Romanos 5:6-11: A Esperança da Salvação
- Pastor Alex Daher
- há 3 dias
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22 de Junho de 2025 – IBJM
Nós precisamos de esperança para viver. Esperança é o oxigênio que a nossa alma respira. Sem esperança, nós somos sufocados. Mas respirando esperança, nós nos movemos e existimos.
Converse com duas pessoas: uma sem esperança e a outra pessoa com esperança, e qualquer um de nós percebe a diferença. Nós precisamos e queremos esperança.
Romanos 5 está falando de esperança, mas é sobre uma esperança específica: a esperança da salvação. Nós podemos ser ainda mais específicos. Esse texto é sobre a CERTEZA da esperança da salvação.
Na última frase do versículo 2, Paulo disse que nós nos gloriamos (nos alegramos) “na ESPERANÇA da glória de Deus”. Depois de falar como Deus usa as tribulações da nossa vida para produzir essa esperança, no versículo 5 ele diz:
Romanos 5:5—Ora, a esperança não nos deixa decepcionados [certeza!], porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.
Nosso texto (no versículo 6) começa com “porque”. Paulo vai usar fatos concretos para nos dar uma esperança concreta no amor muito concreto de Deus.
Não é presunção ou arrogância ter certeza de que Deus ama você. É possível ter certeza de que você será salvo no grande Dia do Julgamento.
É possível você viver com esperança tão firme quanto o chão que você está pisando agora. Uma certeza imóvel. Sólida. Nós, pecadores, podemos ter certeza absoluta do amor de Deus e ter certeza absoluta do que vai acontecer com você quando você morrer. Você pode viver com uma certeza santa e concreta de que você é de Cristo e Cristo é seu.
A minha oração é que, se você está na dúvida, hoje aconteça uma troca: você troque a dúvida pela certeza; você troque o medo pela esperança.
Crianças, como vocês reagiriam se, quando você chegar em casa hoje depois do culto, tivesse na sua casa um presente maior do que você? Uma caixa enorme. Você ficaria cheio de expectativa. E se o presente fosse até o teto? E se o presente estivesse em um embrulho tão grande que teve que ficar para fora da sua casa?
O presente que Deus está nos dando nessa passagem da Bíblia é maior. É maior do que você, maior do que sua casa. É maior do que o mundo. O presente que Deus oferece nesse texto é Cristo. A salvação é o embrulho. O presente é Cristo.
Paulo divide o argumento dele em 3 partes ou em 3 tempos. Ele vai, primeiro, para o PASSADO. Depois ele avança para o FUTURO. E ele termina aterrissando no PRESENTE.
Primeiro, Paulo volta no PASSADO e nos leva para a FONTE:
1. PASSADO: A FONTE DA NOSSA SALVAÇÃO (VV. 6-8)
A certeza da sua vida eterna está na morte de um homem. Um homem que também é Deus.
A certeza da nossa esperança está na MORTE de CRISTO. Ouça a descrição daqueles que Deus amou:
[6] Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. [7] Dificilmente alguém morreria por um justo, embora por uma pessoa boa alguém talvez tenha coragem para morrer. [8] Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.
No versículo 10, Paulo ainda diz:
[10] Porque, se nós, quando inimigos...
Essa é a descrição—o currículo—daqueles que Deus ama. Que lista! Fracos, ímpios, pecadores e inimigos. De quem Paulo está falando? Ele está falando de nós.
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos...
E para mostrar o esplendor desse amor, Paulo faz um contraste entre esse amor divino e o amor humano.
[7] Dificilmente alguém morreria por um justo...
Dar a vida é dar muita coisa. É dar tudo. Dificilmente alguém dá vida por alguém, mesmo que seja uma pessoa justa. Mas, pode acontecer.
Continuação do v.[7] ...embora por uma pessoa boa alguém talvez tenha coragem para morrer.
Esse tipo de sacrifício me lembra da história de um jovem americano de 14 anos chamado Jack Lucas. Ele queria muito lutar na Segunda Guerra. Como ele parecia mais velho, ele conseguiu enganar os recrutadores e entrou na Marinha mesmo antes de ter 18 anos.
