privilégio. Este é o esperado para um caso como o meu. Alguns em meu lugar poderiam se perguntar "por que eu?" mas a minha pergunta sincera é "por que NÃO eu?"   O que me faria diferente do resto da humanidade que sofre? Por que eu deveria ser privilegiada a não passar pelo sofrimento comum à vida humana? Por outro lado, quando eu olho para o passado, para os meus irmãos em Cristo de toda a História, o que eu vejo? Sempre leveza, paz e sossego? Não!  Eu vejo sofrimento e dor. E vejo Pedro nos lembrando que Deus purifica e aumenta nossa fé por meio das tribulações. E se, para que minha fé aumente, eu preciso diminuir, então, que seja. Eu não gosto. E eu pedi muito a Deus pra me poupar. Mas, ao mesmo tempo que eu tenho certeza do quanto é amargo, eu tenho certeza de que a graça Dele é mais doce e suficiente para me levar até onde Ele acha que devo ir.   Dizem que se minha fé for grande ela pode me curar. Mas a Bíblia diz, e eu prefiro acreditar, que se minha fé for grande, eu farei as mesmas obras do meu Mestre (os frutos do Espírito) e todos verão. E Deus, não eu, será honrado. Na vida ou na morte, na saúde ou na doença, que "assim resplandeça a minha luz diante dos homens, para que vejam as minhas boas obras e glorifiquem a meu Pai, que está nos céus." (Mt 5:16)   Fecha aspas, do seu texto citando Mateus 5.   Meus irmãos, como? Como alguém consegue encarar o pesado sofrimento da vida dessa forma? Como alguém pode trocar a pergunta “por que eu?” para “por que NÃO eu?”? Como é possível tamanha perseverança em meio a tamanho sofrimento?   Paulo está nos respondendo em Romanos 8. Ele está descortinando o palco do sofrimento e da glória, e nos mostrando o que acontece por detrás dos bastidores da perseverança.   E o que encontramos, ou QUEM encontramos, por trás da perseverança dos crentes no palco do sofrimento e da glória é DEUS!   Não podia ser diferente! Por trás de todo sofrimento, por trás de toda perseverança, por trás da glória prometida, está ele: o nosso Senhor, o Deus Soberano e Misericordioso!   Meu irmão, você que está passando por grande sofrimento, ou você que já passou, ou todos nós que ainda passaremos... Quero te encorajar a ver em Romanos 8:26-30, que a nossa perseverança está segura em Deus! Você está seguro em Deus! A perseverança não é uma mera possibilidade ao crente. É uma certeza! Porque ela está em Deus.   Nesse texto de hoje veremos que a perseverança está segura em Deus por dois caminhos que se entrelaçam:   1.     O poder do Espírito de Deus 2.     O poder da soberania de Deus   Por trás da nossa perseverança no sofrimento, meus irmãos, está Deus! E Paulo começa mostrando como o Espírito Santo intervém providencialmente nesse processo.   O PODER DO ESPÍRITO [vs. 26a] [Romanos 8:26] Da mesma maneira, também o Espírito  nos ajuda em nossa fraqueza.   O verso começa com “Da mesma maneira”.  O que Paulo está dizendo aqui? Qual a conexão do que está sendo dito sobre a intervenção do Espírito Santo nas nossas fraquezas, com o que foi dito antes?   • Conectando o texto Paulo insere o tema do sofrimento em Romanos 8 no versículo 17. Do verso 17 ao verso 25 Paulo vem falando do sofrimento em contraste com a glória!   Paulo não quer nos iludir, irmãos: a nossa vida é marcada por sofrimento de todos os lados. Sofremos na luta contra o pecado, sofremos com os efeitos do pecado no nosso corpo, e sofremos com os efeitos do pecado na criação.   Mas ele não expôs isso nos deixando desesperados! Na verdade, desde o início, ele deixou claro:   [Romanos 8:18] Porque para mim tenho por certo  que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.   Diante do sofrimento, o cristão tem esperança! Muita esperança! Verdadeira esperança!   Esperança porque o seu coração que hoje sofre, na luta contra o pecado, em breve não precisará mais lutar, porque o pecado não mais existirá! Esperança porque o seu corpo que hoje sofre, por causa das limitações físicas que o pecado trouxe com consequência, não mais sofrerá, porque ele será glorificado. E esperança porque o sofrimento causado pelas corrupções da criação, não mais existirá, porque o mundo será libertado.   Diante disso, Paulo conclui: na esperança fomos salvos (vs. 24)!   Nos versos 18 a 25, vemos que a maneira como o cristão encara o sofrimento, que vem de todo tipo de circunstância, é mergulhado na esperança. Foi na esperança que fomos salvos.   Mas agora, Paulo quer nos mostrar que tem mais! Tem mais para você, meu irmão! Mais para você perseverar no sofrimento presente.   E é aqui que entra o “da mesma maneira”  do verso 26.   Da mesma maneira que o Senhor nos sustenta com esperança das promessas futuras, ele também nos sustenta com uma realidade presente!   Da mesma maneira que perseveramos por causa da esperança, perseveramos porque também: o Senhor está, hoje, nos sustentando por trás do sofrimento.   Da mesma maneira que perseveramos por causa da esperança, perseveramos por causa da ação divina. Do poder do Espírito Santo!   [Romanos 8:26] “Da mesma maneira, também o Espírito  nos ajuda em nossa fraqueza.   E nessa sentença, Paulo faz duas constatações fundamentais para a realidade da perseverança em meio ao sofrimento.   A primeira é que:   1.    Somos fracos “o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza ”.   Meus irmãos, nós somos fracos. O ser humano, por natureza, é fraco, limitado, dependente. E aqui Paulo está falando especialmente dos crentes!   Nós fomos alcançados na nossa maior necessidade que era salvação. Mas ainda agora, já salvos, ainda precisamos de ajuda! De novo citando Dr. Brian Pate: o sofrimento é um lembrete de que nós, crentes, precisamos do Senhor!  Você precisa de ajuda! Portanto, eis aqui já uma importante lição diante do sofrimento, meus irmãos: Nós não podemos encará-lo sozinho!   Não é que não podemos porque não é recomendado. Não podemos porque de fato não podemos. Não temos poder, capacidade para lidar com o sofrimento da vida sozinhos.   Você não precisa ficar inseguro sobre a sua fraqueza diante de Deus. As vezes lidamos com alguns sofrimentos pesados na vida, e somos tentados a pensar: “como sou fraco! Como que mesmo depois de tudo que Deus fez por mim, eu ainda não consigo lidar com essa situação?!?!”   Meu irmão, minha irmã, preste atenção no que o próprio Deus está dizendo a nosso respeito: sim, nós somos fracos! Você não precisa ficar inseguro sobre a sua fraqueza, porque o próprio Senhor sabe e diz que você é fraco. Ele nos diz:   [Hebreus 4:15] Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas ; [...] [16] Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.   O Senhor sabe que estamos em uma condição de fraqueza. Mas ele nos chama não a nos sentirmos acanhados, inseguros de nos achegar a ele.   Pelo contrário, ele nos ordena que nos aproximemos do trono da graça com confiança na obra de Cristo, o sumo sacerdote, com a finalidade de recebermos misericórdia e encontrarmos GRAÇA PARA AJUDA em momento oportuno.   Somos fracos, mas temos onde encontrar graça para ajuda. Isso nos leva para a segunda constatação de Romanos 8:26.   2.    Recebemos ajuda divina A nossa fraqueza não é a única constatação de Paulo. Ele também afirma que em nossa fraqueza, nós recebemos ajuda divina!   [Romanos 8:26] “Da mesma maneira, também o Espírito nos ajuda  em nossa fraqueza”.   Sabe por que você pode ir ao trono da graça e receber ajuda? Porque o próprio Deus do trono da graça vem até você, por meio do seu Espírito, para te ajudar, na sua fraqueza.   Meus irmãos, a doutrina da Trindade, a pessoa do Espírito Santo, é fundamental na verdadeira fé cristã! O Espírito Santo é Deus. Ele não é uma energia. Ele é Deus! Mesma natureza, mesma glória, mesmo poder que o Pai e que o Filho.   Romanos 8 nos traz uma maravilhosa expressão do ministério do Espírito Santo!   Olhando para o capítulo todo vemos que somos habitados pelo Espírito, e por meio dele, somos salvos, guiados, seremos vivificados, e somos sustentados na perseverança em meio ao sofrimento.   O Senhor não nos deixou desamparados no sofrimento. Tal como é um fato que somos fracos, que precisamos de ajuda, também é fato, que o próprio Deus enviou a ajuda que precisamos! O seu próprio Espírito.     A AJUDA DO ESPÍRITO: INTERCESSÃO [vs. 26b-27] Na continuação do versículo, Paulo vai nos mostrar como  essa ajuda divina acontece.   E ele vai nos mostrar isso respondendo a pergunta do “por que”. Por que isso acontece? Por que o Espírito Santo nos ajuda na nossa fraqueza? Paulo responde   [Romanos 8:26] [...] Porque não sabemos orar como convém,  mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.   “Não saber orar como convém” é a RAZÃO e a EVIDÊNCIA do fato de sermos fracos, de precisarmos de ajuda. O fato de “não sabermos orar como convém”  mostra que somos fracos, e é a razão pela qual o Espírito nos ajudar na nossa fraqueza.   Mas do verso 26 pode surgir duas perguntas líticas: 1.     O que significa na prática “não saber orar como convém” ? 2.     E o que significa que o Espírito “intercede por gemidos inexprimíveis” ?   Paulo esclarece essas duas perguntas no versículo 27.   [Romanos 8:27] E aquele que sonda os corações [quem sonda os corações? Deus, o Pai! Paulo está falando dele] [ele] sabe qual é a mente do Espírito, porque intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.   • Orar como convém Meus irmãos, eis a dinâmica que acontece na nossa vida espiritual: Diante do Senhor, estamos nós, crentes, trilhando a nossa jornada misturada aos sofrimentos da vida. E o Senhor sonda os nossos corações!   O mais profundo do nosso coração, que muitas vezes nem nós temos clareza, está mais claro que o sol do meio-dia para o Senhor.   E quando o Senhor sonda os nossos corações o que ele vê?   Ele vê o que não conseguimos fazer , que é o que somente o Espírito consegue fazer: interceder DE ACORDO COM A VONTADE DE DEUS!   Orarmos como convém tem a ver com o conteúdo da nossa oração! “Não saber orar como convém”  significa não saber orar adequadamente, de acordo, com a vontade de Deus.   Nós, nessa condição presente, limitada, nós ainda temos dificuldade, ou até incapacidade, de discernir em oração todos os propósitos de Deus por trás de cada circunstância da nossa vida. A nossa fraqueza descrita por Paulo é não conseguir orar com discernimento perfeito da vontade de Deus.   E a gente sabe que temos essa limitação, por experiência própria. Você pode pensar em apenas uma situação em que você orou pedindo por algo que na sua cabeça estava claro que era o melhor caminho, a melhor resposta, que parecia ser a vontade de Deus, e o Senhor não concedeu aquilo a você, e pouco tempo depois o Senhor te deixou ver que aquele NÃO era o melhor caminho, não era a melhor resposta, na verdade, muitas vezes foi até um livramento não ter acontecido?!   Isso significa não saber orar como convém.   E Paulo sabia dessa experiência! Olha o que ele relatou sobre uma experiência dessas que ele viveu, em 2 Coríntios 12:   [2 Coríntios 12:7] E, para que eu não ficasse orgulhoso com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte. [8] Três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. [9] Então ele me disse: "A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza."   Paulo estava sofrendo! Ele chama esse espinho na carne de “mensageiro de Satanás”, disse que foi “esbofeteado” por ele.   E o que ele fez? Orou! Três vezes orou para que Deus tirasse! Mas Paulo não sabia orar como convém! Ele estava pedindo algo que não era a vontade de Deus. Deus por amor e graça a Paulo, o responde que o caminho não estava na retirada do espinho... estava na graça do Senhor em usar o espinho, sua fraqueza, para aperfeiçoá-lo!  Essa era a vontade de Deus, desconhecida por Paulo naquela oração!   Portanto, não sabermos orar como convém é não sabermos discernir perfeitamente a vontade de Deus nas nossas orações.   • Intercessão do Espírito (gemidos inexprimíveis) Mas isso pode soar um pouco desanimador, não é? Você para pra pensar numa situação de sofrimento. Você está ali, diante do Senhor, o único que pode te socorrer no momento da mais terrível angústia. E agora você entende que você não sabe orar, pedir, adequadamente porque você é limitado em saber o que é melhor para você. Limitado em saber a vontade de Deus. Isso na verdade parece só aumentar o nosso sofrimento.   Mas o pano de fundo do sofrimento serve para brilhar mais forte a glória da promessa!   É exatamente na nossa fraqueza, que recebemos ajuda do Espírito!   [Romanos 8:27] E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.   Aquilo que não conseguimos fazer na nossa fraqueza, o Espírito vem e faz. Ele intercede por nós de acordo com a vontade de Deus!   E aqui temos também a resposta para a segunda pergunta: 1.     O que significa que o Espírito intercede “por gemidos inexprimíveis?”.   “Gemidos inexprimíveis”  é a metáfora para falar da intercessão do Espírito, dessa capacidade do Espírito de interceder de acordo com a vontade de Deus .   Mas por que Paulo chama de “gemidos inexprimíveis”?   Porque ele está fazendo uma conexão com a linguagem que usou nos versículos anteriores! 1.     Ele disse que a criação  “a um só tempo geme e suporta angústias ” (vs. 22). 2.     E ele disse que nós, crentes , “igualmente gememos em nosso íntimo , aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (vs. 23).   Para conectar com essa linguagem, Paulo diz agora que o Espírito intercede por nós com GEMIDOS inexprimíveis.   Mas o gemido do Espírito não é de sofrimento como da criação e da criatura. O Espírito é o criador! Enquanto em nós temos o problema, nele temos a solução! Ele tem a graça para ajuda no momento oportuno!   “Gemido” é a metáfora de Paulo para conectar a nossa sofrida experiência ao que Deus está gloriosamente fazendo por nós, e em nós!   Os gemidos são inexprimíveis, no sentido de que nós não podemos entender! Por que não podemos entender?   Porque nós não conseguimos discernir perfeitamente a vontade de Deus em oração. E por não podermos entender essa vontade, não podemos entender a intercessão do Espírito, que é de acordo com essa vontade.   Nós não podemos entender, meus irmãos. Mas Deus pode!   O Pai que sonda os corações, sabe também qual é a mente do Espírito!   E a vontade do Pai está perfeitamente harmonizada com a intercessão do Espírito. E é isso que precisamos saber!   Esse é o grande encorajamento para sua perseverança no sofrimento: que você tem a ajuda providencial do Espírito!   Ele sabe do que é melhor para nós, que é a vontade de Deus. Ele intercede pelo que é melhor para nós, que é a vontade de Deus. Ele nos conduz no que é melhor para nós, que é a vontade de Deus.   Podemos ter segurança para perseverar, por causa do poder do Espírito Santo!   Meu irmão, quando você receber uma notícia terrivelmente inesperada , que tirar totalmente o seu chão e ficar claro que você não sabe orar como convém, você não deve ir para nenhum outro lugar senão para Deus! O Espírito dele está intercedendo por você de acordo com a vontade dele.   Quando você estiver experimentando o mais profundo sofrimento , e sentir que você não entende a vontade de Deus, você não deve buscar alívio e consolo e nenhum outro lugar senão em Deus! O Espírito dele está intercedendo por você de acordo com a vontade dele.   Toda quinta-feira nos reunimos aqui, às 19h30, para orar.   Uma certeza que eu tenho do que acontece toda quinta-feira aqui: nós não oramos como convém. Mas outra certeza eu também tenho, do que acontece toda quinta-feira aqui: o Espírito Santo está intercedendo por nós!   Em cada oração limitada que fazemos, em cada pedido imperfeito, na nossa incapacidade de saber a vontade de Deus diante de cada circunstância que oramos, eu tenho a certeza, a Bíblia nos dá essa certeza, de que o Espírito Santo está intercedendo por nós, uma oração perfeitamente adequada a vontade de Deus para cada circunstância, para cada oração, para cada pedido colocado diante do Deus que, por causa do Espírito, o Senhor nos ouve como Pai.   Meus irmãos, essa verdade nos traze segurança! E muda a nossa experiência da oração! Muda a nossa experiência da perseverança!   O que Paulo fez aqui foi olhar para a grande tempestade do nosso sofrimento, mergulhar no mais profundo dela, até chegar no solo do nosso coração debaixo dessa tempestade, e cavar nesse solo para nos mostrar: Deus está assegurando a nossa perseverança por meio do poder do Espírito dele.   Estamos seguros na jornada da perseverança. Por causa do poder do Espírito que intercede por nós.   Mas não foi só isso que Paulo encontrou no solo do nosso da perseverança debaixo da tempestade. Além da joia do poder do Espírito, Paulo encontrou outro grande tesouro para nos encorajar à perseverança: o poder da soberania de Deus!   O PODER DA SOBERANIA DE DEUS [vs. 28-30] [Romanos 8:28] Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.   Este é, sem dúvidas um dos versículos mais belo das Escrituras! Mas é também, sem dúvidas, um dos mais mal interpretados, ou mal aplicados da Escritura!   Paulo não está  dizendo aqui que todas as coisas na sua vida vão cooperar para o seu bem-estar! Isso seria contrário a experiência do próprio apostolo Paulo, que sofreu muito.   Paulo também não está  dizendo que todas as coisas na sua vida vão cooperar para o bem que você gostaria que acontecesse na sua vida! Isso seria contrário ao que acabamos de ler sobre não termos discernimento da vontade de Deus, não sabermos orar como convém.   O que Paulo está dizendo é muito mais poderoso e confortador!   Ele está dizendo que em TUDO, absolutamente TUDO, o que acontece na sua vida, Deus é soberano!   Segurança na soberania Nenhuma circunstância, nenhuma dificuldade, nenhum sofrimento, está fora da perfeita vontade do Senhor! E mais do que isso: nenhuma circunstância, nenhuma dificuldade, nenhum sofrimento, vem para fazer mal para você em última instância.   Dizendo em termos positivos: toda circunstância, toda dificuldade, todo sofrimento, vem para fazer bem para você em última instância.   Todas as coisas cooperam para o seu bem, que está em Cristo.   Essa não é uma frase isolada de Paulo. Ele tem uma conexão lógica com a verdade que Paulo acabou de expor sobre a intercessão do Espírito!   Quando o Espírito intercede a Deus, de acordo com a vontade de Deus, o que acontece é que Deus responde de acordo com a intercessão do Espírito, que é a sua vontade!   Em outras palavras: aquilo que o Espírito ora para que aconteça na nossa vida, é exatamente o que Deus quer que aconteça com a nossa vida!   