Em 1945, com 17 anos, ele foi junto com um grupo lutar no Japão. Ele chegou na praia sem nenhuma arma. Ele achou um rifle que estava no chão. No dia seguinte, ele estava com 3 soldados rastejando pelas trincheiras e de repente, 8 japoneses apareceram em frente a eles. Jack matou um deles na hora.
O rifle dele emperrou. Os japoneses jogaram uma granada perto. Ele chutou a granada para o lado. Logo depois, eles jogaram outras granadas. Jack, então, se jogou em cima das 2 granadas para proteger os companheiros. Ele se lembra de ter pensado na hora: “Eu vou morrer”.
Ele não morreu. Depois de 1 ano no hospital e 21 cirurgias, ele recebeu alta. Ele foi a pessoa mais jovem até hoje a ganhar uma medalha de honra ao mérito.
Jack Lucas foi corajoso. Ele se atirou na granada dos inimigos para salvar os amigos. Isso é raro, mas pode acontecer. Mas o amor corajoso de Jack Lucas são uma pequena ilustração de um amor corajoso maior.
Lucas 9:51—E aconteceu que, ao se completarem os dias em que seria elevado ao céu, Jesus manifestou, no semblante, a firme resolução de ir para Jerusalém.
Firme resolução. Jesus também não fugiu da morte. Ele sabia que ele seria preso, humilhado, torturado e crucificado em Jerusalém. E mesmo assim, ele foi.
Mas tem uma diferença entre Jack e Jesus. Jack se jogou na granada que os inimigos atiraram para salvar seus amigos. Jesus fez mais. Muito mais. Jesus se atirou na granada da ira de Deus para salvar seus inimigos. Jesus deu a vida para nós—fracos, ímpios, pecadores.
Esse é o amor divino. É um amor de outro mundo. O amor de Deus tem outra natureza.
Antes de nós nos movermos 1 centímetro em direção a Deus, Jesus se moveu em uma distância infinita—do céu para a terra—para morrer por nós. Ele cruzou a distância infinita entre o Criador e a criação e se fez homem—para morrer por nós.
Cristão, essa é a razão da sua esperança. A âncora da sua salvação. O fundamento da sua paz. Que outra prova Deus precisa dar para mostrar o amor dele por nós?
[8] Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.
Nós precisamos de esperança. Nós queremos esperança. Mas nós nunca teremos certeza da esperança da salvação se nós procuramos no lugar errado. E muitas vezes nós procuramos no lugar errado.
Um lugar errado para se buscar esperança são as circunstâncias da nossa vida.
CIRCUNSTÂNCIAS
Se as coisas estão dando certo, Deus me ama. Se as coisas estão difíceis, será que Deus me ama? Se eu consegui um emprego, Deus me ama. Se eu não consegui um emprego, será que Deus me ama mesmo? Se eu tenho dinheiro sobrando, Deus me ama. Se minha conta está negativa, será que Deus me ama?
Quantas vezes nós vamos para o lugar errado buscar esperança. Se Deus me der o que eu tanto quero, eu tenho certeza do amor dele. Se ele não me dá, eu fico inseguro.
Povo de Deus, nosso nível de conforto nesse mundo não é o termômetro para medir o amor de Deus.
As nossas circunstância flutuam demais. Se nós amarrarmos a nossa esperança nas circunstâncias, nossa esperança vai flutuar também. Nós precisamos de um lugar mais firme, mais sólido, mais concreto.
Um segundo lugar comum (e ruim!) para buscarmos esperança e segurança é o nosso próprio coração.
CORAÇÃO
Nós vamos viver inseguros sobre o amor de Deus e inseguros sobre a esperança da glória se a BASE da nossa segurança for o nosso próprio coração.
Muitas pessoas ficam na dúvida se elas vão para o céu porque elas se sentem indignas de estar na presença de Deus. Se você luta contra esse pensamento. Se você pensa: “Eu entendo Deus amar algumas pessoas, mas me amar? Depois das coisas que eu já fiz? Diante dos pensamentos que já entraram na minha mente?”
Se você se acha indigno demais para receber o amor de Deus, eu tenho uma notícia ruim e uma notícia boa para você. Qual você quer primeiro? A ruim.
Muito bem. A ruim é essa: você é pior do que você imagina. Pior. Você é mais indigno do que você consegue perceber. Imagine se você tivesse os olhos dos anjos—com a santidade deles—para ver o mal que ainda está no seu coração? Quanto mais santo uma pessoa é, mais repugnante é o pecado.
Coloque um homem mundano na roda de escarnecedores, e ele se sente em casa.
Coloque um homem santo na mesma roda, e ele não consegue suportar as conversas impuras e maldosas.
Imagine se pudéssemos ver o que ainda resta de pecado em nós com os olhos santos de um anjo. Nós seríamos derrubados no chão de tão escandalizados com que está aqui dentro.
Você é mais indigno do que você imagina. Essa é a notícia ruim, meu amigo indigno.
Agora vem a notícia boa. Só os indignos podem entrar no céu. Neste exato momento, o céu está cheio pessoas indignas. O que fez eles entrarem no céu não foi a dignidade deles. Foi a dignidade de Cristo. Eles confiaram na dignidade de Cristo. Eles colocaram a esperança delas naquele homem que foi morto na cruz.
Para você entrar no céu e viver hoje com esperança, você precisa confessar para Deus: “Senhor, eu sou indigno. O que a tua Palavra fala é verdade: eu sou fraco, ímpio, pecador—eu nasci um inimigo do Senhor”.
Deus salva os indignos. Jesus disse que não veio para os justos, mas para os pecadores.
Eu disse que era uma boa notícia. Esse é o evangelho.
O nível de dignidade do nosso coração também não é o bom termômetro para medir o amor de Deus.
CRUZ
Deus não prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de nossa vida estar fácil.
Deus não prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de eu me sentir digno.
[8] Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores.
O lugar certo para a nossa segurança é na cruz. Não nas circunstâncias. Não no nosso coração. Na cruz. Em Cristo. Essa é a nossa fonte concreta de esperança.
Quão grande é o nosso pecado! Ao ponto da morte de Cristo ser necessária para nos salvar.
Quão grande é o amor de Deus! Ao ponto de entregar o próprio Filho para nos salvar.
O tamanho do amor de alguém pode ser medido pelo que essa pessoa está disposta a nos dar.
Você se sentiria amado se alguém desse para você um carro?
Você se sentiria amado se alguém desse para você uma casa?
Quão amados nos somos, então, por aquele que nos deu um filho? Não qualquer filho. O Filho. Deus entregou aquele que é:
(...) [a] imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja. Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos, para ter a primazia em todas as coisas (Colossenses 1:15-18).
Você não quer ter uma esperança concreta?
Você não quer ter certeza do amor de Deus e da vida eterna?
Olhe para a morte do filho de Deus. Essa é FONTE da sua salvação e da sua esperança.
Paulo agora faz uma viagem no tempo. Ele vai do passado—a morte de Cristo 2 mil anos atrás—para o futuro, a salvação no grande Dia do Julgamento.
2. O FUTURO DA NOSSA SALVAÇÃO (VV. 9-10)
Duas vezes ele fala “seremos salvos”—nossa salvação futura.
[9] Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. [10] Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida!
Para nos convencer da nossa esperança certa, Paulo fala de dois BENEFÍCIOS ou duas GRAÇAS (dois presentes) que você recebe quando você crê em Cristo.
Primeiro, no versículo 9, ele fala que fomos JUSTIFICADOS:
[9] Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
Justificados pelo seu sangue—o sangue de Cristo—o sangue da morte de Cristo.
Justificados é a linguagem usada em um tribunal, como nós temos visto em Gálatas. Nesse caso, o tribunal de Deus. Ser justificado é ser declarado justo. É mais que inocentado de um determinado crime. É mais que ouvir do Juiz: “Não Culpado”. Justificado é ser declarado perfeitamente obediente e digno de viver na presença de Deus.