E não somente é o que ele quer, mas é o que ele faz acontecer na nossa vida! É a vontade de Deus!   E por causa disso, você pode saber! Pode ter ciência e certeza, de que todas as coisas cooperam para o seu bem!   Tudo o que acontece na sua vida, até mesmo as coisas mais difíceis, estão debaixo da soberania de Deus!   Mesmo o mal, mesmo o sofrimento, mesmo o pecado, tudo está cooperando, sendo usado, trabalhando junto para um propósito maior de Deus!   Por trás do palco do sofrimento e da glória de Deus, está o Deus Soberano conduzindo cada ato, cada ação, cada circunstância da sua história!   Meus irmãos, a doutrina da soberania de Deus não está na Bíblia para trazer controvérsias, debates, discussões.... A doutrina da soberania de Deus está na Bíblia para trazer segurança para você, crente no Senhor! Para que você possa colocar sua cabeça no travesseiro, mesmo no dia mais terrível, e encontrar esperança de que nenhuma circunstância é um fim em si mesmo. Tudo está cooperando para algo maior. Para um propósito maior.   Você, discípulo de Cristo, pode ter segurança na sua perseverança, porque por trás dela, está o poder da soberania de Deus!     AQUELES QUE AMAM A DEUS E FORAM CHAMADOS SEGUNDO O SEU PROPÓSITO Agora, perceba, eu direcionei essa verdade para você: crente , discípulo de Cristo , filho Deus!   Essa verdade não é uma verdade genérica, aplicada a todo ser humano. [Romanos 8:28] Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem [de quem?] daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito .   Paulo dá uma dupla descrição sobre aqueles que estão seguros pelo poder da soberania de Deus. São os que:   1.     Amam a Deus 2.     São chamados segundo o seu propósito   Essas duas verdades são complementares. Não existe alguém que ama a Deus e não foi chamado segundo o seu propósito. Da mesma forma não existe alguém que foi verdadeiramente chamado por Deus e não o ama.   É sobre os crentes que Paulo está falando! 1.     Eles amam a Deus, “de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” . 2.     E eles foram chamados por Deus! Chamados segundo o seu propósito.   Paulo vai passar os últimos 2 versículos explicando qual é esse propósito.   E mais uma vez ele faz isso respondendo a um “porquê”.   Por que sabemos que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, dos que foram chamados segundo o seu propósito?   O PROPÓSITO DA AÇÃO SOBERANA NAS NOSSAS VIDAS [vs. 29] [Romanos 8:29] Pois aqueles que Deus de antemão conheceu ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.   Perceba, Paulo está falando de acontecimentos no presente e no futuro, certo? “Todas as coisas”  estão acontecendo no tempo presente, e essas coisas cooperam para um resultado futuro,  o bem daqueles que amam a Deus .   Mas para entender o presente e o futuro, Paulo traz como fundamento o passado!   Pergunta:  Por que eu, que amo a Deus e fui chamado, posso saber que todas as coisas vão cooperar para o meu bem?   Resposta:  Porque antes mesmo das coisas aconteceram, Deus assim predestinou ! No passado, Deus deu um destino antes que as circunstâncias acontecessem.   [Romanos 8:29] Pois aqueles que Deus de antemão conheceu  ele também predestinou  para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.   • De Antemão Conheceu e predestinou O verbo conhecer na Bíblia traz um sentido maior do que simplesmente ter ciência. Ela remete ao AT quando ela é usada para falar da escolha pessoal de Deus  por seu povo! Seu sentido é mais amplo do que simplesmente “ter ciência de”, mas sim no sentido de amar, de desejar, de intimidade!   Paulo o usa dessa forma no capítulo 11: [Romanos 11:2] Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu .   Conheceu está em oposição a “rejeitar”. Deus não rejeitou o seu povo! Pelo contrário, ele os escolheu, os alcançou, os amou, nesse sentido, os conheceu.   Então, porque Deus, pelo seu poder soberano, nos conheceu, nos escolheu, nos desejou, antes mesmo de que tudo fosse criado, ele então nos deu um destino antes de que tudo acontecesse (PREDESTINOU). E essa predestinação tinha um propósito!   E qual era esse propósito?   [Romanos 8:39 ...] ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.   Esse era o propósito da predestinação! Nos conformar a imagem do Filho!   Antes da fundação do mundo Deus já tinha um plano. O Espírito conhecia esse plano. O plano daqueles que seriam seus, serem conformes a imagem do seu Filho!   O propósito das nossas vidas, meus irmãos, é resplandecermos a glória do nosso Rei Salvador! Para que ele seja o PRIMOGÊNITO, o primeiro, de muitos outros irmãos!   Cristo veio a esse mundo, deixou a sua glória, abraçou o sofrimento da ira de Deus, para que você fosse salvo desse sofrimento que seria eterno, e durante o seu breve sofrimento na vida terrena, fosse agora conformado a imagem dele, para resplandecer a glória dele eternamente!   O propósito de Deus é te salvar da ira eterna, para que você participe da glória eterna. A glória do filho, o primogênito! Somente por meio de Cristo você pode ter essa segurança! Você coloca a sua fé nele, se arrepende dos seus pecados, confia que o sacrifício dele foi suficiente para abolir sua condenação, e agora você tem o Espírito dele, para perseverar no sofrimento com ele, em direção a desfrutar da glória com ele!     Segurança no cumprimento Se esse plano tivesse sido feito por mim, por você, ou até mesmo por algum homem poderoso, chefe de estado mais poderoso que já andou nesse mundo... se assim fosse, nós poderíamos ficar inseguros do que aconteceria, se de fato se cumpririam.   Mas estamos falando de Deus! O ser Eterno, que não foi criado! Sempre existiu e criou todas as coisas! O Eu Sou! Que pelo poder da sua Palavra fez tudo existir. Que pelo poder do seu Filho, destruiu a nossa condenação! Quebrou a corrente que nos aprisionava no pecado. Fez a morte morrer na morte de seu Filho!   É desse Deus que estamos falando. Se ele tem o plano, feito antes da sua vida vir a existência, de que você será conformado a imagem do Filho dele, você pode ter certeza, segurança, que esse plano vai ser cumprido!   [Isaías 46:9] Lembrem-se das coisas passadas, das coisas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim. [10] Desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade revelo as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: o meu conselho permanecerá em pé, e farei toda a minha vontade. [11 ...] Eu o disse e também o cumprirei, fiz este plano, também o executarei."   Meus irmãos, é por isso que podemos ter segurança que as coisas vão sim cooperar para o bem! Porque a causa do cumprimento não está em nós. Está no próprio Deus, que assim determinou antes que tudo acontecesse.   Não tem sofrimento do pecado, não tem sofrimento do corpo, não tem sofrimento do mundo, que vai fazer falhar o plano de Deus em nos conformar a imagem do Filho.   PELO CONTRÁRIO, SABEMOS QUE TODAS AS COISAS VÃO COOPERAR PARA ESTE PROPÓSITO!   Podemos ter certeza de que no fim da estrada, no fim da jornada, no fim do alto mar cruzado debaixo de tempestade... vamos chegar bem!   [Isaías 46:3] "Escutem, ó casa de Jacó e todo o remanescente da casa de Israel, vocês que eu carrego desde o ventre materno e que levo nos braços desde o nascimento. [4] Até a velhice de vocês eu serei o mesmo e ainda quando tiverem cabelos brancos eu os carregarei. Eu os fiz e eu os levarei; eu os carregarei e os salvarei."   Desde o ventre até a velhice! O Senhor fez os seus, o Senhor levará os seus. Carregará e salvará!   Essa é a segurança que precisamos para perseverar: saber que por trás da perseverança, por trás do sofrimento e da glória, está o Senhor, Deus Soberano!    A CORRENTE DOURADA DA SALVAÇÃO [vs. 30] Mas se ainda te resta alguma dúvida... Se o seu sofrimento é pesado demais, e você sinceramente acha que não vai aguentar. Sua jornada da vida cristã com destino a cidade celestial parece que está penosa demais, e você sinceramente dúvida se vai chegar do outro lado.   Paulo vem com a última declaração do no nosso trecho, te dando toda a segurança que você precisa! Ele amarra o início da jornada cristã, o progresso da jornada cristã e o destino da jornada cristã EM DEUS!   [Romanos 8:30] E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.   Meu irmão, Deus não fez um plano na eternidade passada e ficou esperando para ver o que ia acontecer! Deus fez um plano e fez com que ele acontecesse!   Ele predestinou um povo para salvação? Então ele vai e chama cada individuo desse povo! [aos que predestinou, a esses também chamou]   1.    Chamou  Quando Deus chama, não é igual o seu amigo te chamando para jogar futebol. Ou a sua amiga te chamando para tomar um chá.   Quando Deus chama, é Deus chamando! Ele quebra a barreira, cruza o abismo que te separa dele. Ele te chama eficazmente!   O que te fazia rejeitá-lo, um coração morto, ele transforma e dá vida! O que te fazia rejeitá-lo, a sua incredulidade, ele transforma te dando fé! Ele te chama, e você responde! Não tem outro caminho.   E quando você é chamado por Deus, e, por causa do Espírito, você responde com fé na obra de Cristo e arrependimento de seus pecados, o que acontece então?   Você é justificado! [aos que chamou, a esses também justificou]   1.    Justificou A sua fé te uni a Cristo, você recebe a justiça dele enquanto ele recebe a sua condenação, e você agora é declarado justo por Deus.   E quando você é justificado, o que acontecerá com você? O que Deus havia planejado desde o início! Você será glorificado!   [aos que justificou, a esses também glorificou]   2.    Glorificou Vai chegar o dia que você será transformado plenamente pela glória de Deus. Você será perfeitamente conformado a imagem de Cristo! Sem vestígios de pecado, você resplandecerá a glória do seu salvador.   Mas você, leitor atento, notou que Paulo não usa o verbo” glorificar” no futuro. Ele não diz “aos que justificou, a esses também glorificará ”.   E você sabe, por experiência própria que você ainda não foi glorificado. Você ainda luta contra o pecado. Você ainda sofre. Certamente você não foi glorificado.   Porque então, Paulo escreveu “glorificou”, neste tempo verbal?   Os teólogos chamam Romanos 8:30 da CORRENTE DOURADA DA SALVAÇÃO! Ou a CORRENTE DE OURO DA SALVAÇÃO!   Por que Paulo diz “glorificou”, como as demais ações que já aconteceram na vida de um crente, quando esta é uma ação que acontecerá no futuro?   Porque, meu amado irmão crente, que experimenta dos mais difíceis sofrimentos nessa vida... Paulo fala “glorificou” porque É ABSOLUTAMENTE CERTO de que aqueles que foram predestinados, serão, no fim, glorificados! CERTO, CERTO, CERTO!   Essa corrente é de ouro! Ela não pode ser quebrada! Em nenhum de seus elos!   Paulo foi conectando os processos sem deixar nenhuma abertura para que alguém se perca nesse caminho!   • Ele não diz que alguns  predestinados foram chamados. Os que Deus predestinou, ele chamou! Todos!   • Ele não diz que alguns  que foram chamados, foram justificados. Os que chamou, o Senhor justificou. Todos!   • Ele não diz que alguns  que foram justificados, serão glorificados. Os que justificou, Deus glorificou! Todos!   Todos que foram predestinados, chamados, justificados, serão, portanto, glorificados!   Isso, meu irmão, é mais certo do que o ar que estamos respirando aqui e agora neste exato momento!   É tão certo que Paulo escreve como se fosse uma ação concluída! Os que predestinou, glorificou!   E por que Paulo pode ter tanta certeza? Por que ele pode falar assim? Porque essa certeza está em Deus!   Cada um desses verbos não tem como sujeito eu ou você! Somos o objeto da ação!   Não fomos nós que nos predestinamos. Não fomos nós que nos chamamos. Não fomos nós que nos justificamos. Não seremos nós que nos glorificamos.   Foi Deus que nos predestinou. Foi Deus que nos chamou. Foi Deus que nos justificou. Será Deus que terá nos glorificado.   Porque é Deus, soberanamente, do começo ao fim, operando a salvação na vida de um pecador como nós, que Paulo pôde dizer: glorificou!   Não tem nenhum erro na conjugação verbal! É uma certeza, porque se trata de Deus!   O que o Senhor queria com Romanos 8:30, meu irmão, é te dar segurança da certeza de que “aquele que começou boa obra em vocês há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus”.   É a segurança que o próprio Cristo, que te salvou, te deu a dizer:   [João 10:27] As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. [28] Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.   O crente verdadeiro não perde a sua salvação! A ovelha jamais perecerá e ninguém a arrebatará da mão do bom pastor!   A certeza do cumprimento da perseverança do cristão está em Deus! Porque do começo ao fim, é Deus que sustenta sua salvação.   No dia 20/12/2023 Arielle finalmente descansou do seu sofrimento presente.   O Senhor levou seu espírito para começar desfrutar da sua doce presença, a qual um dia se unirá com o seu corpo glorificado, sem nenhuma dor causada pelas doenças que são consequências do pecado no mundo.   No mesmo dia, foi postado em seu Instagram uma carta deixada por ela, escrita pela fé enquanto estava viva, a todos aqueles que carinhosamente a seguia e orava por ela.   Ela escreveu, abre aspas: Queridos seguidores, o Senhor que nos encontra em cada momento da vida também está pessoalmente presente do outro lado da morte.   Ele mesmo segurou minha mão em todos os momentos em que estive aqui, e não soltou nenhum minuto, enquanto meu corpo parava de funcionar e minha alma se desapegava dele para ser recebida na glória.   Ei, não precisa ficar com medo! Não há temor quando a bondade do Deus todo poderoso te cerca e você escuta os Santos anjos louvando ao Dono da vida que alegremente recebe em Seus braços de amor, mais um dos seus filhos. Mais um daqueles que não mereceram estar ali, mas foram comprados por valor altíssimo com o precioso sangue de Cristo.   Agora estou aliviada dos meus fardos e dores, me preparando para também louvar ao meu Deus pela eternidade. Mas sei que muitos de vocês choram mesmo sem entender por quê: vocês choram porque acabou mesmo e nenhum de nós queria que acabasse; choram porque a morte é mesmo algo a ser lamentado; choram por saudade das coisas que não serão.   E mesmo assim o choro de vocês é estranho porque não é desesperado, angustiado, desconsolado: vocês conhecem a mim a as minhas palavras sempre ditas, sabem que "a vontade Dele é perfeita e é ela que eu quero que se cumpra em mim", então sabem que ela se cumpriu e eu estou feliz com isso. Aos poucos, no tempo certo, todos ficaremos.   Quando as lágrimas secarem, vocês também conseguirão novamente se alegrar e cantar da bondade do Senhor.   Quando isso acontecer, eu quero ser lembrada com aquele sorriso de canto nos lábios e aquele pensamento no coração de quem realmente viveu uma vida que valeu a pena!”   Meus irmãos, sabe como alguém pode viver dessa forma? Sabe como podemos viver dessa forma?   Quando entendemos que não há sofrimento sem propósito para aqueles que foram chamados segundo o propósito soberano de Deus.   Quando entendemos que não há circunstâncias que estejam fora daquelas que o Senhor está usando para o nosso bem.   Quando entendemos que mesmo quando nos faltam palavras, mesmo quando oramos sem conseguir discernir a vontade de Deus, o seu próprio Espírito intercede perfeitamente de acordo com a vontade do Senhor.   Quando entendemos que a perseverança no palco do sofrimento e da glória, é vivida sustentada pelo próprio Deus Soberano!   Perceba a trajetória em Romanos 8: Paulo começou levando os nossos olhos para o passado da jornada cristã, a justificação : a condenação que foi paga e agora somos livres!   A partir dali ele levou os nossos olhos para o presente da jornada cristã: a santificação , o poder do pecado sendo destruído e nós, crentes, lutando no poder do Espírito para andarmos em santidade.   E agora, nos últimos trechos, ele leva os nossos olhos para o futuro da jornada cristã:  a glorificação! A glória prometida! A extinção do pecado, a presença plena de Deus, o gozo e alegria eterno que nos aguarda no nosso Salvador.   E do começo ao fim, da justificação (e desde antes, da predestinação) até a glorificação: o Senhor é a nossa salvação! Na espera, na aflição, no vale, na tribulação, o Senhor é a nossa salvação! Estamos seguros na jornada!  E quando chegarmos ao fim, será apenas o começo! Porque o Senhor é a nossa salvação!   Vamos orar.   Senhor, o Senhor sonda os nossos corações. O Senhor sabe dos nossos sofrimentos. O Senhor sabe que não temos capacidade de discernir a sua vontade, de orar como convém. Mas nós sabemos, que o Senhor intercede por nós por meio do Espírito. E sabemos que o Senhor soberanamente está usando cada circunstância da nossa vida para o cumprimento do propósito predestinado para nossas vidas: sermos conformados a imagem do nosso Senhor e Salvador Jesus, e a desfrutar dele, e com ele da glória para todo o sempre!   Não nos deixe esquecer disso nos nossos dias mais difíceis. O Senhor é a nossa salvação. Nós oramos no nome do Salvador Jesus, amém. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Romanos 8:26-30: Nova Vida no Espírito: Seguros

Meu irmão, você que está passando por grande sofrimento, ou você que já passou, ou todos nós que ainda passaremos... Quero te encorajar a ve

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20 de outubro de 2024 – IBJM Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Romanos 8:18-22: Nova Vida no Espírito: Esperança

Nova Vida no Espírito: Esperança

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13 de outubro de 2024 – IBJM Oração Senhor, queremos confessar com confiança: não há mais condenação para nós, que estamos em Cristo. Obrigado porque o Senhor enviou o Filho para nos salvar. Para, por meio dele derramar suas bençãos. Para nos fazer filhos de Deus. Que o seu Espírito, que também nos selou, aja poderosamente essa manhã, por meio da Palavra, para nos purificar, para nos santificar. Para que possamos não só cantar, mas vivermos, para louvor da Tua Glória, da tua graça e bondade, Senhor.   Nós oramos no nome de Jesus, amém.   INTRODUÇÃO   [João 16:33] “[...] No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.”   No evangelho de João, essas foram as últimas palavras do Senhor Jesus para os seus discípulos. Em seguida ele fez uma oração ao Pai, e logo foi preso.   A jornada dos discípulos com Jesus estava terminando. 
 Mas a jornada dos discípulos com Jesus estava só começando.   A jornada dos discípulos caminhando com o ministério terreno de Jesus, aqueles anos caminhando ao lado do mestre, o vendo encarnado diariamente, estava terminando. Agora Jesus chegava ao ápice do ministério, ao objetivo da sua missão: a cruz, a morte. Morrer para dar vida aos seus. Então ESSA jornada dos discípulos com Jesus estava sim, terminando.   Mas a jornada da vida deles, em comunhão com o seu Salvador, estava só começando!   A cruz era o que separava os discípulos de Jesus aqui na terra. Mas a cruz era o que ligava os discípulos a Jesus por toda a eternidade! A cruz de Cristo que estava diante dos discípulos, era o decreto, de uma vez por todas: está consumado! Vocês estão perdoados! Livres da condenação! E agora, vocês viverão para mim! Por mim! Em mim.   Portanto, a jornada dos discípulos com Cristo estava só começando.   Nesse último discurso de Jesus aos discípulos, em João, o Senhor estava os preparando para essa jornada que estava por vir. Não seria uma jornada fácil.   E os discípulos precisavam de algo a se apegar! Eles precisavam de uma certeza, uma esperança, uma segurança para ter coragem e enfrentar o que estava em frente.   Por isso o final desse discurso de despedida aos discípulos, foi:   [João 16:33] “Falei essas coisas para que em mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.”   Meus irmãos, todos nós precisamos de algo a se apegar na nossa jornada.   E Romanos 8 é o Senhor, novamente, preparando você, discípulo dele, para sua jornada com ele. O Senhor tem algo há dizer para te dar segurança, algo para você se apegar e ter coragem para cruzar a jornada que está em sua frente.   Romanos 8 é um capítulo maravilhoso com o propósito de trazer segurança para o crente em meio a jornada da caminhada com Cristo.   A cruz marcou o início de uma nova jornada dos discípulos. E assim com a cruz, Paulo começa Romanos 8, no versículo 1:   [Romanos 8:1] Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.   Na cruz de Cristo, o seu pecado, discípulo, foi perdoado! A sua culpa absolvida! E agora não há mais condenação sobre você. Você foi justificado pela obra do Senhor na cruz.   Mas a justificação não é o fim da jornada. É o início dela! Uma vez salvos, uma vez perdoados, uma vez justificados, inaugura-se uma nova vida: a vida no Espírito!   Porque tão logo você teve seus olhos abertos, você também entendeu, e você percebeu pela própria experiência, que mesmo justificado, você ainda é tentado a pecar contra aquele que te perdoou.   E a pior notícia para um crente verdadeiro é essa: que ele ainda tem uma natureza com capacidade de pecar, contra aquele que se entregou por ele.   Essa é a jornada chamada de SANTIFICAÇÃO. O discípulo de Cristo sabe que agora ele precisa negar a si mesmo, tomar a sua cruz, e seguir o seu Senhor! Ele precisa enfrentar o pecado!   Mas eu tenho uma boa notícia para você, discípulo do Senhor.   O Senhor deixou essas palavras de Romanos 8 para VOCÊ! Você que o ama, que colocou nele a sua fé, que se arrependeu dos seus pecados, e que hoje luta intensamente contra o seu pecado!   Romanos 8:12-17 está aqui para você saber que você tem um fundamento sólido para se firmar, diante da dura jornada da santificação!     Mas antes de entrar no encorajamento propriamente, Paulo começa deixando claro para nós: estamos em uma realidade de guerra contra o pecado!   DEVEDORES, NÃO À CARNE [vs. 12] [12] Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se estivéssemos obrigados a viver segundo a carne.   • Somos devedores [conectando com 1-11] O versículo 12 começa com uma expressão de conclusão “assim, pois” . O trecho de hoje é uma conclusão natural do que ouvimos durante a semana passada pelo Pr. Brian, exposto nos versos 1-11 . E o que foi dito anteriormente nestes versos?   Paulo mostrou que antes, nós, crentes, vivíamos como escravos do pecado.   1.     Ele disse que em nós, não havia capacidade nenhuma para cumprirmos as exigências do Deus Santo, por causa “da fraqueza da carne” [3] .   2.     Mas Paulo nos mostrou que, o que nós não podíamos fazer, “Deus fez” [3] . Aconteceu uma obra externa a nós: Deus, enviou o seu Filho, que não tinha pecado, mas assumiu os nossos pecados, e recebeu a condenação que era nossa, e assim, Deus condenou  “o pecado na carne” [3] , para que “as exigências da lei se cumprisse em nós” [4] .   3.     E Paulo mostrou em seguida que, todos que se encontram nesse grupo, desses que foram alvos dessa graça salvífica de Deus, agora não vivem mais como escravos, não vivem “segundo a carne” [5] . Mas vivem “segundo o Espírito” [5] ; e neles habita o Espírito de Deus!   4.     E, por fim, esse mesmo Espírito que habita neles, é o Espírito que “ressuscitou Cristo dentre os mortos” , e, portanto, “vivificará também o corpo mortal”  deles [11].   Meus irmãos, o que Paulo fez nesses versos foi expor a obra da salvação. E nessa exposição, uma coisa fica muito clara: não há nenhum mérito humano na salvação.   Do começo ao fim é uma obra operada por Deus. Estávamos mortos, ele nos deu vida. Estávamos condenados, ele nos salvou. Éramos escravos, ele nos libertou. Desde a justificação, passando pela santificação, até a glorificação, essa obra é operada por Deus.   Diante de toda essa exposição, Paulo só poderia concluir de uma forma: 
 [Romanos 8:12] “Assim, pois, irmãos, somos devedores”.   Qualquer um que tenha entendido claramente o evangelho de Cristo, e tido os olhos abertos para crer, vai chegar a essa mesma conclusão! Eu fui salvo pela graça! Eu não tenho mérito nenhum! A minha vida, eu devo ao Senhor! Porque Ele me salvou.   Assim, qualquer crente que afirma Romanos 8, precisa também afirmar Gálatas 2!   Se você afirma “agora pois já não há mais condenação para mim, porque estou em Cristo Jesus” , você também precisa necessariamente afirmar:   [Gálatas 2:19] ...] Estou crucificado com Cristo; [20] logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.   Essa é a vida do crente: Justificado, sim. Perdoado, sim. E agora andando em novidade de vida! Nova vida no Espírito.   E o que Paulo vai fazer dos versos 14 até o 17 é mostrar a beleza dessa relação que existe agora entre o pecador que foi salvo pelo Deus da graça, e a forma como ele vive diante do seu Senhor! Daquele a quem ele deve a vida.   Mas antes disso , ele aproveita o ensejo, para mais uma vez destacar e exortar os crentes há quem eles NÃO são devedores ! E como eles NÃO devem viver !   • Não à carne 
 [12] Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se estivéssemos obrigados a viver segundo a carne.   Nós somos devedores. Temos um Senhor. Mas esse senhor não é a carne! Por “carne” Paulo está se referindo a corrupção que agarrou tudo que compõe o homem como ser humano. Desde Gênesis 3, quando o pecado entrou no mundo.   O homem natural, um descrente, ele vive de tal forma que não consegue dizer “não” aos seus desejos pecaminosos.   Talvez ele pense:  “eu consigo. Quando eu quiser parar de fazer tal coisa, eu paro. Eu tenho o controle”.   Mas a verdade é que não! Sozinho, ele não consegue. Por ele mesmo, ele não consegue. O Senhor sim!  O Senhor é capaz de interromper, através do poder do Espírito, essa entrega natural ao pecado do ser humano.   Por isso crente, você é o contrário! Você, meu irmão amado. Crente no Senhor! O seu caso é o contrário!   O descrente  pode pensar “eu consigo”, quando na verdade ele não consegue. Você, crente , você não pode pensar “eu não o sigo”, quando na verdade você consegue!   “eu não consigo! Eu não consigo dizer não! Eu não consigo parar! Eu não tenho controle! Esse pecado é mais forte do que eu!”.   Não! Você não pode pensar assim!   Porque Paulo está falando: se o Senhor te salvou, se Cristo te justificou, se não há condenação sobre você e em você habita o Espírito de Deus, ENTÃO você NÃO é devedor da carne!   Quem está em dívida, está obrigado ao outro. Então, se você devesse a carne, você sim estaria obrigado a viver segundo ela, a se entregar ao pecado.   Você não é devedor da carne! Então você não deve viver como se estivesse obrigado a viver segundo ela! Viver como se a sua inclinação natural para o pecado, tivesse domínio sobre você!   Em outras palavras: você não pode desfrutar da justificação, vivendo como se você não estivesse em santificação.   Cristo pagou o preço, você não deve nada ao pecado. 
 Você não deve nada ao mundo. 
 Você não deve nada a Satanás.   Então, não viva como se estivesse obrigado a viver sobre o senhorio deles. Ouvimos poderosamente semana passada: você é livre!    Por isso, diante dessa verdade, Paulo muda a linguagem para fazer uma admoestação! No verso 12 ele faz uma constatação: Não somos devedores a carne. No verso 13 ele faz uma admoestação: não vivam segundo a carne!   Perceba que ele muda de “nós” (nós somos devedores…) para “vocês”!   • A admoestação: o caminho da morte e o caminho da vida 
 [ Romanos 8:13 ] Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão.   Paulo não somente nos mostra o fato de que cristãos não vivem no pecado. Mas ele nos dá aqui mais uma razão para não vivermos no pecado.   Você vive em santidade não somente por um sentimento de gratidão ao Senhor. Você vive em santidade porque se você não viver assim, você morrerá!   O crente não deve pensar: “Ah, fui perdoado! A salvação é pela graça! Não importa o que eu faça! Portanto vou viver do jeito que eu quiser!”   Não! Isso não condiz com um novo coração! A justificação pela obra de Cristo não é legitimação para uma vida no pecado!   A salvação pela graça não é o trilho para passar o trem da libertinagem. É sim o trilho para passar o trem da santidade! A vida conquistada pelo sangue de Cristo, é uma vida para ser vivida para a glória de Cristo.   Alguns minutos atrás eu disse e mostrei no texto que a salvação é operada pelo Senhor do começo ao fim. Amém. É isso. Eu creio nisso!   Mas dentro do guarda-chuva da salvação, existe uma haste chamada santificação, e na santificação, você, crente, é chamado a lutar! Você tem responsabilidade!   O mesmo Paulo escreveu: 
 [Filipenses 2:12] desenvolvam a sua salvação com temor e tremor , [13] porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.   Quem está sendo chamado para “desenvolver a salvação?” Não é Deus! É você! Você é chamado a se desenvolver nessa caminhada, com temor e tremor!   Mas perceba, isso só é possível porque é Deus quem opera, do início ao fim:   [Filipenses 2:12] desenvolvam a sua salvação com temor e tremor, [13] porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar , segundo a sua boa vontade   Você só é CAPAZ de andar em santidade porque Deus te sustenta. Porque ele efetua em você tanto o desejo de ser santo, tanto o desejo de abandonar o pecado, quanto a sua força em realizar tal feito.   Mas esse é o ponto: VOCÊ É CAPAZ! Por causa de Deus, você é sim capaz de dizer não ao pecado. Por causa do poder dele, você não pode viver como se estivesse obrigado a pecar! Você é livre do domínio do pecado para andar em santidade. Para desenvolver a sua salvação com temor e tremor.   Ilustração: a pista de corrida Quando você larga na pista de corrida da vida cristã, partindo da linha de largada chamada justificação , logo estará diante de você dois caminhos:   1.     O caminho de viver segundo a carne ; que é um retrocesso, voltar a viver como você vivia antes de ser regenerado. E esse caminho tem como destino a morte.   2.     E o caminho da mortificação dos feitos do corpo.  Que é o caminho da santificação. Esse caminho só é possível pelo Espírito Santo. E esse caminho tem como destino a vida (eterna).   E essa verdade é tão real, que a Bíblia é repleta de dois tipos de textos para te auxiliar na corrida: 1.     Textos que te trazem segurança na corrida. 2.     Textos que te trazem alertas para a corrida.   Olha o que diz em 1 Coríntios 10: [1Coríntios 10:12] “Por isso, aquele que pensa estar em pé veja que não caia.   Isso é um alerta! Não fique caminhando como se você fosse invencível, e nada te derrubasse. Seja vigilante! Reconheça sua dependência no Senhor! E persevere! Alerta!   Mas literalmente, logo em seguida, veja que segurança Deus nos traz:   [13] Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar.”   Alerta e segurança. É o que precisamos para a jornada da santificação. Porque essa jornada é uma guerra.   MORTIFICAR OS FEITOS DO CORPO: GUERRA DA SANTIDADE Paulo usa a linguagem de  “mortificar os feitos do corpo” . Feitos do corpo é para dizer que o pecado não está só no nosso coração! Nós colocamos em prática também no nosso corpo físico!   Você deve mortificar o pecado desde o seu coração, até as suas mãos! Dos seus sentimentos e desejos até a sua prática!   Jesus mostra isso no Sermão do Monte, quando ele mostra que o pecado é desde o sentimento de ira à prática do homicídio! Desde o desejo da cobiça até a prática do adultério!   Do seu coração até as suas mãos, mortifique o seu pecado, meu irmão!   Essa linguagem é pesada: mortifiquem! Mate! Jesus também fala de maneira radical da luta contra o pecado:   [Mateus 5:29-30 ] — Se o seu olho direito leva você a tropeçar, arranque-o e jogue-o fora. Pois é preferível você perder uma parte do seu corpo do que ter o corpo inteiro lançado no inferno. E, se a sua mão direita leva você a tropeçar, corte-a e jogue-a fora. Pois é preferível você perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno.”   A linguagem é radical, porque a jornada da santificação deve, sim, ser tratada como uma guerra! Se você se entrega, com o seu corpo será lançado no inferno. Mas se você o mortifica, na força do Espírito, você recebe a vida!    • Salvação pelas obras? Mas você pode pensar: “ Caique, você está falando, então, sobre salvação pelas obras? É isso que Paulo está dizendo? Se eu peco, tenho a morte. Se eu luto contra o pecado, tenho a vida. Isso é contraditório com o que ouvimos sobre a a justificação pela graça!”   Errado, não podia existir uma interpretação mais errada do que essa! As duas verdades, (1) salvação pela graça e (2) uma vida de santidade, estão estritamente, inseparavelmente, conectadas!   Paulo está descrevendo a realidade do que Jesus disse por parábola, sobre as árvores e seus frutos (Mateus 7:15-20).   Uma árvore má não pode produzir frutos bons. Uma árvore boa não pode produzir frutos ruins. Conhecemos a árvore por seu fruto.   A santificação é o fruto da justificação! O crente que anda em santidade não o faz como uma causa para sua salvação, mas como uma consequência dela! Ele não luta contra o pecado para ser  salvo. Ele luta contra o pecado porque foi  salvo! A sua luta contra o pecado mostra a sua salvação!   Assim, a santificação é uma evidência da justificação.   Pode parecer repetitivo, mas devido a insistência de Paulo em Romanos 8, eu preciso frisar: O crente é salvo pela obra de Cristo somente, pela graça somente, por meio da fé somente. 