A maneira—a única maneira—que você pode ouvir de Deus, o Juiz de Toda a Terra: “Você é perfeitamente justo, meu filho” é se Jesus for seu Advogado. Ele precisa entrar no tribunal para defender você. Mas é mais do que isso. Não só defender você. Jesus substitui você. Tomar o seu lugar. A condenação que era para ser sua, caiu sobre ele.
Como aconteceu no Egito com o povo de Israel. No Dia da Páscoa, Deus falou para eles matarem um cordeiro e colocar o sangue nas laterais e na viga da porta. Deus disse: “Quando eu vir o sangue, passarei por vocês” (em invés de julgar vocês).
Eles não foram salvos porque eles eram mais dignos que os egípcios.
Eles não foram salvos porque eles eram menos pecadores.
Eles foram salvos por causa do sangue. Esse era o lugar da esperança do povo de Deus.
Pela fé em Cristo, você é justificado—a justiça (a perfeição) dele é considerada sua. O sangue dele é o coração do evangelho e da nossa salvação.
O segundo presente da graça que Jesus comprou para nós com o sangue dele foi nossa RECONCILIAÇÃO.
Mais do que JUSTIFICADOS. Nós fomos:
RECONCILIADOS
[10] Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho.
Se justificado é a linguagem de tribunal, reconciliados é a linguagem da amizade. Nós e Deus não podíamos conviver no mesmo lugar. Existiam uma inimizade. Do nosso lado: rebelião contra Deus. Do lado de Deus: ira santa por causa do nosso pecado.
Tentar chegar perto de Deus carregando o meu pecado é como eu tentar colocar a mão no Sol e achar que eu vou sobreviver. Eu não vou. Eu seria incinerado instantaneamente.
Nós quase derretemos com um calor de 60 graus. A temperatura da superfície do Sol é de 6 mil graus. A santidade de Deus é mais forte, mais quente e tem mais glória do que 10 mil sóis juntos.
Mas louvado seja o Deus santo, santo, santo! Existe uma maneira segura de você se aproximar de Deus—com a certeza da esperança de que você não só irá continuar vivo, mas você será recebido com todo o amor divino.
A maneira segura e certa é a morte dele:
[10] (...) reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho.
Você já experimentou inimizade com alguém? Alguém fez alguma coisa contra você, ou falou alguma coisa para você que ofendeu você demais. E agora uma barreira de inimizade foi levantada.
Vocês não estão se falando direito. Ou vocês não conseguem ficar juntos no mesmo lugar. Poucas coisas nessa vida tiram mais a paz de uma pessoa do que a inimizade com alguém—um relacionamento que foi interrompido, quebrado, desfeito.
Se a inimizade causa dor, o que dizer de quão doce é a reconciliação! A pessoa vem até você e pede perdão. Ela confessa: “Eu não deveria ter feito aquilo. Pequei contra Deus e contra você. Me perdoa”. E vocês se abraçam e choram e se beijam.
Se a inimizade sufoca, a reconciliação nos faz respirar e viver. Dá esperança.
Existe uma beleza celestial na reconciliação porque ela aponta para a graça de Deus—cada reconciliação humana é uma pequena demonstração da beleza da nossa reconciliação com Deus.
Mas você sabe onde está a maior beleza da sua reconciliação com Deus? A maior beleza está em quem tomou a iniciativa. Não fomos nós—que ofendemos a Deus com a nossa maneira de viver. Não fomos nós, ímpios e pecadores.
Quem tomou a iniciativa foi a Pessoa ofendida.
Nós ofendemos o Deus santo, mas é ele que vem se reconciliar conosco.
Essa é a maior beleza da reconciliação que o evangelho de Jesus nos dá. A beleza (a glória) está em Deus.
1João 4:10—Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
Como John Stott disse: “Deus nos deu Deus para nos livrar do próprio Deus”. A culpa da inimizade é nossa, mas quem morreu para nos reconciliar foi ele—o ofendido. Isso é amor. Isso é graça. Esse é o Deus da esperança.