 Não há méritos, não há participação no ato de ser declarado justo por Deus. 
 Mas uma vez salvo, justificado por Cristo, o crente viverá, sim, em santidade.   É por isso que o nosso trecho de hoje começou com um “assim, pois”. Porque essa vida da mortificação do pecado é uma conclusão da salvação.   [Efésios 2:8] Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; [9] não de obras, para que ninguém se glorie. [10] Pois somos feitura dele,  criados em Cristo Jesus para boas obras , as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.   A verdade de Efésios 2:8-10, está reafirmada em Romanos 8:12-14. A forma como vivemos, na verdade, só evidencia quem realmente somos:   [Romanos 8:14] Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus [todos que mortificam os feitos do corpo pelo Espírito] são filhos de Deus.   O grande elo aqui desses versículos é o Espírito! A sua luta contra o pecado é sustentada, somente possível, na força do Espírito. E quando você vive de tal forma santa, você revela quem você é. Não é causa, é evidência!   Mas, aqui, meus irmãos, Paulo nos surpreende no desenvolvimento do seu argumento.   SEGURANÇA NA SANTIFICAÇÃO: ADOÇÃO [vs. 14]   Porque, perceba: Paulo está mostrando a relação entre o que fazemos e quem somos. E se ele queria mostrar que viver uma vida santa mostra que somos salvos, ele poderia ter concluído simplesmente dizendo:   ... Pois, todos os que são guiados pelo Espírito são os que foram livres da escravidão do pecado. ... Pois, todos os que são guiados pelo Espírito são os que foram salvos pela graça.   Isso já mostraria a relação entre fazer e ser. Qualquer uma dessas frases exaltaria a graça de Deus para com pecadores! Mas não foi essa a conclusão de Paulo.   Faça a pergunta: Por que aqueles que mortificam os feitos do corpo pelo Espírito, viverão? A resposta de Paulo é: porque eles são filhos de Deus.   A razão que Paulo nos dá para vivermos em santidade é uma das verdades bíblicas mais absurdamente graciosas que o Senhor revelou a nós: PORQUE SOMOS FILHOS DE DEUS!   [Romanos 8:14] Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.   O que Paulo está dizendo é que você viver mortificando a carne, pelo Espírito mostra não somente que você foi liberto da escravidão, por Deus. Mostra não somente que você foi justificado da condenação, de Deus. Mas mostra que você foi alvo da adoção de Deus!   Aqui, meu irmão amado, Paulo adicionou mais uma causa para você mortificar a sua carne! E essa é a segurança especial desse trecho para cruzar a jornada da santificação!   Você vive em santidade longe de ser para conquistar a sua salvação! Você vive em santidade porque você é filho de Deus!   Francis Turretini, importante teólogo do período pós-reforma, resumiu de forma brilhante essa poderosa relação entre a adoção e a santificação:   “Da adoção emana a liberdade cristã.”   DE REBELDES A FILHOS Eu não sei vocês, mas essa verdade, de ser filho de Deus, me constrange! Comece se lembrando de quem a Bíblia diz que nós éramos! Em Romanos 1 nos é dito que éramos:   [1:21] Seres com os corações obscurecidos [22] tolos [23] trocamos a glória do Deus incorruptível por imagens [25] trocamos a verdade de Deus pela mentira, e adoramos e servimos a criatura em lugar do Criador [26] Estávamos entregues a paixões vergonhosas. [29] Estávamos cheios de todo tipo de injustiça, perversidade, avareza e maldade. Cheios de inveja, homicídio, discórdia, engano e malícia. Éramos difamadores, [30] caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes, orgulhosos, inventores de males, desobedientes aos pais, [31] insensatos, desleais, sem afeição natural e sem misericórdia. [32] E mesmo conhecendo a sentença de Deus, não somente fazíamos essas coisas, mas também aprovávamos os que as praticavam.   Em Romanos 3 nos é dito que: [3:10] Não éramos justos [11] não entendíamos a Deus e não o buscávamos [12] Nos desviamos e nos tornamos inúteis; não fazíamos o bem [13] Nossa garganta era sepulcro aberto; com a língua enganávamos, veneno de víbora estava nos nossos lábios. [14] Nossa boca, cheia de maldição e amargura; [15] os nossos pés, velozes para derramar sangue. [16] Nossos caminhos, havia destruição e miséria; [17] Não conhecíamos o caminho da paz. [18] Não havia temor de Deus diante de nossos olhos."   Essa é a descrição da Bíblia sobre os seres humanos longe do Senhor! Essa é a descrição da Bíblia sobre mim e você na nossa própria natureza!   Agora, meu irmão, presta atenção no que a Bíblia está dizendo! Na mesma carta, alguns capítulos depois!   Depois de mostrar toda essa realidade terrível de quem nós éramos. O que a Bíblia diz em seguida é que:   1.     Em Cristo, nós não apenas fomos absolvidos do tribunal, diante de todas essas faltas. Mas, em Cristo, fomos declarados JUSTOS!   E agora, olha o que ela acabou de dizer!   2.     Você, eu, que vivíamos em plena rebeldia contra o Deus bom e santo! Nós não apenas fomos declarados justos.  Nós nos tornamos filhos desse Deus!   Aquele a quem ofendemos, diante de quem merecíamos justamente a condenação. 
 Ele fez com que a condenação caísse sobre próprio filho dele para que você, o ofensor, se tornasse também seu filho.   Crente, ouça isso! Romanos 1 te descreve. Romanos 3 te descreve.   Mas Romanos 5 também te descreve: [Romanos 5:1] Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo   E agora, Romanos 8 te descreve: [Romanos 8:13] se, pelo Espírito, mortificar os feitos do corpo, certamente viverá. [14] Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.   Essa é a biografia do crente:   1.     De pecador, rebelde, ofensor...   2.     À perdoado, justificado, filho amado!   Então, Paulo está dizendo a você, discípulo do Senhor, que está lutando contra o pecado:   Mortifique o pecado pelo Espírito, pois é isso que fazem aqueles que são FILHOS DE DEUS.     A paternidade de Deus é a expressão de como nos relacionamos como devedores daquele que nos salvou.   Essa é a conclusão do pensamento que Paulo iniciou no versículo 12! Somos devedores! Mas não devedores da carne, como escravos do pecado.   Devedores do Deus da graça, que nos salvou e nos adotou para sermos seus filhos! Não mais medo, mas amor paternal!   NÃO MAIS MEDO, MAS AMOR PATERNAL [vs. 15] 
 [Romanos 8:15] Porque vocês não receberam um espírito de escravidão, para viverem outra vez atemorizados, mas receberam o Espírito de adoção, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai."   Antes éramos devedores, vivíamos como escravos do senhor (com “s” minúsculo) pecado, e satanás.   Agora somos devedores, e escravos. Mas de outro senhor. Senhor com “S” maiúsculo. Cristo!   Ser escravo de Cristo é totalmente, completamente, absolutamente, diferente de ser escravo do pecado!   Enquanto ser devedor da carne é uma relação baseada no espírito de escravidão para viver atemorizados... Ser devedor do Senhor é uma relação de amor, na qual vivemos em obediência e serviço, por meio de um Espírito de adoção!   Ser devedor do Senhor é poder servi-lo numa experiência em que podemos clamá-lo “Aba, Pai!”   • Aba, Pai! “Aba”  é “pai”  em aramaico. Paulo a usa aqui porque foi Jesus quem chamou Deus de “Aba”.   E o que Paulo está dizendo é que aquele que não vive escravo do pecado, mas vive como servo do Senhor, esse pode se relacionar com Deus, pelo Espírito, da mesma   forma que Jesus se relacionou! O crente vive replicando a forma como Cristo viveu! Ele disse aos discípulos:   [João 16:31] faço isso / para que  / o mundo saiba que / eu amo o Pai / e que faço como o Pai me ordenou .   Ser devedor ao Senhor, é obedecer por amor, em um relacionamento de paternidade!   Meus irmãos, ao fazer Paulo dissertar sobre paternidade dentro da exortação à santidade, o Senhor está te dando segurança para ter coragem para lutar contra o seu pecado.   O Senhor está te dando algo a se apegar, discípulo! Ele está te dando um fundamento sólido para você ter coragem, ter bom ânimo! Ele está te deixando uma realidade para se lembrar na hora da luta contra o pecado.   E É ISTO QUE VOCÊ DEVE SE LEMBRAR: VOCÊ É FILHO DE DEUS!   Você mortifica a carne, em obediência ao Deus que te salvou, porque você desfruta no fundo da sua alma, do sentimento de amor entre você e o Pai. Por meio do Espírito, por causa de Cristo.   Ilustração: Ester, os dragões, e o papai Alguns meses atrás teve uma exposição de dragões no shopping perto da nossa casa. E eu e a Rafaela resolvemos levar a Ester para ver. (eu preciso aproveitar enquanto a Ester é bebê para usá-la como ilustrações em meus sermões)   Quando chegamos na exposição, grandes dragões espalhados pelo shopping, a Ester teve uma mistura de reações: curiosidade, animação (ficava imitando os dragões), e logo, ela teve também medo . E conforme a gente foi passando mais tempo ali perto dos dragões, parece que o sentimento que sobressaiu foi o medo.   Ela estava no meu colo, começou a olhar na direção contrária de onde estava os dragões, e começou falar “não, não, não...”. E a Rafaela falou para ela “você não quer mais ver, filha? Você está com medo dos dragões?” E ela continuava “não, não...”.   E a Rafaela falou “você não precisa ter medo, o papai protege você”. E ela se agarrou no meu pescoço, e eu a tirei dali.   E esse shopping fica na esquina da nossa casa. Então, o que aconteceu nos dias e semanas seguintes era que cada vez que a Ester passava na frente do shopping de carro, com o papai, com a mamãe, com a vovó... sempre surgia o mesmo diálogo!   A Ester ainda está começando fazer frases, então ela vai falando as palavras tentando mostrar alguma conexão.   Se a gente passasse 5 vezes na frente do shopping saindo e voltando de casa, em todas elas a Ester ia dizer três palavras:   Ela chamava a atenção de quem estava com ela no carro. Se era Rafaela, ela dizia:   Ester: “mamãe” E a Rafaela respondia: oi filha E apontando para o shopping, a primeira palavra  que ela dizia era: “rwaaar” E a Rafaela respondia: é filha? A gente veio ver o dragão no shopping? E a segunda palavra  da Ester era: nãaaao... E a Rafaela respondia: “Não”? A Ester não  quis ver o dragão? E por fim, a terceira palavra  que a Ester dizia era: papaaai! E a Rafaela dizia: é filha, o papai protegeu você, né?!   Cada vez que passava em frente ao shopping a Ester falava as três palavras!   Ela se lembrava do dragão . Ela se lembrava que ela ficou com medo do dragão . Mas ela se lembrava que o papai protegeu ela do dragão.    Meu irmão, eu não sei qual é o dragão que está te atormentando. E quantas vezes você tem passado por ele e sentido medo por ele já ter te atacado. Mas você precisa se lembrar: o seu Pai te protege!   Romanos 8:12-17 está aqui para te dar a segurança que você precisa para lutar contra o pecado: você é filho de Deus!   Paulo fala de adoção para mostrar para os crentes que o fundamento da sua relação de dívida para com Deus, é um fundamento de amor.   Você vive a sua vida para Deus, lutando contra o pecado, porque você agora experimenta um amor que antes só era experimentado pelo Filho de Deus.   Você mortifica os feitos do corpo porque aquele a quem você serve, te chama de filho. Te ama como Pai.   O Senhor está te dando segurança para a realidade do sofrimento da luta contra o pecado!   VOCÊ DEVE SOFRER CONTRA O PECADO, PORQUE VOCÊ É FILHO DE DEUS! VOCÊ DEVE LUTAR, PORQUE VOCÊ É FILHO DE DEUS!   Você não recebeu um espírito de escravidão para viver no pecado. Você recebeu O Espírito. De adoção!   Agora você obedece ao Senhor não debaixo de açoite, de chicote, de todas as atrocidades da escravatura que estudamos na escola. Você obedece debaixo do amor, da proteção, de Deus.   O seu Senhor colocou o filho dele debaixo do chicote, do açoite, da cruz, da ira… para que você pudesse servi-lo agora como filho amado!   Para os filhos de Deus, obediência é um ato de amor. Mortificar o pecado, é um ato de amor.     Aplicação: mortificando por amor Quando você estiver diante da tentação da ira, da impaciência, na força do Espírito, você mortifica o pecado, porque você ama o seu Pai! Quanto estiver diante da fofoca, da maledicência, na força do Espírito, você mortifica o pecado, porque você ama o seu Pai! Quando estiver diante da tentação da imoralidade, as paixões da carne, na força do Espírito, você mortifica o pecado porque você ama o seu Pai! Você se arrepende do seu pecado, e abandona ele, na força do Espírito, porque você ama o seu Pai! E você ama o Pai, porque primeiro ele te amou. Enviando o próprio Filho!   • Confirmação do Espírito Essa é a vida no Espírito de Deus, fundamentada na adoção de Deus. E essa vida é o próprio testemunho de que somos verdadeiramente filhos. É o próprio Espírito confirmando a nossa filiação por meio de Cristo.   É o que Paulo diz:   [16] O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus.   E essa confirmação do Espírito não é somente uma segurança para a vida da mortificação hoje. Mas é uma segurança do que temos a receber na vida eterna! Como filhos! Assim Paulo conclui o nosso trecho.   SER FILHO É SER HERDEIRO [vs. 17] 
 [Romanos 8:17] E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados.   Paulo seguiu um raciocínio lógico aqui. Se somos filhos, somos herdeiros. Pode parecer simples. Mas para um coração que entendeu a obra da salvação, essa é mais uma verdade absurdamente graciosa!   Porque você pode pensar “Senhor, obrigado por ter me perdoado. O Senhor ainda me declarou justo! Mais do que isso me fez filho. Agora na eternidade, de longe, vou apenas contemplar o trono do meu Rei Salvador.”   Mas não é isso o que o próprio rei está dizendo! O que o Rei da Graça diz aos os que perseverarem até o fim, é:   “[Apocalipse 3:21] Ao vencedor, darei o direito de sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com o meu Pai no seu trono.”   A promessa do Senhor é que seus filhos desfrutarão das promessas para o Filho! Com o Filho!   Cristo sempre será o nosso Rei. Sempre o adoraremos em seu trono de majestade e glória.   Mas também é verdade que com ele reinaremos. E com ele desfrutaremos da comunhão que ele tem com o Pai! Essa é a herança! Somos herdeiros de Deus, coerdeiros com Cristo!     O que isso significa na prática? Significa que no grande dia, depois de cumprir toda a jornada da santificação de forma perseverante, você vai estar diante do seu Rei, e você vai ouvir da boca dele:   [Mateus 25:34] "Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo.   O Senhor te justificou, te deixou sem condenação, para que você pudesse ser herdeiro! Pudesse herdar a graça de desfrutar dele para sempre.   CONCLUSÃO Meus irmãos, a jornada da santificação não é fácil! A jornada da santificação deve ser encarada como uma verdadeira guerra! Caminhar com Cristo nesse mundo caído, com a nossa natureza caída, não é fácil.   E todo discípulo precisa de uma segurança para cruzar essa batalha. Mas o Senhor não nos deixou perdidos! O Senhor não nos deixou desamparados.   Ele nos enviou o seu Espírito, o Espírito de adoção, para que tenhamos o Pai a recorrermos. E por sermos filhos, andarmos no seu Espírito!   É disso que você precisa se lembrar na luta contra o pecado! Que você é filho de Deus! E por ser filho, você é herdeiro de promessas eternas!   •  Sofrimento e glória Mas perceba que Paulo coloca uma condição quando diz que somos herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo:   [Romanos 8:17] se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados.   A luta contra o pecado é uma luta que envolve sim, sofrimento. Talvez Paulo esteja querendo dizer mais tipos de sofrimentos além da luta contra o pecado. Mas certamente ele não está dizendo menos do que este!   Mortificar os feitos do corpo pode doer. 
 Arrancar os olhos para o pecado, cortar as mãos para o pecado, certamente dói. 
 Mas aquele que sofre com Cristo, pode ter segurança da glória com Cristo!   Crente, o seu sofrimento na luta contra o pecado é unido a Cristo. Abandonar relacionamentos pecaminosos pode doer. Abandonar vícios pode doer. Perder oportunidades no trabalho, para ser santo, pode doer. Ter conversas difíceis para falar a verdade, pode doer. Tudo isso faz parte da santificação.   Mas nenhuma dessas dores, nenhum desses sofrimentos, serão maiores do que o sofrimento que Cristo encarou para pagar o PREÇO do nosso pecado. Não somente a luta. Ele pagou o preço!   Ele experimentou um tipo de sofrimento que crente nenhum jamais vai experimentar.   Para que agora, com ele, você encare o sofrimento de abandonar o pecado, de lutar contra a sua carne, de permanecer unido aquele que sofreu no seu lugar.   E esse sofrimento tem um motivo, tem uma causa: para que, com ele, você participe da glória! Para que com ele, sejamos glorificados!   Esse é o destino da sua jornada de sofrimento na luta contra o pecado: a glória com o Pai, com o Filho, com o Espírito!   Por isso, lutamos, clamando: Maranata, vem Senhor Jesus! Aguardamos, ansiosamente, pelo dia que estaremos na família celestial, a qual fomos inseridos pela obra do Deus Trino.   E ali estaremos longe, de uma vez por todas, da presença do pecado.   Persevere, filho de Deus. E desfrutará da glória do seu Pai! Romanos 8 são as palavras de Cristo, para te encorajar na sua vida com ele, pelo Espírito.   É mais uma forma do Senhor dizer para você, discípulo de Cristo:   [João 16:33] “Falei essas coisas para que em mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.”   Vamos orar.   Oração Senhor, não conseguimos expressar, nem mensurar o tamanho da sua graça!   Que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus [1 João 3:1]! Que tamanha graça essa de todos nós que recebemos a Cristo, ter nos dado o poder de sermos feitos filhos de Deus! Nós somos filhos que não nascemos do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas nascemos de Deus [João 1:12]!   Senhor, queremos levantar as nossas mãos cansadas e fortalecer os nossos joelhos vacilantes. Queremos fazer caminhos retos para os nossos pés [Hebreus 12:12-13]! Queremos sim, buscar a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor [14]   Fazemos isso conscientes da nossa total dependência do seu Espírito. Por meio do qual clamamos, Aba, Pai!   Nós clamamos para que o seu Filho volte, nos busque, e que para sempre possamos desfrutar da sua presença! Nós oramos no nome dele, amém. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Romanos 8:12-17: Nova Vida no Espírito: Adotados

A jornada dos discípulos com Jesus estava terminando.
Mas a jornada dos discípulos com Jesus estava só começando.

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06 de outubro de 2024 – IBJM Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
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Romanos 8:1-11: Nova Vida no Espírito: Livres

06 de outubro de 2024 – IBJM Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) Sumaré -...

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Série: Domínio e Esperança 29 de setembro de 2024 – IBJM Daniel 6 é um dos capítulos mais conhecidos de toda a Bíblia. Vários de vocês devem ter ouvido a história de Daniel na cova dos leões pela primeira vez em uma Bíblia Infantil quando vocês tinham menos de 2 anos de idade. Daniel na cova dos leões é uma história sobre fé. Fé em um Deus vivo, um Deus presente, um Deus poderoso. Um Deus que, como o rei Dario reconheceu no fim: [27] Ele livra, salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra. Essa passagem está no contexto do exílio de Israel na Babilônia durante o século 6 AC. Essa é  uma informação importante porque ela explica por que Daniel, um judeu, está vivendo debaixo um governo estrangeiro e sendo perseguido por causa da fé dele. Essa informação explica também como nós podemos aplicar essa passagem para nós. Você, cristão, é um exilado também, como Daniel. Você está longe da sua casa. Cristo foi antes de você preparar sua morada no céu. Essa terra não é o seu lar. O que você pode esperar dessa vida se você andar com Deus? Que tipo de vida tem um exilado? O que vai acontecer com a sua fé enquanto você estiver nesse mundo? Daniel 6 mostra 6 coisas que vão acontecer com a sua fé. 1. SUA FÉ SERÁ PERCEBIDA (VV. 1-3) Os primeiros versículos nos dão a hierarquia de poder do Império Medo-Persa: [1] Dario decidiu constituir cento e vinte sátrapas, para que administrassem todo o seu reino. [2] Sobre eles colocou três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais esses sátrapas deveriam prestar contas, para que o rei não tivesse nenhum prejuízo. O Império Persa era enorme e precisava de uma enorme máquina para funcionar. Acima de todos, estava o rei Dario. Abaixo do rei, havia 3 presidentes. Daniel era um deles. E abaixo dos presidentes, estavam os 120 sátrapas, que funcionavam como governadores de um estado. No meio de todos esses governantes de tantas nações e tantas religiões, um homem era diferente. [3] Então o mesmo Daniel se destacou entre os demais presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente. O rei até pensava em colocá-lo sobre todo o reino. Daniel é um modelo de exilado. Daniel era diferente porque “nele havia um espírito excelente”. No capítulo anterior, Belsazar percebeu que Daniel tinha “excelente sabedoria” (5:14). A rainha-mãe percebeu que em Daniel se acharam “espírito excelente, conhecimento e  inteligência” (5:12). Esse “espírito excelente” é dado pelo Espírito Santo. Daniel deixou claro várias vezes que não é ele, mas Deus fazendo dentro dele e através dele. Essa passagem não está prometendo que os crentes terão altos cargos no governo. Essa passagem está dizendo que sua fé será percebida. Até por reis e rainhas pagãos. Se você andar com Deus, se você seguir a Cristo, se você chorar pelo seu pecado quando estiver orando sozinho, se a cruz onde Jesus morreu por você for sua alegria, se você buscar amar a Deus e ao próximo no poder do espírito excelente de Deus, sua fé será percebida. Crente, você não é naturalmente diferente, mas você é divinamente diferente. Isso é obra de Deus. No meio de toda a corrupção moral da Babilônia e da Pérsia, tema a Deus e sua fé será percebida. Mas saiba também, que: 2. SUA FÉ SERÁ PERSEGUIDA (VV. 4-9) Os outros funcionários do Império não gostaram que Daniel estava sendo cotado para ser o Arque-Presidente, acima deles. Esse sentimento babilônico-persa vem da carne. Ele se chama inveja. [4] Então os presidentes e os sátrapas começaram a procurar um pretexto relacionado com a administração do reino, para poderem acusar Daniel. Mas não conseguiram encontrar esse pretexto, nem culpa alguma, porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum erro nem culpa. [5] Então esses homens disseram: — Nunca acharemos um pretexto para acusar esse Daniel, a menos que procuremos algo relacionado com a lei do Deus que ele adora. Isso é o que você deve esperar da sua fé nessa vida: percebida e perseguida. Com algumas pessoas, sua fé irá atraí-los para ouvirem sobre o seu Salvador e salvá-los. Com outras pessoas, sua fé irá repeli-los para perseguirem você e seu Salvador. Isso vai acontecer no lugar onde você trabalha, no lugar onde você estuda e até no lugar onde você mora, dentro da sua família. Ser perseguido não é uma experiência agradável. Mas não vamos pensar que é uma  experiência esquisita. 2Timóteo 3:12—Todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Isso é o que você deve esperar da sua fé. Não deixemos que a rejeição do mundo seja motivo de nos paralisar nem desencorajar. Que o Espírito excelente de Deus nos dê um senso de privilégio de sermos considerados dignos de sofrer pelo nome de Cristo. Lembre-se que Deus está sempre fazendo algo de santo e bom por trás—fazendo em você e fazendo no mundo. Agora, veja como a inveja é um sentimento poderoso e perigoso. [6] Então esses presidentes e sátrapas foram juntos falar com o rei e disseram: — Que o rei Dario viva eternamente! [7] Todos os presidentes do reino, os prefeitos e sátrapas,  conselheiros e governadores concordaram em que o rei baixe um decreto e sancione um interdito, ordenando que todo aquele que, nos próximos trinta dias, fizer um pedido a qualquer deus ou a qualquer homem e não ao senhor, ó rei, seja jogado na cova dos leões. Eles disseram ao rei: “TODOS os presidentes do reino, os prefeitos... e governadores concordaram”. Todos? Mentira. Daniel nunca concordaria com uma lei anti-oração. Veja o esquema sujo. Eles mentem. Manipulam o rei. Mexem seus pauzinhos para seus interesses malignos. Essa é política pagã da Pérsia. A mesma política que acontece até hoje no Brasil. Que a sua fé afaste você dos esquemas mundanos. Que nossas mãos não se sujem pela lama da mentira nem pelo sangue da inveja. Que maravilhoso é ver homens e mulheres de Deus sendo prejudicados financeiramente porque eles não quer ser prejudicados espiritualmente. Eles preferem ter menos no mundo para ter mais de Cristo. Provérbios 16:15—Melhor é o pouco, havendo temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação. Continue vivendo a sua fé, exilado. Não entre nos esquemas ilícitos de mundo. Você nunca vai se arrepender de ter confiado no seu Deus. Mas os ímpios não se arrependem do pecado. Eles conseguiram o que eles queriam. Eles fazem o rei assinar a sentença de morte de Daniel sem perceber. E agora a fé de Daniel será testada. Esse é o curso natural da sua fé nesse mundo: PERCEBIDA, PERSEGUIDA e, terceiro, TESTADA. 3. SUA FÉ SERÁ TESTADA (VV. 10-17) [10] Quando Daniel soube que o documento tinha sido assinado, voltou para casa. Em seu quarto, no andar de cima, as janelas abriam para o lado de Jerusalém. Três vezes por dia, ele se punha de joelhos, orava, e dava graças diante do seu Deus, como era o seu costume. Em todo o livro, Daniel funciona como um modelo de exilado. Um modelo de piedade. A ênfase nesse versículo não está no número 3—“três vezes”. A ênfase não está nem na posição corporal— Daniel “se punha de joelhos”. A ênfase está na palavra seguinte: “orava”. Daniel está com uma faca no pescoço. Uma lei criada para matá-lo, e esse homem está de joelhos, orando e dando graças a Deus. A piedade é linda! Esse capítulo está falando de fé, e o melhor termômetro para medir a temperatura da nossa fé é a nossa vida de oração. • João Calvino disse que a oração é “o principal exercício da fé”. • Charles Spurgeon disse que “a oração não nos prepara para obras maiores. A oração é a maior obra”. • Robert M’Cheyne disse que “um homem é o que ele é de joelhos, e nada mais”. 