Você pode se reconciliar com Deus hoje: fé na morte do Filho dele. Você terá uma esperança mais forte do que a morte e tão concreta quanto uma cruz. Sólida. Imóvel. Firme.
Justificados pelo Juiz de Toda a Terra. Reconciliados com o nosso Deus e Pai.
Eu tenho mais uma observação antes de resumirmos o argumento de Paulo nesses dois versículos. Minha observação é sobre o tempo da nossa salvação.
FUI SALVO E SEREI SALVO
Nós, cristãos, falamos muito de salvação. Eu fui salvo quando era criança. Eu fui salvo depois que eu casei. Eu fui salvo ouvindo o evangelho em casa. Eu fui salvo lendo a Bíblia. Eu fui salvou ouvindo uma pregação. Nós falamos da nossa salvação no passado. E isso não é errado. É bíblico. Em Efésios 2, Paulo diz que nós somos salvos pela graça.
Mas a salvação é também uma realidade futura. A consumação da nossa salvação ainda vai acontecer. A Bíblia fala da salvação no passado porque ela é certa—nós podemos ter certeza dela hoje, mas em um aspecto muito real e final, a nossa salvação ainda vai acontecer. É por isso que Paulo fala, duas vezes nesses dois versículos (9 e 10), que nós seremos salvos—futuro.
Existe uma razão para a Bíblia falar da nossa salvação no futuro, como algo que ainda vai acontecer. Você consegue ver essa razão quando você pergunta: “Eu preciso ser salvo de quê?”
Salvo dos seus pecados? Sim. Salvo da escravidão de Satanás? Sim. Salvo da condenação do inferno, sim também.
Mas acima de tudo e antes de tudo, nós precisamos ser salvos da ira de Deus. A ira santa de Deus que será derramada no Dia do Julgamento:
[9] Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
OU:
1Tessalonicenses 1:10—para aguardar dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura.
OU:
João 3:36—Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; quem se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
A ira que deveria permanecer e cair sobre nós por toda a eternidade, foi desviada. Foi desviada para sempre. Nós estamos seguros para sempre. A ira de Deus não simplesmente sumiu. Ela foi desviada para um outro lugar. Essa ira foi redirecionada para Jesus na cruz. Foi por causa do sangue dele que nós fomos salvos e nós seremos salvos.
DO MAIOR PARA O MENOR
A estratégia de Paulo para nos dar a certeza da esperança da salvação é ir do maior para o menor. Ele mostra o que Deus já fez no passado por nós para nos dar segurança do que ele vai fazer por nós no futuro.
Se quando nós éramos ímpio, inimigos de Deus, Deus enviou o Filho dele para morrer para nos justificar e nos reconciliar com ele, se ele já fez o mais difícil e mais custoso, é claro que agora ele vai nos salvar no dia do julgamento.
Não tinha nada de mais preciosos que Deus podia dar. Não tem. Deus deu Deus. Deus deu Cristo. Se ele já deu Jesus, é claro que ele não irá negar qualquer outro bem.
É a mesma lógica de:
Romanos 8:32—Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
Sim, é claro que ele dará! Se ele já deu o Filho, ele dará tudo o que precisamos.
Se ele já moveu a minha montanha de pecados e colocou nos ombros do filho dele (que era o mais pesado), é claro que ele está disposto a me perdoar de novo.
Se ele já me ressuscitou e me tirou da morte para a vida (que é o mais difícil), é claro que ele irá me manter com vida espiritual e fé até o fim.
Se Jesus morreu para me reconciliar com Deus, agora que Jesus está vivo e reinando, agora que eu sou justificado, um filho de Deus reconciliado, é claro que agora ele irá terminar a obra dele e nos salvar.
Povo de Deus, nós faríamos bem em usar esse argumento da graça de Romanos 5 em nosso favor. Quando eu fico inseguro sobre o amor de Deus e preocupado se Deus irá realmente me ajudar no que eu preciso, isso prova que eu estou me esquecendo do que Cristo já fez por mim naquela cruz. Do amor que ele já provou com o sangue dele.