 A SIMPLICIDADE DA PIEDADE A vida é difícil, mas viver com Deus é simples. Andar com Deus é tão simples que cabe na letra de uma música infantil. Uma música infantil com boa teologia: Leia a Bíblia e faça oração, faça oração, faça oração. Leia a Bíblia e faça oração se quiser crescer. Quem não ora e a Bíblia não lê, e a Bíblia não lê, e a Bíblia não lê. Quem não ora e a Bíblia não lê não irá crescer. Ler a Bíblia e orar é o segredo (não tão segredo assim!) de viver com Deus. E crescer na fé. E ser uma pessoa sábia e alegre durante o seu tempo aqui de exílio. Existe uma libertadora simplicidade na piedade. Leia a Bíblia e faça oração se quiser crescer. Mas uma vida de oração não significa uma vida sem provação, sem tribulação e sem aflição. Veja a vida dos profetas, a vida dos apóstolos e a vida de Jesus. Mas no momento em que nossa fé é testada, é pela oração que o Senhor guarda o nosso coração e nossa mente em Cristo Jesus (Filipenses 4:7). INVEJA, FOFOCA E ESPIONAGEM NA PÉRSIA Mas não o coração daqueles homens invejosos. Eles foram espionar Daniel para poder acusar Daniel. Você se lembra: fé percebida é fé perseguida. [11] Então aqueles homens foram juntos até a casa de Daniel e o encontraram orando e fazendo súplicas diante do seu Deus. Eles vão até o rei lembrar da lei da cova e fazer fofoca. [13] Então eles disseram ao rei: — Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, faz pouco caso do senhor, ó rei, e do interdito que o senhor assinou. Três vezes por dia, ele faz a sua oração. É verdade que Daniel ora 3 vezes por dia. Mas é mentira que ele faz pouco caso do rei. Daniel é o melhor funcionário do governo. Daniel não se importa com glória humana, mas faz anos que o quadro na parede com a foto do melhor funcionário do ano é a foto de Daniel. Ele é fiel. Os seus adversários tiveram que inventar uma lei proibindo oração a Deus para ter o que falar desse homem. Lembre-se: Satanás joga sujo. Não espere uma guerra espiritual justa. Mas você, exilado, lute limpo. Lute em oração. Lute em amor. Sem devolver mal com mal, mas vencendo o mal com o bem. Foi tarde demais, mas agora o rei percebeu que foi enganado. [14] Ao ouvir isso, o rei ficou muito triste e decidiu livrar Daniel. Até o pôr do sol, se empenhou por salvá-lo. [15] Então aqueles homens foram juntos até o rei e lhe disseram: — Lembre-se, ó rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum interdito ou decreto que o rei sancionou pode ser mudado. O coração desses homens está cheio de inveja, ódio, ira e todo tipo de obras da carne. Eles não tem o Espírito excelente que habita em Daniel e nos crentes. [16] Então o rei ordenou que trouxessem Daniel e o jogassem na cova dos leões. O rei disse a Daniel: — O seu Deus, a quem você serve continuamente, que ele o livre. Ó rei, espere um pouco para você ver o que vai acontecer. [17] Foi trazida uma pedra e ela foi colocada sobre a boca da cova. O rei selou a pedra com o seu próprio anel e com o anel dos homens importantes do reino, para que nada se mudasse a respeito de Daniel. Que grande ironia! Eles acham que selaram o destino de Daniel selando a pedra com o anel deles. Eles não sabem que existe um Rei no céu que domina. É ele quem decide os destinos. As coisas a respeito de Daniel vão mudar. COMO DE COSTUME Povo de Deus, quando a nossa fé for testada, quando a situação a nossa volta mudar, e quando as leis do país mudarem, não vamos mudar o nosso costume de adorar o nosso Deus. Eu quero voltar um pouco para o versículo 10. Eu disse que a ênfase do versículo 10 está no “orava”. Daniel se punha de joelhos e orava . Mas existe uma outra expressão sendo enfatizada. Ela está no final do versículo: [10] (...) Ele se punha de joelhos, orava, e dava graças diante do seu Deus, como era o seu costume. Mais literalmente, o texto diz: “como ele fazia antes”. Como ele fazia antes dessa lei mundana que proíbe orar ao Deus do céu. O novo costume (a nova lei) na Pérsia não afetou o antigo costume de Daniel de orar. O mundo em volta dele mudou, mas Daniel continua praticando suas disciplinas espirituais. Ele continua fazendo seu devocional. Ele continua orando. Ele continua lendo a Bíblia. Ele continua indo ao culto. Quando a sua fé for testada, faça como de costume. Como você fazia antes. “Leia a Bíblia e faça oração, se quiser crescer”. E não camufle a sua fé por causa da pressão do mundo. Não esconda a sua identidade. Não tenha uma fé secreta. Viva como um crente na igreja, e também no trabalho, na sua casa, na rua, no futebol dos homens e no vôlei das mulheres. Viva como um crente fiel quando as pessoas estão olhando para você. Viva como um crente fiel quando ninguém está olhando para você, mas Deus está. Porque se você andar com Deus, você pode esperar: sua fé será testada. Respondamos com fé, fazendo “ como de costume ”. Mas, ainda mais importante do que sua fé ser percebida por todos, ser perseguida pelo mundo e ser testada pelas provações, ainda mais importante, é saber que sua fé será acompanhada. 4. SUA FÉ SERÁ ACOMPANHADA (VV. 18-24) Mas de olhar para a fé de Daniel, veja a consciência do rei. Uma consciência pesada é capaz de deixar o estômago rocando e os olhos abertos a noite inteira: [18] Então o rei se dirigiu para o seu palácio, passou a noite em jejum e não deixou trazer à sua presença instrumentos de música; e o sono fugiu dele. [19] Pela manhã, ao romper o dia, o rei se levantou e foi depressa à cova dos leões. [20] Ao se aproximar da cova, chamou Daniel com voz triste. O rei disse a Daniel: — Daniel, servo do Deus vivo! Será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, conseguiu livrá-lo dos leões? Eu não sei o que acontece, mas os reis da Babilônia e da Pérsia tem essa mania de fazer esse tipo de pergunta. No capítulo 3, Nabucodonosor chama Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ameaça jogá-los na fornalha ardente e pergunta: E quem é o deus que os poderá livrar das minhas mãos? (Daniel 4:15). Não tinha uma pergunta mais difícil!? “Quem é o deus que pode livrar?” Deus! O Deus vivo pode. 3 capítulos depois, muda o rei, mas essa mania das perguntas fáceis não muda: [20] (...) — Daniel, ... será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, conseguiu livrá-lo dos leões? Se ele conseguiu? Ele é Deus! Como esses reis são lentos para entender. Daniel vai responder: [21] Daniel respondeu: — Que o rei viva eternamente! [22] O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem mal algum. Porque fui considerado inocente diante dele. E também não cometi nenhum delito contra o senhor, ó rei. O nome de Daniel significa: “Meu Juiz é Deus”. E Deus, o Juiz de toda a terra, considerou Daniel inocente. Não perfeito e sem pecado. Esse é só Jesus. Mas inocente. Fiel: fé verdadeira no Deus verdadeiro. O anjo fechou a boca dos leões. Eles passaram a noite tirando uma soneca. Um cochilo felino. O rei não dormiu, mas os leões tiveram o sono dos anjos. Ou o sono do Anjo. Eu não sei se Daniel fez carinho na juba do leão. Mas o fato é: o Deus que transformou o coração de Nabucodonosor para ser um coração de animal e fez ele comer capim junto com os bois, agora transforma o coração dos leões para eles se tornarem amigos de Daniel. [23] Então o rei, com muita alegria [a fisionomia do rei mudou!], mandou que tirassem Daniel da cova. Assim, Daniel foi tirado da cova, e não se achou nele ferimento algum, porque havia confiado em seu Deus. Jogaram uma corda e puxaram Daniel para fora da cova e “não se achou nele ferimento algum”. Nenhum o tornozelo torcido. Nenhum arranhão. Nem uma unha quebrada. Quando Deus salva, Deus salva. Completamente. Hebreus 7:25—Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele [por Jesus] se aproximam de Deus. Quando você coloca sua fé em Cristo, você não é meio salvo. Deus não faz 50% e você completa os 50% que faltaram. Deus não faz a parte dele e agora você faz a sua. Deus não salva parcialmente. Ele salva totalmente. “Não se achou em Daniel ferimento algum”. Quando Jesus gritou na cruz: “Está consumado!”, ele estava dizendo a verdade. Acabou. Triunfo. Vitória. O que nós estamos esperando agora é ele terminar de trazer aqueles que ele ainda quer salvar, para ele voltar e estabelecer o reino dele em toda a terra. Um reino que “não será destruído” (v. 26). O ANJO DE NOVO Mas quem é o Anjo do Senhor que salvou Daniel? • É o mesmo Anjo que falou com Abraão quando ele ia sacrificar Isaque e disse: “Abraão! Abraão! Agora eu sei que você teme a Deus porque não me negou seu único filho!” (Gênesis 22:12) • É o mesmo Anjo que, antes, apareceu para Moisés na sarça ardente e disse: “Moisés! Moisés! Tire as sandálias os pés, porque o lugar em você está é terra santa!” (Êxodo 3:3-5) • É o mesmo Anjo que salvou os 3 amigos de Daniel na fornalha ardente. É o anjo que é, ao mesmo tempo, enviado por Deus e fala como Deus. Ele é uma Pessoa diferente de Deus, mas também é Deus. João 1:1—No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e o Palavra era Deus. A Palavra de João e o Anjo de Daniel são a mesma Pessoa. A Segunda Pessoa da Trindade: o Filho do Deus vivo. A fé de Daniel estava acompanhada. Daniel estava com a companhia do Senhor Jesus Cristo, o Salvador. Quando Deus salva, Deus salva completamente. E quando Deus salva, ele salva através do Filho. Um resumo desse capítulo em 4 palavras: Deus salva os seus. Deus salva os seus. Essa é a mensagem de Daniel 6. A mensagem não é: você não irá sofrer. A mensagem é: Deus estará com você. Sua fé em Cristo dá para você companhia divina. Veja a causa que o versículo 23 dá para a salvação de Daniel: Segunda frase do v.[23] (...) Assim, Daniel foi tirado da cova, e não se achou nele ferimento algum, porque havia confiado [fé!] em seu Deus. A mensagem não é: você não irá sofrer, se você tiver fé. A mensagem de Daniel 6 é: Deus estará com você, tenha fé. E ainda que você esteja na fornalha da aflição, ou na cova da perseguição, com um sentimento enorme de medo e solidão; quando o pavor quiser paralisar você, ainda que você seja no vale da sombra da morte, Daniel 6 está dizendo: “você terá companhia”. A presença de Cristo é real. O consolo do Espírito é real. A salvação de Deus é real. Para Daniel e para você que está confiando em Cristo. JOHN PATON NA ÁRVORE A vida surpreendente do missionário escocês John Paton é um exemplo. Ele chegou nas Ilhas Novas Hébridas (perto da Austrália) em 1858. O povo nativo era canibal. Eles comiam a carne dos seus inimigos. Eles matavam as viúvas para que elas fossem servir seus maridos no outro mundo. Eles não tinham ideia do Deus de misericórdia e graça da Bíblia. Eles viviam nas trevas. John Paton chegou naquela ilha escura com a mulher grávida de 6 meses. O bebê nasceu, mas a esposa dele acabou ficando doente e morreu 2 semanas depois. Mais 2 semanas, e o bebê morreu também. John Paton, sozinho, teve que abrir duas covas e enterrar a esposa e filho. Quem é capaz de imaginar a tristeza desse homem? Mas o Senhor era a companhia de John Paton. Ele não desistiu. Ele continuou andando pela ilha e pregando o Cristo que salva pecadores pela fé, do Cristo que morreu na cruz pelos nossos pecados, e Deus salva os seus. Depois de 15 anos, toda a ilha foi convertida. John Paton escreveu no diário dele: “Pela graça de Deus, agora a ilha adora aos pés do Salvador”. Das trevas para a luz! Mas durante esse período, a fé dele foi percebida e perseguida. E testada. Ele viu a morte de perto várias vezes. Ele conta que, em uma dessas vezes, centenas de nativos estavam atrás dele para matá-lo e ele subiu em uma árvore para escapar. Muitos anos depois ele registrou essa experiência. Ouça isso, por favor:  Eu subi na árvore e fiquei entre as folhas. As horas que eu passei lá estão vivas diante de mim como se fosse ontem. Eu ouvi o frequente barulho das lanças e os gritos dos selvagens. Apesar disso, eu sentei lá entre os galhos tão seguro como se eu estivesse nos braços de Jesus. Nunca, em todo o meu sofrimento, o Senhor se chegou tão próximo de mim, e falou tão calmamente a minha alma, do que quando a luz da lua brilhou naquelas folhas, e o vento da noite batia no meu rosto, enquanto eu derramava todo o meu coração para Jesus. Sozinho, mas não sozinho! Se for para glorificar o meu Deus, eu ficaria de boa vontade muitas noites sozinho naquela árvore, para sentir de novo a presença espiritual do meu Salvador, para desfrutar da comunhão de consolação dele. É real. A consolação é real. A presença é real. Eu sei que muitos de vocês sabem do que John Paton e Daniel estão falando. Logo depois de contar isso, John Paton deixou uma pergunta: “Se você fosse deixado sozinho, completamente sozinho, no meio da noite, e uma árvore, com a própria morte em volta de você, você tem um Amigo que não irá desapontar você?” Você pode ter esse amigo. O nome dele é Jesus. Não confie nas coisas que você faz para ir para o céu. Confie nele: Cristo. E o que ele fez na cruz. Ele promete perdoar seus pecados e estar com você todos os dias, incluindo os dias em que você estiver na fornalha da aflição e na cova do leão. Os nativos da ilha não conseguiram matar John Paton. E os invejosos da Pérsia não conseguiram matar Daniel. No final, eles NÃO conseguiram o que ele queriam. Mas eles acabaram recebendo o que eles não esperavam. O feitiço virou contra o feiticeiro. O tiro saiu pela culatra. Esses homens, literalmente, cavaram a própria cova. A INVERSÃO [24] O rei deu uma ordem, e foram trazidos aqueles homens que tinham acusado Daniel. Foram jogados na cova dos leões, eles, os seus filhos e as suas mulheres. Ainda não tinham chegado ao fundo da cova, e já os leões se apoderaram deles, e lhes esmigalharam todos os ossos. Esse é a experiência esperada. A cova dos leões é um lugar de julgamento. Sempre que alguém é jogado na cova, essa pessoa morre. Sempre foi assim. Mas Daniel experimentou uma “ressurreição”, por assim dizer. Deus o trouxe da morte para a vida. Deus inverte a história. Deus reverte destinos. Deus salva quem confia nele e Deus julga quem rejeita a ele. PRODUÇÃO DE PERSEVERANÇA Uma pergunta que você pode se fazer é: “Mas por que Deus não poupou Daniel dessa experiência? Ele é Deus! Ele pode fazer qualquer coisa. Por que Deus deixou Daniel ser lançado na cova?” Por que Deus faz você passar por grandes provações? Uma das razões que dá é para fortalecer a sua fé. Quando sua fé é provada (exercitada) é fica mais forte. Imagine a sua fé como um músculo. Seu bíceps espiritual. Se sua fé nunca é exercitada—se você nunca precisa confiar em Deus diante de uma situação difícil—um peso, sua fé se torna flácida. Ela fica fraca. Mas a provação força você a ter que levantar o peso da aflição pela fé e confiar em Deus. E esse movimento da fé—essa experiência de confiar em Deus e ver que ele estava com você e sustentou você, fortalece sua fé. Você percebe, de novo, que você pode confiar no seu Deus. Sempre. E isso produz uma fé que permanece. O nome que a Bíblia dá para a fé que permanece é perseverança. Tiago 1:3—sabendo que a provação da fé que vocês têm produz perseverança. Foi como Deus agiu com Daniel. E é como Deus age com você e com todos os crentes exilados nesse mundo. As provações são a academia da nossa alma. Elas são o exercício espiritual que fortalece a nossa fé. Mas tem um segundo motivo por que Deus deixa que você seja lançado na cova da provação. O segundo motivo é o meu próximo ponto: 5. SUA FÉ SERÁ USADA (VV. 25-27) Deus usa suas provações para (1) fortalecer a sua fé e (2) para exaltar o nome dele. Para mostrar que não existe Deus como ele, que só ele “livra, salva e faz maravilhas no céu e na terra”. [25] Então o rei Dario escreveu às pessoas de todos os povos, nações e línguas que habitam em toda a terra: “Que a paz lhes seja multiplicada! [26] Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, todos tremam e temam diante do Deus de Daniel.” “Porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre. O seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim. [27] Ele livra, salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra. Foi ele quem livrou Daniel do poder dos leões.” Deus é invencível. Ele domina e está acima. E que aqueles que tem fé nele, serão salvos porque Deus salva os seus. Essa é a razão maior da nossa fé: trazer glória a Deus. Deus nos dá o dom da fé para nós darmos glória para ele. Salmo 50:15—Invoque-me no dia da angústia; eu o livrarei, e você me glorificará. Sua fé será usada para trazer, para você, salvação, e para Deus, glória. Por último: 6. SUA FÉ SERÁ SUSTENTADA (V. 28) [28] Daniel prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o persa. Por trás desse “Daniel prosperou”, o Espírito está sussurrando “Deus sustentou”. Durante todos os reinados, Deus sustentou a fé de Daniel. Ele vai sustentar sua fé também. Daniel viveu a vida inteira dele no exílio. Dos 14 anos, quando ele foi tirado da sua casa em Judá e deportado para a Babilônia, até seus 80 e tantos anos, quando o rei Ciro permitiu a volta dos exilados para Jerusalém. Reis vieram e reis se foram, mas a fé de Daniel em Deus permaneceu. Você, crente, como Daniel, passará sua vida inteira no exílio também. Longe do seu lar no céu. Mas assim como Deus esteve com Daniel, Deus estará com você. Assim como Daniel foi fiel, você também pode viver uma vida santa em meio a toda a corrupção moral desse mundo. UMA COVA CÓSMICA O mundo em que vivemos é uma grande cova dos leões. Nós estamos cercados por feras mais perigosas que os felinos do Império Persa. Veja o que Pedro disse: 1Pedro 5:8—Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. O diabo, nosso inimigo, está rugindo procurando alguém para devorar, com um leão. Usando suas armadilhas e artimanhas para nos tentar e matar a nossa fé. Quando a Palavra de Deus é pregada, nesse lugar, o Maligno vem e arrebata o que lhes foi semeado no coração, como Jesus disse na parábola do semeador. Por isso, nós precisamos orar! Não importa onde nós estejamos, esse leão estará sempre andando em derredor para nos atacar. Ele quer destroçar a nossa fé como os leões fizeram com os ossos daqueles homens. Nós vivemos nesse mundo como exilados dentro de uma grande cova dos leões. Essa é notícia ruim, eu sei. Muito ruim. Mas eu tenho uma notícia boa. Muito boa. UMA NOTÍCIA EVANGELICAMENTE BOA Dentro dessa cova cósmica, você tem companhia. Não importa onde nós estejamos, um outro leão mais forte está andando em derredor. Não para nos devorar, mas para nos defender. O Leão dos leões. O Leão da Tribo de Judá, como Jesus é chamado em Apocalipse 5. Você se aproxima dele com fé, e ele se aproxima de você com perdão e salvação. Essa notícia é evangelicamente boa. Essa é a boa notícia—o evangelho—que sustenta sua fé desse lado do céu: Você terá companhia. Foi o que sustentou Daniel quando ele estava na cova. Quando Daniel precisou, ele estava lá para salvar. Um amigo que nunca vai nos desapontar. Como Deus realmente inverte a história! Ele transformou a cova dos leões em um lugar de comunhão com Cristo. Esse é o nosso Deus. Ele transforma lugares de julgamento em lugares de salvação. Olhe para a cruz: um símbolo de morte se tornou uma fonte de vida a jorrar por toda a eternidade para todas as nações. MAIOR QUE DANIEL Esse texto mostra a glória de Cristo no Anjo do Senhor, mas a vida do profeta Daniel também nos prepara para a vinda de Jesus. Daniel é um modelo de piedade, mas o exilado perfeito é Jesus. Jesus saiu da sua casa—na glória do céu—para viver no exílio desse mundo. A fé dele também foi testada, e ele terminou tempo dele de exílio sem nenhum pecado. Com uma fé perfeita. Quando ele se entregou naquela cruz, ele derrotou o leão maligno que queria nos devorar. Jesus também foi lançado em uma cova (uma sepultura) e uma pedra também foi colocada e selada (Mateus 28:65). E assim como Daniel, Jesus foi vindicado. Ressuscitado. No terceiro dia, ele saiu da cova da morte cheio de poder e glória para provar que ele tem poder para nos levar para o nosso lar. E ele saiu daquela cova também sem nenhum ferimento, a não ser as feridas glorificadas nas mãos e nos pés como um símbolo da vitória da cruz. Com o nosso pecado pago, nós podemos finalmente voltar para casa. CONCLUSÃO O que você pode esperar dessa vida se você andar com Deus? O que vai acontecer com a sua fé enquanto você estiver nesse mundo? Muitas coisas, mas em todas elas, você terá companhia. E quando você finalmente chegar em casa, onde Jesus está nos esperando, você poderá olhar para ele e dizer: Senhor, bondade e misericórdia certamente me seguiram todos os dias da minha vida; e agora eu habito na Casa do Senhor para todo o sempre (cf. Salmo 23:6). Na eterna companhia do nosso Salvador. E o exílio terá acabado. Mas lembrem-se: • Mesmo no exílio desse mundo, Deus está conosco. • Mesmo no exílio desse mundo, Deus reina. • E porque ele domina, nós temos esperança. Deus salva os seus. Sempre. ORAÇÃO Atos 20:24—Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, desde que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus. Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

Daniel 6: Na Cova dos Leões

Daniel na cova dos leões é uma história sobre fé. Fé em um Deus vivo, um Deus presente, um Deus poderoso.

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Série: Domínio e Esperança 22 de setembro de 2024 – IBJM INTRODUÇÃO   O capítulo 4 e o capítulo 5 de Daniel precisam ser vistos juntos. Daniel conecta os dois capítulos através do versículo 21:   Daniel 5:21—Foi expulso do meio dos filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e passou a morar com os jumentos selvagens. Comia capim como os bois e o seu corpo foi molhado pelo orvalho do céu, até que reconheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos do mundo e os dá a quem ele quer.   A mensagem é: o Rei do Céu (Deus) é aquele que governa sobre toda a Terra. Ou, usando a palavra que Nabucodonosor usou várias vezes antes: Deus tem o DOMÍNIO sobre os reinos desse mundo. Essa é a mensagem.   A diferença entre os dois capítulos está na resposta a essa mensagem. As respostas foram opostas.   O capítulo 4 é um testemunho de conversão. Nabucodonosor vivia como um perfeito pagão. Ele usou e abusou dos prazeres da Babilônia. Até o dia em que ele se humilhou diante de Deus e experimentou o escândalo da graça: ele foi perdoado e resgatado no final da vida. Como o ladrão na cruz. Como a Dona Aparecida, aos 98 anos. Deus é realmente misericordioso e poderoso para salvar.   Mas se o capítulo 4 é um testemunho de conversão, o capítulo 5 é um registro de condenação. A resposta oposta.   Nabucodonosor se arrependeu. Mas Belsazar se endureceu. Nabucodonosor se humilhou. Mas Belsazar se exaltou.   O capítulo 5 é um texto mais sóbrio, mas na sabedoria de Deus, nós precisamos contemplar o domínio de Deus a partir de ângulos opostos.   Esse contraste entre aqueles que se humilham e aqueles que se exaltam se manifesta de muitas maneiras. Eu quero mostrar 4 contrastes entre viver para o reino de Deus—o reino dos céus—e viver para os reinos desse mundo—a Babilônia.   O primeiro contraste está:   1.     NO ESTILO DE VIDA: DEVASSIDÃO x DEVOÇÃO (VV. 1-4)   O estilo de vida da Babilônia e o estilo de vida daqueles que amam a Cristo são opostos.   [1] O rei Belsazar deu um grande banquete a mil homens importantes do seu reino e bebeu vinho na presença deles.   Certamente eles não estava bebendo com moderação. No banquete da Babilônia (e nas baladas do Brasil), a bebida tem o efeito de tornar o ser humano ainda mais ousado para pecar. Olha o que Belsazar faz:   [2] Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, o seu pai, havia tirado do templo de Jerusalém, para que ele, os homens importantes do reino e as mulheres e concubinas do rei os usassem para beber vinho.   Mais de 2 mil pessoas festejando, se embebedando e blasfemando. Eles não tem medo do que Deus pode fazer com eles. “Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Romanos 3:18). Eles estão usando os cálices santos que eram usados no templo para pecar. Que ousadia!   Mas a situação é ainda pior:   [4] Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra.   Que contraste existe entre a devassidão pagã e a devoção cristã. Crente, demonstre sua fé e sua fidelidade a Deus no seu estilo de vida.   Essa vida de prazeres da Babilônia é uma ilusão. Esse banquete é uma mentira. Não porque ele não aconteceu. Aconteceu. É um fato histórico. Mas porque toda essa alegria e ousadia é uma farsa. Um teatro. Um prazer transitório que leva a destruição.   Mas na comunhão santa com Cristo, você é mais rico do que o rei da Babilônia. Isso é real. Ter Jesus é uma riqueza incomparavelmente maior.   Hebreus 11:24-26—Pela fé, Moisés, sendo homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado. Ele entendeu que ser desprezado por causa de Cristo era uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a recompensa.   Isso é devoção cristã. É assim que nós lutamos contra a tentação. Pregando ao nosso coração: “Cristo é melhor”. Essa é a tática daqueles que temem a Deus.   Contemple a recompensa de estar no banquete do Cordeiro, no grande dia santo do nosso encontro com Jesus. E os prazeres transitórios do pecado vão perdendo o poder de nos atrair.   O segundo contraste entre os cidadãos da Babilônia e os cidadãos do céu está no estado de espírito deles. Não só no estilo de vida, mas também no estado de espírito.   2.     NO ESTADO DE ESPÍRITO: MEDO X PAZ (VV. 5-12)   Você, cristão, pode experimentar uma paz que excede todo o entendimento, uma paz que o mundo não pode dar, uma paz que Cristo e somente ele é capaz de oferecer.   Veja como os prazeres e a paz desse mundo são realmente transitórios:   [5] No mesmo instante [enquanto eles estão se embebedando com os cálices do templo de Deus], apareceram uns dedos de mão humana, que começaram a escrever na parede caiada do palácio real [parede caiada é uma parece branca pintada com cal], no lugar iluminado pelo candelabro; e o rei via os dedos que estavam escrevendo.   Deus começa a escrever na parede no meio da festa, e de repente o banquete vira uma casa do horrores.   [6] Então o semblante do rei empalideceu, e os seus pensamentos o deixaram perturbado; as suas pernas bambearam, e os seus joelhos batiam um no outro.   Toda a ousadia para pecar e debochar de Deus foi embora em um segundo. Agora o rei está tremendo de medo. Pernas bambas. Rosto pálido. A festa acabou.   Olhe o desespero do homem:   [7] O rei ordenou, em voz alta [ele está gritando, desesperado], que fossem chamados os encantadores, os caldeus e os feiticeiros. O rei disse aos sábios da Babilônia: — Aquele que ler o que está escrito na parede e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, receberá uma corrente de ouro para pôr no pescoço e será o terceiro homem mais importante do meu reino.   Ele está apelando. Ele está oferecendo honra e riqueza para quem entender o que Deus escreveu. Mas poder no reino dos céus não se compra. Sabedoria e entendimento não estão à venda. Você só pode receber de graça, pela fé, pedindo a Deus, em nome de Jesus, e sem pagar nada.   Por isso os sábios do rei entram na sala, mas não conseguem ler nem interpretar. E toda a paz dos babilônios evapora—como um rio em uma temporada sem chuva. A paz secou. Que contraste com o estado de espírito que Deus nos dá em Cristo.   UMA PAZ DE OUTRO MUNDO   Sua paz, crente, não depende dos banquetes e bens desse mundo. Nossa paz é de outra natureza.   Primeiro, e mais importante, porque nós temos paz com Deus:   Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo (Romanos 5:1).   Pecadores, sim. Mas justificados! O juiz nos declarou: “Justos!” por causa da justiça de Cristo. Nós não precisamos mais ter medo do julgamento. Se Deus escrever alguma coisa na parede, será para nos lembrar que o sangue de Cristo já cobriu todo o nosso pecado.   Segundo, nossa paz é diferente também porque é a paz de Deus:   Quando os cidadãos da Babilônia estão com medo, preocupados, ansiosos, para quem eles vão pedir ajuda? Que ser humano é capaz oferecer paz verdadeira? Só Deus pode. E você, cidadão dos céus, pode ir até o Deus da paz. Ele é capaz de lhe dar paz:   Filipenses 4:6-7—Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.   Essa paz é de outra natureza. É a paz de Deus. Nenhum plano de saúde, nenhuma aposentadoria, nenhum remédio, nenhuma riqueza, nenhum sábio desse mundo podem dar essa paz. Mas Deus pode.   Terceiro, nosso Senhor Jesus nos disse:   João 14:27—Deixo com vocês a paz, a minha paz lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Que o coração de vocês não fique angustiado nem com medo.   Ele disse: “a minha paz lhes dou”. A paz de Jesus pode ser a nossa.   O versículo anterior em João nos dá o contexto dessa promessa. Jesus está falando do Espírito Santo, o Consolador, que irá nos ajudar a lembrar tudo o que ele ensinou.   Você abre a Bíblia ou recita um versículo e ora, e o Espírito rega o seu coração com a água da Palavra. A semente da Palavra cresce em você e dá fruto.   Gálatas 5:22—Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz…   Essa é uma paz de outra natureza. É a paz de Deus, a paz de Cristo e a paz do Espírito. Ela é diferente da paz do mundo e dos banquetes babilônicos.   Nossa fé pode não ser perfeita, mas a paz que Deus dá é real—sobrenatural, mas real.   Veja os 3 amigos de Daniel. Eles estão sendo ameaçados de morte pelo homem mais poderoso do mundo. Eles estão diante de uma fornalha superaquecida para serem queimados. Olha a paz desses meninos:   [16] Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: — Ó Nabucodonosor, quanto a isto não precisamos nem responder. [17] Se o nosso Deus, a quem servimos, quiser livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das suas mãos, ó rei. [18] E mesmo que ele não nos livre, fique sabendo, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que o senhor levantou.   Que contraste! Belsazar está em um banquete cheio de vinho e morrendo de medo. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego estão indo para uma fornalha cheia de fogo e vivendo com paz.   Que diferença existe entre o estado de espírito daqueles que temem a Deus e daqueles que não temem. Que o Senhor nos leve a orar as promessas dele quando a paz quiser fugir de nós.   Mas na Babilônia, domina o desespero. Os homens bêbados que gritavam blasfêmias uns minutos antes agora estão gritando de medo. A rainha-mãe ouve a gritaria e entra na sala. Ela se lembra do funcionário cristão que eles têm no governo.   [11] Há aqui no seu reino um homem que tem o espírito dos santos deuses. Nos dias de seu pai, se achou nele luz, inteligência e sabedoria como a sabedoria dos deuses. O seu pai, o rei Nabucodonosor, sim, o seu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros, [12] porque nesse Daniel, a quem o rei tinha dado o nome de Beltessazar, se acharam espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis. Portanto, chame Daniel, e ele dará a interpretação.   Até a rainha-mãe da Babilônia pagã reconhece que Daniel é diferente. Existe um tipo de sinceridade santa que chama atenção até do mundo descrente.   George Whitefield tinha essa sinceridade cristã no coração. Ele foi um evangelista no século 18. Uma vez viram o filósofo David Hume, um não-crente, correndo pelas ruas de Londres. Um amigo o parou na rua e perguntou: “Aonde você está indo?” Ele disse: “Eu vou ouvir Whitefield pregar”. O amigo achou estranho e perguntou para ele: “Mas você não acredita no que Whitefield prega, acredita?”. A resposta do Davi Hume foi: “Eu não, mas ele acredita”.   Até os não-crentes são capazes de reconhecer um homem e uma mulher de Deus. Eles podem não concordar com o seu estilo de vida. Eles podem não concordar com a sua crença. Eles podem até atacar você de alguma forma. Mas existe um poder na sinceridade santa que Deus pode usar para atrair não-crentes e dar uma oportunidade para você testemunhar do seu Deus.   Deus pode usar um momento de desespero deles para que eles busquem você. Aproveitemos esses momentos com sabedoria. Deus pode usar sua proclamação do evangelho para salvá-los também. E você pode glorificar o seu Deus, mesmo quando as pessoas não respondem com fé—como foi o caso de David Hume, da rainha-mãe e do rei Belsazar.   E aqui vem o terceiro contraste entre a vida daqueles que pertencem aos reinos desses mundo e a vida daqueles que pertencem a Cristo e o reino dos céus: A FONTE DA SABEDORIA.   3.     FONTE DE SABEDORIA: TERRENA X CELESTIAL (VV. 13-28)   O rei chamou todos os magos da Babilônia e ninguém conseguiu ler ou interpretar o que Deus escreveu porque a sabedoria deles é terrena. Quando eles mais precisam, essa sabedoria os deixa na mão.   A sabedoria de Daniel é diferente. Ela é celestial. É uma sabedoria espiritual. Só quem tem o Espírito de Deus pode entender a Palavra de Deus.   Daniel é, então, levado a presença do rei. O rei promete roupas chiques, correntes de ouro e cargos no governo—coisas que o mundo ama: honra, riqueza e poder.   [17] Então Daniel respondeu e disse na presença do rei: — O senhor pode ficar com os seus presentes e dar as suas recompensas a outra pessoa. No entanto, vou ler para o rei o que está escrito na parede e lhe darei a interpretação.   Sabedoria dos céus se manifestando na terra. Não é maravilhoso o que Daniel está fazendo?   3.1  RECOMPENSAS   Satanás oferece para Daniel, através do rei Belsazar, o que esse mundo tem do bom e do melhor: dinheiro, poder, honra, fama, glória. Satanás oferece em uma bandeja de ouro o aplauso dos homens e os prazeres da carne. Daniel olha para a oferta e diz: “Eu não quero. Eu não me importo com essas coisas. Pode ficar com seus presentes, rei”.   Isso é o que eu chamo de desprezo santo.   Povo de Deus, nós devemos fazer a mesma coisa. Você tem o Espírito de Deus, você pode dizer “não!” para Satanás. Você pode empurrar a bandeja e falar: “Eu não quero”.   Meu pai tem uma pequena empresa de montagem de circuitos eletrônicos no Rio de Janeiro. Ele já me disse que, algumas vezes, pessoas nas empresas clientes fizeram propostas para ele: “Você nos dá tanto, e nós fazemos você ganhar esse contrato”. “Você nos dá tanto, e nós aprovamos esse documento que você precisa”.   Mas ele pensou: “Se eu disser “sim” para esses homens, eu vou estar dizendo “não” para Deus. Isso não faz sentido. Isso é tolice”. Ele empurrou a bandeja e disse: “Pode ficar com as suas recompensas. Eu não quero”.   Satanás vai oferecer o dinheiro, basta você ser desonesto. É só você entrar no esquema da Babilônia. E ele vai fazer isso quando sua situação financeira estiver difícil para deixar a tentação mais forte. Pelo Espírito, nós podemos dizer: “Eu não quero”.   Satanás vai oferecer imoralidade, basta você clicar. Ele vai fazer isso quando você estiver cansado e carente e vulnerável. Pelo Espírito, nós podemos dizer: “Eu não quero”.   Na secura do deserto, em um momento de grande necessidade, Satanás ofereceu a glória desse mundo para Jesus. Mas no poder do Espírito, Jesus disse: “Eu não quero. Eu quero o meu Pai. Eu quero Deus. Eu quero a glória dos céus pelo caminho da cruz—o caminho que meu Pai colocou para mim”.   Enquanto a sabedoria terrena é tola e vive para coisas temporárias, a sabedoria do alto é santa, ela faz você viver para as coisas que realmente importam—para as coisas eternas.   A segunda área em que a sabedoria se manifesta é na humildade. Esse é um dos temas principais dos capítulos 4 e 5 de Daniel.   3.2  HUMILDADE   A sabedoria se manifesta na posição da nossa coluna cervical: •  A sabedoria de Deus nos faz diminuir e ir para baixo e nos prostrarmos e nos curvarmos diante da grandeza de Deus. •  Já a sabedoria do mundo enverga a nossa coluna para o lado errado. Ela estufa o peito, incha o ego e empina o nariz.   O sábio recebe de Deus humildade para aprender com os erros e os acertos dos outros. Já o tolo insiste em seu caminho.   Belsazar não aprendeu com o exemplo do seu avô, Nabucodonosor. A palavra “pai” aqui está sendo usada no sentido de “aquele que veio antes”. Belsazar era neto de Nabucodonosor.   [18] Ó rei, o Deus Altíssimo deu o reino a Nabucodonosor, seu pai, bem como grandeza, glória e majestade. [19] Por causa da grandeza que lhe deu, pessoas de todos os povos, nações e línguas tremiam e temiam diante dele. Matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; exaltava uns e humilhava outros. [20] Mas, quando o coração dele se elevou, e o seu espírito se tornou orgulhoso e arrogante, foi derrubado do seu trono real e perdeu toda a sua glória. [21] Foi expulso do meio dos filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e passou a morar com os jumentos selvagens. Comia capim como os bois e o seu corpo foi molhado pelo orvalho do céu, até que reconheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre os reinos do mundo e os dá a quem ele quer.   A mesma frase que apareceu várias vezes no capítulo 4. Reconheça que Deus domina. Mas Belsazar não quis.   [22] — E o senhor, rei Belsazar, que é filho de Nabucodonosor, não humilhou o seu coração, mesmo sabendo de tudo isso.   Ele agiu como um tolo. Em vez de aprender com o testemunho do seu avô, Nabucodonosor, ele “não humilhou o coração” (v. 22) e:   Final do v.[23] (...) [O] senhor não deu glória a Deus, em cuja mão estão a sua vida e todos os seus caminhos.   Não humilhar o coração e não dar glória a Deus têm consequência:   [24] É por isso que ele enviou aquela mão que escreveu na parede.   Nós seremos sábios se nós aprendermos com os erros e acertos daquele que vieram antes de nós.   Crianças, filhos, jovens, aprendam com os mais velhos. Ouçam o que eles dizem. Se você quer fazer uma coisa e seus pais dizem para você não fazer, seja humilde. Obedeça. Confie que Deus está cuidando de você através do seus pais.   O rei Roboão, filho de Salomão, não ouviu o conselho dos anciãos e preferiu ouvir o conselho dos jovens tolos que cresceram com ele. Ele foi duro com o povo, e o reino de Israel acabou se dividindo. Nossa tolice pode ter enormes consequências (cf. 1 Reis 12).   Que o Senhor nos dê um espírito ensinável e faça nossa coluna se dobrar para o lado certo, para baixo, e de joelhos dobrados também, que nós possamos confessar que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai (Filipenses 2:10-11).   A sabedoria nos dá recompensa. 