Minha insegurança e minha preocupação mostram que eu não estou usando a lógica do amor provado de Deus de Romanos 5.
O que você iria pensar se seu filho (sua filha), depois de milhares de horas de dedicação ao longo de anos, depois de milhares de reais gastos ao longo de anos, ele chegasse para você chorando desesperando dizendo: “Entrou uma farpa no meu dedo, mas você não me ajuda! Você não se importa comigo!”.
Filho, como assim? É claro que eu me importo. O que mais eu preciso fazer para provar que eu amo você? Parece os discípulos acordando Jesus no barco: “Mestre, o senhor não se importa que pereçamos?” (Marcos 4:38).
Mas é exatamente o que eu estou fazendo quando eu fico inseguro se Deus realmente irá me ajudar. E quando isso acontece, eu preciso começar pedindo perdão: “Senhor, me perdoe por pensar que o Senhor não se importa. Me perdoe por duvidar do seu amor. Aumenta a minha fé. Renova a minha esperança”.
Essa semana, quando uma farpa de tribulação entrar no seu dedo e doer, e você começar a ficar preocupado, crente, traga à sua memória o que pode dar esperança para você:
Romanos 8:32—Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
Sim, ele dará. Ele já provou o amor dele. Se ele tirou o peso da ira dele sacrificando o Senhor Jesus no nosso lugar, ele vai nos ajudar a tirar as farpas que ainda entram no nosso dedo nessa vida.
Nos versículo 6 a 8, Paulo foi para o passado e nos lembrou da FONTE da nossa salvação e esperança: a morte de Jesus.
Nos versículos 9 e 10, ele foi para o futuro. Agora que nós já somos justificados e reconciliados e filhos amados, certamente nós seremos salvos no dia da ira de Deus.
Paulo continua a viagem no tempo. No versículo 11, ele vem do futuro e aterrissa no presente. Ele volta para o presente e mostra como a sua esperança futura afeta a sua vida agora.
3. PRESENTE: ALEGRIA
[11] E não apenas isto, mas também nos gloriamos [nos alegramos] em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação.
A certeza do que vai acontecer conosco no futuro cria uma alegria no presente. Ter certeza de que nós fomos reconciliados com Deus por causa do grande amor dele e por causa da iniciativa dele e porque ele enviou o Filho, cria uma alegria (uma esperança alegre) no nosso coração.
Você vê pessoas assistindo o jogo do seu time de futebol, e o time faz um gol; tem gente que entra em um êxtase semi-incontrolado: e grita e chora e parece que a pessoa vai explodir de alegria.
Nada contra futebol. Muito pelo contrário. Eu não quero ofender ninguém, mas é o melhor esporte do mundo.
Mas se os homens desse mundo ficam tão felizes porque o seu time venceu uma disputa de futebol, quanta alegria nós deveríamos ter por que o Rei do Universo venceu o mundo e morte (sozinho!) por nós.
CONCLUSÃO
Você pode ter certeza da sua salvação. Isso não é arrogância. Isso é esperança. Uma esperança tão concreta quanto a cruz. Uma esperança que não decepciona você, como a esperança nas coisas desse mundo vai decepcionar.
Uma salvação que nos cantar:
Minha esperança está em Deus, em Sua Palavra prometeu.
No dia mau, Tu me livrarás, Tu és minha salvação, Senhor.
Na longa espera, na aflição, no vale ou na tribulação.
Tua graça irá me fortalecer, Tu és minha salvação, Senhor.
E quando a vida ao fim chegar, a morte não me vencerá.
Levantarei, para casa irei, Tu és minha salvação, Senhor.
Quem é como o Senhor, meu Deus? Salva os Seus com amor fiel.
Pagou, venceu, tudo consumou. Tu és minha salvação, Senhor.
Nosso Senhor andou em direção à cruz uma firme resolução. Ele quer que nossa esperança nele seja firme também. Ele é a nossa salvação.
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