 A sabedoria nos dá humildade.   Terceiro, a sabedoria celestial é diferente da sabedoria terrena também porque ela nos dá entendimento da Palavra de Deus.   3.3  ENTENDIMENTO   • No capítulo 2, Nabucodonosor sonha com uma grande estátua, e nenhum sábio do mundo conseguiu interpretar, só Daniel. • No capítulo 4, Nabucodonosor sonha com uma grande árvore, e nenhum sábio do mundo conseguiu interpretar, só Daniel. • Agora, no capítulo 5, Deus se comunica escrevendo em uma parede, e nenhum sábio do mundo conseguiu interpretar, só Daniel.   A mensagem nas 3 vezes é: a sabedoria do mundo é limitada e leva à morte. A sabedoria que Deus dá é infinita e leva à vida. Só Daniel interpreta porque Daniel tem a sabedoria de Deus. Uma sabedoria que nós hoje temos através da Palavra de Deus.   Daniel lê o que foi escrito por Deus na parede:   [25] E o que está escrito é isto: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.   Está em aramaico. MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM em português significa: CONTADO, CONTADO, PESADO E DIVIDO.   E Daniel dá a interpretação. A mensagem é de julgamento contra Belsazar.   [26] — Esta é a interpretação daquilo: MENE [que significa CONTADO]: Deus contou os dias do seu reinado, ó rei, e pôs um fim nele.   A palavra é repetida—MENE, MENE—para mostrar que o cumprimento é certo e será rápido. Belsazar, acabou. Deus colocou um fim no seu reinado. Deus acabou com seu banquete. E agora ele vai acabar com o seu reinado. Não se humilhar na presença de Deus tem consequências sérias.   Os governantes desse mundo acham que vão viver na riqueza e oprimir as pessoas e vai ficar por isso mesmo. Não vai. No dia certo, Deus irá mostrar quem realmente domina e governa o mundo.   [27] TEQUEL [que significa PESADO]: Você foi pesado na balança e achado em falta.   Pesado no sentido de avaliado. Deus colocou os atos de Belsazar em uma balança e ele foi “achado em falta”. Ele adorou deuses feitos pelas mãos humanas que, como Daniel disse “ não veem, não ouvem e não sabem nada ” (v. 23), em vez de adorar o Deus que vê tudo, que ouve tudo e sabe de tudo. Belsazar, em contraste com Nabucodonosor, não quis se arrepender, e agora o tempo acabou. O julgamento de Deus chegou.   [28] PERES [que é o singular de PARSIM do v. 25 e significa DIVIDIDO]: O seu reino foi dividido e entregue aos medos e aos persas.   A profecia do sonho de Nabucodonosor no capítulo 2 está se cumprindo: a cabeça de ouro que representava a Babilônia está sendo destruída e o reino está sendo entregue para o peito de prata daquela imagem—os medos e persas.   Esse é o fim de todos os reinos desse mundo. Eles vão ruir e cair. É tolice colocar nossa esperança nas próximas eleições ou no próximo emprego ou na conta do banco ou nos bens que enferrujam e as traças corroem. Tudo irá esfarelar na nossa mão com a areia do mar.   Sabedoria está em confiar em Deus, nossa Rocha. 
 Sabedoria está em confiar em Cristo, nossa Pedra Angular. 
 Sabedoria está em confiar no Espírito, nosso Consolador.   O texto termina com o contraste final entre aqueles que vivem para Deus e aqueles que vivem para si mesmos; aqueles se humilham diante de Deus e aqueles que se exaltam.   4.     DESTINO FINAL: SALVAÇÃO X CONDENAÇÃO (VV. 29-31) Daniel não se importa, mas o rei dá as recompensas que ele prometeu para quem interpretasse o escrito da parede. Mas a execução da condenação foi rápida.   [29] Então Belsazar mandou que vestissem Daniel de púrpura, que lhe pusessem uma corrente de ouro no pescoço, e que proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino. [30] Naquela mesma noite, Belsazar, rei dos caldeus, foi morto. [31] E Dario, o medo, se apoderou do reino, quando tinha mais ou menos sessenta e dois anos de idade.   Esses são fatos históricos. Isso realmente aconteceu. O capítulo 6 se passa no último ano do Império da Babilônia, quando os medos e a pérsia invadiram a Babilônia e mataram Belsazar, no ano 539 AC.   O livro de Daniel começou em 605 AC, quando Daniel tinha só 14 anos. Agora, no final do Império da Babilônia, se passaram 66 anos. Você é que é bom de matemática: 14 + 66 = 80.   Daniel tinha 80 anos quando Belsazar morreu e Dario se apoderou do reino. É possível você ser fiel durante o seu exílio nesse mundo. Deus sustentou Daniel por todos esses anos no meio de um povo pagão. Que o Senhor nos dê coragem para sermos fieis, mesmo que isso nos custe muito.   JOHN LENNON   A tragédia da vida e da morte de Belsazar lembra a tragédia da vida e da morte de John Lennon. E um lembrete para nós que a verdadeira vida está viver para Cristo, o Rei dos céus, em vez de viver para os prazeres transitórios desse mundo.   John Lennon foi o líder dos Beatles, a banda mais popular da história. A banda existiu entre 1960 e 1970, mas o sucesso deles foi incomparável. Eles têm recordes e mais recordes de venda de álbum e músicas tocadas. Os Beatles foram um fenômeno da indústria da música e do entretenimento. Se alguém experimentou a glória que a Babilônia pode oferecer, esse alguém foi John Lennon.   John Lennon deu uma entrevista na época e disse que os Beatles eram mais famosos que Jesus. Ele agia como um Belsazar.   Mas apesar de ele ter tudo o que o mundo pode oferecer—riqueza, fama, poder—John Lennon não tinha o que só Deus pode dar: paz e perdão.   Em 1977, ele ficou cansado de usar droga para abafar os medos dele. Ele escreveu para um evangelista famoso na época, Oral Roberts, pedindo ajuda. Ele disse que queria escapar do inferno. Por um tempo, John Lennon chegou até a professar fé em Cristo. Ele chegou a dizer que tinha nascido de novo.   Mas a esposa dele na época, Yoko Ono, conseguiu fazer ele desistir. Ele ouviu a voz do mundo. Eles dois se envolveram com astrólogos, cartomantes, videntes e gastaram muito dinheiro com os “magos da Babilônia”. Eles tinham até um quarto com utensílios egípcios que eles diziam ter poderes mágicos.   No auge da sua descrença, John Lennon escreveu uma música que ficou muito conhecida chamada “Imagine”. Imagine. Ela começa dizendo:   Imagine que não exista nenhum céu. É fácil, se você tentar. Nenhum inferno debaixo de nós... Imagine todas as pessoas Vivendo para o hoje.   Essa é uma vida triste e sem esperança. John Lennon, como Belsazar, preferiu a glória vazia do mundo à glória cheia de peso da presença de Deus. Ele acabou sendo assassinado quando ele tinha só 40 anos, na porta do prédio dele, em Nova Iorque.   Um fim muito triste e sóbrio para alguém que chegou no topo da Babilônia. Belsazar e John Lennon são lembretes para nós que viver para as coisas desse mundo e não nos humilharmos diante de Deus e nos alegrarmos em Cristo é perder a vida.   Não só perder a vida nesse mundo. Muito mais. É perder o céu com Cristo e ser condenado ao inferno.   Jesus disse: Quem acha a sua vida a perderá; e quem perde a vida por minha causa, esse a achará (Mateus 10:39).   Achar a vida é perder a vida entregando tudo para Cristo e confiando nele.   UMA ETERNIDADE DE CONTRASTE   Existe uma eternidade de contraste entre aquele que se humilham e aqueles que se exaltam.   Você que confia no Senhor, seu futuro será mais glorioso que sua mente é capaz de conceber. A mente mais brilhante e mais santa desse mundo conseguiu, no máximo, ver um copo de todo o oceano da glória de Deus que foi prometido para você que crê no nome do Senhor Jesus.   •  Quem é capaz de imaginar essa “plenitude de alegria” na presença de Deus prometida no Salmo 16? •  E essa experiência de se juntar a milhões de milhões de anjos com milhões e milhões de santos para cantar ao Cordeiro que está no trono? •  O que é estar livre para sempre dos pecados e amar a Deus de forma pura e completa? •  O que é ver o Senhor face a face? •  O que nós vamos sentir quando nós virmos o céu se abrindo e Jesus vindo em grande poder e glória para reinar sobre nós e julgar todos os seus inimigos? •  E a alegria e a paz de viver em um mundo onde não há mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor?   As promessa de Deus são divinamente escandalosas. Só um Deus que domina sobre todo o Universo pode prometer essas coisas. E ele vai cumprir. Que sua expectativa de estar com Deus faça você perseverar durante o seu exílio aqui na Babilônia.   MAS...   Mas que contraste é o destino final daqueles que não se submetem a Deus, só vivem para as coisas desse mundo e não amam a Cristo.   Uma vida de prazeres que será transformada em choro e ranger de dentes. Uma eternidade de sofrimento justo por terem rejeitado as palavras do Senhor.   Para você, crente, seu choro se transformará em riso, seu lamento se transformará em música, seu pranto se transformará em lágrimas de alegria, e sua morte levará você para os braços de Cristo.   Para aqueles que rejeitam a Cristo, será como o banquete de Belsazar: a alegria deles tomará asas e vai embora. Para sempre. Eles vão experimentar medo e desespero e a separação eterna da presença de Deus.   A sabedoria mundana deles irá deixá-los na mão. Eles vão perceber que tudo o que eles se dedicaram tanto para construir: riquezas, fama, poder, honra, glória, tudo irá desmoronar como a imagem do sonho de Nabucodonosor quebrada pela pedra.   Daniel 5 tem duas mensagens principais para nós.   A primeira é: “Exilados, esperança!”   Povo de Deus exilado nesse mundo, longe da sua casa no céu, tenham esperança! Os reinos desse mundo serão julgados. Só o reino do seu rei irá permanecer. Persevere. Confie no seu Deus, mesmo durante os dias maus. Que o seu estilo de vida demonstre que você é um exilado, que esse mundo não é o seu lar, e você irá experimentar um estado de espírito de paz.   A segunda mensagem é: “Endurecidos, humilhem-se!”   Não seja como Belsazar. Seja como Nabucodonosor. Deus oferece misericórdia para aqueles que se humilham e confessam seus pecados. Deus oferece graça para aqueles que pedem perdão a Deus e confiam que só a morte de Cristo pode pagar pela nossa montanha de 27 quilômetros de pecado.   Se você tem vivido em rebelião contra Deus; se você tem vivido para os prazeres transitórios da Babilônia, busque a Deus. Hoje, a partir de hoje, busque a Deus.   A verdade é que há esperança para você também. Você quer saber como Jesus lida com aqueles que se aproximam dele com fé e pedem perdão?   Olhe para o ladrão na cruz. Um dos malfeitores que estava crucificado ao lado de Jesus estava blasfemando contra ele, como Belsazar fez. Mas do outro lado de Jesus, veja o contraste: O malfeitor do outro lado repreendeu o blasfemador e disse:   — Você nem ao menos teme a Deus, estando sob igual sentença? A nossa punição é justa, porque estamos recebendo o castigo que os nossos atos merecem; mas este não fez mal nenhum. E acrescentou: — Jesus, lembre-se de mim quando você vier no seu Reino (Lucas 23:40-42).   Como Jesus trata um malfeitor que foi orgulhoso por toda a vida, mas que se humilha e se arrepende e pede por misericórdia?   — Em verdade lhe digo que hoje você estará comigo no paraíso (Lucas 23:43).   É assim que Jesus trata quem se aproxima dele pedindo misericórdia. Ele dá o paraíso. Ele perdoa. Ele certamente julgará os endurecidos, mas tão certamente ele justificará os quebrantados.   CONCLUSÃO   Que o nosso estilo de vida seja de santidade. Que o nosso estado de espírito seja de paz. Que a nossa sabedoria seja de Deus.   Porque o nosso destino foi comprado por aquele que também foi (avaliado) pesado na balança e não foi achado nada em falta. Cristo foi pesado e o resultado foi o peso perfeito da glória de Deus. Por isso o reino dele irá durar para sempre. E nós seremos contados como justos pela fé nele.   Que essa seja a sua esperança. Eu vou ler uma das orações de Davi no Salmos. Você pode fazer desse salmo a sua oração:   Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Salmos 139:23-24). Igreja Batista Jardim Minesota Rua Clotildes Barbosa de Souza, 144 Jardim Santa Maria (Nova Veneza) 
 Sumaré - São Paulo

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